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sexta-feira, 4 de março de 2022

Gaslightting: a violência através da manipulação

Gaslightting é um tipo de violência psicológica que tem como vítimas, na maioria dos casos, as mulheres. Entretanto, alguns homens também podem ser vítimas desse tipo de violência. Infelizmente, as estatísticas mostram que é pouco provável que uma mulher, no decorrer de sua vida, nunca tenha sido vítima de Gaslightting, seja no âmbito familiar, em uma relação afetiva, no ambiente laboral ou em outro meio social frequentado.

 

O Gaslightting baseia-se, essencialmente, em obter controle sobre os demais através de táticas de persuasão para diminuir a autoestima da vítima. Na medida em que a vítima vai aceitando o comportamento manipulativo, o nível de manipulação vai aumentando gradativamente.

 

Os Gaslighters são as pessoas que cometem o Gaslightting, podendo ser praticados por homens e mulheres. Alguns são fáceis de identificar, enquanto outros desafiam uma percepção mais aguçada e possuem uma série distinta de comportamentos. O que todos têm em comum é a manipulação enquanto estilo de vida para obter controle sobre os demais, tirando o equilíbrio emocional da pessoa e fazendo com que ela se questione sobre a sua própria realidade.

 

Exemplos de comportamentos assim podem ser citados: o namorado extremamente controlador e ciumento, mas que envolve a parceira por ser charmoso e autoconfiante, fazendo com que a namorada acredite que o ciúmes é prova de amor; o assediador que culpa a vítima por uma violência cometida contra a mesma, dizendo que ela foi a causadora da situação, e/ou que está “maluca” e enxergando coisa onde não existe; o chefe que sempre dá um jeito de levar o crédito pelo trabalho que você faz, ou, então, que tenta invisibilizar – de forma direta ou velada – a sua competência técnica, fazendo com que você se questione se realmente é uma boa ou bom funcionário; o presidente de uma empresa que atormenta e intima os seus subordinados, jogando um contra os outros para desviar a atenção do seu próprio comportamento antiético no trabalho.


 

Discórdia e coleta de dado: sim, eles vão além

 

Outra tática comum dos Gaslighters é coletar informações fornecidas pela própria vítima e, posteriormente, utilizá-las contra elas de forma a prejudicá-las. Eles tratam a vulnerabilidade da vítima como uma fraqueza a ser explorada e, em muitos casos, espalham boatos a respeito das vítimas para enfraquecê-las emocionalmente. Causar discórdias entre as pessoas é algo que atende muito bem a necessidade que eles têm de dominar e controlar, pois, assim, eles fazem com que as pessoas concordem com eles, maculando o caráter da vítima, evitando o confronto direto e evitando as responsabilidades por suas ações.

 

Um exemplo corriqueiro desse tipo de conduta é quando a mulher, vítima de algum tipo de violência, decide procurar ajuda e denunciar o que está acontecendo. Ao invés de ser acolhida como deveria, o seu discurso é desqualificado e desacreditado, além de ser acusada de estar expondo o seu agressor (que pode ser uma pessoa ou uma instituição). A vítima, então, se torna algoz. Ela sofre um processo de revitimização, se sente acuada e não sabe mais para quem recorrer pedindo ajuda. Os perpetradores da violência usam o Gaslightting como maneira de convencer as vítimas de que elas estão loucas, aumentando o ciclo de violência que pode levar à depressão e, em alguns casos, ao suicídio. Para evitar esse tipo de situação, está a importância da capacitação adequada dos profissionais que atendem vítimas de violências.  

 

No âmbito doméstico, familiar e afetivo, o Gaslightting cometido contra a mulher pode configurar violência psicológica a atrair a incidência da Lei Maria da Penha. Caso tal fato ocorra contra a vítima mulher em outro ambiente, pode configurar o crime de violência psicológica contra a mulher previsto no artigo 147-B do Código Penal.

 

Se você é vítima de Gaslightting, não hesite em procurar ajuda!


 

 

Flávia Albaine -  Graduada em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Especialista em Direito Privado pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Mestra em Direitos Humanos e Acesso à Justiça pela Universidade Federal de Rondônia com pesquisa no tema sobre atuação estratégica da Defensoria Pública em prol da inclusão social de pessoas com deficiência.Fundadora e coordenadora do Projeto Juntos pela Inclusão Social em prol das pessoas com deficiência e das pessoas idosas. Coautora de livros sobre os direitos das pessoas com deficiência. Palestrante. Autora de artigos acadêmicos e artigos de educação em direitos sobre os direitos das pessoas com deficiência e direitos dos idosos.


Dia Internacional da Mulher: O verso e o reverso da mulher virtuosa dos tempos modernos

Fico imaginando como vivia Eva no início da existência do Homem! Feliz no Paraíso, a tranquilidade reinava naquele lugar. A natureza exuberante e a intimidade com os animais fazia parte da rotina daquela mulher que, ao lado de Adão, usufruía de intensa harmonia e companheirismo! Pelo menos é isso que eu imagino. Confesso que tento me colocar no lugar dela e tenho dificuldade! Quando volto os meus pensamentos para a mulher moderna, a tranquilidade sai de cena e, como flashes, surgem em minha mente uma série de responsabilidades que deixam bem longe a aparente passividade dos séculos passados e me deparo com a ansiedade da mulher do século XXI.

