O setor de saúde suplementar está imerso na atual recessão
econômica do Brasil, questão, a qual, influencia principalmente a vida da
população, que tem seu acesso a bens e serviços comprometido. De acordo com o
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o País registrou o
fechamento de mais de 1,5 milhão de empregos – pior resultado para um ano desde
o início de sua apuração, em 1992. Acompanhando esse movimento, conforme
informações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras de
planos de saúde perderam mais de 766 mil beneficiários – fato inédito no setor
que até então havia registrado crescimento ininterrupto desde o início da série
histórica, há dez anos.
Para tentar conter os avanços das despesas constantemente
superiores ao crescimento das receitas, as operadoras de planos de saúde têm
investido na qualidade e no aperfeiçoamento da prestação de serviços a seus
beneficiários.
A retração da economia, aliada ao avanço da tecnologia
médica e ao envelhecimento da população brasileira, dentre outras
particularidades, deixou as operadoras de saúde em situação delicada, pondo em
risco a sustentabilidade do setor.
Nesse sentido, as empresas de planos de saúde têm aprimorado
seus programas de promoção e prevenção de saúde. Segundo dados da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), atualmente mais de 1,2 milhão de pessoas
já fazem parte desses tipos de programas.
O objetivo é desenvolver ações que estimulem hábitos mais
saudáveis como a prática de atividades físicas, alimentação adequada e controle
do alcoolismo e tabagismo na sociedade. Essas são iniciativas tão importantes
quanto cuidar para que os sintomas e as consequências de doenças crônicas já
desenvolvidas pelo indivíduo sejam evitados ou, ao menos, postergados,
priorizando a melhora da qualidade de vida do cidadão.
Além disso, operadoras adotam outras iniciativas importantes.
Entre elas, estão: a maior utilização de tecnologia da informação; a
simplificação e padronização de processos administrativos; o estímulo à
concorrência e à transparência de preços e resultados; a integração dos
diversos níveis assistenciais; e, principalmente, o combate aos desperdícios,
seja devido práticas abusivas, fraudulentas ou, até mesmo, à má gestão no
sistema de saúde.
O resultado deste esforço já é tangível. De acordo com o
último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e
Estatísticas (IBOPE), 75% dos entrevistados afirmaram estar “satisfeitos ou
muito satisfeitos” com o atendimento de seus planos de saúde. A pesquisa aponta
ainda que 94% dos brasileiros acham que o plano de saúde é essencial e, para
86% dos entrevistados, o principal motivo é a qualidade do atendimento.
O Sindec – Sistema Nacional de Informações de Defesa do
Consumidor, órgão ligado ao Ministério da Justiça que reúne queixas dos Procons
de todo o País – aponta que, mesmo com a crise financeira que assola nossa
economia, o setor de planos de saúde conseguiu manter seu padrão de qualidade,
melhorando uma posição entre 2014 e 2015 nesse ranking, saindo de 17º para 18º
lugar dentre os mais reclamados. Importante ressaltar que o setor jamais esteve
entre os dez mais reclamados.
É sabido que o setor ainda pode e deve evoluir, mas os
números apresentados são satisfatórios, sobretudo se levado em conta que, em um
universo de quase 50 milhões de beneficiários onde são realizados em torno de
1,2 bilhão de atendimentos por ano, houve um total de 27.055 reclamações
(Sindec/2015), o que corresponde a cerca de uma reclamação a cada 44 mil
procedimentos realizados.
Aos beneficiários compete entender a dinâmica do plano de
saúde, utilizá-lo da melhor forma possível e buscar conhecer todo o acesso à
sua disposição. Aos gestores, cabe perguntar o que ainda pode ser melhorado.
Certamente, todas as partes têm um longo caminho a trilhar pela frente e, com
certeza, a busca pela excelência permanecerá constante e incansável e é de
interesse geral que isso aconteça.
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