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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Problemas no intestino? Saiba o quanto este órgão interfere em sua vida


 Grande influência na saúde, no apetite, no peso e no humor


A maioria das pessoas estão preocupadas com o cérebro e esquecem de cuidar do que consideramos o "segundo cérebro do corpo", o intestino. Um dos mais importantes redutos de produção da seratonina (cerca de 80%), é capaz de regular o neurotransmissor responsável por nossas sensações, tanto físicas, quanto emocionais promovendo o bem-estar do corpo.

O que isso quer dizer? Que a alegria que tanto buscamos no dia a dia, começa na qualidade e cuidados com seu intestino. Para o funcionamento correto deste órgão tão importante do corpo, é indispensável seguir uma alimentação saudável e equilibrada.


Evite alguns alimentos

O consumo excessivo de carne vermelha, embutidos, enlatados e defumados não são saudáveis para o intestino. O método de processamento da carne é o motivo do aumento de número de pessoas com câncer. Já está claro para alguns pesquisadores que os antibióticos podem alterar drasticamente a microbiota intestinal.


Consumo de água e fibras

Para a hidratação do organismo e contribuição do funcionamento do intestino é recomendável a ingestão diária de líquido deve ser de aproximadamente 2 litros.

Dr. Henrique Passos, endocrinologista e ortomolecular, explica: “Mastigar bem os alimentos, comer devagar, fracionar as refeições diárias e comer fibras frescas, secas, leguminosas, hortaliças ou cereais integrais, aumenta a quantidade de bactérias do intestino, tem efeitos anti-inflamatórios e melhoram o sistema imunológico, ajudando no seu pleno funcionamento e garantindo um intestino disposto a trabalhar pela nossa saúde e felicidade." A dieta tem uma enorme influência sobre o microbioma intestinal.


Rotina com exercícios físicos

Com 30 minutos diários de atividade física moderada em cinco dias da semana, é possível manter o melhor funcionamento do intestino estimulando a movimentação do órgão, e contribuir para diminuição do estresse.
“Quem tem uma rotina de alimentação saudável e exercícios físicos, controla o peso e diminui o risco de ter câncer neste órgão.” – conta o endocrinologista.


Periodicidade nos exames

Feitos a partir dos 50 anos ou quando há fatores de risco, como hereditariedade de casos de câncer, o exame de colonoscopia se tornou exame de rotina como prevenção de câncer colorretal. Pode ser indicado também em investigações de dores abdominais, hemorragias ou diarreias. Com resultados normais, devem ser repetidos a cada cinco anos. Já com resultados alterados, devem ser repetidos de acordo com a orientação médica.




Instagram: @drhenriquepassos


Fraqueza muscular em bebês pode ser sinal de Atrofia Muscular Espinhal


Você já deve ter ouvido falar que cada bebê tem seu tempo para atingir os marcos do desenvolvimento como andar, falar, engatinhar, entre outros. Entretanto, é muito importante que os pais estejam atentos a alguns sinais que podem ser manifestações de algumas doenças genéticas, como a Atrofia Muscular Espinhal (AME).

Segundo a neuropediatra Dra. Andrea Weinmann, as atrofias musculares espinhais são um grupo de doenças neuromusculares causadas por mutações genéticas. Essas alterações ocorrem no cromossomo 5q e levam à degeneração dos neurônios motores, tanto da medula espinhal quanto do tronco encefálico.

“Os neurônios motores são as células do Sistema Nervoso Central (SNC) responsáveis pelos movimentos dos músculos esqueléticos. Graças a estes neurônios é que conseguimos movimentar braços e pernas, por exemplo. Entretanto, a AME é causada por uma mutação genética que leva à degeneração progressiva dos neurônios motores. Essas alterações irão impactar diretamente no desenvolvimento motor do bebê ou da criança, por meio de fraqueza muscular e hipotonia, principalmente”, explica Dra. Andrea.

Por isso, a neuropediatra reforça que marcos motores, como conseguir controlar a cabeça e se sentar sozinho são fundamentais para afastar a suspeita de algumas doenças neuromusculares nos bebês. “Bebês hipotônicos, ou seja, aqueles cujo tônus muscular é fraco também devem passar por um neuropediatra para avaliação, assim como aqueles com atrasos importantes no desenvolvimento motor”, reforça a médica.  


Raras e diferentes

A AME é considerada uma doença rara e é classificada em quatro tipos. “Os dados de prevalência e incidência são controversos, mas podemos dizer que é uma doença incomum, porém muito grave e, em muitos casos, fatal. Por isso, é importante conhecê-la, pois o diagnóstico precoce e um tratamento adequado podem melhorar o prognóstico de alguns tipos de AME”, comenta a neurologista infantil.

