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sexta-feira, 24 de junho de 2016

Museu do Imigrante reabre na segunda-feira




Acervo possui cerca de 15 mil peças que mantém viva a história da imigração italiana em Bento Gonçalves

Um museu desenvolve um papel de grande importância para o local onde está instalado. Ele conserva, testemunha e difunde a história e a cultura do povo. É um símbolo de identidade. Em Bento Gonçalves, a comunidade volta a dispor, a partir de segunda-feira, 27, de um espaço como esse: o Museu do Imigrante reabre suas portas neste dia, convidando a comunidade e os turistas para visitação.

O local estava fechado desde 2010, período para criação do projeto de restauro, captação de recursos e execução das obras. As primeiras recuperações ocorridas no prédio se deram ainda naquele ano: a troca do telhado, feita com recursos municipais, por meio da Fundação Casa das Artes.

Em 2013, por meio da Lei Rouanet, foram captados cerca de R$ 500 mil, o que impulsionou as obras. A partir de agosto de 2014, ocorreu a retirada e a recuperação das aberturas de madeira.

Em setembro de 2015, começou o restauro geral do prédio, com prazo de 365 dias para a conclusão. Foi um período de remoção de alvenarias, do reboco interno e externo degradados, além do tratamento de revestimento interno, remoção de pisos e azulejaria, da tubulação hidráulica, limpeza e imunização dos assoalhos de madeira, dos vigamentos estruturais, entre outros trabalhos.

Outras ações de restauro, como remoção de materiais sanitários e tratamento de fissuras superficiais, foram realizadas entre 2015 e este ano, quando foi aplicado o reboco novo interno e executadas a remoção e a recomposição do piso, além de outras obras.
Responsável pelo projeto de restauro, o arquiteto William Xavier teve no trabalho uma oportunidade de se aproximar não apenas de uma obra de resgate histórico, mas também de memória da colonização italiana. “Há técnicas construtivas regionais que divergem de outras colonizações, como a alemã e a açoriana, por exemplo. Também é um trabalho interessante para observar como a cultura italiana trabalhava com os materiais disponíveis naquele tempo, nas soluções para o problema do clima, tudo isso foi a mola propulsora para o trabalho”, destaca.

Para a obra, Xavier seguiu o que se sabia sobre a história arquitetônica da construção, embora parte dela tenha se perdido com o tempo. Por isso, por exemplo, uma folha de vidro foi colocada no lugar de uma das janelas e na porta do fundo do prédio. “Sabíamos o tipo de abertura que havia ali, mas não o tipo de fechamento da abertura, então colocamos um vidro como um elemento contemporâneo”, explica.

Internamente, o layout dos espaços também sofreu alterações. À medida que a remoção do reboco era feita, novas pistas sobre a originalidade do prédio surgiam e municiavam o prosseguimento do trabalho. Assim, os banheiros antes existentes foram removidos e vãos foram fechados ou abertos para seguir as características da casa construída em 1913.

O presidente da Fundação Casa das Artes, Jovino Nolasco, destaca que a administração municipal preza pela preservação da história e, por isso, não mediu esforços para a execução das obras. “Ao assumirmos esse compromisso, levamos em consideração a importância deste espaço para a história do município. Hoje, em torno de 50% dos moradores de Bento são provenientes de outros municípios, mas isso não justifica de forma alguma esquecermos de valorizar quem desbravou esta terra e construiu uma colmeia de trabalho”, destaca Nolasco.

O Museu do Imigrante estará aberto de terça a sexta, das 8h às 11h30min e das 13h30min às 17h. Aos sábados, das 9h às 17h. Não há taxa de visitação.

Acervo
Uma releitura da expografia antiga do museu está sendo gestada para a abertura. Serão espaços que lembrarão as antigas salas temáticas do acervo exposto de longa duração.

Há preciosidades como a máquina pulverizadora de sulfato em madeira e o funil esculpido de um tronco, peças que compunham a antiga Sala do Vinho, e diversos “torcios” e descascador de arroz, ambos atrações da outrora Sala do Trabalho. Sacrários, menar, gaitas, entre outros objetos, também voltarão à vitrine depois de seis anos. São cerca de 15 mil itens, entre documentos, equipamentos e outros artigos que integram o acervo.

            Inauguração
A prefeitura promove no sábado, dia 25, uma série de atrações culturais em comemoração a reabertura. As atividades ocorrem a partir das 16h, nas proximidades do Museu (ruas Herny Hugo Dherer, Presidente Costa e Silva e Rolando Gudde). A Rua Coberta, a praça Ismar Scuessel e a Fundação Casa das Artes sediam atividades como sessão de cinema, shows, apresentações artísticas, venda de artesanato, brinquedos infláveis, entre outros.

Uma procissão reunirá convidados e comunidade, às 18h, com saída da Igreja São Bento. Além disso, o grupo Raízes de Bento entoará cânticos típicos, revivendo a chegada dos imigrantes. A visitação ao museu ocorrerá em grupos de até 20 pessoas. 

Histórico do Museu
1913: Data de construção do prédio que abriga o Museu do Imigrante. Nesse ano, foi implantada a Estação de Sericicultura, iniciativa do governo do Estado.

