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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Os impactos da pandemia e os seus reflexos na ressocialização de crianças e adolescentes

Estudos apontam que a obesidade pediátrica aumentou durante o isolamento social e agravou o quadro de crianças e adolescentes infectados pela COVID-19, gerando impactos futuros


O isolamento social durante a pandemia mudou, de forma acentuada, o estilo de vida de crianças e adolescentes no mundo todo. Da prática de atividades físicas ao tempo de exposição a telas, a obesidade tem se mostrado a principal herança deixada pelo isolamento social, sendo que os principais fatores de risco que associam a obesidade ao COVID-19 em adultos também estão presentes nessa faixa etária, como inflamações crônicas, doenças cardiorrespiratórias subjacentes e prejuízo da resposta imune a essas e outras doenças.

“Nesse período, as crianças ficaram sem frequentar a escola e, durante o tempo ocioso, passaram a dormir mais, consumir produtos muito industrializados e ficar mais tempo expostas às telas de TV, celulares e tablets fora das atividades escolares, o que reflete no aumento de peso e no enfraquecimento do sistema imunológico”, explica a médica gastroenterologista pediatra Dra. Cristina Targa, presidente do Departamento Científico de Gastroenterologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Um estudo realizado na Itália analisou o estilo de vida de 41 crianças e adolescentes obesos do sexo masculino e feminino, durante três semanas de confinamento compulsório em Verona, e registrou que não houve mudanças no consumo de vegetais, mas observou o aumento no consumo de frutas, batata chips, carne vermelha e bebidas açucaradas durante esse período. As crianças com obesidade fizeram uma refeição extra por dia, mas o tempo gasto com atividades esportivas foi reduzido em duas horas e meia por semana. Em contraste, o período de sono aumentou em 0,65 h/dia, assim como o tempo de exposição às telas, que cresceu em 4,85 h/dia.

O estudo, denominado ”Effects of COVID-19 Lockdown on Lifestyle Behaviors in Children with Obesity Living in Verona, Italy: A Longitudinal Study”, foi conduzido pela equipe do pesquisador Angelo Pietrobelli e publicado no Obesity, jornal oficial da Obesitity Society. Foram realizadas duas etapas, sendo que as primeiras entrevistas foram feitas na visita inicial, em maio e julho de 2019. Depois, as entrevistas foram realizadas novamente, três semanas após a quarentena obrigatória, começando em 10 de março de 2020. As respostas coletadas inicialmente foram comparadas com as feitas durante as semanas de confinamento, sendo que todos os entrevistados tinham acesso a pátios ou jardins, com pequenos espaços abertos para atividades físicas.

Traduzido para o português como Efeitos do Lockdown de COVID-19 no estilo de vida de crianças com obsesidade que vivem em Verona, Itália, o estudo conclui ainda que o isolamento social pode exacerbar sintomas em crianças que já possuem diagnósitco de distúrbios gastrointestinais funcionais e ser um gatilho para desenvolvê-los em crianças suscetíveis. Além disso, o ambiente familiar hostil devido ao aumento do estresse das famílias - por insegurança financeira, adoecimento ou perda de entes queridos - e à violência doméstica também podem contribuir no desenvolvimento de desordens gastrointestinais funcionais.


Como proceder na ressocialização?

Segundo a Dra Cristina Targa, a reabertura das escolas e a retomada dos passeios em shoppings, cinemas e restaurantes podem acentuar a disseminação de viroses respiratórias e gastroenterites (diarreias agudas), muito comuns em crianças e adolescentes nas estações mais quentes do ano. “No consultório já temos observado um aumento de casos de desordens gastrointestinais funcionais, decorrentes do desequilíbrio da microbiota intestinal, como distenção e dores abdominais e diarreias de repetição”, revela a médica.

A microbiota, conhecida há alguns anos como flora intestinal, é como uma segunda impressão digital do ser humano: é única. E zelar por essa colônia do bem no nosso trato gastrointestinal, onde habitam trilhões de microrganismos, como bactérias, vírus e fungos, é tarefa do dia a dia. “A obesidade está totalmente relacionada à imunidade, já que a maioria das células do sistema imunológico está presente no intestino. Sendo assim, as gorduras guardadas nas células do tecido adiposo produzem proteínas que facilitam a inflamação e provocam o desequililíbrio da microbiota”, esclarece a especialista.

Ela complementa afirmando que “é muito importante fazer a prevenção dessas doenças mais comuns e preparar as crianças para voltarem à rotina. Ela passa por uma mudança no estilo de vida, começando pela alimentação saudável, que deve ser rica em prebióticos (fibras) e probióticos (presentes em iogurtes e leites fermentados), prática de atividades físicas regulares, de preferência ao ar livre, e ajuste das horas de sono, com horários certos para acordar e dormir”, explica a médica.

O impacto dessas mudanças na rotina pode resultar em desequilíbrios importantes na microbiota intestinal, com impactos no sistema imune que prejudicam a saúde como um todo. A modulação da microbiota é possível com o uso diário de probióticos adequados, evitando que as doenças se instalem, principalmente, nesse momento de exposição após um longo período confinamento e de maior vulnerabilidade do organismo.

Os probióticos são microrganismos vivos (bactérias boas) que, quando ingeridos em quantidades adequadas, interagem com a microbiota intestinal e têm um papel importante no restabelecimento de seu equilíbrio. 1

Existem vários tipos de probióticos, com indicações para patologias diversas. O que difere um do outro é a cepa probiótica, determinante para a ação no organismo. O Lactobacilos rhamnosus GG (LGG®) é a cepa mais estudada no mundo, com eficácia e segurança comprovadas em todas as faixas etárias, incluindo gestantes e idosos, para equilibrar e proteger a microbiota intestinal. As pesquisas científicas realizadas com o Lactobacilos rhamnosus GG (LGG®) já chegam a 35 anos, com validação de mais de 200 estudos clínicos em humanos e mais de 1.000 estudos publicados com essa cepa.

