Especialista
orienta a identificar os sintomas
Você sabe reconhecer quando está
diante de um quadro de alergia, intolerância ou sensibilidade alimentar?
De acordo com Mariana Nacarato, consultora em nutrição da Associação Brasileira
das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos
Industrializados, a principal diferença está no tipo de resposta desencadeada
pelo nosso corpo.
Segundo a especialista, o primeiro
passo é entender como funciona cada organismo já que um mesmo alimento nunca atua de maneira igual em todas as pessoas.
“Se há algum desconforto após as refeições, é essencial observar os sintomas e procurar
um médico antes de começar dietas restritivas sem diagnóstico comprovado”, diz.
A nutricionista
explica as diferenças entre as três disfunções:
Alergia – a resposta do corpo é imediata e está
associada com a produção de uma classe específica de anticorpos e ativação do
sistema imunológico para combater componentes considerados “estranhos”.
As manifestações clínicas mais comuns
aparecem na pele (urticária, inchaço, coceira, eczema) ou estão relacionadas ao
sistema respiratório (tosse, rouquidão e chiado no peito) e ao sistema
gastrointestinal (diarreia, dor abdominal, vômitos e, algumas vezes, sangue nas
fezes). Manifestações mais intensas em vários órgãos simultaneamente, como
reação anafilática, são mais raras, mas também podem ocorrer.
De acordo com a Associação Brasileira
de Alergia e Imunologia, estima-se que as reações alimentares de causas
alérgicas verdadeiras atingem de 6 a 8% das crianças com menos de três anos de
idade e de 2 a 3% dos adultos. Fatores como predisposição genética, alterações
no intestino e potência antigênica de alguns alimentos – produtos que contém
elementos considerados potencialmente alergênicos, como trigo, centeio, cevada,
aveia, crustáceos, ovos, peixes, amendoim, soja, leite, entre outros – têm
importante papel para o desenvolvimento de alergias. De todo modo, existem
tratamentos, principalmente em relação ao trato gastrointestinal, que impedem
esta condição.
Se a alergia for considerada leve, é
possível ingerir o alimento que causa a reação em quantidades moderadas, depois
de tomar as devidas medicações indicadas pelo médico. Além disso, nos casos
onde é necessário restringir o consumo de alguns alimentos, é recomendado o
acompanhamento de um nutricionista, para evitar o possível desenvolvimento
deficiências nutricionais que levam a outras decorrências, como queda de
cabelo, unhas fracas, problemas na pele e dificuldades de cicatrização.
Sensibilidade - é uma reação menos severa do organismo a determinado
alimento e pode acontecer até 72 horas após o consumo.
É o termo usado para designar um
conjunto de sintomas – como dores abdominais, inchaço e hábito intestinal
alterado, fadiga, dor de cabeça, dor nos ossos e articulações, distúrbios do
humor e algumas manifestações da pele como eczema – que vem sendo relatado por
um número crescente de pessoas.
Diagnosticar a sensibilidade não é
fácil, pois não existem critérios confiáveis, especialmente pela falta de
biomarcadores que denunciem a doença. Por isso, um método usado pelos
especialistas em saúde e nutrição é testar um cardápio diário sem os alimentos
que podem causar este mal-estar para ver se os sintomas regridem. Em caso
positivo, esses nutrientes são reintroduzidos para checar se os sinais
retornam. Quando a sensibilidade é confirmada, o tratamento consiste em uma dieta
com quantidade reduzida do alimento, mas sob orientação médica para repor
vitaminas e minerais não encontrados nestes produtos.
Intolerância - os sinais surgem geralmente duas a três horas depois
da ingestão do alimento. Ocorre quando o organismo não possui enzimas capazes
de absorver os açúcares ingeridos. O açúcar permanece retido e acumulado no
estômago, provocando inúmeros desconfortos como cólicas, enxaqueca, urticária,
eczema, tontura, náuseas, aftas, prisão de ventre, arritmia cardíaca, conjuntivite,
obesidade, fadiga, inchaço pelo corpo, dores abdominais, diarreia, entre outras
reações.
As principais substâncias que
provocam intolerância nas pessoas são a lactose, galactose, glúten, crustáceos,
chocolate e alimentos com conservantes e corantes em geral. Comer com
equilíbrio e rever hábitos alimentares são as melhores maneiras para diminuir
os desconfortos.
A nutricionista explica que os
tratamentos médicos para estas três disfunções variam de acordo com cada pessoa
e o tipo de sintoma relatado. “Na maioria dos casos são realizadas análises de
sangue e/ou testes alérgicos na pele para identificar a origem do problema. Em
casos extremos, a retirada total do alimento da dieta é a solução”, diz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário