Especialista em trauma, Dr. Diogo Garcia,
orienta pais, familiares e responsáveis sobre os riscos que ambientes e objetos
podem oferecer. 110 mil crianças são hospitalizadas ao ano por acidentes
domésticos
Basta acabar o
período das festas juninas para que as crianças fiquem em contagem regressiva
para as férias escolares. “Esse período, ansiosamente esperado pelos pequenos,
é também o de maior preocupação em Prontos Socorros do País”, como destaca Dr.
Diogo Garcia, coordenador do Núcleo de Trauma do Hospital Samaritano de São
Paulo.
Segundo dados do
Ministério da Saúde, ao ano, 110 mil crianças são hospitalizadas em razão de
acidente doméstico. De acordo com o especialista, esse período é o responsável
pelo aumento de 25% no volume de acidentes domésticos registrados em hospitais.
“Quedas, sufocamentos, afogamentos, atropelamentos, choques e intoxicação são
os mais comuns. Por isso, além de orientarmos as crianças, é também preciso que
pais e familiares tenham cuidados, em especial, de modo preventivo”.
Por essa razão, o
especialista indicou os fatores essenciais para assegurar a vida da criança:
· Garrafas reutilizadas: sabe aquela garrafa de
refrigerante? Segundo Dr. Garcia, nada de usar para produtos de limpeza. “Para
a criança, o que vem à memória é que o pai, a mãe ou qualquer outro da família
ingeriu o que estava naquele frasco. E é justamente isso o que ele vai fazer”;
·
· Remédios: a farmácia da casa deve
estar acessível apenas aos adultos. Por isso, mantenha fora do alcance das
crianças;
·
· Brinquedos: Estejam atentos se todos
são apropriados para a idade. O que não for, guarde e deixe fora do alcance.
“Não tenha pressa. Na hora certa, a criança vai brincar”;
·
· Piscinas: casas ou apartamentos que
possuem piscina devem ser bloqueadas com portões ou cercas. Além disso, o
especialista também indica que seja usada lona de material resistente.
“Lembrando que, o uso da piscina deve ser sempre com a supervisão de um
adulto”;
·
· Baldes e bacias: o simples fato de deixar
peças de molho em baldes ou bacias também oferece risco. “Não esqueça que a
criança está em fase de aprendizado e a curiosidade é natural. O ato de
inclinar o corpo para ver o que tem dentro do recipiente já oferece risco”;
·
· Gavetas: coloque travas em gavetas
com objetos cortantes e outros que ofereçam risco. “A atenção não é apenas com
faca. Itens de cozinha em geral, além de objetos no quarto de estudo, como
grampeador, clips, tampa de caneta e outros, também são possibilidades de
acidente” e,
·
· Tomadas: a criança é naturalmente
curiosa. Por isso, todas tomadas devem ser bloqueadas com protetor, evitando
assim que a criança coloque o dedo e receba descarga elétrica. “A morte por
choque elétrico aumenta em mais de 50% em crianças de até 5 anos”.
E, para
finalizar, o especialista alerta que à medida que a criança cresce e compreende
as situações de risco, ela absorve as informações e evita a exposição. “Para
que isso aconteça, os adultos devem orientar e estar sempre - sempre mesmo -
próximo. Nada é mais importante do que a saúde da criança”.
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