1917: a estação passou a chamar-se Escola Agrícola e Zootécnica, com todo os processos passando a ser executados no local. Nos anos 1920, o governo decidiu fechar a estação e repassou o patrimônio para a prefeitura.

1929: a Sociedade Amigos Planalto propôs ao poder público o arrendamento do imóvel, com o objetivo da instalação do anexo do Hotel Veraneio Planalto. O prédio foi reformado, e o trabalho da estação, transferido para um galpão em frente.

1937: a prefeitura vendeu o prédio para a Sociedade Planalto.

1948: o Estado assumiu novamente a estação. Em 1952, a edificação foi doada novamente para a prefeitura, que vendeu o espaço para o Hotel Planalto.

1953: um incêndio na casa de máquinas do hotel destruiu o prédio, restando parte do mobiliário e das louças. 

1960: a Sociedade Planalto decidiu vender o prédio anexo ao hotel para a prefeitura.
1960 e 1970: o prédio funcionou como escritório, armazém, hospederias e residência.

18 de dezembro de 1974: foi decretado que o imóvel serviria para preservar a memória coletiva e o patrimônio cultural da cidade. O museu foi aberto ao público no ano seguinte, em 21 de maio.

Até 1987: o museu ficou vinculado à Secretaria Municipal de Educação. Desde aquele ano, a entidade passou a ser mantida pela Fundação Casa das Artes. Naquela época, o museu foi restaurado. O nome mudou para Museu Histórico Casa do Imigrante.

1987: começou o processo de tombamento do prédio. A regularização ocorreu em 2005, quando ele passou a denominar-se Museu do Imigrante.

2002: O Museu foi cadastrado no Sistema Estadual de Museus

2003: O Museu foi cadastrado no no Instituo Latino-Americano de Museus.

Setembro de 2006: foi apresentado o projeto de restauração do prédio, cuja inscrição no MinC ocorreu em 2007.

Dezembro de 2008: a captação de R$ 1.091.153,24 é aprovada pelo MinC.

2009: parte do prédio foi interditada.

2010: o telhado do museu foi trocado, com recursos da Fundação Casa das Artes.

2011 e 2012: não houve valores captados.

2013: foram conquistados quase R$ 500 mil.

2014: As obras ganham força, após concluída adequação de planilhas orçamentárias.

Setembro de 2015: começa o restauro propriamente dito, com prazo de 365 dias para a conclusão da obra.

Atividades de reabertura
A prefeitura promove no sábado, dia 25, uma série de atrações culturais em comemoração a reabertura do espaço. As atividades ocorrem a partir das 16h, nas proximidades do Museu (ruas Herny Hugo Dherer, Presidente Costa e Silva e Rolando Gudde). A Rua Coberta, a praça Ismar Scuessel e a Fundação Casa das Artes sediam atividades como sessão de cinema, shows, apresentações artísticas, venda de artesanato, brinquedos infláveis, entre outros.

Uma procissão reunirá convidados e comunidade, às 18h, com saída da Igreja São Bento. Além disso, o grupo Raízes de Bento entoará cânticos típicos, revivendo a chegada dos imigrantes. A visitação ao museu ocorrerá em grupos de até 20 pessoas. 

RUA COBERTA
* Mostra dos distritos, com coral, dança, artesanato e agroindústria, shows e outros 
16h - Apresentação do Grupo Fa Ben Balare
16h30min - Apresentação Coral da Fundação Casa das Artes
17h - Coral das Crianças de Farias Lemos
17h30min - Apresentação da Orquestra Instituto Tarcísio Michelon
19h - Filó Italiano e Apresentação do Coral Caminhos de Pedra 
19h30min - Show com a Banda Antro
Atividades Paralelas
* Exposição e venda de artesanato da Economia Solidária
* Exposição Capitano Brutus Esportes Aquáticos Radicais
* Quiosque de exposição da Agroindústria 
* Süd Birrificio Artegianale - Comercialiazação de cervejas artesanais
* Registro do evento pelos alunos da oficina de fotografia da Fundação Casa das Artes
PRAÇA ISMAR SCUSSEL 
Das 16h às 17h30min - Show acústico Maurício & Roger
ENTORNO DA FCA 
Das 16h às 21h
* Brinquedos infláveis
* Pipoca, cachorro-quente, algodão doce
FUNDAÇÃO CASA DAS ARTES
A partir das 16h
* Sessões de cinema infantil
* Exposições artísticas
MONUMENTO AO IMIGRANTE/MUSEU
18h - Saída da procissão do Monumento ao Imigrante em direção ao Museu. Durante o trajeto, serão entoadas músicas italianas, além de ser representada a chegada dos imigrantes (Raízes de Bento, prefeito, convidados, etc.). 
A partir das 18h30min
* Apresentação da Fanfarra I Bersaglieri na chegada da comitiva18h30min. 
* Início do cerimonial, com participação do Coral da Fundação da Casa das Artes
* Corte da fita/descerramento de placa. Neste momento, as janelas do museu serão ocupadas por violinistas da FCA
* Visita das autoridades ao interior do museu (grupos de 20 pessoas)  

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