Após a revolução dos sutiãs, a mulher vem conquistando espaços muito além do que ela própria conseguiria imaginar. Nos diversos setores da economia, a “matéria prima” feminina é maioria, mas o sonho de construir uma família permanece. E, por obra da natureza, a tarefa da procriação não pode ser delegada aos homens! Assim, começa a árdua tarefa de conciliar papéis. A vida moderna e o avanço tecnológico trouxeram muitas facilidades, mas, no pacote, vêm também a falta de privacidade e a necessidade de estar sempre conectada a tudo e a todos. Na ânsia de conquistar uma carreira bem-sucedida ou uma condição de poder, muitas mulheres têm deixado de lado sonhos singulares. As que decidiram buscar seus sonhos singulares questionam se fizeram a escolha certa. E, ainda nesse cenário entra a condição do homem, aquele que desde os primórdios tem o papel de desbravar a selva de pedra e ser o sustentador da família, dos negócios, da sociedade, mas, hoje, com o novo perfil da mulher, muitas vezes sente-se acuado e preterido! E muitas mulheres também têm que administrar isso!

Certa vez, durante uma entrevista, uma jornalista visivelmente admirada com a minha postura de mulher independente e bem resolvida, decidiu “investigar” qual o caminho das pedras para eu ser boa mãe, boa profissional, boa filha, boa esposa, boa amiga... E, quando ela ia enumerar mais alguns itens da suposta “boa conduta feminina” eu a interrompi e falei: “Pode parar! Eu não consigo ser boa em tudo. Isso é um mito. O que eu aprendi da vida e coloco em pratica é que quando se é boa em algumas coisas, a qualidade se amplia! Eu não sou perfeita em tudo, mas procuro investir o melhor de mim em cada momento.” E isso é um fato!  Observo que a mesma coisa acontece com o aspecto negativo. Se a mulher é péssima motorista, péssima cozinheira e tem o seu guarda-roupa sempre desorganizado, logo as pessoas passam a rotulá-la como péssima mãe, péssima esposa, péssimo exemplo. Vejo isso como uma espécie marketing associativo. 

O rótulo de que mulher moderna sabe e pode tudo é um mito que a sociedade tem feito muita gente engolir, mas não diz respeito à realidade. Tem muita gente padecendo as amarguras dessa visão e tem se tornado crescente uma angústia generalizada para as mulheres e, também, para os homens. As mulheres têm se cobrado demasiadamente o tempo todo: tem que ser a melhor profissional, tem que ter um filho e tempo para brincar com ele, tem que ser bonita e elegante, ter nádegas durinhas, barriga tanquinho e seios empinados, tem que acompanhar a moda, ser excelente amante, companheira, amiga, esposa, mãe, filha! Ufa! Querer ser boa em tudo também cansa!

O fato é que a mulher não mudou os seus papéis. Ela vem acumulando diversos outros e nenhum ser humano consegue ser excelente em tudo ao mesmo tempo. É importante considerar isso para encarar a vida de forma mais descontraída e menos complicada. Cá para nós, você quer ser melhor em que? A resposta a essa pergunta faz total diferença. Se a própria mulher não tem clareza do que ela quer para a sua vida, imagine com fica a cabeça dos homens para entendê-las! Por isso vivemos em um clima de guerra dos sexos!

Não se pode ter tudo, mas é possível conquistar o melhor naquilo que escolheu. Realizada em um ponto, ajusta-se os desejos secundários, mas não menos importantes. Administrar as demandas tem a ver com equilíbrio, autoconhecimento e definição de autorrealização. No filme “De pernas para o ar 2”, a workaholic Alice (interpretada por Ingrid Guimarães), fica enfurecida porque o marido conhece uma mulher perfeita: bonita, mãe presente de cinco filhos, bem-sucedida profissionalmente, dona de casa exemplar e, por aí vai! Intrigada, ela segue ao encontro da super, hiper, mega mulher e pergunta como ela consegue ser tão perfeita em tudo.  A resposta foi simples e direta: “Eu não tenho marido!”. Disso tudo, eu tiro três conclusões: Eva nasceu no tempo certo e a realidade da mulher moderna é bem diferente. A segunda é que não existe certo ou errado e sim resultado de uma escolha. A terceira é que todas as nossas escolhas devem ser feitas a partir de nossos próprios parâmetros e não com base no que consideramos realidade na vida do outro. Quais as escolhas que você tem feito para a sua vida? Qual é a prioridade das suas realizações? Ter de forma clara e bem resolvida essas questões faz total diferença na vida da Super Mulher que desejamos ser! Pense nisso!

 


Leila Navarro - palestrante motivacional com reconhecimento no Brasil e no Exterior. Autora de 16 livros, entre eles, “Autocoaching de carreira e de vida”, “Talento para ser Feliz”, “Talento à prova de crise”, “A vida não precisa ser tão complicada”, “O poder da superação”.

Instagram: @leilanavarrooficial


Março é o mês delas na ViaQuatro, ViaMobilidade e ViaMobilidade Linhas 8 e 9

 Concessionárias responsáveis pelas linhas 4-Amarela e 5-Lilás de metrô e 8-Diamante e 9-Esmeralda de trens metropolitanos homenageiam o mês da mulher com ações de empoderamento, memória, brindes e muito chocolate


Em celebração ao 08 de março, Dia Internacional das Mulheres, as concessionárias ViaQuatro e ViaMobilidade promovem diversas exposições e campanhas nas linhas 4 e 5 de metrô e 8 e 9 de trens metropolitanos. São iniciativas que dão luz à luta e às conquistas das mulheres por segurança e equidade de direitos ao longo da história.
 