De acordo com Dra. Andrea, a AME tipo I é a forma mais grave e costuma se manifestar antes dos seis meses de vida. “Em geral, há hipotonia severa e precoce. São bebês que não conseguem se sentar sem apoio. A AME tipo II costuma aparecer entre os seis e 18 meses. Os casos costumam ser menos graves. São bebês que se sentam, mas não conseguem andar, por exemplo”.

Já a AME tipo III surge depois dos 18 meses. “Neste tipo, o paciente é capaz de andar, mas vai perdendo essa capacidade de forma progressiva. A AME tipo IV é a forma tardia da doença e costuma se manifestar em adultos, depois dos 20 anos. É a forma mais branda, mas ainda assim causa a perda progressiva da função motora”, diz a neurologista infantil.



AME atinge sistema respiratório e gastrointestinal 

Apesar da hipotonia e da fraqueza muscular serem as principais manifestações das atrofias musculares espinhais, o diagnóstico deve levar em conta outros sinais e sintomas que podem estar ligados à doença.

“As doenças respiratórias podem ser frequentes nos bebês com AME. Outra ocorrência muito comum é a escoliose, que atinge cerca de 50% dos pacientes, incluindo bebês que nunca andaram. Por fim, problemas como intestino preso, dificuldade para mastigar e refluxo gastroesofágico também podem sugerir uma doença neuromuscular”, comenta Dra. Andrea.


Diagnóstico é complexo

“A avaliação inicial é clínica, por meio de manifestações como hipotonia e fraqueza muscular, e com a investigação dos outros sintomas ou sinais. Esta avaliação deve ser feita por um neurologista infantil, que posteriormente pode recomendar que a família procure um médico geneticista para fazer a análise genética. A doença é confirmada por um teste genético”, explica Dra. Andrea.


Tratamento e Prognóstico

Apesar da gravidade da doença, estudos mostram que nos últimos anos houve um aumento importante da expectativa de vida dos pacientes graças a novas tecnologias e medicamentos. “Recentemente eu fiz um diagnóstico em um bebê de três meses. Ele tinha uma hipotonia muito importante e outros sinais que sugeriam uma atrofia muscular espinhal. Imediatamente fiz contato com uma geneticista, que solicitou os exames. Em duas semanas o diagnóstico foi confirmado”, conta Dra. Andrea.

Entretanto, neste meio tempo, o bebê passou por uma complicação e ficou internado no Centro de Terapia Intensiva. Na mesma época, o Ministério da Saúde aprovou a incorporação de um medicamento que trata a AME.

“Felizmente, conseguimos obter a medicação e fizemos a primeira aplicação com o bebê ainda no hospital. Devemos fazer outras aplicações, já que a indicação é a aplicação de seis frascos no primeiro ano. Depois estas aplicações ficam mais espaçadas”, comenta Dra. Andrea.

Segundo os estudos clínicos realizados com este medicamento, a aplicação precoce nos pacientes com AME tipo I consegue interromper a evolução da doença para quadros mais graves. “A medicação não cura, mas tem estabilizado a doença”, finaliza Dra. Andrea.

Quais são as reais necessidades vitamínicas das grávidas? Homens também precisam tomar vitaminas para boa espermatogênese? Estudos mostram constantes mudanças nas prescrições


 Ajustes na prescrição, conforme novos estudos científicos, ajudam da ovulação e espermatogênese ao desenvolvimento do feto, bem como na saúde da mãe. Vitaminas D, C e E, metilfolato, ômega 3 e polivitamínico são fundamentais para uma boa gestação
Dra.  Mariana Rosario, ginecologista
, obstetra e mastologista



A gestação é o período em que o bebê literalmente suga as vitaminas que o corpo da mãe produz. O organismo privilegia a saúde da criança em formação, então, é necessário que exista uma suplementação vitamínica para que não haja a depleção do organismo materno. O assunto, seríssimo, não pode ser relegado pelas gestantes, porque a falta de nutrientes pode ser prejudicial para o desenvolvimento fetal e a saúde materna. “É preciso que se entenda que a gravidez tem momentos distintos e eles precisam de energia e vitaminas diferentes. Por isso, o acompanhamento médico e nutricional é fundamental”, alerta a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp) e do corpo clínico do hospital Albert Einstein e pesquisadora da Faculdade de Medicina do ABC.

Dra. Mariana lembra o termo inglês “one year pregnancy”, que determina um ano de gravidez justamente pelo tempo necessário para o corpo se preparar para a concepção. “Aqui, falamos do corpo feminino e masculino, porque quando ministramos o metilfolato e as vitaminas C e E nos pais, três meses antes da concepção, aumentamos a espermatogênese e a concepção se dá de maneira mais rápida e eficiente”, explica a médica, informando que, após a concepção, as vitaminas dos homens podem ser suspensas, enquanto as mães continuam com o pré-natal.


