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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Os sete erros mais comuns ao planejar uma mudança de país

Ao longo dos meus quase 21 anos atuando como advogado especializado em direito internacional, ajudando profissionais, famílias e empresários a iniciarem seus processos migratórios, ainda me deparo com um grande vilão que sempre põe tudo a perder. Chama-se desespero. E isso é fatal, porque em boa parte dos casos, quando esse sentimento se manifesta, a volta ao país de origem ocorre. Afinal, essa mudança foi mal estruturada porque boa parte das pessoas opta por fazer algo minimalista, fugindo do real.

Por isso, é importante colocar nesse planejamento uma consultoria técnica, evitando possíveis problemas e reduzindo desconfortos. 

Primeiramente, é crucial compreender a importância de uma pesquisa abrangente sobre o país de destino. Isso inclui entender a cultura, o sistema legal, os requisitos de imigração e as condições econômicas. Sem visitar esses pontos, podem ocorrer desafios inesperados que potencializam o desespero. Por isso, consultar fontes confiáveis ajuda a moldar expectativas realistas e planos sólidos.

Além disso, é importante estabelecer um plano financeiro robusto. Mudar-se para um novo país pode envolver custos significativos, incluindo taxas legais, custos de realocação e a necessidade de sustento durante a fase de transição antes de encontrar emprego ou fontes de renda estáveis.

Preparar a resiliência emocional e psicológica é outro aspecto crucial. O choque cultural, a solidão e o estresse de se adaptar a um novo ambiente podem ser intensos. 

Para ajudar, separei algumas questões que devem ser levadas em consideração para quem quer começar uma nova vida em um outro país. 


1 – Planejamento

Não pense que deixar de lado a contratação de um serviço especializado vai fazer com que você economize algum dinheiro. Pelo contrário, a probabilidade de encarar um prejuízo será muito maior. Esse profissional, ou consultoria, vai analisar todos os pontos a serem considerados no que diz respeito a adaptação em um novo país, um novo idioma, etc. Por isso, é necessário que todas essas questões sejam pensadas e planejadas. Lembre-se e tenha isso como mantra, o visto é consequência. 


2 – Escutar demais amigos e grupos

Existem diversos grupos nas redes sociais, sendo que a maioria deles têm um único propósito: marketing. Eu participei de alguns e percebi que as pessoas não querem contratar um profissional real, elas querem dicas, principalmente sobre o que é mais barato, e não sobre o que é melhor. O problema é que a maioria dos participantes desses grupos estão no mesmo nível de conhecimento, grande parte sequer já chegou ao país do qual está falando. É aquela história de que cada um que conta um ponto, aumenta o conto. Consequentemente, algumas informações são distorcidas e divulgadas erroneamente. 


3 – Falta de planejamento familiar 

Para que não haja problemas e impossibilidades, algumas pessoas preferem não comentar seus planos, às vezes até mesmo com os próprios filhos, que acabam não se preparando para conhecer outro idioma e outra cultura. Esse impacto é muito grande, principalmente entre os adolescentes. Isso se transforma em um problema, exigindo uma readaptação repentina. Sem preparação e uma boa estrutura emocional e psicológica, tudo em volta pode desabar. 


4 – Super empolgação 

Além de esperar que as documentações e todo o processo de adaptação seja rápido, as pessoas perdem um pouco a mão quando vão para países como os Estados Unidos, que tem uma gigantesca cultura de consumo. Quando você chegar em um outro país, tenha calma. A princípio, foque no que é necessário para sua estadia. 


5 - Medo 

O medo trava e amarrava as pessoas, que deixam de fazer muitas de suas vontades por conta dessa questão. Ao mudar de país, estamos falando de um medo acerca do choque de realidade, que muitas vezes faz com que o imigrante se feche dentro de sua casa ou busque informações com pessoas da mesma nacionalidade, tudo por receio de não conseguir se estruturar e assumir responsabilidades. Tirem essa palavra e esse sentimento da vida de vocês. 


6 - Comunidades com dicas valiosas

Começaram a surgir grupos no Instagram e Whatsapp, nos Estados Unidos, de dicas valiosas com a participação de alguns profissionais de áreas como engenharia, direito e etc. No entanto, quando um profissional é bom, ele valoriza seu trabalho e não sai dando dicas por aí gratuitamente. Ele gasta tempo e investimento para adquirir conhecimento e se sai melhor quando é valorizado. Ver essas pessoas oferecendo seus serviços por meio de grupos como esses, faz com que eu me sinta desvalorizado. Eu não acho que dê para passar 100% da informação real, do jeito que você passaria se fosse contratado para tal, através dessas comunidades. 


7 - Descontrole emocional 

Às vezes, as pessoas não conseguem pensar e agem de acordo com seus sentimentos, o que acaba trazendo alguns atritos e problemas por falta de estrutura, preparo e inteligência emocional. Quando se pensa em ir para outro país é preciso estar com o emocional bem controlado. Por isso, é importante pensar e avaliar o processo todos os dias, para poder tomar as decisões da forma mais calma e consciente possível. Muitas vezes, deixamos de fazer a coisa certa porque somos pressionados para decidir tudo em um curto período de tempo. É preciso aprender a colocar tempo e limite para tomar decisões mais assertivas e equilibradas. 



Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em Direito Internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e sócio da LeeToledo PLLC. Para mais informações, acesse o site. Toledo também possui um canal no YouTube com mais 240 mil seguidores com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente. Ele também é membro efetivo da Comissão de Relações Internacionais da OAB Santos, professor honorário da Universidade Oxford - Reino Unido, consultor em protocolos diplomáticos do Instituto Americano de Diplomacia e Direitos Humanos USIDHR.

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