O LGG® é um bacilo Gram-positivo obtido a partir do intestino de um adulto saudável, totalmente sequenciado geneticamente, revelando-se mais 300 proteínas específicas – o que diferencia essa cepa das demais. Entre suas diversas atividades, consegue resistir bem ao ácido gástrico e à bile, adere de forma eficaz às células intestinais e favorece a produção de muco, fazendo com que o aumento da permeabilidade intestinal em situações onde há desequilíbrio da microbiota seja corrigido.

O LGG® diminui a inflamação intestinal mais rápido, reduzindo as citocinas pró-inflamatórias e incrementando as citocinas anti-inflamatórias muito mais do que outras cepas. Os últimos consensos e diretrizes de várias entidades médicas colocam o LGG® como a melhor opção para auxiliar no tratamento de diarreia aguda infecciosa em adultos e crianças.




Cellera Farma

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Culturelle® e Culturelle JuniorTM são marcas registradas da DSM.

LGG® é uma marca registrada da Chr. Hansen A/S.

Reg. MS: 673990004/673990003/673990002

 

Referência

1.Funkhouser LJ, Borderstein SR. Moms knows best: the universality of maternal microbial transmission. PLoS Biol. 2013;11(8):e1001631.


Como ajudar as crianças a se readaptarem às aulas presenciais em 2021

Pais de crianças que estavam em processo de adaptação escolar em 2020 procuram dicas para o próximo ano


Após quase um ano de atividades virtuais, muitos pais se preocupam sobre como será a readaptação das crianças à escola. O fato é que a pandemia atrapalhou o processo de adaptação de muitos estudantes da Educação Infantil e, com o possível retorno híbrido em 2021, é importante começar a preparar os pequenos para voltarem à rotina longe de casa e das aulas remotas.

A coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Colégio Renascença, Tania Barbosa Martin, explica que o trabalho para a readaptação deve começar agora com a presença das professoras através de vídeos e atividades on-line para não quebrar o vínculo de confiança entre o aluno e a escola. No entanto, o desafio vai além: no retorno às salas de aula será preciso acolher as experiências diversas de cada estudante durante o isolamento - como a perda de entes queridos.

“A adaptação para 2021 envolve a reaproximação com os espaços da escola, a presença das professoras deste ano e o período de acolhimento. A escuta atenta das famílias sobre como viveram este momento tão atípico se torna ponto central para entender e acolher as crianças e suas experiências. Os pequenos tiveram sua liberdade cerceada, muitos ficaram restritos aos seus apartamentos e outros sofreram perdas. Por isso, é preciso sensibilidade, escuta e entrega em cada relação estabelecida”, aponta a coordenadora.


Lidando com os sentimentos das crianças na pandemia

Se para adultos o isolamento físico já afeta a questão socioemocional, para crianças este período influencia bastante no comportamento. Um dos sintomas mais observados por pais e educadores foi a regressão em algumas etapas do aprendizado que já haviam sido conquistadas - por exemplo, voltar a fazer xixi na cama.

Na escola, essa tendência também é sentida. A coordenadora da Educação Infantil do Colégio Renascença conta que, com toda reclusão e falta de convívio social, as crianças tendem a regredir na questão da autonomia. “Muitos estudantes já tinham desenvolvido certa autonomia no ir e vir, em resolver pequenas questões ou mesmo alguns conflitos que acontecem na sala de aula. Contudo, com a presença constante dos pais e o convívio familiar atípico nos últimos meses, acabam regredindo nesse poder de decisão que estavam conquistando”, comenta Tania Martin.

Outro fator que influenciará o retorno em 2021 é que, devido às próprias condições de isolamento, muitos pais liberaram o acesso aos dispositivos eletrônicos sem restrições de horário. “Essa transição do virtual total para os conflitos da vida real pode aumentar os níveis de irritação de muitos alunos na escola e em casa”, alerta a especialista.

“No ambiente virtual tudo é muito rápido: erros e acertos. Também há certa passividade nas atividades virtuais, onde são colocados apenas para receber imagens e informações através das telas. Na vida real, por outro lado, é preciso lidar com interações e emoções que exigem acordos constantes e o exercício de se colocar no lugar do outro. Estas são capacidades que, de maneira geral, todos nós perdemos um pouco com o isolamento”, complementa.


Volta às aulas da Educação Infantil

Para educadores, o planejamento de 2021 precisa incluir, além do currículo pedagógico formal, etapas de acolhimento com tempo de escuta e propostas de relatos diários das crianças pensadas intencionalmente para o desenvolvimento socioemocional. Este é um exercício que muitas famílias podem fazer em casa para estimular o compartilhamento e elaboração das emoções que perpassam o isolamento social, mesmo com a flexibilização. 

“Para os professores do Colégio Renascença, nossa recomendação será não esquecer da parceria constante com as famílias, algo que conquistamos durante a pandemia e que não vamos lançar mão daqui para frente. Estivemos dentro das casas de cada aluno, ouvindo e intervindo na construção deste período e, para a readaptação em 2021, este trabalho conjunto entre escola e família será essencial”, finaliza a coordenadora pedagógica, Tânia Barbosa Martin.


Três dicas essenciais para oferecer cuidado adequado aos idosos

As pessoas almejam longevidade com qualidade de vida. Alinhar saúde, tanto física como emocional, além de bem-estar, socialização, segurança e outros aspectos da vida, é fundamental durante o envelhecimento. Muitos familiares de pessoas com mais de 60 anos se questionam como proporcionar o cuidado adequado e acredito que promover discussões sobre o tema nos ajuda a lembrar que essa parcela crescente da população precisa ser ouvida, respeitada e priorizada. Como sociedade é nosso dever falar sobre a importância de uma atenção direcionada aos idosos.