A suplementação na concepção e no pré-natal


Dra. Mariana Rosario explica que, três meses antes de engravidar, a mulher precisa iniciar a ingestão do metilfolato, uma vitamina da família das vitaminas B, versão metabolizada do ácido fólico, importantíssima para a formação do sistema nervoso do feto. “Como o sistema nervoso do bebê começa a ser formado na segunda semana da gestação, a mãe precisa estar preparada, porque a deficiência de ácido fólico pode trazer problemas graves à criança, como a má formação do tubo neural”, alerta a especialista. O metilfolato é mantido em toda a gestação, em doses variáveis, conforme a necessidade da paciente. A vitamina é tão importante que também está relacionada à prevenção da trombofilia: quem tem deficiência de ácido fólico pode apresentar, inclusive, uma mutação na enzima MTHFR, que metaboliza essa vitamina e está ligada à trombose, risco proeminente na gestação. Conforme citado acima, o homem também ingere o metilfolato três meses antes da concepção, suspendendo essa suplementação após a gravidez ser confirmada.

Além dessa vitamina, nos três meses que antecedem a concepção é iniciada a suplementação de vitaminas C e E, antioxidantes, que atuam sobre a qualidade da ovulação – assim como atuaram na espermatogênese masculina, citada acima.

Após à concepção, durante toda a gestação, é adotado um polivitamínico específico para gestantes, com selênio, zinco, ferro e outros componentes necessários para a manutenção das principais vitaminas. Além dele, é preciso suplementar Vitamina D e Ômega 3. “Utilizo 600mg de Ômega 3 diariamente em minhas pacientes, bem como 7.000 UI de Vitamina D por dia. Esses valores são indicados pelas melhores referências mundiais e por novos estudos. É necessário atualizar as dosagens conforme os estudos conclusivos são publicados, já que a literatura nos mostra mudanças significativas nas necessidades das pacientes, que precisam ser repostas”, diz a médica.

Ela explica que o Ômega 3 está relacionado ao desenvolvimento do sistema nervoso do bebê, atuando no processo cognitivo. Além disso, reduz a chance de parto prematuro, bem como está relacionado a outras áreas secundárias, como a da visão, por exemplo. Já a Vitamina D atua na redução da pré-eclâmpsia, evita a trombofilia e reduz a chance de parto prematuro, entre outras importantes funções.



   
Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979. Especialista em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É adepta a tratamentos menos invasivos, que privilegiem o conceito de Longevidade, sempre que possível.
  

Médicos influencers


Cremesp alerta para tratamentos divulgados pelos chamados “doutores celebridades”


Nos dias atuais, ao receber o resultado de um exame ou um diagnóstico grave, grande parte da população não espera o retorno em consultório e recorre a ferramentas como o Google para pesquisar sobre doenças, tratamentos e afins. Diante da profusão de informações e a quantidade de oferta de 'soluções milagrosas' das mais variadas, começa aí uma relação duvidosa e arriscada entre o paciente e a internet.

Nesse contexto estão alguns médicos influencers, que somam milhões de seguidores. Em seus canais e postagens nas redes sociais, é possível observar uma alta audiência de todos os Estados brasileiros e até de outros países. São pacientes sedentos por uma solução para seus problemas.

No entanto, existem regras de conduta para atuação dos médicos em ambientes virtuais e sobre ações de divulgação. O Artigo 13 da Resolução 1.974/11, do Código de Ética Médica, afirma que “é vedada a publicação nas mídias sociais de autorretrato (selfie), imagens e/ou áudios que caracterizem sensacionalismo, autopromoção ou concorrência desleal”. Ainda de acordo com essa norma, o médico não pode “expor a figura de seu paciente como forma de divulgar técnica, método ou resultado de tratamento, ainda que com autorização expressa do mesmo”. O Código de Ética Médica impede ainda a autopromoção e a venda de produtos e apostilas.

De acordo com Edoardo Vattimo, coordenador de Comunicação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), na área médica, as ações de publicidade devem atender a essa legislação específica. "No marketing médico não é permitida a divulgação de nome de medicamentos, a promessa de resultados, além de ser vedada a prescrição de tratamentos à distância", explica. Casos que violem essas e outras regras – como elogios a técnicas e resultados de procedimentos expostos nas mídias sociais – devem ser investigados pelos Conselhos Regionais de Medicina.

Desconfiômetro ligado
Muitos médicos influencers e também não-médicos, chegam a propor tratamentos sem qualquer respaldo científico. Entre tantos exemplos de falsas informações disseminadas, o Cremesp tomou conhecimento de orientações como: ingestão de pão integral como prejudicial à saúde; gastrite não se cura com medicamento, mas sim com limão; fórmulas para produzir magnésio de forma caseira, entre tantas outras orientações duvidosas e perigosas.  Muitos dos tratamentos divulgados indicam ainda a utilização de alimentos e/ou compostos que, ao contrário do que é proposto, podem agravar ou causar doenças.