Durante o mês, as mostras fotográficas trazem o protagonismo de mulheres comuns, o legado da sambista Dona Ivone Lara, histórias de mulheres no Rugby, entre outras. Já no dia 08, também haverá a distribuição de livros escritos exclusivamente por autoras, das 11h às 13h, na Estação Butantã. Na Estação Largo Treze (Linha 5-Lilás), das 13h às 15h, serão distribuídos folhas para infusão de chá produzidos por agricultoras da região de Parelheiros, juntamente com folhetos, botons e cartões informativos sobre como prevenir a violência contra a mulher.  

Nas estações Vila Olímpia (Linha 9-Esmeralda), Oscar Freire (Linha 4-Amarela) e Largo Treze (Linha 5-Lilás), das 10h às 15h, também serão distribuídas mais de 15 mil barras de chocolates, em parceria com a marca Hershey's.

Todas as ações do dia terão o acompanhamento constante da equipe de Sustentabilidade das concessionárias para garantir as normas e recomendações sanitárias contra a Covid-19.  

Para Juliana Alcides, Gerente de Comunicação e Sustentabilidade da ViaQuatro e ViaMobilidade, o mês de março é uma reiteração do papel fundamental que a mulher desempenha em nossa sociedade. “A programação especial do mês e do dia 08 é um gesto de sororidade e agradecimento a todas as nossas colaboradoras e passageiras que nos ajudam a construir um futuro melhor para todas e todos”.


 

Serviços: 
Distribuição de livros escritos por mulheres - das 11h às 13h - Estação Butantã.

Distribuição de chocolates - das 10h às 15h - Estação Oscar Freire (linha 4-Amarela), Estação Largo Treze (linha 5-Lilás) e Estação Vila Olímpia (linha 9-Esmeralda).

Distribuição de chás e informativos sobre violência contra a mulher - das 13h às 15h - Estação Largo Treze (Linha 5-Lilás).


Hemocentro itinerante SAS Brasil estará em Indaiatuba (SP) entre 7 e 10 de março

Hemocentro itinerante SAS Brasil - Drogaria Pacheco e Roche Brasil. Foto: Renata Veronez/SAS Brasil

A iniciativa da startup social SAS Brasil, com patrocínio da Drogaria São Paulo e da Roche Brasil, percorre o país desde 2020 e retoma a ação de volta a cidades paulistas com o apoio da Universidade de Campinas (Unicamp), da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) e Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (FIEC).


A SAS Brasil, startup social que leva saúde especializada a regiões de vulnerabilidade em todo o país, se uniu à Drogaria São Paulo e à Roche Brasil, para retomar uma ação inovadora: o Hemocentro itinerante SAS Brasil. Depois de passar pela região metropolitana de São Paulo, em 2020, e por cidades do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e do Distrito Federal, em 2021, por meio de patrocínio da Drogarias Pacheco, o banco de sangue móvel retoma a ação de volta a cidades paulistas com o apoio da Universidade de Campinas (Unicamp), da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) e Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (FIEC). Neste começo de ano, após passagem por Guarulhos, Morumbi, Taboão da Serra e Campinas, o banco de sangue móvel chega na FIEC, em Indaiatuba - SP, entre 7 e 10 de março e prestará atendimento ao público, com agendamento prévio, das 8h30 às 12h.  

Em 2020, a SAS Brasil deu início ao Hemocentro Itinerante, com o intuito de contribuir com a coleta de sangue nos hemocentros brasileiros, além de fomentar a cultura de doação de sangue no país. Naquele ano, ao longo de cerca de dois meses e meio, mais de 2,1 mil pessoas doaram, beneficiando potencialmente quase 9 mil pessoas. Durante a campanha de 2021, a carreta foi adaptada para as doações em linha com as normas de segurança sanitária de prevenção à Covid-19 e centenas de pessoas doaram mais de 600 litros de sangue, que beneficiarão mais de 5 mil pacientes que precisam de transfusão. Em 2022, 300 pessoas já fizeram a doação de sangue e 1.200 serão potencialmente beneficiadas. Já são 143 litros de sangue coletado. E a carreta rodou mais de 71 rodados KM. 

Confira o balanço de 2020 - 2022:

3.775 doações;

15.100 pessoas potencialmente beneficiadas;

1.739 litros de sangue coletados;

7.470 KM rodados pela carreta. 

Segundo dados do Ministério da Saúde, menos de 2% da população brasileira é doadora regular de sangue. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda que esse número seja próximo a 5%. Com a pandemia, os estoques dos principais hemocentros brasileiros sofreram reduções significativas: mesmo pessoas que já tinham o hábito de doar sangue regularmente deixaram de ir aos centros recolhedores.  

“Utilizar a carreta com impacto entre uma e outra expedição da SAS Brasil sempre foi um objetivo nosso”, diz a médica Adriana Mallet, CEO da organização. “Ver este projeto entrar no terceiro ano, ainda mais maduro e com números tão significativos e parceiros tão importantes como a Drogaria São Paulo e a Roche nos faz imensamente felizes”, completa. 

Para ampliar o alcance da ação, a SAS Brasil conta, desde 2021, com o patrocínio do Grupo DPSP (formado pelas Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo), que também tem em suas premissas o atendimento de qualidade e o acesso efetivo à saúde. “Esse é um projeto pioneiro que nos enche de orgulho pela sua relevância e abrangência”, ressalta Andrea Sylos, diretora comercial e de Marketing do Grupo DPSP. “O número de doações reduziu muito durante a pandemia e o Hemocentro Itinerante se propõe a reverter esse cenário. É a primeira vez que uma rede de farmácias viabiliza uma ação como essa no país”, diz ela. Segundo a executiva, “por meio da carreta, aproximamos os hemocentros de locais com amplo movimento, estimulando ainda mais pessoas a realizarem esse gesto de solidariedade tão importante e necessário. A primeira fase do projeto foi um sucesso e não tenho dúvidas que conseguiremos repetir esses bons números em São Paulo também”. 

