Campanha
global contra o tabagismo é no próximo dia 31/05. Na ocasião, a Organização
Mundial da Saúde (OMS) evidencia que o uso do tabaco e a exposição ao fumo
passivo causam 29% das doenças cardiovasculares e aumentam em cerca de 25% o
risco de morte por doença coronariana (angina e infarto) e por acidente
vascular cerebral (AVC).
Conforme
explica o pneumologista Dr. Alberto José de Araújo, membro das Comissões de
Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) e
Associação Médica Brasileira (AMB), a nicotina, o monóxido de carbono (CO), os
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e outros agentes oxidantes da combustão
do tabaco contribuem para a lesão do endotélio vascular, parede que reveste o
vaso sanguíneo, fator determinante para desencadear doenças cardiovasculares.
“Fumar
aumenta as chances de se ter aterosclerose e doença isquêmica coronariana
(DIC), aumenta em três vezes o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM), e em
quatro vezes a possibilidade de se ter morte súbita cardíaca”, alerta o Dr.
Araújo.
Entre
as doenças vasculares agravadas pelo tabagismo estão os aneurismas arteriais,
doença arterial coronariana, doença arterial oclusiva periférica,
tromboembolismo venoso e tromboangeíte obliterante, também conhecida como
doença de Buerger, que leva à amputação dos membros.
Os
dados levantados pelo pneumologista fazem parte da cartilha do Conselho Federal
de Medicina (CFM) deste ano sobre o assunto, que incluem, ainda, as doenças
neurológicas causadas pelo hábito de fumar, como acidente vascular encefálico
(AVE), neuropatia óptica bilateral e hemorragia subaracnóidea. “Fumar duplica o
risco de quadros demenciais e doença de Alzheimer e influencia adversamente a
progressão da esclerose múltipla”, completa o Dr. Araújo.
Realidade
brasileira
Estudo
de Pinto, M et al., 2017, mostrou que o tabagismo ocasiona, anualmente, cerca
de 477 mil internações e 35 mil óbitos por infarto e doenças cardíacas, além de
59 mil hospitalizações e 11 mil mortes por AVC no Brasil, gerando um custo de
assistência médica de mais de R$ 12 bilhões.
A
pesquisa mostra, ainda, que o gasto total no Brasil com o tabagismo, somando os
pacientes fumantes portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e
diversos tipos de câncer, chega à cifra de R$ 56 bilhões por ano.
“O
tabagismo, ativo e passivo, é responsável por cerca de 90% dos casos de câncer
de pulmão e por 85% das mortes por DPOC”, informa a coordenadora da Comissão
Científica de Tabagismo da SBPT, Dra. Maria da Penha Uchoa Sales.
Políticas
de controle do tabagismo: solução para reduzir os riscos
Um
dos propósitos do Dia Mundial Sem Tabaco 2018 é envolver os governos e a
população no desenvolvimento de ações e medidas que possam reduzir os riscos
que o tabaco representa para a saúde cardiovascular no tabagista ativo e nas
pessoas expostas ao fumo passivo.
A
proibição do fumo em ambientes fechados, por exemplo, levou a um declínio de
33% na incidência de infarto agudo do miocárdio e redução de 17% dos registros
de morte súbita.
Sobre
o tabagismo
Segundo
a OMS, o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo,
atingindo 1 bilhão de pessoas em todo o mundo e podendo causar 7 milhões de
mortes prematuras este ano, sendo 8% delas (900 mil) relacionadas ao fumo
passivo.
O
fumo é responsável por 30% dos casos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe,
esôfago, pâncreas, rim, bexiga, colo de útero, estômago e fígado) e é fator
importante para o desenvolvimento de tuberculose, infecções respiratórias,
úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens,
osteoporose, catarata, entre outras.
“O
tabagismo é causa de aproximadamente 50 doenças, muitas delas incapacitantes e
fatais, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas”, alerta
a Dra. Penha.
De
acordo com os médicos, parar de fumar é a medida mais efetiva para evitar o
desenvolvimento de doenças cardíacas. “O risco de um evento cardíaco agudo é
reduzido pela metade após um ano de abstinência do tabaco e se iguala ao da
população não-fumante depois de 15 anos sem fumar”, encoraja o Dr. Alberto
Araújo.
O
risco de doença coronariana está presente em todos os níveis de consumo. Assim,
mesmo que a pessoa fume menos de 5 cigarros por dia, ela está sujeita a ter
doenças cardíacas.
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The Date - Ação regional
As
Sociedades de Pneumologia e Tisiologia e de Cardiologia do Rio Grande do Sul
estarão no Parque Farroupilha, em Porto Alegre, próximos ao Monumento ao
Expedicionário, no domingo, dia 03/06, das 9h às 12h, para orientar a população
sobre os malefícios do fumo. Os médicos vão medir a quantidade de monóxido de
carbono expirado pelos fumantes e farão o teste de dependência física de
nicotina.
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