Mas há também o outro lado. Existe uma série de canais no mundo virtual, em que profissionais sérios disponibilizam informações importantes e seguras sobre saúde aos seus seguidores. É fundamental, portanto, que os médicos estejam conscientes do papel que exercem na sociedade e usem esse status para estimular, compartilhar e replicar, por exemplo, campanhas oficiais sobre vacinação e eliminação de focos de mosquitos.

"O internauta deve sempre desconfiar se o canal de comunicação não traz informações detalhadas sobre o médico. Os canais médicos devem trazer o nome do profissional, o CRM e suas respectivas especialidades. Além disso, é importante o internauta não seguir qualquer tratamento, adotar medicação e fórmulas indicadas pela web", alerta Vattimo.
  
O Cremesp alerta ainda para esse tipo de consultoria, meramente especulatória, ofertada em canais como o YouTube e Instagram. A veiculação desse tipo de informação e a adoção desses falsos tratamentos podem implicar na piora de quadros clínicos.

Além de informar a população, o Conselho chama a atenção dos médicos quanto à utilização de quaisquer meios de comunicação, entre eles as redes sociais. Para Edoardo Vattimo, as redes sociais voltadas para a Saúde são importantes para conscientizar a população, com informações --respaldadas cientificamente--, além do combate às fake news e aos falsos tratamentos.

"O ideal é que as pessoas sempre consultem um médico quando sentir em que algo está errado ou em caso de estarem em tratamento. Nada substitui a consulta médica, cara a cara com o profissional de saúde, onde um diagnóstico mais assertivo e personalizado pode ser realizado", conclui.
  

Pesticidas estão prejudicando a saúde reprodutiva de homens e mulheres ao redor do mundo


 Confira o que pode ser feito para reduzir a exposição a produtos químicos e tóxicos
Pexels

 

O Brasil é um dos maiores usuários de agrotóxicos do mundo, o que pode ser justificado pela sua característica de ser também um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do planeta. Há os que o defendem dizendo que são imprescindíveis, e os que o defenestram afirmando que são prejudiciais à saúde. A verdade é que, por aqui, muitos químicos banidos no exterior continuam a ser usados.

Cientistas de todos os lugares vêm relatando tendências preocupantes sobre o efeito desses produtos na saúde em geral e, em especial, sobre o aspecto reprodutivo da população em todo o mundo. Pesquisas mostram que os pesticidas são, pelo menos em parte, culpados por muitas alterações físicas. Estudos apontam para uma crescente evidência científica ligando produtos químicos a muitos danos à saúde reprodutiva, como a redução na contagem e qualidade de espermatozoides, puberdade precoce em meninas, defeitos congênitos, aborto espontâneo e natimortos, entre outros.

“Há poucos anos, o site National Survey of Family Growth fez um levantamento sobre casais com dificuldade em engravidar e, surpreendentemente, observou um aumento maior desse problema em pessoas com menos de 25 anos (42%). Isso, segundo a publicação, sugere que as alterações ambientais nos últimos anos prejudicaram mais os casais jovens, por terem sido expostos a substâncias tóxicas presentes no meio ambiente num período de vida mais precoce”, afirma Arnaldo Cambiaghi, especialista em Medicina Reprodutiva e diretor do Centro de Reprodução Humana do IPGO.



Hormônios interrompidos

Um grupo de produtos químicos - disruptores endócrinos - são particularmente propensos a interferir na saúde reprodutiva, mesmo quando os níveis de exposição são extremamente baixos. Alguns desses produtos químicos imitam os hormônios humanos ou interferem de alguma forma nos sistemas controlados por hormônios que podem bloquear (ou sobrecarregar) uma série de processos biológicos.

Ao longo da vida, os produtos químicos desreguladores endócrinos podem danificar o sistema reprodutivo de várias maneiras. Alguns matam ou danificam células; se forem espermatozoides ou oócitos, o resultado pode ser a infertilidade. Outros alteram a estrutura do DNA, causando mutações genéticas que podem resultar em defeitos congênitos ou incapacidade de conceber.

Alguns produtos químicos podem até causar efeitos "epigenéticos", ou seja, eles mudam a forma como os genes são expressos - não apenas para os expostos, mas também para as gerações futuras. Um bebê no útero é particularmente vulnerável a substâncias químicas desreguladoras do sistema endócrino, pois os hormônios estão ocupados regulando a diferenciação das células e o desenvolvimento dos órgãos.

Bebês expostos ao produto químico errado, justamente quando os órgãos reprodutivos estão se formando, podem sofrer danos que vão se desenrolar ao longo da vida. Cientistas da Sociedade Nacional de Endocrinologia norte-americana explicam por que o momento da exposição é tão importante: nos casos em que a ruptura é direcionada para a programação de uma função, por exemplo, saúde reprodutiva, isto pode interferir com a organização inicial da vida, seguida por um período latente, após o qual a função é ativada e a disfunção pode tornar-se óbvia.