Na fase idosa, é preciso lembrar que, além do apoio de familiares e amigos, uma equipe multidisciplinar pode ajudar a atender as necessidades de cada um. Costumo dizer que, quando esses especialistas se unem com foco no indivíduo, vemos o progresso desse paciente. É o que chamo de cuidado singular. Vai além de atender a pessoa no consultório, pois é praticar a escuta ativa e entender que o idoso tem anseios, dúvidas, sentimentos, deseja que suas vontades e particularidades sejam atendidas, mesmo que com algumas limitações ou restrições. Posso resumir em: ter empatia.

Considerando que precisamos, cada vez mais, falar sobre como proporcionar esse cuidado singular, separei três dicas essenciais que familiares e amigos de idosos precisam estar atentos e podem aplicar no dia a dia:


1. Adaptações na casa

Parece algo simples, mas muitas pessoas esquecem que um fio exposto ou tapete pode causar uma queda ou acidente. O processo de envelhecimento faz com que algumas pessoas tenham suas capacidades funcionais motoras reduzidas, por isso, é essencial pensar em maneiras de cuidar adequadamente dessa nova necessidade. Um corrimão e adesivos antiderrapantes na escada proporcionam segurança, por exemplo. Algumas famílias optam por rampas, barras de apoio, eliminam os tapetes, escolhem pisos que não sejam muito lisos. São várias adaptações até nos móveis, como a cama, cadeiras e sofá, que, muitas vezes, estão ou muito baixos ou altos e afetam a mobilidade e conforto dos idosos.

As quedas em idosos podem causar fraturas, luxação, entre outras lesões, sejam leves ou graves. É importante reforçar que os ossos da pessoa idosa não são mais tão fortes e a recuperação após uma queda é mais lenta. Para preservar a segurança de seu familiar idoso é fundamental olhar para o seu ambiente e pensar: "Como posso adequar e proporcionar conforto?".


2. Pratique a escuta ativa e se lembre da importância do cuidado singular

É comum as pessoas pensarem que, porque seu familiar se tornou idoso, ele se transformou em uma criança, cheia de manias, e que os outros adultos devem escolher tudo por eles. Desde a comida até a programação diária. Agir dessa maneira até pode ocasionar doenças emocionais como estresse, depressão e ansiedade nos idosos, pois eles sentem que sua identidade, gostos e preferências não são mais importantes. Eles querem e precisam ser ouvidos. Muitas vezes, será necessário paciência, porque eles passam a ter algumas limitações e, até se adaptarem a elas, leva tempo. Mas então entra em cena aquela palavra que falei no começo do texto: empatia. Quando alinhamos essas duas palavras com o respeito passamos ouvir mais e cuidar com foco em atender às necessidades individuais daquela pessoa.


3. Proporcione atividades de relaxamento

Todos precisam de um tempo para descansar e relaxar. Isso é ter saúde e qualidade de vida. Como já mencionei no artigo sobre a atenção que a população idosa necessita nessa época de distanciamento físico, devido à pandemia, manter-se ativo é fundamental e relaxar faz parte disso. Cada pessoa tem uma forma de descansar a mente e o corpo, seja praticando meditação ou yoga, cozinhando, pintando, lendo, assistindo um filme ou série. O importante é encontrar uma maneira de fugir da rotina de correr com mil afazeres do dia a dia e reservar um tempo de autocuidado. Relaxar repõe as energias, traz prazer e proporciona alegria.

Os idosos devem escolher como e o que desejam fazer. Os familiares podem incentivar essas atividades de relaxamento, mas não devem impor ou forçar, para o que deveria ser prazeroso não se torne estressante, já que o objetivo é totalmente o oposto.

Nesse momento, o cuidado e a preocupação com aqueles que amamos precisam de um olhar ainda mais atento. Carinho e amor são essenciais. Obviamente, a saúde tanto física quanto emocional deve ser vista como prioridade. Precisamos lembrar constantemente que nossos idosos necessitam de atenção direcionada para que a longevidade com qualidade de vida seja colocada em prática.

 

 


Mini Bio Dra. Ana Catarina Quadrante - Geriatra e coordenadora médica da Cora Residencial Senior, formou-se na Faculdade de Ciências Médicas de São Paulo e fez residência em clínica médica no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e, também, em geriatria e gerontologia. Tem pós-graduação em aperfeiçoamento em cuidados paliativos pelo Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa. Atuou como clínica médica do Instituto do Câncer de São Paulo e como médica geriatra nos hospitais: Santa Cruz, Sírio Libanês, Alemão Oswaldo Cruz. Além disso, também foi médica da equipe de cuidado paliativos do Hospital Metropolitano do Butantã.


Psicóloga alerta para riscos da busca incessante pela felicidade

Viver e não ter a vergonha de ser triste

Psicóloga da Unicamp diz que procura descabida pode levar à depressão e ansiedade


Crescemos ouvindo histórias que terminam com finais “felizes para sempre”. Como se, depois de superadas todas as adversidades, o caminho adiante fosse apenas um: a tristeza dando lugar à felicidade.  Assim como o príncipe ou a princesa encantada, essa mensagem se apegou ao imaginário social e se transformou em obsessão: nosso objetivo de vida é ser feliz, a qualquer custo. O problema é que buscamos isso nas motivações erradas, segundo a psicóloga Ana Gabriela Andriani, mestre e doutora pela Unicamp: na comparação com o outro, em dinheiro, posses e sucesso.

Mas o que é ser feliz, afinal? A nossa felicidade é a mesma que para outras pessoas? E se não é no dinheiro ou no sucesso, onde a encontramos? “A primeira coisa que precisamos entender é que a felicidade possui uma dimensão objetiva e outra subjetiva. A primeira se refere às condições da pessoa, ou seja, questões econômicas, de saúde e até do nível de criminalidade e violência do local onde vive. Em resumo, a qualidade de vida que ela tem”, afirma a especialista.

Tudo isso influencia na sensação de bem-estar e, portanto, de felicidade. “Uma pessoa que está em condições financeiras muito difíceis ou que está doente obviamente não se sente feliz. Quando ela passa a ganhar mais, ter melhor acesso à saúde e educação, sente um maior bem-estar e, consequentemente, fica mais feliz. Isso mostra que questões materiais e de estrutura social e econômica são, sim, importantes para a sensação de felicidade”, diz Ana Gabriela.

