Pesquisa do Sebrae mostra que um terço dos
produtores plantam cafés orgânicos e 27% investem em produto com Indicação
Geográfica
O Brasil lidera a produção mundial e é o segundo maior mercado consumidor de café. Nesse cenário competitivo, tem crescido entre os cafeicultores o interesse pela oferta de artigos diferenciados, certificados e de alto valor agregado. Uma pesquisa feita pelo Sebrae revela que 1/3 dos cafeicultores trabalha com produtos orgânicos (parcial ou integralmente), 27% já atuam no cultivo de cafés com Indicação Geográfica (IG) e 60% contam com algum tipo de certificação. Comemorado em 14 de abril, o Dia Mundial do Café mostra que os pequenos produtores têm boas razões para comemorar.
Atualmente, o Brasil exporta cerca de 10 milhões de sacas de cafés especiais
por ano e o potencial de produção nas regiões já demarcadas e reconhecidas como
Indicação Geográfica é de cerca de 38 milhões de sacas anuais. A maior parte
dos produtores de cafés especiais se concentra nos estados de Minas Gerais e
São Paulo. O levantamento do Sebrae indica ainda que mais de 80% dos produtores
gostariam de colocar em prática uma política de créditos de carbono e quase 70%
têm o desejo de trabalhar com cafés agroecológicos.
“Esses números
mostram que o produtor brasileiro está atento à necessidade de oferecer um
produto sustentável e cada vez mais diferenciado no mercado nacional e
internacional. O cafeicultor demonstra grande abertura para implementar
práticas como o plantio agroecológico ou a política de créditos de carbono.
Além disso, ele está usando intensamente as novas tecnologias digitais na
divulgação do seu produto”, comenta Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae
Nacional.
A instituição tem
atuado junto às pequenas propriedades, contribuindo para que elas possam ser
cada vez mais reconhecidas pela qualidade e sustentabilidade dos seus produtos,
lembra Bruno Quick. “Os cafés brasileiros diferenciados e certificados precisam
ser mais valorizados no mercado interno e externo. O produtor está cada vez
mais interessado em agregar valor ao produto. Já é realidade, várias marcas
estão à venda em cafeterias, empórios, micro torrefações, supermercados”,
argumenta.
Para a analista de
Competitividade do Sebrae Carmem Sousa, o consumidor final é exigente e hoje já
tem acesso a produtos de qualidade e com práticas sustentáveis, proporcionando
acesso a experiências únicas. “Esse processo de inovação tem sido valorizado no
mercado e a própria indústria tem se posicionado de forma diferente, com seus
programas de qualidade, embalagens e linhas diferenciadas”, destaca.
Perfil do
Produtor de café
A pesquisa do
Sebrae apontou que o perfil do produtor brasileiro é predominantemente branco
(74%), do sexo masculino (65%), com idade acima dos 36 anos (63%) e com – no
mínimo – uma graduação de nível superior (65%).
O estudo também
mostra que a atividade de produtor de café é transmitida de uma geração à
outra. Apenas 25% dos entrevistados não têm pais e outros antepassados
envolvidos na cafeicultura. Para a grande maioria (75%) representa pelo menos a
2ª geração envolvida no negócio, sendo que 9% já estão na quinta geração de
produtores.
Uso de
Tecnologia
Os produtores de
café são intensivos no uso de novas tecnologias digitais para a promoção do
negócio. De acordo com o levantamento, cerca de 86% dos cafeicultores apontam
ferramentas como Whatsapp, Instagram, Facebook, Youtube, Tik Tok e sites
próprios como principais canais de divulgação dos seus produtos. Apenas 14% dão
prioridade às feiras e eventos.
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