A fim de somar mais esforços, a Roche Brasil, parceira da SAS Brasil desde a criação da startup, em 2013, também está patrocinando o Hemocentro Itinerante em 2022, a exemplo do que como fez nos anos anteriores em 2020. "A queda nas doações de sangue é um cenário preocupante, que foi acentuado em meio à pandemia e demanda atuação proativa e solidária em prol da reposição dos estoques dos hemocentros.”, comenta Adriana Lima, Gerente Jurídica, de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da Roche Farma. Seguindo o nosso propósito de não deixar nenhum paciente para trás, mais uma vez a Roche se alia à SAS Brasil, para incentivar os cidadãos a exercerem um ato humanitário e simples que pode salvar vidas”, completa a executiva. 

Nesta etapa, a SAS Brasil conta também com o apoio da Universidade de Campinas (Unicamp), a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas (SMCC) e da Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (FIEC). 

Para acompanhar a chegada da carreta a novas regiões basta acessar o site e as redes sociais da SAS Brasil.
 
 

Serviço: Hemocentro Itinerante SAS Brasil - Drogaria São Paulo e Roche Brasil (etapa SP)

Data: 7 a 10 de março (segunda a quinta)

Horário: das 8h30 às 12h

Endereço: FIEC - AV. Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, 3405, Jardim Regina, Indaiatuba - SP


Dia Mundial da Obesidade: 20% de todos os cânceres possuem relação direta com a condição

Dados apontam que 13 tipos de câncer são ligados ao excesso de gordura corporal; Especialista comenta como evitar os fatores de risco para uma vida mais saudável
 

Ter uma dieta rica em alimentos que contribuam com o sistema imunológico é fundamental em todos os pilares da vida, sem distinção de faixa etária. A partir dela, é possível evitar a obesidade, prevenir doenças - incluindo o câncer -, ter uma melhor qualidade de vida e diversos outros benefícios.  

Considerando a relação entre alimentação e aumento no risco de incidência de câncer, para aqueles que desejam investir em mudanças de hábitos que efetivamente favoreçam seu bem estar, é importante ter bom senso. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 40% dos casos de câncer poderiam ser evitados se os fatores de risco não fossem aplicados pelos pacientes no dia a dia. Dentre eles, é possível citar: má alimentação, sedentarismo, ingestão de bebidas alcóolicas, alimentos ultraprocessados, entre outros.

 

Riscos 

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), os números da doença tendem a crescer nos próximos anos. E esse fator vem ainda acompanhado de uma perspectiva ligada ao ganho de peso da população. Ao todo, cerca de 13 tipos de câncer já possuem alguma relação com a obesidade, sendo os mais comuns, os de fígado, mama, tireóide, ovário, rim, pâncreas e estômago.  

E essa é uma realidade que tende a evoluir de forma negativa: até 2025 serão 29 mil novos casos de câncer causados pelo excesso de peso (4,6% do total) segundo o estudo epidemiológico, feito em colaboração com a Harvard University (Estados Unidos) e publicado em 2018. 

“A obesidade é a segunda maior causa evitável da doença, perdendo apenas para o tabagismo. No entanto, devido a diminuição do número de fumantes, é esperado que nos próximos anos ela seja a condição prevenível mais comum. E além do câncer, vale lembrar que problemas como diabetes, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e doenças cardiovasculares podem ser evitadas a partir de medidas simples para controle do excesso de peso”, comenta Daniel Gimenes, oncologista da Oncoclínicas em São Paulo.
 

Prevenção 

Segundo o especialista, é imperativo o desenvolvimento de políticas públicas focadas em orientar a sociedade sobre hábitos alimentares pouco saudáveis, como ingestão de gorduras, açúcares e produtos industrializados em excesso. “Fast Food, salgadinhos de pacote, embutidos, sucos de caixinha, refrigerantes e ultraprocessados em geral são os responsáveis pelo aumento da incidência de sobrepeso e obesidade entre a população nos mais diversos países, inclusive o nosso. Estes fatores elevam os riscos de incidência de câncer e devem ser diretamente evitados em todas as fases da vida”, explica. 

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer analisou em 2016, através de diversos estudos, evidências comprovando que a ausência de gordura corporal excessiva reduz o risco de câncer. Contudo, a OMS estima que 20% de todos os cânceres possuem alguma relação com a obesidade.  

O médico reforça ainda que manter uma alimentação equilibrada é a chave para a diminuição da progressão dos casos de câncer. “A dieta saudável é aquela que o indivíduo tem a orientação de um nutricionista ou nutrólogo e que tenha um cardápio composto de alimentos integrais, frutas, verduras, proteínas de carne branca, além de limitar o consumo de carne vermelha, carnes defumadas e processadas e a ingestão de bebidas açucaradas e alcoólicas em geral”, finaliza o Dr. Daniel Gimenes.


