Falta de coleta regular e descarte inadequado de materiais tornam ambientes favoráveis à reprodução do mosquito Aedes aegypti
O
Brasil já registrou mais de 1.300 mortes por dengue em 2024, como mostram os
dados do Painel de Arboviroses, do Ministério da Saúde. Ao longo do ano, já
foram listados mais de 3 milhões de casos prováveis da doença no país.
O
número de óbitos é o maior da série histórica, que teve início em 2000,
superando o recorde anterior, alcançado em 2023, quando 1.179 pessoas morreram
após contraírem a patologia.
A
dengue é uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti,
que tem sua reprodução facilitada pelo acúmulo de água. Os resíduos descartados
e armazenados em locais inadequados também podem colaborar para a proliferação
do inseto transmissor, como aponta o especialista Guilherme Arruda, CEO da Vertown, empresa líder em soluções de gestão de resíduos e
sustentabilidade.
“A
falta de coleta regular e o descarte indevido de resíduos contribuem para a
criação de ambientes favoráveis à reprodução do mosquito transmissor da doença.
Recentemente, um estudo publicado pela National Library of Medicine ressaltou a
associação entre o gerenciamento inadequado de resíduos sólidos e o aumento dos
casos de dengue”, afirma Arruda.
O
especialista explica que no Brasil ainda existem pontos de melhoria quando o
assunto é gestão de resíduos. “Uma pesquisa realizada em cinco capitais
brasileiras, em 2020, mostrou que os dias de Carnaval resultaram, na época, em
cerca de 3,5 mil toneladas de resíduos nas ruas, o que, sem dúvidas,
proporcionou ambientes propícios para a proliferação de insetos como o Aedes
aegypti”.
Nas
últimas semanas, o Ministério da Saúde decidiu investir R$1,5 bilhão na luta
contra a doença. Além disso, oito estados e o Distrito Federal declararam
situação de emergência, por conta do aumento do número de casos.
Segundo
Arruda, é preciso que todos estejam engajados em evitar água parada e descarte
inadequado de resíduos sólidos nos ambientes. “A conscientização da população
sobre a relevância dessas práticas e o apoio governamental são fundamentais
para proteger a saúde pública e promover ambientes mais saudáveis e
sustentáveis”, conclui o CEO da Vertown.
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