Porém, a psicóloga afirma que esse aumento de bem-estar não é sempre proporcional ao êxito financeiro, por exemplo. Para embasar isso, ela cita o livro “Felicidade”, do economista e filósofo Eduardo Giannetti. Nele, há pesquisas das últimas décadas que mostram que, a partir de um determinado nível econômico, o ganho financeiro de uma pessoa não mais interfere em sua sensação de felicidade. Como exemplo são citados casos de pessoas que moram em países muito pobres. Quando essas dificuldades são superadas e elas passam a ter boas condições de saúde e um nível melhor de vida, isso interfere diretamente na sua sensação de bem-estar e de felicidade. Mas, a partir de um determinado nível de ganho – que, as pesquisas sugerem, está em torno de mais de 10 mil dólares por ano – essa felicidade não é mais influenciada pelo dinheiro.

 

Felicidade fugaz


Copo meio cheio ou meio vazio

Esses dados indicam a existência dessa dimensão subjetiva para a felicidade, que nós não conseguimos definir exatamente qual é. “Vivemos em uma busca incessante pela felicidade hoje em dia. Parece que temos obrigação de sermos felizes, mas a gente não sabe dizer exatamente o que nos faz feliz. É muito comum associarmos a sensação de felicidade a desejos e conquistas materiais. Acreditamos que, se ganharmos mais ou se compramos uma casa maior, seremos mais felizes. Mas isso é fugaz: essa sensação boa, de quando consumimos algo, é efêmera, não se sustenta ao longo do tempo”, analisa a psicóloga.

Por esse motivo, pessoas consumistas precisam sempre comprar algo novo: é uma tentativa de manter a sensação de bem-estar, já que ela passa muito rápido. Ao relacionar felicidade a falta de sofrimento e tristeza ou ter muitos bens materiais, geramos mais depressão e ansiedade do que boas sensações.

 

Viver e não ter a vergonha de ser...triste

Achamos que não podemos estar tristes: temos que ser, o tempo todo, felizes, motivados, com alta performance e não podemos passar por momentos de desmotivação, tristeza, frustração ou reflexão. Segundo Ana Gabriela, esse é um dos motivos pelos quais mais se observa um aumento no consumo de antidepressivos e ansiolíticos. “A frustração tem a ver com o descompasso que existe entre o que a gente sonha e o que é possível fazer na realidade. Pensamos que o mundo sempre se encaixará perfeitamente ao que queremos. E isso não é verdade: essa falta de vazios e de frustrações não é possível”, diz.

Como exemplo do prejuízo que essa ideia pode trazer às nossas vidas e aos dos que nos rodeiam, a psicóloga cita os pais superprotetores, que tentam fazer com que os filhos não entrem em contato com as frustrações. “Isso é um prejuízo para a criança, porque a vida, no geral, terá muitas faltas, sensações de incompletude, e, se ela não conseguir viver com isso, persistir e lutar pelo que quer, poderá cair numa situação de frustração paralisante e mais depressiva, já que não terá aprendido a lidar com esse sentimento.”

 

O outro e as redes sociais

Outro erro é desejar ser feliz da mesma maneira que os outros. E as redes sociais têm grande peso nesse equívoco: consumimos relatos de ostentação como meta de felicidade, imaginando que, se tivermos o emprego daquela pessoa, as roupas ou as posses iguais às dela, seremos mais felizes. “Isso também é muito prejudicial, porque há sempre uma comparação com o outro – e as redes estimulam muito essa comparação – mas o que é postado no Instagram ou no Facebook é o retrato de momentos de felicidade, de conquistas ou de prazer, não a rotina. Então, a tendência é achar sempre que está aquém e que é menos que o outro. Mas isso vai sempre acontecer: a gente nunca vai ser igual ao outro, sempre existirá alguém que tenha mais ou que é algo a mais do que a gente. Ficar nessa busca por ser igual a alguém é muito prejudicial”, afirma a especialista.

 

Felicidade nos pequenos momentos

Tudo isso indica que não seremos nunca felizes? Não, claro que não. Mas é preciso desmistificar o que é a felicidade e que ela é permanente, quando na verdade é um estado, em geral, momentâneo. É comum pensarmos que, ao fazer uma viagem ou iniciarmos um novo trabalho, encontraremos a felicidade. É a ideia equivocada do “felizes para sempre”, o lugar mágico onde não existem mais problemas.

“Gosto de uma frase do Guimarães Rosa em que ele diz ‘Felicidade se acha em horinhas de descuido’. Acho que ele dá dicas importantes para a gente quando fala sobre isso, porque está dizendo que nós vivemos momentos de felicidade e que, além de serem momentos, ou seja, não ser uma sensação permanente, muitas vezes descobrimos que estamos felizes ou temos a sensação de bem-estar quando menos esperamos ou quando não está planejado”, afirma Ana Gabriela.

Devemos, então, aceitar a felicidade como um momento e não um estado constante – e aproveitar isso. Estar de acordo com seus valores também pode proporcionar bem-estar. E chegar a um entendimento de nós mesmo também é um jeito de ser feliz. “No trabalho de psicoterapia, quando entendemos quem somos e o sentido do que estamos fazendo, dá muita sensação de bem-estar. A dimensão subjetiva da felicidade tem a ver com o modo como você sente a sua vida, como você se relaciona com ela e seus afetos, e como faz suas escolhas. A felicidade é algo que acontece dentro da gente”, finaliza. 


Detox corporativo: o que fazer quando o ambiente de trabalho é nocivo e faz mal?

 Clima ruim nas organizações gera perdas financeiras e afeta a saúde mental dos colaboradores

 

O ditado popular de que uma maçã podre pode estragar as demais em uma cesta é conhecido em quase todos os países e continentes. A analogia também vale quando os seres humanos interagem num mesmo grupo. Se um deles está feliz, a chance de que outros tornem-se mais felizes aumenta consideravelmente. Porém, o contrário também é verdadeiro.

