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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Dengue: gestão inadequada de resíduos sólidos pode contribuir para aumento do número de casos, aponta especialista

  Falta de coleta regular e descarte inadequado de materiais tornam ambientes favoráveis à reprodução do mosquito Aedes aegypti 

 

O Brasil já registrou mais de 1.300 mortes por dengue em 2024, como mostram os dados do Painel de Arboviroses, do Ministério da Saúde. Ao longo do ano, já foram listados mais de 3 milhões de casos prováveis da doença no país. 

O número de óbitos é o maior da série histórica, que teve início em 2000, superando o recorde anterior, alcançado em 2023, quando 1.179 pessoas morreram após contraírem a patologia. 

A dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que tem sua reprodução facilitada pelo acúmulo de água. Os resíduos descartados e armazenados em locais inadequados também podem colaborar para a proliferação do inseto transmissor, como aponta o especialista Guilherme Arruda, CEO da Vertown, empresa líder em soluções de gestão de resíduos e sustentabilidade. 

“A falta de coleta regular e o descarte indevido de resíduos contribuem para a criação de ambientes favoráveis à reprodução do mosquito transmissor da doença. Recentemente, um estudo publicado pela National Library of Medicine ressaltou a associação entre o gerenciamento inadequado de resíduos sólidos e o aumento dos casos de dengue”, afirma Arruda. 

O especialista explica que no Brasil ainda existem pontos de melhoria quando o assunto é gestão de resíduos. “Uma pesquisa realizada em cinco capitais brasileiras, em 2020, mostrou que os dias de Carnaval resultaram, na época, em cerca de 3,5 mil toneladas de resíduos nas ruas, o que, sem dúvidas, proporcionou ambientes propícios para a proliferação de insetos como o Aedes aegypti”. 

Nas últimas semanas, o Ministério da Saúde decidiu investir R1,5 bilhão na luta contra a doença. Além disso, oito estados e o Distrito Federal declararam situação de emergência, por conta do aumento do número de casos.

Segundo Arruda, é preciso que todos estejam engajados em evitar água parada e descarte inadequado de resíduos sólidos nos ambientes. “A conscientização da população sobre a relevância dessas práticas e o apoio governamental são fundamentais para proteger a saúde pública e promover ambientes mais saudáveis e sustentáveis”, conclui o CEO da Vertown.


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