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quinta-feira, 25 de abril de 2024

CROSP esclarece a eficácia dos raspadores de língua no combate à halitose

 

Recentemente viralizou uma “trend” no TikTok, em que algumas pessoas dizem que o raspador de língua é a solução para resolver o mau hálito. Mas, será que é verdade?

Para esclarecer o assunto, o cirurgião dentista, especialista em halitose e integrante da Câmara Técnica de Dentística do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dr. Mário Sérgio Giorgi, explica que o hábito de higienizar a língua com o objetivo de remover o acúmulo de saburra lingual (principal causa do mau hálito), existe desde a antiguidade.

A halitose ou mau hálito é um odor desagradável da cavidade oral, que pode ser classificada em halitose real ou imaginária (pseudo-halitose, halitofobia). A genuína está dividida em dois subgrupos, patológica ou fisiológica.

Na patológica, a halitose pode ser oral ou extra-oral, com origem no sistema respiratório ou de outros sistemas. Vale ressaltar que existem mais de 60 origens possíveis para a halitose, sendo simples ou complexas, que variam desde a má higiene oral até uma patologia, como diabetes.

A halitose fisiológica pode ser corrigida revisando a higiene. Ela é transitória e pode ocorrer por ingestão de bebidas alcoólicas, fumo ou alimentos e comidas, como cebola e alho, por exemplo.

Já a pseudo-halitose está ligada mais à parte psicológica, pois nela, o paciente se queixa de halitose, mas o mau hálito não é sentido por ninguém e o diagnóstico não é feito objetivamente. Na halitofobia, o paciente está preocupado em ter um mau odor oral contínuo e, mesmo que tenha feito o tratamento, acredita que ainda possui um mau odor, que não cessa.


Uso do raspador

De acordo com o Dr. Mario Sergio, a remoção mecânica da saburra é recomendada para o controle da halitose e o raspador é uma das opções para a higienização da língua. Nesse sentido, ele esclarece que o mau cheiro está associado à cavidade oral e os principais responsáveis pela halitose são os chamados compostos sulfurados voláteis (CSVs), que estão depositados na língua, chamados de saburra lingual.

O especialista explica que a principal área de concentração desses compostos é o dorso da língua, pois sua anatomia favorece o acúmulo de células epiteliais descamadas, bactérias, além de restos alimentares, formando a saburra lingual, que possui uma coloração branca ou amarelada.

Ele reforça, ainda, que a remoção mecânica é recomendada como cuidado caseiro para controle da halitose, pois reduz a concentração de saburra, melhorando inclusive a percepção de sabores.

“A limpeza deve ser realizada uma vez ao dia pela manhã com um instrumento próprio (limpador), alguns chamam de raspador. Bem delicadamente, segure a ponta da sua língua com uma gaze, puxe-a delicadamente até a ponta do queixo, assim você exterioriza ela e consegue limpar a língua do fundo para a frente e a saburra vai sendo depositada na gaze”, explica.

Outra sugestão, segundo o Dr. Mario, é associar a limpeza de língua. Ele ensina que o indicado é utilizar o limpador inicialmente, depois uma escova de perfil baixo - própria para limpeza de língua- intercalando assim: limpador - escova de língua - limpador.

Além da limpeza, que é um procedimento importante para a saúde oral, o especialista lembra da importância de consultas periódicas com o cirurgião-dentista para identificar os agentes etiológicos responsáveis pela formação da saburra e alteração do hálito.

O Dr. Mário Sérgio finaliza lembrando que alguns estudos têm demonstrado que a halitose pode também estar relacionada à diminuição da produção de saliva, portanto, é de extrema importância tomar água, pelo menos 2 litros por dia.

 


Conselho Regional de Odontologia de São Paulo - CROSP
www.crosp.org.br

 

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