Estudo da Harvard Business School com mais de 60 mil funcionários de empresas de todos os tamanhos e setores distintos mostra que o ambiente ruim de trabalho desanima as equipes e afetam os resultados.


Características

São inúmeras as situações que indicam um ambiente nocivo à saúde mental e física, tais como a falta de respeito entre colegas, a pressão ininterrupta por resultados, o clima de tensão, gestores que estimulam concorrência desleal, utilizam de ironias e fazem críticas destrutivas.

 Divulgação


“Com o passar do tempo, os comportamentos nocivos passam a fazer parte da cultura da empresa. Isso afeta diretamente as pessoas, a atmosfera organizacional e também os resultados. Só de observar a forma como as pessoas se relacionam umas com as outras e o jeito que tratam seus liderados, colegas, clientes e fornecedores dá para ter uma ideia do grau de toxicidade de uma organização”, relata a consultora e professora de cursos de pós-graduação Luciane Botto, autora do livro Liderança Integral – A Evolução do Ser Humano e das Organizações (ed. Vozes, 344 págs.)

Divulgação

 

Íntimo, mas impessoal

Mais comum do que se imagina, o ambiente prejudicial à saúde costuma ter origem em gestores e naqueles funcionários considerados super estrelas – muito talentosos e produtivos no curto prazo, mas egocêntricos e que não se importam com os outros.

Quem viveu nesse tipo de local por algum tempo sentiu os reflexos negativos dessa cultura organizacional. “A competitividade era absurda, tinha que provar a todo momento que era boa o suficiente para estar naquela empresa e viver para o trabalho. O desgaste foi tamanho que 15% do meu salário era usado só com remédios”, conta a executiva Márcia Souza – nome fictício, para garantia de sigilo – que atuou por sete anos numa empresa de bens de consumo. 

Hoje ela atua noutra companhia do ramo de pesquisa e inovação, tem mais qualidade de vida e presencia enorme diferença. “O clima interno é muito bom, as pessoas sentem-se melhor e querem ficar aqui”, completa.


Ficar ou sair?

De acordo com o psicólogo, mestre em Educação e professor do UNICURITIBA, Dori Luiz Tibre Santos, a maioria dos indivíduos não percebe suas ações e o jeito que trata os demais. “Quem se sente prejudicado deve falar com o agressor, explicar seu ponto de vista e pedir que mude o comportamento. Também é importante relatar ao superior”, observa.

Se o gestor não tomar atitudes, vale falar com os diretores da organização e, se for o caso, pedir afastamento. “Afinal, a maioria trabalha pela necessidade econômica e deixar uma empresa não costuma ser uma escolha simples”, diz. Santos também recomenda buscar apoio psicoterápico.

Segundo o advogado especialista em Direito e Processo do Trabalho, Arno Bach Filho, as companhias devem ficar atentas, pois a Constituição Brasileira relata que é um direito dos trabalhadores terem um ambiente seguro e de bom convívio.

“As empresas devem ter códigos de condutas e meios de comunicação para denúncias com garantia de sigilo. Se não tiverem isso e não averiguarem os fatos, correm o risco de perder o funcionário e terem de arcar com indenizações por danos moral e material. Em casos extremos - em que a pessoa desenvolva síndromes que a tornem inapta ao trabalho - podem ser condenadas a pagar pensão vitalícia”, explica.


Gente feliz produz mais

A boa notícia é que cada vez mais as pessoas se dão conta de que existem saídas para essas situações.

“Temos um ambiente saudável, colaborativo e inclusivo. Numa das reuniões, a sugestão do estagiário era melhor que a do presidente, foi aceita e implementada naturalmente. O jovem ficou tão feliz, trouxe ainda mais ideias nas outras reuniões e todos ganharam juntos”, conta Rodrigo Alves, CEO da Fil Group Logística que tem cerca de 30 colaboradores.

Não à toa, a empresa mantém crescimento durante toda pandemia, está em expansão e vai contratar mais três funcionários para as áreas de operações, vendas e financeiro. “Muitos colaboradores se dizem encantados com nossa filosofia e maneira de atuar. Alguns falam que nem acreditam na atenção e cuidados que recebem”, completa a gestora de Cultura e Pessoas da companhia, Sandra Maurer.

Outro exemplo de que é possível cuidar do time e alcançar bons resultados acontece na Tintas Vergínia. Com 265 funcionários nas lojas de Curitiba, Região Metropolitana e Ponta Grossa, a corporação ouve constantemente as sugestões internas. As equipes compartilham ideias, geram boas soluções, ganham autonomia e ficam mais motivadas.

“Até pouco tempo, a entrega e descarga de material na loja era manual. Um funcionário sugeriu instalar uma rampa no caminhão. Com essa ideia simples, mas muito importante, economizamos tempo. Noutra ocasião, um colaborador recomendou terceirizar os serviços de motoboy e tivemos ganhos financeiros”, relata o gerente de Estratégia e Projetos, Eduardo Bathke.

“Sempre que preciso, sou ouvido. O ambiente é favorável, existe harmonia entre os setores, temos acesso direto aos gestores e não há pressão nas cobranças”, conta Willian Pagangliso, coordenador de Vendas e há cinco anos na companhia.

Empresas são feitas de pessoas. São elas que fazem a mudança acontecer. Ambientes saudáveis têm mais chances de atrair, reter os melhores talentos e alcançar a alta performance. Além disso, cada vez mais a imagem e a reputação de uma companhia estarão ligadas ao modo como a equipe se trata. Essa humanização da gestão eleva o nível de engajamento, inovação e ajuda preparar o ambiente para o futuro que está por vir”, enfatiza a consultora Luciane Botto.