Mesmo quadro leve ou moderado de COVID-19 pode alterar sistema cardiovascular de adulto jovem, diz estudo

Pesquisadores da Unesp acompanharam indivíduos entre 20 e 40 anos sem doenças preexistentes. Dados indicam que obesidade e inatividade física contribuem para aumentar o impacto da doença sobre o sistema nervoso autônomo, responsável por regular funções como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória (foto: Grupo FIT-COVID/divulgação)

  

Estudo conduzido na Universidade Estadual Paulista (Unesp) indica que mesmo a infecção leve a moderada por SARS-CoV-2 pode provocar desequilíbrio no sistema cardiovascular de adultos jovens e sem doenças preexistentes. A pesquisa concluiu ainda que tanto a obesidade quanto o baixo nível de atividade física são fatores determinantes no pós-COVID-19 que ajudam a alterar o sistema nervoso autônomo, responsável por funções vitais do organismo, como pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória.

O trabalho, que contou com o apoio da FAPESP, acompanhou indivíduos entre 20 e 40 anos antes de serem vacinados.

“Esses resultados nos dão elementos para incentivar as pessoas para que, mesmo com sintomas leves de COVID, busquem um diagnóstico mais minucioso após a contaminação. A bagagem deflagrada pelo vírus pode ter consequências e o paciente não sabe”, avalia o coordenador do projeto, professor Fábio Santos de Lira, do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp, campus Presidente Prudente. Ele é um dos autores do artigo publicado no International Journal of Environmental Research and Public Health, na edição especial Impact of Lifestyle Interventions in Immune Response, Inflammation and Vascular Health.

A pesquisa faz parte de um projeto mais amplo, o FIT-COVID, que tem o objetivo de investigar lacunas no conhecimento científico sobre a doença com foco específico em marcadores imunológicos, inflamatórios e metabólicos, explorando os efeitos modulatórios temporais da atividade física e da composição corporal.

Para o estudo, os pesquisadores recrutaram pacientes infectados com o SARS-CoV-2 em Presidente Prudente, município no interior de São Paulo com cerca de 231 mil habitantes e que, até o fim de fevereiro, registrava 39.049 casos confirmados de COVID-19 e 982 mortes.

Os indivíduos tiveram diagnóstico confirmado por teste de RT-PCR e infecção com sintomas leves a moderados. Um grupo de controle saudável foi pareado por idade. No total foram avaliadas 57 pessoas, mas, após as exclusões, 38 foram consideradas no resultado final.

Houve medição do índice de massa corporal (IMC, parâmetro usado para avaliar sobrepeso e obesidade e que corresponde à razão entre o peso e a altura ao quadrado) e dos níveis de atividade física (usando um acelerômetro triaxial), além da avaliação do sistema nervoso autônomo por meio da variabilidade da frequência cardíaca.

O principal achado foi que, mesmo em infecções leves e moderadas, adultos jovens contaminados pelo SARS-CoV-2 apresentaram: maior atividade simpática (sistema que ajusta o organismo para suportar situações de perigo, esforço intenso e estresse); menor atividade parassimpática (responsável por fazer o corpo se acalmar após uma situação de estresse); e variabilidade global quando comparados aos indivíduos não infectados. Ou seja, no grupo pós-COVID houve aumento da frequência cardíaca e menor atividade do organismo para “frear” essa frequência.

Ao comparar os indivíduos com sobrepeso e obesidade e/ou inativos fisicamente, a modulação autonômica cardíaca apresentou piores índices. Com isso, os resultados fornecem novos insights sobre o papel do IMC e da atividade física na desregulação pós-infecção por COVID-19 que podem contribuir para o entendimento da fisiopatologia e do tratamento dos sintomas agudos posteriores.

“Não esperávamos um sistema cardiovascular tão alterado porque eles são jovens e sem outras doenças. Nosso trabalho mostra que pessoas infectadas pela COVID, mesmo sem sintomas graves, podem apresentar alterações funcionais importantes. Por exemplo, essa variação na frequência cardíaca pode, no futuro, se tornar uma arritmia”, afirma a pós-doutoranda na Unesp Luciele Guerra Minuzzi, uma das pesquisadoras que participaram do artigo juntamente com a primeira autora, Ana Paula Coelho Figueira Freire, da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), e com Bruna Spolador de Alencar Silva, também pós-doutoranda na Unesp e umas das coordenadoras do projeto.

O reflexo dessas variações foi registrado em atividades diárias dos pacientes, como a capacidade de fazer exercícios físicos, subir escadas e até caminhar. Eles relataram cansaço e fadiga. Para detectar o problema, é possível fazer um exame simples, conhecido como teste de caminhada de seis minutos.

Segundo Minuzzi, o grupo já havia mostrado desregulações metabólicas – como maior concentração de lipídios na corrente sanguínea e glicemia alterada – em pacientes com SARS-CoV-2 que apresentaram quadros mais graves e com internação.

Outro estudo publicado em agosto do ano passado por cientistas da Universidade Estadual Appalachian, na Carolina do Norte (Estados Unidos), apontou que adultos jovens em recuperação de COVID-19 apresentaram desregulação autonômica. Porém, o trabalho utilizou um método invasivo, enquanto a pesquisa dos brasileiros adotou uma forma de avaliação mais simples, barata e não invasiva.

À época, a conclusão foi que houve um impacto fisiológico prolongado da infecção por SARS-CoV-2, com duração de dois a três meses, na frequência cardíaca em repouso, o que pode refletir a disfunção autonômica. Os achados foram atribuídos ao aumento do estado de inflamação gerado durante a infecção por COVID-19 e pela infusão direta de citocinas inflamatórias.


Próximos resultados

Segundo Lira, os pesquisadores agora estão avaliando outros resultados obtidos nas análises, que devem ser publicados em breve. O projeto é multicêntrico e conta com a participação de cientistas da Universidade de Coimbra e do Instituto Politécnico de Coimbra (ambos de Portugal).

