Pesquisar no Blog

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Como funciona o eixo intestino-cérebro e a importância da alimentação no equilíbrio do organismo



Estudos mostram que o cérebro afeta a saúde intestinal e o intestino pode afetar a saúde cerebral. O intestino contém 500 milhões de neurônios que estão conectados ao cérebro por meio de nervos no sistema nervoso e o nervo vago é um dos maiores nervos que conectam o intestino com o cérebro enviado informações em ambas as direções. 

O desequilíbrio da homeostase da microbiota intestinal pode impactar negativamente na saúde provocando patologias distintas como os transtornos de ansiedade e depressão. Segundo a Organização Mundial da Saúde (2017), o Brasil está entre os países com maior índice de pessoas com transtorno de humor com enfoque na ansiedade com 9,3% da população e depressão com 5,8%. 

Segundo Laís Murta, nutricionista com pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e Mestranda em Saúde na área de Psiquiatria Nutricional pelo Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa, é possível identificar que algo não vai bem nessa comunicação entre intestino-cérebro através de sintomas como anemias e outras deficiências nutricionais crônicas. “É importante estar atento também a sinais de falta de energia e disposição, insônia, dificuldade de ganho de massa muscular, baixa imunidade, candidíase e infecção urinária de repetição, má digestão e alterações no fluxo intestinal”, explica. 

Para corrigir esses desequilíbrios, a alimentação é uma importante aliada. “A alimentação é o principal modulador da microbiota intestinal, uma vez que fornece os substratos energéticos (alimentos) para as bactérias simbióticas (boas), promovendo o equilíbrio da microbiota. Porém, em algumas situações específicas, como por exemplo, no caso da SIBO (supercrescimento bacteriano no intestino delgado), doenças inflamatórias intestinais e síndrome do intestino irritável, pode ser necessário o uso de suplementos e medicações específicas, individualizados”, acrescenta a especialista.
 

Confira abaixo os alimentos que podem ajudar no eixo intestino-cérebro:
 

Gorduras ômega-3: elas são encontradas em peixes de água fria e oleosos como salmão (selvagem), cavala e sardinha. Além de sementes tais como semente de linhaça e semente de chia.
 

Alimentos fermentados: iogurte, kefir, chucrute e queijos “vivos” contêm micróbios saudáveis. Esse tipo de alimento demonstrou ser benéfico para saúde mental.
 

Alimentos ricos em fibras e carboidratos complexos: grãos integrais, nozes, sementes, frutas e vegetais contêm fibras prebióticas que servem de “alimento” para as bactérias intestinais. Os prebióticos podem reduzir o hormônio do estresse em humanos, através da melhora do equilíbrio da microbiota intestinal.
 

Alimentos ricos em polifenóis: cacau, chá verde, azeite e café contêm polifenóis que são substâncias que também servem de prebioticos, melhorando a composição da microbiota.
 

Alimentos ricos em triptofano: Peru, ovos, grão de bico e queijo são alimentos ricos em triptofano, aminoácido que é convertido no neurotransmissor serotonina. 

 

Laís Murta - em Nutrição Clínica pela Universidade Nove de Julho, pós-graduada em Fisiologia do Exercício pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM), pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pela UNICSUL e mestranda em Saúde (Psiquiatria Nutricional) pelo Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa. Realiza atendimento clínico desde 2010, além de ter uma ativa vida acadêmica como coorganizadora e palestrante do GUTBRAIN Congress, coorganizadora e professora do Curso de Psiquiatria Nutricional -- FAPES; Professora convidada no curso de Especialização em Saúde Mental -- Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados