A dança, o teatro e a acrobacia fazem parte das habilidades das artistas (ex-ginastas) em uma encenação, sem diálogos, que passeia por técnicas circenses como o equilíbrio em cadeiras e a roda Cyr. O espetáculo teve como propulsores o conceito de “Modernidade Líquida” de Zygmunt Bauman; o livro "Mulheres Que Correm Com Os Lobos”, de Clarissa Pinkola Estés. As sessões são gratuitas
Um espetáculo com
a magia do circo que flerta com o teatro e a dança, além de abordar temas como
amizade, competição, ancestralidade e modernidade. Esses são os ingredientes de
Dual,
da Cia do Polvo, montagem criada e concebida pelas artistas
Cintya Rodrigues, Natalia Presser e dirigida por Juliana
Neves. As apresentações acontecem nos dias 4 e 5 de maio (Teatro
Arthur Azevedo); 11 e 12 de maio (Teatro
Cacilda Becker), além de uma temporada de 25 de maio a 16 de
junho (Teatro Alfredo Mesquita). As sessões são sempre sábados
e domingos, às 16h, com entrada gratuita.
Na trama, um timer
de tempo é acionado por meio do giro de uma roda no centro do palco. Um jogo é
estabelecido pelas artistas que se desafiam em disputas acrobáticas e
cênicas. Um esqueleto anatômico é montado durante o espetáculo e se torna
uma peça fundamental nesse jogo.
“Dual
tem um poder provocativo. Pode-se falar sobre ciências, anatomia, educação
física, artes plásticas e questões sociais como o respeito à diversidade, às
diferentes opiniões e formas de expressão. O projeto tem o objetivo de fomentar
nos jovens o interesse pelas artes, formando público, provocando
questionamentos ou até mesmo inspirando futuros artistas”, diz Natalia Presser.
A dança, o teatro
e a acrobacia fazem parte das habilidades das artistas (ex-ginastas) em uma
encenação, sem diálogos, que passeia por técnicas circenses como equilíbrio e
parada de mãos em cadeiras e a Roda Cyr. A diretora, Juliana Neves, é bailarina
e dançarina contemporânea e orquestra as cenas com uma mistura das linguagens e
gerando uma atmosfera divertida e lúdica para toda a família.
Durante o
espetáculo, quatro cadeiras de ferro se dispõe em diferentes configurações
formando imagens e significados diferentes na composição virtuosa e
acrobática de Cintya Rodrigues. Já a Roda Cyr permite que Natalia Presser
execute giros, movimentos de manipulação, dança e acrobacias dentro e fora do
aparelho, que funciona como timer da história.
A criação ocorreu
durante a pandemia e foi fruto dos questionamentos das intérpretes e equipe, e
teve uma série de propulsores como o conceito de Modernidade Líquida, criado
por Zygmunt Bauman (1925-2017), filósofo polonês contemporâneo, que reflete
sobre o quanto as relações entre as pessoas se tornaram superficiais, se
desfazendo com a mesma facilidade que se estabeleceram, como por exemplo acontece
nas redes sociais. Outra inspiração foi no estudo de alguns contos do livro Mulheres
Que Correm Com Os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés. A publicação
aborda o arquétipo feminino e seus mistérios e potência com base em mitos,
histórias ancestrais e contos de diversos países.
“Com Bauman,
tivemos que olhar para nós mesmas como um ser social cada vez mais voltado para
si. Com o livro de Clarissa, buscamos uma tentativa de conexão do eu selvagem,
que se conecta com sua ancestralidade, se transforma, se empodera e homenageia
os antepassados, passando adiante uma “informação” mais bem estruturada, para
que possa positivamente, agregar o elo dessa corrente de afetos e saberes”,
conta Natalia.
A artista ainda ressaltou
que Dual também possui uma linguagem contemporânea e com
estética modernista, com forte presença das cores primárias que dialogam com a
obra do artista plástico moderno Piet Mondrian. “Em seus trabalhos, Mondrian
trouxe criações que são exemplos de dualidades no sentido em que parte do
clássico ancestral nas cores e nas formas para criar obras totalmente
conectadas com a pintura moderna, que abandona teorias clássicas como luz,
sombra, perspectiva e traz para o protagonismo traços e formas geométricas
puras. Esses elementos estão em cena com as formas produzidas pelos corpos
durante as acrobacias, movimentos e dança”.
Ficha
técnica:
Direção: Juliana Neves. Dramaturgia: Mark Bromilow. Cenografia
e figurinos: Daniela Garcia. Trilha sonora:
Fernando Narciso e Denis Duarte. Iluminação: André Rodrigues. Elenco:
Cintya Rodrigues e Natalia Presser. Artistas oficineiros: Paulo Maeda e
Cesar Rossi. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato
Fernandes. Produção executiva: Natalia Presser e Cristiani Zonzini.
Assistente de produção: Victor Rosa.
Idealização e Produção: Cia do Polvo.
Serviço:
Teatro
Arthur Azevedo - Mooca
Av. Paes de
Barros, 955 - Alto da Mooca, São Paulo - SP
Dias 4 e 5 de maio, sábado e domingo, às 16h. Grátis
Teatro
Cacilda Becker - Lapa
R. Tito, 295 -
Lapa, São Paulo - SP
Dias 11 e 12 de maio, sábado e domingo, às 16h. Grátis
Teatro
Alfredo Mesquita - Santana
Av. Santos Dumont,
1770 - Santana, São Paulo – SP
Temporada: De 25 de e maio até 16 de junho, sábados e domingos, às 16h. Grátis
Classificação:
Livre. Duração: 55
minutos.
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