Além disso, os mesmos pacientes continuam sendo acompanhados após terem sido vacinados. Já houve uma avaliação seis semanas depois da vacina e a próxima será no 18º mês pós-imunização.

O artigo Role of Body Mass and Physical Activity in Autonomic Function Modulation on Post-COVID-19 Condition: An Observational Subanalysis of Fit-COVID Study pode ser lido em: www.mdpi.com/1660-4601/19/4/2457/htm.

 

 

 

Luciana Constantino

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/mesmo-quadro-leve-ou-moderado-de-covid-19-pode-alterar-sistema-cardiovascular-de-adulto-jovem-diz-estudo/38061/


DIA 4 DE MARÇO É O DIA MUNDIAL DA OBESIDADE

Um quarto da população adulta brasileira é obesa, e uma das causas da obesidade está diretamente ligada a um transtorno psicológico: a compulsão alimentar.


Crises de ansiedade, problemas hormonais, dietas muito restritivas ou uma grande perda… qualquer um desses motivos podem desencadear na pessoa a necessidade de comer em grandes quantidades, muito rápido. Em alguns casos a comer escondido, mesmo que não esteja com fome, podendo resultar no ganho de peso e no desenvolvimento de outros transtornos psicológicos, como depressão ou bulimia.

Shana Eleve, psicóloga e CEO da Eleve Consulting , faz um alerta sobre a compulsão alimentar no dia mundial da obesidade: “A compulsão alimentar tem cura, especialmente quando identificada e tratada logo no início e sempre com apoio de um psicólogo e orientação nutricional. Isso porque com o psicólogo é possível identificar a razão que desencadeou a compulsão e, assim, diminuir os sintomas e garantir melhora na qualidade de vida e bem-estar da pessoa.” salienta Shana.

É através das sessões de terapia que os sintomas de compulsão alimentar podem começar a ser diminuídos, sendo importante o tratamento complementar com remédios, que deve ser feito sob recomendação médica, e orientação nutricional. O uso de remédios é importante para regular a função hormonal e, assim, diminuir a fome física e emocional gerada por ansiedade, estresse e depressão. "Temos um país com alto índice de obesidade e de estresse, a única saída é um trabalho com uma rede multidisciplinar, para tratar. A comida é onde se desconta nesse caso, eu não resolvo, eu tenho ansiedade, então, eu como. É necessário práticas que cuidem das emoções, buscar uma forma de aliviar a ansiedade, práticas de mindfulness, de meditação, e até espiritualidade podem diminuir a compulsão.” explica Shana.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em outubro de 2020, 26,8% dos brasileiros acima de 20 anos são considerados obesos e 6,7% dos adolescentes sofrem com a doença. A previsão da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que, até 2025, 700 milhões de pessoas sejam diagnosticadas no mundo.

A obesidade é uma doença crônica que pode ser causada por diversos fatores - genéticos, psicológicos, sociais, metabólicos -- e, assim como o excesso de peso, aumenta o risco para o desenvolvimento de diversas outras doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, diabetes, alguns tipos de cânceres, dentre outras.

A ajuda de uma psicóloga é indispensável para evitar problemas maiores. A compulsão alimentar precisa ser combatida. A obesidade não é só um problema físico, impede a pessoa de ter uma vida saudável, de socializar, de levar uma vida feliz. E o primeiro passo é identificar cedo o problema, entender o que pode ser uma simples gula ou o que já é uma compulsão alimentar.

 

 

Shana Wajntraub - psicóloga com MBA em Gestão de Pessoas pela Universidade Federal Fluminense, pós- graduada em neurociências pelo Mackenzie. Mestranda em comunicação e análise de comportamento pela Manchester Metropolitan University- UK (Paul Ekman). Tedx speaker, speaker coach e curadora dos palestrantes do TEDx Campo Grande, professora da HSM. Palestrou no CBTD em 2020e 2021e já impactou mais de 230 mil pessoas em treinamentos na América Latina para Nestlé, Galderma, Sanofi, GPA, Hypera, Locaweb, Seara, AstraZeneca, Dasa, Boehringer, Met Life, Grupo Boticário, vivo, Amil, Magazine luiza, Camil..
@shana.eleve.


Mitos e verdades sobre a vacina HPV, que protege homens e mulheres contra vários tipos de cânceres

Celebramos, em março, o Dia internacional de conscientização sobre o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano). Aproveitamos a data para destacar um tema muito importante: o HPV é fator de risco para os cânceres de colo de útero, anal, vagina, orofaringe, vulva e pênis e existe uma vacina de comprovada eficiência científica contra esse vírus.


Celebramos o Dia internacional de conscientização sobre o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano, em 4 de março. Aproveitamos a data para destacar um tema muito importante: o HPV é fator de risco para os cânceres de colo de útero, anal, vagina, orofaringe, vulva e pênis e existe uma vacina de comprovada eficiência científica contra esse vírus.

“Apesar de estar disponível  uma vacina contra o HPV no sistema público de saúde, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, muitas famílias ainda deixam de imunizar os filhos, influenciadas por preconceitos e desinformação”, afirma a oncologista clínica Andréa Paiva  Gadêlha Guimarães,  do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR).