Em outras palavras, a exposição a substâncias químicas, quando o sistema reprodutivo de um bebê está se desenvolvendo, pode descarrilar completamente o processo. Mas só se saberá ao certo o que ocorreu anos depois, quando surgem problemas durante a puberdade ou quando se tenta engravidar.


Pesticidas: um dos principais culpados


Os cientistas entendem que a exposição a pesticidas pode causar uma ampla gama de danos reprodutivos que afetam homens, mulheres e crianças. Alguns estudos sugerem que:

=No primeiro estudo desse tipo, cientistas de Harvard descobriram que os homens que comiam alimentos com mais resíduos de pesticidas tinham menor contagem de espermatozoides que também eram menos normais que os de outros homens.

=A exposição ao herbicida atrazina tem sido associada a distúrbios menstruais, bebês com baixo peso ao nascer e defeitos congênitos.
=Um estudo de 2013 ligou pesticidas liberados, incluindo o lindano organoclorado, ao aumento do risco de endometriose em mulheres.

Os pesticidas também foram implicados em aborto espontâneo, parto prematuro, fertilidade reduzida em homens e mulheres e na proporção sexual alterada (menos meninos nascendo).
Estudo feito em 2018 nos Estados Unidos e publicado no National Center for Biotechnology Information  Produtos Químicos Antiandrogênicos Mistos em Baixas Doses Individuais Produz Malformações do Trato Reprodutivo no Rato Masculino- confirma que a situação vem piorando:
 Os esforços de biomonitoramento mostraram claramente que todos os seres humanos estão expostos a misturas químicas. É preocupante se a exposição a misturas durante a gravidez contribui ou não para anomalias congênitas em crianças, mesmo quando uma dose individual de cada produto químico não afetaria o feto. Pensando hipoteticamente que a exposição in utero a uma mistura de substâncias químicas cobrindo múltiplos mecanismos de ação antiandrogênica em doses que, individualmente não têm efeito adverso, resultariam em alterações permanentes no trato reprodutivo no rato macho após o nascimento.

As mães grávidas foram expostas a uma série de diluições (100%, 50%, 25%, 12,5%, 6,25% ou controle veicular) de uma mistura contendo pesticidas, ftalatos e drogas (p, p'-DDE, linuron, procloraz). , procimidona, pirifluquinazona, vinclozolina, finasterida, flutamida, sinvastatina e 9 ftalatos [dipentila, diciclohexila, di-2-etilhexila, dibutila, benzilbutila, diisobutila, diisoheptila, dihexila e diheptil].

A dose máxima continha 20% de cada substância química de nível de efeito adverso mais baixo observado para a alteração reprodutiva masculina mais sensível após à exposição in utero. Foi descoberto que os filhotes de ratos machos apresentavam uma variedade de efeitos neonatais, puberais e adultos permanentes em todos os níveis de dose. Mesmo na mais baixa (cada substância química aproximadamente 80 vezes abaixo do nível de efeito adverso mais baixo observado) houve reduções permanentes em vários pesos de tecido do trato reprodutivo.

No grupo de dose máxima, 100% dos descendentes do sexo masculino apresentaram defeitos congênitos graves permanentes, incluindo malformações genitais. Apesar de atuar por meio de cinco diferentes eventos de iniciação molecular, 18 substâncias químicas puderam se combinar para produzir efeitos aditivos mesmo quando cada composto estava em uma dose relativamente baixa.

O efeito da 

presença de produtos tóxicos na saúde dos bebês


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No parto, estudos comprovam que, nos poucos segundos em que o bebê passa pelo ambiente vaginal, o contato com a flora influenciará de forma benéfica o seu sistema imunológico. Após o nascimento, sem dúvida alguma, o leite materno será o alimento mais saudável para o bebê. “Porém, ele também é um meio de excreção de toxinas e, por isso, infelizmente pode estar repleto de substâncias químicas como agrotóxicos. Portanto, quanto mais precoce for iniciado um processo de limpeza e desintoxicação na mãe, melhor será a qualidade do leite materno, assim como do ambiente intrauterino”, afirma Cambiaghi.
Em 2010, um artigo publicado na revista Pediatrics, a mais importante e tradicional revista científica de pediatria do mundo, estudou a relação de pesticidas e distúrbios de comportamento. Foi comprovada uma ligação entre a exposição a pesticidas e a presença de sintomas de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade. Foram avaliados os níveis de pesticidas da urina de 1.139 crianças, e os autores concluíram que a exposição a pesticidas organofosforados, mesmo em níveis considerados “normais”, pode contribuir para o aparecimento do TDAH.
“Fica aqui mais um alerta: nenhuma doença genética tem caráter endêmico, ou seja, sua incidência não aumenta. Portanto, em todas as doenças, desde as mais simples como alergias, estresse e hiperatividade até infertilidade, aquelas autoimunes, autismo e câncer, quando existe um aumento da incidência delas, existe um ou provavelmente vários fatores ambientais envolvidos”, enfatiza o especialista.
“A multicausabilidade dessas doenças dificulta determinar os agentes. Mas existe uma clara relação entre as expansões das fronteiras agrícolas com o aumento da incidência de determinadas doenças em trabalhadores do campo, como leucemia em crianças que viveram em plantações de soja”, finaliza Cambiaghi.