Com participação de Gabriela Prioli, Sistema de Ensino pH realiza “aulão” de revisão para o Enem


O evento acontece no dia 05 de dezembro, a partir das 9h30, online e gratuitamente. Dicas de preparação e carreira também serão tópicos abordados por outros professores e especialistas presentes


Para os estudantes que iniciaram este ano buscando uma aprovação no vestibular, o desafio de se preparar para as provas ficou ainda maior. Além da grande quantidade de conteúdos cobrados e do nervosismo para realizar os exames, a pandemia obrigou os vestibulandos a estudar por conta própria dentro de casa e a lidar com todas as novas dificuldades que o distanciamento social trouxe.

Se concentrar nos estudos em tempos como este tem se mostrado uma jornada difícil e complexa para todos os alunos. Neste contexto, as aulas online se tornaram o principal meio de preparação e aprofundamento dos conteúdos escolares, e, por isto, o Sistema de Ensino pH irá realizar uma live com aulas de revisão sobre os temas mais cobrados no Enem, um dos maiores exames para o ingresso no ensino superior do país.

O “Aulão pH” acontece no dia 05 de dezembro, a partir das 9h30, e além da participação de professores e especialistas do Sistema pH, contará também com a presença da advogada Gabriela Prioli, professora universitária, influenciadora digital e apresentadora da CNN Brasil. Ela irá conduzir uma conversa com os estudantes para contar sobre sua trajetória profissional e compartilhar dicas de preparação para superar os obstáculos do ensino à distância.

O evento será dividido em 2 horários: pela manhã serão ministradas aulas sobre as principais disciplinas de cada área cobrada pelo Enem, como matemática e suas tecnologias, e geografia e história - representando o eixo das Ciências Humanas e suas tecnologias. Elas serão conduzidas pelos professores Luis Abad, Igor Vieira e Augusto Neto, respectivamente, que vão dar dicas e orientações sobre os mais diversos assuntos cobrados.

Já à tarde, será a vez do eixo de Ciências Naturais e suas tecnologias, que engloba as disciplinas de química, física, biologia, ministradas pelos professores Raphael Barbosa, Francisco Neto e Heloísa Agudo. E por fim, o eixo Língua Portuguesa e suas tecnologias e redação serão conduzidas pelo professor Thiago Braga. Para encerrar o aulão, Gabriela Prioli fará sua apresentação contando sobre sua história profissional e de vestibulanda, além de passar dicas para os estudantes se comportarem bem na hora da prova.

A live é aberta e gratuita a todos os estudantes do Brasil. Para participar das aulas, basta acessar o site do evento e seguir a programação.


Aulão pH  

Sistema de Ensino pH

www.sistemadeensinoph.com.br

Acesso: https://www.aulaosistemaph.com.br/

Data: 05 de dezembro
Horário: A partir das 9h30


Atenção redobrada no verão: cuidados para evitar acidentes com banhos e mergulhos

 Próximo do verão, aumentam os casos de acidentes como afogamentos, mal súbito, hipotermia e traumas, além disso, este ano ainda requer uma preocupação a mais, o Coronavírus

 

Próximo da estação mais quente do ano, torna-se comum a procura por piscinas, praias, rios, cachoeiras, entre outros lugares que refrescam e, ao mesmo tempo, transformam o momento em diversão para o corpo e a alma.

No entanto, é nesta época do ano que são registrados os maiores números de acidentes que podem, inclusive, levar uma pessoa a perder os movimentos de braços e pernas e até a morte durante banhos e mergulhos.

Segundo dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), a cada 92 minutos, um brasileiro morre afogado; 52% das mortes estão na faixa de 1 a 9 anos idade e ocorrem em piscinas e residências; 70% dos óbitos são registrados em rios e represas; 44% ocorrem no verão (de dezembro a março), e mais de 90% das mortes acontecem por ignorar os riscos, não respeitar limites pessoais e desconhecer como agir.

No Brasil, os afogamentos são a segunda maior causa de mortes e a sétima de hospitalização por motivos acidentais entre crianças de 0 a 14 anos, segundo a ONG Criança Segura.

A neurocirurgiã Danielle de Lara, que atua no Hospital Santa Isabel (Blumenau/SC),  alerta que, depois dos afogamentos, os acidentes mais comuns no verão são, mal súbito, hipotermia e traumas em geral.

Para não deixar o lazer de lado, a especialista ressalta sete fatores importantes para prevenir qualquer tipo de acidente, e até mesmo a morte. São eles:

Conhecer a profundidade do local em que mergulhará, principalmente em lugares que possuem pedras, como rios e cachoeiras;

Observar se há salva-vidas por perto;

Para as piscinas, mantenha em dia o exame médico;

Evitar ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados antes de mergulhar;

Evitar saltar de cabeça e ficar atento com saltos em beiradas de piscinas, trampolins e afins;

Crianças sempre devem estar supervisionadas por um adulto;

Não superestime sua capacidade de nadar.

 

 “A maioria destes incidentes ocorre por falta de prudência. As pessoas ignoram seus limites e acham que sempre podem avançar um pouco mais e, isto pode ocasionar um afogamento ou algo pior”, afirma Danielle.

 

Coronavírus e o verão

A neurocirurgiã explica que, além da preocupação com afogamentos e traumas, este ano ainda requer uma preocupação a mais, o contágio da Covid-19.

E, a pergunta que muitas pessoas fazem é esta – “Posso me contaminar dentro da piscina?” – a resposta é: pouco provável, afirma a médica.

“Com a ação do cloro, não é possível que o vírus fique dentro da água. Portanto, uma vez estando imerso na piscina, a pessoa têm mínimas chances de contrair a doença”, explica Danielle.

Porém, a especialista alerta, dentro da piscina não é possível contrair o vírus, mas, na beirada da piscina e mantendo contato com outras pessoas, é possível.

