Os
cânceres mais comuns no país são: pele, próstata, mama, colon-retal,
colo
de útero e pulmão
De acordo com a última
pesquisa do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa é de 596 mil
novos casos da doença no Brasil para o biênio de 2016/2017. Tanto para homens quanto
para mulheres o câncer de pele é o de maior incidência com 29% de todos os
casos. “Um dos principais motivos é a exposição solar sem bloqueador dos raios
ultravioleta”, explica a oncologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão,
Dra. Walkiria Tamelini.
Depois do câncer de pele,
há diferença entre os locais de incidência em homens e mulheres. Nos homens, os
tipos mais comuns são próstata, pulmão e colon-retal. Nas mulheres, os tipos
com maior ocorrência são os de mama, colon-retal e colo de útero. O câncer de
pulmão está em 4º lugar quanto ao número geral de casos.
No entanto, a especialista
explica que, apesar do ranking nacional, o Brasil é um país extenso e bastante
diverso, o que gera diferenças socioeconômicas e culturais, resultando em diferentes
incidências do câncer conforme a região em que se vive. Um exemplo é o câncer
de colo de útero na região Norte que ocupa o 1º lugar, enquanto na região Sul é
o 4º. Já em âmbito nacional, aparece em 3º lugar. “Isso é consequência da
exposição dos fatores de risco. A maior incidência desse tipo de câncer na
região Norte pode ser devido a um menor acesso aos exames ginecológicos de
rotina ou até mesmo a tabus e preconceitos”, esclarece a oncologista.
A médica alerta para os
principais fatores de riscos, que são: o tabagismo, tanto para fumantes quanto
para quem convive com eles, estando expostos à fumaça do cigarro e aumentando a
probabilidade de desenvolver câncer de pulmão e nas vias respiratórias; a
alimentação, principalmente quanto ao consumo de carnes processadas, podendo
ocasionar câncer de colon-retal; sedentarismo; obesidade; consumo de álcool; e
exposição solar.
A prevenção aos fatores de
risco é de extrema importância já que os cânceres costumam ser silenciosos, apresentando
sintomas muitas vezes apenas em fases mais avançadas da doença. “Os de próstata
geram dor, dificuldade para urinar e, às vezes, sangue na urina. Já os de mama
são indolores, podendo apresentar nódulo identificado na apalpação ou uma
retração do mamilo e até lesões ulceradas. Quanto aos de pulmão, apresentam
tosse contínua, falta de ar e, em casos mais graves, metástases no fígado,
cérebro ou ossos. Os de colo de útero se manifestam com corrimento vaginal, dor
durante relação sexual e sangramento”, detalha Dra. Walkiria.
Para diagnosticar os
principais cânceres, há uma série de exames disponíveis. O de próstata pode ser
identificado por meio da dosagem do Antígeno
Prostático Específico (PSA) no sangue, pelo toque retal realizado por
urologista, exames com ultrassonografia e biópsia. O de mama pelos exames
periódicos de mamografia, ultrassonografia mamaria e biópsia. O de pulmão é
necessário realizar exames clínicos rotineiramente em pacientes com alto risco
(fumantes) e, na presença de sintomas, precisa de tomografias e broncoscopias.
O de colo de útero é identificado por meio de exames preventivos anuais, como o
papanicolau, colposcopia, além de biópsia de lesões existentes e, em casos mais
avançados, tomografia de abdômen e pelve ou ressonância. “Quanto mais precoce o
diagnóstico, melhores as condições de controle da doença”, alerta a
especialista.
É importante lembrar que
para todos esses cânceres, em suas fases iniciais, existe tratamento cirúrgico
com ou sem complementação de quimioterapia e radioterapia. “A medicina evoluiu
rapidamente e hoje há novas técnicas cirúrgicas, inclusive utilizando robótica.
Também há novas técnicas de radioterapia menos invasivas e com menos efeitos
adversos, além de novos medicamentos para a oncologia clínica capazes de agir
diretamente numa região específica”, comenta a médica. Além disso, há grandes
centros internacionais trabalhando em pesquisas sobre medicamentos e sobre os
motivos do desenvolvimento da doença, com análise do complexo funcionamento
celular. No entanto, Dra. Walkiria adverte que para o tratamento obter sucesso
é necessário acompanhar o paciente por alguns anos para que não haja
reincidência do tumor. “Nos primeiros dois anos após o tratamento, é preciso
retornar ao médico de seis em seis meses. Após esse período, o retorno pode ser
anual”, finaliza.
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