O que pode ser feito para reduzir a exposição a produtos químicos e tóxicos

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. Não fume e evite tornar-se um fumante passivo;

· Procure saber o que compõe a água que você bebe;

· Se necessário, filtre a água, ferva-a;

· Reduza o consumo de espécie de peixes que contenham altos níveis de mercúrio, dioxina e PCBS, como o atum, mas não pare de comer essa carne. Se for utilizar pílulas de óleo de peixe, use as de marcas conhecidas. O ômega 3 contido nesses suplementos é importante antioxidante;

· Se possível, compre alimentos orgânicos. Se não for possível, lave e descasque os itens antes de comê-los para remover os produtos químicos agrícolas que eles possuem;

· Reduza ou evite o uso de pesticidas em casa, no jardim e nos seus animais quando possível. Tente alternativas não-tóxicas;

· Evite ambientes que foram dedetizados com pesticidas ou herbicidas. Dependendo do produto e condições do local, a duração do efeito pode ser de um dia a até um ano;

· Seja cauteloso com alguns alimentos coloridos. Em maquiagem, medicamentos ayurvedicos da Índia, algumas ervas chinesas, alguns brinquedos ou adornos de chiclete preparados nos Estados Unidos, pois, nesses produtos foram encontrados altos teores de chumbo;

· Evite mamadeiras e outros produtos de policarbonato que possam entrar em contato com a comida porque podem ter entre os componentes da fabricação o bisfenol (composto químico presente em garrafas de PVC);

· Procure saber se o material plástico contém phthalates (pergunte ao fabricante). Nunca cozinhe no micro-ondas alimentos em tigelas plásticas porque podem expelir componentes nocivos;

· Compre produtos pessoais (xampu, maquiagens, loções etc.) sem phthalates e outros tóxicos;

· Use produtos de limpeza não-tóxicos e biodegradáveis;

· Mantenha sua casa bem ventilada quando for pintá-la, limpá-la ou quando estiver fazendo qualquer trabalho usando cola, tinta, resinas etc;

· Evite o uso de florais e fragrâncias que perfumem o ambiente;

· Se julgar necessário, consulte um especialista em Medicina Ocupacional e Ambiental, caso esteja muito preocupado com o ambiente de trabalho ou de casa e queira uma avaliação da exposição pessoal;

· Procure não comer frutas e vegetais com casca, pois podem estar contaminados com pesticidas.





Fonte: Arnaldo Schizzi Cambiaghi é diretor do Centro de Reprodução Humana do IPGO, ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Illinois, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. Também é autor de diversos livros.  


Faculdades de medicina deveriam incluir disciplinas humanistas, diz especialista



Recentemente, durante o 23º Congresso Sobramfa*, a doutora em Ciências Médicas Graziela Moreto afirmou que as faculdades de medicina estão formando profissionais com um viés bastante técnico, mas quase nada humanista. Resultado: o paciente costuma ser uma das últimas preocupações do médico.  “É fundamental haver uma reformulação no conteúdo que faz parte da formação de um médico. As faculdades estão muito atentas às novidades tecnológicas e às pesquisas, mas não capacitam devidamente aqueles que vão lidar diretamente com os doentes. Com isso, o abismo entre médico e paciente é cada vez maior, com prejuízo para todo o sistema de saúde. É preciso estimular o exercício de alteridade, ensinando os futuros médicos a se colocar no lugar do outro”.

De acordo com a especialista, este não é um problema local, mas global. A diferença é que em países com um nível de excelência nas faculdades de saúde várias medidas já vêm sendo tomadas para corrigir o problema. “O paciente, hoje em dia, gasta muito tempo para ter acesso ao médico. São questões burocráticas das quais infelizmente não se pode escapar. E, justamente quando está diante de quem poderia ouvir suas queixas e contextualizar o diagnóstico, o ritual costuma ser o mais breve possível e impessoal – o que gera frustração. Obviamente, a superlotação de muitas unidades de atendimento em saúde contribui para a desumanização do relacionamento médico-paciente. Entretanto, um médico humanista aproveita todo tempo possível para tratar o doente, não somente a doença”.

Esse é o ponto nevrálgico destacado por Graziela. É preciso formar médicos humanistas, capazes de transformar o serviço de saúde em ambientes mais acolhedores. “A alteridade, como a capacidade de se colocar no lugar do outro, pode ser trabalhada através de várias disciplinas humanistas, como filosofia, antropologia, ética, sociologia, artes, cinema, literatura... Enfim, há várias formas de despertar nas pessoas a compreensão e o interesse pelo outro. Esse é o aprendizado que vem sendo incluído nas principais faculdades internacionais, nos departamentos de Medicina Humanista ou Humanidades Médicas. Só que para chegar a este ponto foi necessário discutir o assunto abertamente e à exaustão, sem deixar o debate confinado a um único departamento dentro de uma universidade. É do interesse de todos encontrar um remédio para tratar o mal-estar que se estabeleceu na relação médico-paciente”.

