Se detectado no início tem altas chances de
cura, alerta Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia
Celular
O diagnóstico precoce do linfoma é absolutamente
relevante no prognóstico do paciente. Os linfomas constituem um grupo de
doenças, com cerca de 40 tipos com comportamentos clínicos diferentes, mas a
expressiva maioria é classificada como um câncer do sistema imunológico. Na
maioria dos casos se apresenta com aumento dos gânglios linfáticos ou
linfo-nódulos chamados de ínguas, que são estruturas distribuídas no nosso
organismo que funcionam como filtros tanto em processos infecciosos como em
outros mecanismos de defesa do próprio corpo humano.
Para Carlos Chiattone, médico hematologista e diretor da
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), o
linfoma não está certamente entre os cânceres mais frequentes como câncer de
próstata de homens, câncer de mama de mulheres, mas ocupa em torno da sexta
posição em frequência dos cânceres e teve uma característica de aumento
significativo nas últimas décadas, o dobro de incidência.
“No sistema público de saúde há um retardo muito grande
entre o início dos sintomas e o começo do tratamento, implicando em uma
diferença significativa do perfil da doença nos estabelecimentos públicos em
relação aos privados, ou seja, os pacientes nos estabelecimentos públicos ao se
fazer o diagnóstico, a doença já está muito mais avançada do que no perfil do
paciente dos estabelecimentos privados, e isto determina um pior prognóstico
para esse paciente”, explica o médico.
Entre os principais sintomas do linfoma estão o aumento
da estrutura de gânglios que muitas vezes pode ser palpável e/ou visível,
surgindo geralmente na parte lateral do pescoço, nas ínguas, nas axilas e nas
regiões inguinais. Portanto, o aparecimento de um nódulo com duração de uma,
duas semanas sem que se tenha evidências de uma outra doença é de se supor,
entro dos diagnósticos diferenciais, que isso possa ser um linfoma e o paciente
deve procurar o atendimento especializado, no caso o hematologista.
Para Chiattone, é importante ressaltar que muitas doenças
podem levar ao aumento dos gânglios linfáticos, não somente os linfomas, mais
especificamente, em processos infecciosos. Um exemplo: o indivíduo tem um
problema na mucosa oral, problema de uma infecção dentária, e passa a ter um
linfo-nódulo, em baixo da mandíbula, só esses linfo-nódulos determinados por
processos infecciosos são linfo-nódulos dolorosos, ao passo que os
linfo-nódulos determinados pelos linfomas são indolores e tem uma consistência
não mole e não endurecida, mas intermediárias, como se fosse a consistência de
uma borracha.
Em relação aos linfo-nódulos, o aparecimento de
estruturas como essas em que os gânglios linfáticos, particularmente do
pescoço, na axila, na região inguinal, aumento progressivo sem que haja uma
evidência de uma infecção, particularmente localizada, mas mesmo uma infecção
mais sistêmica e indolor persistente, durante uma, duas, três semanas é um
sinal de alerta de que possa ser um linfoma.
Além do aumento dos gânglios linfáticos, os pacientes em
um certo percentual apresentam sintomas clínicos, que também podem ser comuns a
outras doenças, por exemplo: febre, persistente sem causa infecciosa,
emagrecimento inusitado, não decorrente de uma dieta expressiva sudorese
noturna, aquela que molha a vestimenta e a cama.
Nem sempre o hematologista pode indicar indícios de
linfoma. Na maioria das vezes, como ela se inicia nos gânglios linfáticos e
linfo-nódulos, pode começar em qualquer lugar, um exemplo é no estomago e tem
como manifestações clinicas uma alteração digestiva alta ou uma gastrite, bem
como uma própria ulcera, no caso de mulheres, o ginecologista, em pessoas
idosas, o geriatra.
Saiba mais sobre a ABHH
A Associação Brasileira de
Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) é uma associação privada para
fins não econômicos, de caráter científico, social e cultural. A instituição
congrega médicos e demais profissionais interessados na prática hematológica e
hemoterápica de todo o Brasil. Hoje, a instituição conta com mais de dois mil
associados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário