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domingo, 26 de junho de 2016

Cuidados com as crianças que têm rinite alérgica




Os sintomas da rinite alérgica são muito semelhantes aos de uma gripe. A criança pode apresentar coriza e a secreção que, na maioria das vezes, é clara ou transparente. A obstrução nasal também é muito frequente, além do tão característico prurido nasal, que é a coceira no nariz.
É comum, também, que a criança com rinite alérgica tenha crises de espirro ao acordar, pela manhã, ou quando entra em um ambiente empoeirado ou com ar-condicionado. Ainda, com frequência, a rinite alérgica se associa a manifestações oculares como olhos vermelhos e prurido ocular. “Em geral, a rinite alérgica é vista em crianças maiores. Muitos estudos mostram ocorrência em crianças acima de um ano de idade, mas o mais comum é que se veja a rinite alérgica completamente estabelecida em crianças acima de dois anos de idade”, explica a pneumologista infantil da Salute Clínicas Especializadas, Dra. Cláudia Lidroneta Bernardino da Costa Katz. Ela ainda conta que há uma forte ligação entre eczema de bebês, que surge durante o primeiro ano de vida, com o desenvolvimento da rinite até os cinco anos.
Outro fator sobre a rinite alérgica que não pode ser ignorado é que, assim como a asma e eczema, é uma doença com componentes hereditários e também com forte interferência de estimulação ambiental. Uma possível complicação é que a rinite altera a mucosa nasal e aumenta o tamanho dos cornetos nasais, fazendo com que haja obstrução nasal. Esta obstrução, responsável pela sensação de "nariz entupido", acarreta voz anasalada e obstrui os óstios de drenagem dos seios paranasais, que são os orifícios pelos quais os seios paranasais drenam as secreções diárias ou produzidas durante as infecções. Com isso há um acúmulo de secreções nos seios da face, que pode dar origem tanto às sinusites congestivas – apenas pela presença das secreções – quanto às infecciosas, pois fica muito mais fácil o desenvolvimento de bactérias nestas secreções aprisionadas nos seios da face.
Tratamento
O tratamento deve ser individualizado. Em alguns pacientes, podemos identificar os desencadeantes ambientais que levam à rinite e, com isso, se torna possível a prevenção apropriada. Porém, na maioria dos casos, não se consegue identificar o fator desencadeante ou são múltiplos fatores, o que impossibilita a prevenção.
O tratamento clínico inicial deve ser baseado no uso de anti-histamínicos (antialérgicos), preferencialmente os que não causam sonolência ou alterações do apetite e os corticoides tópicos nasais. “Na maioria das vezes, estes tratamentos conseguem melhorar a qualidade de vida do paciente, reduzir as infecções secundárias e controlar a obstrução”, esclarece a Dra. Cláudia. Ela ressalta que, eventualmente, o paciente apresenta sintomas apenas sazonais, devendo ser tratado nos momentos de crise. Caso a rinite seja frequente ou perene, adotam-se ciclos de tratamento intermitentes que conseguem manter o paciente bem controlado.
A pneumologista ainda lembra que a imunoterapia pode ser utilizada quando se tem conhecimento pleno do agente desencadeante, quando se comprova clínica e laboratorialmente a relação entre o agente e as crises e, com isso, é possível o tratamento por meio de vacinas. “Infelizmente, isso se aplica à minoria dos pacientes, embora, atualmente, esta terapêutica seja aplicada muitas vezes sem critérios adequados, o que leva a um alto custo desnecessário e muitas vezes inútil”, completa a Dra. Claudia.
A prevenção é sempre a melhor opção, mas, por depender da identificação do alérgeno, o que nem sempre é possível, é preciso seguir algumas dicas gerais. Por exemplo, o alérgeno mais conhecido é o ácaro do pó doméstico. Para evitá-lo é aconselhável que não se varra a casa, mas que se opte pela limpeza com pano úmido e álcool.
Outras dicas:
• reduzir ou retirar do ambiente bichos de pelúcia, cortinas e tapetes;
• arejar o ambiente, permitindo a entrada do sol, que é um agente eliminador do ácaro;
•colocar colchões e colchas ao sol, periodicamente;
•evitar a presença de mofo e tratar os locais mofados com ácido bórico ou água sanitária;
•evitar animais domésticos dentro de casa, principalmente nos quartos de dormir sobre camas e sofás.
O cigarro também elimina substâncias que lesam a mucosa nasal e podem ficar até 24 horas no ar. Por isso, recomenda-se não fumar perto do paciente com rinite e nem no ambiente em que ele frequenta. Se um familiar insiste no hábito, deve ser convidado a fumar fora de casa. Locais muito poluídos, sobretudo com alto tráfego de veículos, precisam ser evitados. Em tempo seco, como o que passamos a ter agora em Brasília, o uso de umidificação ambiental (toalha molhada, bacia embaixo da cama) e mesmo local, como o gel hidratante, ajudam a manter a mucosa nasal mais saudável.
É sempre bom lembrar que o reconhecimento precoce da crise de rinite, a prevenção e o tratamento adequado durante as crises previnem complicações comuns nas crianças, como a sinusite e também a otite.

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