“É preciso que as pessoas entendam que, mesmo que os locais estejam abertos para o público frequentá-los, é preciso que haja atenção e cuidado. Então, a dica que fica é, tenha seu próprio kit pessoal como álcool em gel, toalhas e chinelos. Além disso, sempre que estiver fora da piscina use máscara e evite aglomerações”, finaliza a neurocirurgiã Danielle de Lara


As principais causas de inadimplência no Brasil

Consumir e não pagar devia ser uma exceção, mas atualmente, a inadimplência faz parte da realidade da maioria dos brasileiros. Dever e não pagar é resultado de diversos fatores externos e de padrões de comportamento que são escolhidos pelo consumidor. Os motivos como perda de emprego, diminuição de renda e hábito de consumo incompatível com seus ganhos levam ao endividamento e geram a inadimplência.

Cerca de 61,3 milhões de brasileiros estão inadimplentes, equivalente à 39,2% da população total, de acordo com a pesquisa realizada pelo SPC Brasil em janeiro de 2020. Em nível regional, o norte do país apresenta o maior índice de devedores.


 Principais fatores

O fato dos consumidores saberem pouco ou nada sobre o valor das suas contas básicas e desconhecer o orçamento doméstico - o quanto se gasta de luz, água, aluguel, condomínio, telefone – é um fator que aumenta significativamente a chance de inadimplência. Apenas 61% deles sabem pouco ou nada sobre o número de parcelas no cartão de crédito.

A diminuição da renda oriunda das políticas públicas de combate a pandemia é um fator de desestímulo ao consumo e reflete na inadimplência de obrigações contratadas antes da pandemia e nas contas continuadas. Aspectos relacionados à ausência de educação financeira também são vistos como fatores de inadimplência, como os  gastos além do orçamento,  consumo irresponsável,   falta de controle das parcelas em aberto no cartão de crédito, falta de controle dos cheque pré-datados, ausência de compreensão dos extratos bancários somados a impossibilidade de poupar geram  inadimplência e superendividamento.

Podemos relacionar três grandes grupos que levam à inadimplência do cidadão:  grupo comportamental, grupo de riqueza e grupo tributário.

No grupo do comportamento estão todos os hábitos que levam as pessoas a comprar, incluindo, o consumo atrelado ao bem estar e a compulsão, as pequenas despesas da rotina, os agrados pessoais.

No grupo da riqueza estão os aspectos relativos aos ganhos econômicos e podem ser entendidos como salários, dividendos, ganhos diversos e com desemprego, diminuição de renda, perda de bens.

O grupo tributário é o menos percebido, além dos impostos pagos diretamente, são verificados na ausência de escrituração contábil adequada do MEI, na confusão patrimonial entre empresa e proprietário, no assalto ao caixa da empresa para pagamentos pessoais.

Consumir e não pagar devia ser uma exceção, mas atualmente, a inadimplência faz parte da realidade da maioria dos brasileiros. Dever e não pagar é resultado de diversos fatores externos e de padrões de comportamento que são escolhidos pelo consumidor. Os motivos como perda de emprego, diminuição de renda e hábito de consumo incompatível com seus ganhos levam ao endividamento e geram a inadimplência.

Cerca de 61,3% milhões de brasileiros estão inadimplentes, equivalente à 39,2% da população total, de acordo com a pesquisa realizada pelo SPC Brasil em janeiro de 2020. Em nível regional, o norte do país apresenta o maior índice de devedores.


 Principais fatores

O fato dos consumidores saberem pouco ou nada sobre o valor das suas contas básicas e desconhecer o orçamento doméstico - o quanto se gasta de luz, água, aluguel, condomínio, telefone – é um fator que aumenta significativamente a chance de inadimplência. Apenas 61% deles sabem pouco ou nada sobre o número de parcelas no cartão de crédito.

A diminuição da renda oriunda das políticas públicas de combate a pandemia é um fator de desestímulo ao consumo e reflete na inadimplência de obrigações contratadas antes da pandemia e nas contas continuadas. Aspectos relacionados à ausência de educação financeira também são vistos como fatores de inadimplência, como os  gastos além do orçamento,  consumo irresponsável,   falta de controle das parcelas em aberto no cartão de crédito, falta de controle dos cheque pré-datados, ausência de compreensão dos extratos bancários somados a impossibilidade de poupar geram  inadimplência e superendividamento.

Podemos relacionar três grandes grupos que levam à inadimplência do cidadão:  grupo comportamental, grupo de riqueza e grupo tributário.

No grupo do comportamento estão todos os hábitos que levam as pessoas a comprar, incluindo, o consumo atrelado ao bem estar e a compulsão, as pequenas despesas da rotina, os agrados pessoais.

No grupo da riqueza estão os aspectos relativos aos ganhos econômicos e podem ser entendidos como salários, dividendos, ganhos diversos e com desemprego, diminuição de renda, perda de bens.

O grupo tributário é o menos percebido, além dos impostos pagos diretamente, são verificados na ausência de escrituração contábil adequada do MEI, na confusão patrimonial entre empresa e proprietário, no assalto ao caixa da empresa para pagamentos pessoais.

Consumir e não pagar devia ser uma exceção, mas atualmente, a inadimplência faz parte da realidade da maioria dos brasileiros. Dever e não pagar é resultado de diversos fatores externos e de padrões de comportamento que são escolhidos pelo consumidor. Os motivos como perda de emprego, diminuição de renda e hábito de consumo incompatível com seus ganhos levam ao endividamento e geram a inadimplência.

Cerca de 61,3% milhões de brasileiros estão inadimplentes, equivalente à 39,2% da população total, de acordo com a pesquisa realizada pelo SPC Brasil em janeiro de 2020. Em nível regional, o norte do país apresenta o maior índice de devedores.


 Principais fatores

O fato dos consumidores saberem pouco ou nada sobre o valor das suas contas básicas e desconhecer o orçamento doméstico - o quanto se gasta de luz, água, aluguel, condomínio, telefone – é um fator que aumenta significativamente a chance de inadimplência. Apenas 61% deles sabem pouco ou nada sobre o número de parcelas no cartão de crédito.