Para contribuir com a conscientização sobre a importância da imunização contra o vírus HPV, levantamos com a especialista alguns mitos e verdades sobre o tema. Confira a seguir:

 

  1. A vacina contra o HPV previne vários tipos de câncer.

Verdade. O HPV é o principal fator de risco do câncer de colo de útero.  O vírus está associado a 99,8% dos casos dessa doença oncológica e a vacina é eficaz contra esse vírus. E não é só isso, o vírus HPV é responsável também por 80-90% dos casos de câncer anal; 60% dos casos de câncer de vagina; a 25-35% dos casos de câncer de orofaringe;  40% dos casos de câncer de vulva;  40-50% dos casos de câncer de pênis.

 

  1. Meninos não precisam tomar a vacina contra HPV, somente as meninas

Mito. Homens também contraem o HPV e devem tomar a vacina para prevenir a infecção e não serem canais de transmissão para as mulheres. Vale ressaltar que o HPV, embora seja mais divulgado como fator de risco de câncer de colo de útero, também aumenta as chances de desenvolve câncer de pênis, ânus e cavidade oral.

 

  1. A vacina contra o HPV pode causar paralisias, doenças neurológicas, infertilidade, menopausa precoce.

Mito. A vacina contra HPV é eficaz e segura.

 

  1. A vacina deve ser aplicada antes do início da vida sexual

Verdade. A vacina deve ser aplicada antes do risco de contrair o vírus, já que é  vírus transmitido por via sexual. Por essa razão, é importante seguir a recomendação médica: vacinar meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Nessas faixas etárias, a eficiência é maior e são recomendadas  apenas duas doses. A partir dos 15 anos, devem ser realizadas  três doses.

 

  1. Mesmo tomando a vacina, a mulher deve manter a rotina do exame preventivo de Papanicolau para rastreamento do câncer do colo do útero?

Verdade. Sim,  mulheres vacinadas contra o HPV, precisam realizar o exame preventivo de Papanicolau para identificar e tratar precocemente lesões precursoras que podem levar ao desenvolvimento do câncer.

 

  1. Somente o Brasil utiliza a vacina contra HPV nos programas públicos de vacinação.

Mito. A vacina contra o HPV é adotada por vários países e faz parte da estratégia da Organização Mundial da Saúde para erradicação do câncer de colo de útero do mundo até 2030.

 

  1. Ao vacinar meus filhos contra o HPV, vou estimular precocemente sua vida sexual

Mito. A vacina é um fator de proteção contra o HPV, portanto contra vários tipos de cânceres relacionados a esse vírus. Há diversos estudos científicos no mundo que comprovam não haver relação entre a vacinação contra HPV e o inicio precoce da vida sexual ou qualquer comportamento de risco.

 

  1. Se a pessoa usar preservativo durante as relações sexuais, não precisa se preocupar com o HPV

Mito. Usar preservativo durante a relação sexual é importante, mas essa medida não previne a infecção pelo HPV, pois o vírus pode estar presente em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal).

  1. No sistema público, a vacina também está disponível para adultos, em situações especiais

Verdade. Além das crianças e adolescentes,  a vacina é recomendada e disponível no sistema público para homens até 26 anos e mulheres até 45 anos portadores do vírus HIV, transplantados de órgãos sólidos, medula óssea ou em tratamento oncológico. Nesse caso, são recomendadas três doses, sendo que a segunda dose é feita após 2 meses da primeira e a terceira dose após 6 meses da primeira dose.




IUCR - Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica Dr. Gustavo Guimarães – especializado na prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação do paciente com câncer.


Anemia Ferropriva ainda é um problema de saúde pública no Brasil

Nutricionista alerta sobre os perigos da falta desse nutriente para o organismo

 

Você sabia que a anemia é um sinal de que algo pode não estar bem com o seu organismo? A anemia acontece quando há um desequilíbrio dos níveis de hemoglobina no sangue e tem origem por diversos motivos como: algum tipo de problema na medula óssea, hemorragias; deficiência de ferro (conhecida como anemia ferropriva); doença autoimune; doença que cause a morte prematura das hemácias, falta de vitamina B12 ou B6, gravidez e doenças crônicas.

A anemia por deficiência de ferro por exemplo é a mais comum das carências nutricionais, com maior prevalência em mulheres e crianças, principalmente nos países em desenvolvimento.

Esse é considerado um sério problema de Saúde Pública, por prejudicar o desenvolvimento mental e psicomotor do indivíduo, causar aumento da morbimortalidade materna e infantil, além de influenciar na queda no desempenho do trabalho e redução da resistência às infecções. 

Uma pesquisa feita na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e publicada em setembro de 2021, no periódico científico Public Health Nutrition reuniu informações sobre a saúde de 46 mil indivíduos com menos de 7 anos de idade de todas as regiões do Brasil. Os resultados mostraram que de cada três crianças brasileiras, uma apresenta um quadro chamado anemia ferropriva, número considerado "grave" por especialistas.

Segundo o médico Antônio Wanderson Lack de Matos: responsável pelo setor de nutrição do Hospital de Clínicas do Ingá (HCI) esse nutriente pode ser encontrado no leite materno, na carne vermelha (no fígado bovino por exemplo) e em alguns vegetais, como as folhas verde-escuras, o feijão e a soja sendo essencial para o funcionamento do corpo.

Ele é indispensável para a fabricação e o funcionamento das hemácias, as células vermelhas do sangue responsáveis por transportar oxigênio no organismo além de atuar na manutenção do nosso sistema imunológico e garantir assim o bom funcionamento do cérebro.

“E o problema é ainda maior quando falamos da infância pois crianças  com deficiência de ferro sofrem alterações no desenvolvimento do cérebro que, no futuro, podem acarretar problemas no aprendizado, além de sonolência e desânimo, problemas que podem muitas vezes prejudicar a saúde de forma irreversível”, lamenta o médico.