Na opinião da especialista, quando disciplinas humanistas fizerem parte do conteúdo formal da graduação e da pós-graduação em saúde, ocupando um espaço de destaque e complementar às novidades da biomedicina moderna, a formação de novos médicos será enriquecida pela abertura ao diálogo e ao pensamento crítico – tão necessários para transformar o sistema de saúde e a sociedade como um todo. “Nós acreditamos que o conhecimento humanista é um divisor de águas no exercício da medicina. Ele nos permite ir muito além da prescrição de remédios e intervenções cirúrgicas. Somos capazes de compreender a importância do contexto em que o paciente está inserido, como ele interage com sua família, seu trabalho, seus valores morais e espirituais, seu modo de pensar e sua atitude diante da vida, identificando várias causas que contribuem para sua doença. Com todas essas informações em mãos, podemos determinar com mais propriedade o tratamento adequado para cada doente, sem esquecer de que muitas vezes nossa atenção se estende a toda família”.






Fonte: Dra. Graziela Moreto - médica, com doutorado em Ciências Médicas, e diretora da SOBRAMFA Educação Médica & Humanismo. www.sobramfa.com.br



Setor de defensivos agrícolas incentiva mais de 300 mil agricultores em 2018 às boas práticas agrícolas

Os encontros realizados pela indústria têm por objetivo chamar a atenção de aplicadores e demais envolvidos para os cuidados necessários no manuseio dos pesticidas, promovendo boas práticas agrícolas


Na agricultura, os defensivos agrícolas são substâncias químicas ou biológicas que estão entre as tecnologias usadas nas lavouras. Eles existem para proteger os cultivos dos ataques e da proliferação de fungos, bactérias, ácaros, vírus, plantas daninhas e demais pragas, garantindo alimento saudável à mesa da população.

As ações realizadas pela indústria têm por objetivo incentivar aplicadores e demais envolvidos a adotar as boas práticas na utilização desses produtos. Nesse sentido, em 2018 foram realizados diversos encontros que contaram com um total de 350.178 mil participantes, gerando aprendizado e orientando o produtor para que se garanta cada vez mais o emprego correto dos pesticidas no campo. Os encontros abordam temas como tecnologia de aplicação, uso correto e seguro de pesticidas, uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), boas práticas agrícolas, controle de deriva, manejo de resistência, manejo integrado de pragas, regulagem e manutenção de equipamentos agrícolas, toxicologia e primeiros socorros, entre outros.

Essas iniciativas realizadas pelo setor de defensivos agrícolas visam garantir a aplicação correta de seus produtos, auxiliando o produtor nas boas práticas no campo e reforçando, por exemplo, a importância dos equipamentos de proteção, o que vai além de seu papel de investir no desenvolvimento e nas ofertas de produtos que protegem a produção agrícola do produtor contra as pragas.

Para Paula Arigoni, gerente de Uso Correto e Seguro do Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal –, as recomendações de aplicação dos produtos são claras e eles devem ser utilizados somente com a prescrição de um engenheiro agrônomo. “Garantir o emprego correto dos produtos no campo é um dos desafios do setor, que envolve a profissionalização de aplicadores de defensivos agrícolas. Esse cuidado é necessário por se tratarem de produtos perigosos que devem ser usados corretamente tanto no preparo quanto na aplicação, para que não apresentem riscos ao trabalhador que aplica o defensivo e à saúde da população que come alimentos produzidos no sistema agrícola que usa defensivos”, esclarece a executiva.

Paula ainda ressalta a parceria do Sindiveg com programas de boas práticas no uso de defensivos agrícolas, como a Unidade de Referência em Tecnologia e Segurança na Aplicação de Agrotóxicos, voltada à profissionalização de aplicadores de defensivos agrícolas, que é desenvolvida pelo Instituto Agronômico, ligado à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, e a Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS), coordenada pela Universidade Estadual Paulista, a Universidade Federal de Lavras e a Universidade Federal de Uberlândia, para incentivar uma pulverização aérea eficaz e segura. Além deles, o Sindiveg ainda lidera o Movimento Colmeia Viva, em prol da complementaridade entre abelhas, defensivos agrícolas, agricultura e apicultura.