A diminuição da renda oriunda das políticas públicas de combate a pandemia é um fator de desestímulo ao consumo e reflete na inadimplência de obrigações contratadas antes da pandemia e nas contas continuadas. Aspectos relacionados à ausência de educação financeira também são vistos como fatores de inadimplência, como os  gastos além do orçamento,  consumo irresponsável,   falta de controle das parcelas em aberto no cartão de crédito, falta de controle dos cheque pré-datados, ausência de compreensão dos extratos bancários somados a impossibilidade de poupar geram  inadimplência e superendividamento.

Podemos relacionar três grandes grupos que levam à inadimplência do cidadão:  grupo comportamental, grupo de riqueza e grupo tributário.

No grupo do comportamento estão todos os hábitos que levam as pessoas a comprar, incluindo, o consumo atrelado ao bem estar e a compulsão, as pequenas despesas da rotina, os agrados pessoais.

No grupo da riqueza estão os aspectos relativos aos ganhos econômicos e podem ser entendidos como salários, dividendos, ganhos diversos e com desemprego, diminuição de renda, perda de bens.

O grupo tributário é o menos percebido, além dos impostos pagos diretamente, são verificados na ausência de escrituração contábil adequada do MEI, na confusão patrimonial entre empresa e proprietário, no assalto ao caixa da empresa para pagamentos pessoais.

 

 


Alexandre Damasio Coelho - presidente da CDL  São Caetano do Sul e advogado.

 

Quais as principais dúvidas das empresas sobre o encarregado de dados previsto na Lei Geral de Proteção de Dados?

A Lei Geral de Proteção de dados (LGPD) regulamenta o tratamento dos dados pessoais por pessoa física ou por pessoa jurídica de direito público ou privado no território nacional.

Inspirada na Legislação Europeia de Proteção de Dados Pessoais (“General Data Protection Regulation – GDPR”), a LGPD exige que as empresas e profissionais autônomos revejam as suas operações e procedimentos que envolvam a utilização de dados pessoais dos seus colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros comerciais.

A LGPD trouxe a figura do encarregado de dados, que é equivalente ao DPO (data protection officer) na GDPR. Neste artigo serão abordadas as principais dúvidas que as empresas estão tendo neste ponto da lei.

 

1- Quais as atribuições do encarregado de dados/DPO?

Pelos termos da LGPD (art. 41, §2º) as atribuições do encarregado são as seguintes: (i) aceitar reclamações e comunicações dos titulares e prestar os respectivos esclarecimentos;(ii) receber comunicações da autoridade nacional e adotar providências necessárias; (iii) orientar os funcionários e os contratados da organização a respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados pessoais e (iv) executar as demais atribuições determinadas pelo controlador ou estabelecidas em normas complementares. 

A Lei ainda reserva a possibilidade de a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) estabelecer novas atribuições ao encarregado e também a possibilidade de dispensa da obrigatoriedade da sua indicação, a depender da natureza, do porte da entidade ou do volume de operações de tratamento de dados. Contudo, enquanto a ANPD não expedir qualquer regulamentação nesse sentido, todas as empresas precisaram indicar o contato do seu encarregado de forma clara e objetiva, preferencialmente no seu sítio eletrônico.

 

2- O encarregado deve ser um empregado da empresa ou pode ser terceirizado? 

Pelos termos da lei, a empresa pode optar por qualquer uma destas modalidades, desde que a opção escolhida seja capaz de bem atender as atribuições previstas no art. 41, §2º da LGPD acima mencionadas. 

As vantagens de o encarregado ser um colaborador da empresa são o maior conhecimento dos procedimentos internos e o seu maior comprometimento com a organização. Por outro lado, esta opção acaba representando um custo alto para a empresa e por isso acaba sendo mais indicada para as empresas de médio e grande porte.

Caso seja um colaborador que acumule funções (não seja exclusivamente encarregado/DPO), é importante que não ocupe posição que o leve a determinar os objetivos e os meios de processamento de dados pessoais, pois deve ser garantida a autonomia e a isenção do encarregado Assim, o encarregado não pode ser responsável por funções que possam resultar na alocação da proteção de dados em papel secundário diante dos interesses comerciais da organização.

Portanto, para que não haja conflitos de interesses, pode ser nomeado como encarregado um colaborador já existente na empresa, desde que os seus deveres profissionais sejam compatíveis com os deveres legais do encarregado. 

Por sua vez, o encarregado terceirizado pode representar um custo mais baixo para a empresa, sendo mais indicado para empresas de pequeno e médio porte. Para desempenhar a sua função é necessário o prévio conhecimento das rotinas da organização e por não compor a equipe interna da empresa acaba tendo maior autonomia no desempenho da sua função. 

Seja interno ou terceirizado para que o encarregado possa cumprir com as suas funções é de rigor o seu envolvimento com todas as questões relacionadas com a proteção de dados na empresa, que se reporte diretamente com o mais alto nível da gestão da organização e que seja assegurada atuação de forma independente, autônoma e com os recursos adequados (tempo suficiente, finanças, infraestrutura e, quando apropriado, equipe etc).

 

3- Quais as qualificações necessárias para ocupar o cargo de encarregado de dados/DPO?

A LGPD não faz qualquer menção neste sentido. Já a GDPR diz que o DPO deve ter experiência e conhecimento especializado em legislação de proteção de dados, mas não lista as credenciais/certificações que se espera que ele tenha. Ressalva, apenas, que deve ser proporcional ao tipo de tratamento de dados pelo qual será responsável.

 

4- Qual a responsabilidade do encarregado de dados? 

O encarregado não é pessoalmente responsável pela conformidade da empresa. No entanto, desempenha papel crucial em ajudar o controlador e o operador de dados cumprirem adequadamente os termos da LGPD dentro da organização. Por tal razão as empresas devem ter cautela na nomeação do seu respectivo encarregado de dados.

 

 

Juliana Callado Gonçales - sócia do Silveira Advogados e especialista em Direito Tributário e em Proteção de Dados (www.silveiralaw.com.br)


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