 

Antônio Wanderson Lack de Matos - responsável pelo setor de nutrição do Hospital de Clínicas do Ingá (HCI), especialista em nutrição clínica, ortomolecular e gerontologista com especialização em fitoterapia.  


NO DIA MUNDIAL DA OBESIDADE, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) FAZ UM ALERTA SOBRE A OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

As taxas de obesidade quase triplicaram desde 1975 e aumentaram quase cinco vezes em crianças e adolescentes. Os dados são tão alarmantes que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2030 o número de crianças obesas no planeta chegue a 254 milhões. 

Identificada como um dos desafios de saúde pública do século 21 pela OMS, as taxas globais de prevalência de obesidade infantil são preocupantes e as previsões são pouco otimistas. Em 2020, 158 milhões de crianças de 5 a 19 anos viviam com obesidade, número projetado para chegar a 254 milhões em 2030. Além de contribuir para maus resultados de saúde e mortalidade, a obesidade também aumenta o risco de outras doenças crônicas não transmissíveis (DNTs). 

A Nutricionista Adriana Stavro explica que a obesidade é considerada uma doença crônica, sendo o resultado do balanço energético positivo entre a síntese de gordura (lipogênese) e a degradação (lipólise), devido a um descontrole na ingestão de calorias em relação ao gasto energético. Porém, por ser multifatorial, a obesidade sofre influência de fatores combinados como hereditariedade, meio ambiente, hábitos e fatores socioculturais. “Sobrepeso e obesidade constitui o sexto fator de risco mais preocupante das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), pois está associada a várias outras comorbidades.” informa Adriana.


A obesidade na infância e adolescência é um dos mais sérios desafios de saúde pública do século 21. O problema é global e está afetando muitos países de baixa e média renda, particularmente em ambientes urbanos.  

No Brasil, os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso. As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2019, revelaram que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estavam com sobrepeso, 9,38% com obesidade, e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentavam sobrepeso, 9,53% eram obesos e 3,98% tinham obesidade grave. 

Adriana Stavro comenta que o crescente número da obesidade na infância e adolescência está associado ao surgimento de comorbidades, anteriormente consideradas doenças de "adultos". Estas condições incluem, apneia do sono, diabetes mellitus tipo 2, asma, esteatose hepática (doença hepática gordurosa não alcóolica), doença cardiovascular, hipercolesterolemia, colelitíase (cálculos biliares), resistência à insulina, problemas de pele, hipertensão, anormalidades menstruais, equilíbrio prejudicado e problemas ortopédicos.

Embora a maioria das condições físicas e de saúde associadas à obesidade sejam evitáveis, e possam desaparecer quando uma criança ou adolescente alcança um peso saudável, algumas continuam tendo consequências negativas ao longo da vida adulta. 

“É importante entender que o excesso de peso e a obesidade pode atingir profundamente a saúde física, o bem-estar social, emocional e a autoestima das crianças e dos adolescentes.” alerta Adriana Stavro.


● Estudos mostram que crianças com sobrepeso ou obesas, tem quatro vezes mais probabilidade de ter problemas de aprendizado em relação seus pares com peso normal. Elas também são mais propensas a faltar na escola, especialmente aqueles com condições crônicas de saúde, como diabetes e asma.


● A obesidade tem sido descrita como uma das condições mais estigmatizastes, e menos socialmente aceita da infância. Estas crianças são frequentemente intimidadas, estereotipadas, marginalizadas e discriminadas.


● Crianças e adolescentes obesas são excluídas de atividades competitivas na escola. Muitas vezes é difícil para elas participarem de atividades físicas, pois tendem a ser mais lentas que seus colegas, além disso enfrentam falta de ar e cansaço excessivo.


● As crianças e adolescentes tendem a se proteger dos comentários e atitudes negativas dos colegas, retirando-se para lugares seguros, como suas casas, onde podem buscar comida como um conforto agravando ainda mais o problema,


● Além disso elas também têm menos amigos, o que resulta em menos interação social e brincadeiras ativas, gastando mais tempo em atividades sedentárias (tempo de tela).


A nutricionista Adriana Stavro traz dicas para promover hábitos de estilo de vida saudáveis:

Os pais e responsáveis podem ajudar a prevenir a obesidade infantil, fornecendo refeições e lanches saudáveis, estimulando atividade física diária e educação nutricional. Alimentos saudáveis fornecem nutrição ao crescimento enquanto modelam comportamentos e atitudes alimentares. O aumento da atividade física reduz os riscos de doenças e ajuda a controlar o peso. A educação nutricional ajuda as crianças a desenvolver consciência sobre uma boa nutrição e hábitos alimentares saudáveis para o resto da vida. 

-Ensine e estimule atitudes saudáveis e positivas em relação à alimentação e atividade física sem enfatizar o peso corporal; 

-Não separe a crianças com excesso de peso. O ideal é envolver toda a família e trabalhar para mudar gradativamente os hábitos familiares; 

-Estabeleça os horários das refeições e lanches diários. Disponibilize uma variedade de alimentos saudáveis e deixe a criança decidir o quanto quer comer; 

-Ofereça água regularmente a criança; 

-Qualidade e quantidade de sono é fundamental; 

-Evite bebidas açucaradas (sucos de frutas, refrigerantes, leites aromatizados); 

-Estimule a mastigação adequada dos alimentos; 

-Diminua o tempo de tela; 

-Evite equipamentos eletrônicos durante as refeições.



Adriana Stavro - Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo. Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein . Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U.

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