 Sindiveg – Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal 



Com chegada do inverno, atenção às condições elétricas do chuveiro deve ser redobrada



            A comodidade do banho quente faz com que o chuveiro elétrico ocupe o papel de protagonista da casa durante o período de temperaturas mais amenas. Antes de mudar a chave para o quente e desfrutar desse conforto, no entanto, é preciso estar atento às instalações elétricas do imóvel, para que a condição de uso do aparelho seja preservada e seu funcionamento o mais seguro possível. O alerta vem do engenheiro eletricista Edson Martinho, do Programa Casa Segura - uma iniciativa do Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre), apoiada pela Steck, para conscientizar usuários da eletricidade sobre os riscos de acidentes causados por instalações elétricas inadequadas e para orientar eletricistas sobre as boas práticas da profissão na prestação de serviços.

            Para Martinho, o primeiro requisito para quem quer aproveitar a experiência do banho quente com segurança é escolher, na hora da compra, um produto certificado. Levar em conta a potência do aparelho e a estrutura elétrica já disponível no imóvel é o segundo critério obrigatório. “Antigamente, era comum chuveiros com potência elétrica de 3.500 watts. Hoje, há modelos com mais do que o dobro disso de potência à venda no mercado. Não se pode, simplesmente, fazer a substituição dos aparelhos ou aumentar o valor dos disjuntores sem saber se a rede suporta a nova carga”, destaca o engenheiro.

            Segundo ele, as instalações são dimensionadas em projeto elétrico, divididas em circuitos para serem dispostos no quadro de distribuição da residência, havendo a necessidade de um circuito dedicado ao chuveiro elétrico. Ampliar as cargas sem avaliar as condições elétricas do imóvel poderia aumentar o risco de curto-circuito e choque elétrico.

            Na instalação, o cuidado a ser observado – e que antecede a execução do serviço - é o desligamento da chave geral, exigência necessária também para a troca de resistência. “Para maior segurança, após o desligamento da chave geral, o eletricista deve usar uma chave-teste para se certificar de que não há fuga de corrente no sistema elétrico antes de efetuar a instalação do chuveiro”, alerta Martinho.

            A manutenção ou a troca de resistência é outro procedimento que requer cautela, devendo ser realizado sempre com o chuveiro desencaixado da base, em local seco, que não ofereça risco de contato com a rede elétrica. “Jamais mexa em aparelhos elétricos com as mãos molhadas ou com o corpo úmido”, reforça o engenheiro.

            Para evitar a queima da resistência, a dica é manter a chave no modo desligado, abrir a torneira e deixar a água fria escorrer por alguns segundos antes de fechá-la. Só então, a chave deverá ser ajustada na temperatura desejada e a torneira reaberta para o banho quente. “Caso o reservatório de água do chuveiro esteja vazio, ligá-lo já com a temperatura quente para o banho pode queimar a resistência,” afirma o especialista do Programa Casa Segura.

            A seleção da chave de temperatura é outro ponto de atenção. Ela não deve, em hipótese alguma, ser movimentada com o chuveiro ligado. Isso pode ocasionar choque elétrico e vitimar o usuário. Além disso, resistências queimadas não devem ser reaproveitadas.

            O sistema elétrico, muitas vezes, pode dar sinais de que está com problemas. Exemplos disso são pequenos choques ao movimentar a torneira ou a queda do disjuntor com frequência ou durante o banho. Nesses casos, a instalação precisa ser revista e atualizada.

            Para aumentar a segurança, Martinho aconselha avaliar as condições elétricas do imóvel a cada cinco anos e incluir dispositivos como o fio terra e o diferencial residual (DR) no sistema elétrico, para anular o risco de fugas de corrente.


Raio-X das Instalações Elétricas
            Uma pesquisa nacional, conduzida pelo Procobre em 2016, revelou que apesar de 87% das moradias possuírem chuveiro elétrico, apenas 32% das instalações elétricas nos imóveis com mais de 20 anos estavam ligadas ao fio terra. Em imóveis com 6 a 10 anos de construção, 52% das instalações e em edificações com menos de cinco anos de construção, à época da pesquisa, eram 75% as ligadas ao fio terra. Os dados do levantamento revelaram ainda que o conjunto plugue e tomada para ligação do chuveiro – tipo de conexão proibida desde 2004 pela NBR 5410 -  era utilizado em 8% dos imóveis, agravando o risco de sobrecarga e incêndio nas moradias.


Teste on line
            Inspirado em jogos de videogame, um teste virtual, idealizado pelo Programa Casa Segura, oferece a facilidade de o usuário realizar a inspeção predial da residência e identificar se as instalações elétricas do imóvel têm ou não risco de choque elétrico ao morador. O teste propõe a visita a um imóvel e relaciona questões que devem ser respondidas pelo usuário. Ao final, o sistema gera uma resposta sobre a necessidade de atualizar ou não as instalações elétricas. “O diagnóstico virtual é uma maneira de conscientizar o usuário da eletricidade, de forma interativa. Não substitui, porém, o eletricista. Somente o profissional habilitado será capaz de avaliar minuciosamente as instalações elétricas da edificação e adequar o sistema elétrico, se necessário”, arremata o engenheiro do Programa Casa Segura.





Programa Casa Segura



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