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sexta-feira, 4 de março de 2022

NO DIA MUNDIAL DA OBESIDADE, A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS) FAZ UM ALERTA SOBRE A OBESIDADE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

As taxas de obesidade quase triplicaram desde 1975 e aumentaram quase cinco vezes em crianças e adolescentes. Os dados são tão alarmantes que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2030 o número de crianças obesas no planeta chegue a 254 milhões. 

Identificada como um dos desafios de saúde pública do século 21 pela OMS, as taxas globais de prevalência de obesidade infantil são preocupantes e as previsões são pouco otimistas. Em 2020, 158 milhões de crianças de 5 a 19 anos viviam com obesidade, número projetado para chegar a 254 milhões em 2030. Além de contribuir para maus resultados de saúde e mortalidade, a obesidade também aumenta o risco de outras doenças crônicas não transmissíveis (DNTs). 

A Nutricionista Adriana Stavro explica que a obesidade é considerada uma doença crônica, sendo o resultado do balanço energético positivo entre a síntese de gordura (lipogênese) e a degradação (lipólise), devido a um descontrole na ingestão de calorias em relação ao gasto energético. Porém, por ser multifatorial, a obesidade sofre influência de fatores combinados como hereditariedade, meio ambiente, hábitos e fatores socioculturais. “Sobrepeso e obesidade constitui o sexto fator de risco mais preocupante das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), pois está associada a várias outras comorbidades.” informa Adriana.


A obesidade na infância e adolescência é um dos mais sérios desafios de saúde pública do século 21. O problema é global e está afetando muitos países de baixa e média renda, particularmente em ambientes urbanos.  

No Brasil, os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso. As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2019, revelaram que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estavam com sobrepeso, 9,38% com obesidade, e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentavam sobrepeso, 9,53% eram obesos e 3,98% tinham obesidade grave. 

Adriana Stavro comenta que o crescente número da obesidade na infância e adolescência está associado ao surgimento de comorbidades, anteriormente consideradas doenças de "adultos". Estas condições incluem, apneia do sono, diabetes mellitus tipo 2, asma, esteatose hepática (doença hepática gordurosa não alcóolica), doença cardiovascular, hipercolesterolemia, colelitíase (cálculos biliares), resistência à insulina, problemas de pele, hipertensão, anormalidades menstruais, equilíbrio prejudicado e problemas ortopédicos.

Embora a maioria das condições físicas e de saúde associadas à obesidade sejam evitáveis, e possam desaparecer quando uma criança ou adolescente alcança um peso saudável, algumas continuam tendo consequências negativas ao longo da vida adulta. 

“É importante entender que o excesso de peso e a obesidade pode atingir profundamente a saúde física, o bem-estar social, emocional e a autoestima das crianças e dos adolescentes.” alerta Adriana Stavro.


● Estudos mostram que crianças com sobrepeso ou obesas, tem quatro vezes mais probabilidade de ter problemas de aprendizado em relação seus pares com peso normal. Elas também são mais propensas a faltar na escola, especialmente aqueles com condições crônicas de saúde, como diabetes e asma.


● A obesidade tem sido descrita como uma das condições mais estigmatizastes, e menos socialmente aceita da infância. Estas crianças são frequentemente intimidadas, estereotipadas, marginalizadas e discriminadas.


● Crianças e adolescentes obesas são excluídas de atividades competitivas na escola. Muitas vezes é difícil para elas participarem de atividades físicas, pois tendem a ser mais lentas que seus colegas, além disso enfrentam falta de ar e cansaço excessivo.


● As crianças e adolescentes tendem a se proteger dos comentários e atitudes negativas dos colegas, retirando-se para lugares seguros, como suas casas, onde podem buscar comida como um conforto agravando ainda mais o problema,


● Além disso elas também têm menos amigos, o que resulta em menos interação social e brincadeiras ativas, gastando mais tempo em atividades sedentárias (tempo de tela).


A nutricionista Adriana Stavro traz dicas para promover hábitos de estilo de vida saudáveis:

Os pais e responsáveis podem ajudar a prevenir a obesidade infantil, fornecendo refeições e lanches saudáveis, estimulando atividade física diária e educação nutricional. Alimentos saudáveis fornecem nutrição ao crescimento enquanto modelam comportamentos e atitudes alimentares. O aumento da atividade física reduz os riscos de doenças e ajuda a controlar o peso. A educação nutricional ajuda as crianças a desenvolver consciência sobre uma boa nutrição e hábitos alimentares saudáveis para o resto da vida. 

-Ensine e estimule atitudes saudáveis e positivas em relação à alimentação e atividade física sem enfatizar o peso corporal; 

-Não separe a crianças com excesso de peso. O ideal é envolver toda a família e trabalhar para mudar gradativamente os hábitos familiares; 

-Estabeleça os horários das refeições e lanches diários. Disponibilize uma variedade de alimentos saudáveis e deixe a criança decidir o quanto quer comer; 

-Ofereça água regularmente a criança; 

-Qualidade e quantidade de sono é fundamental; 

-Evite bebidas açucaradas (sucos de frutas, refrigerantes, leites aromatizados); 

-Estimule a mastigação adequada dos alimentos; 

-Diminua o tempo de tela; 

-Evite equipamentos eletrônicos durante as refeições.



Adriana Stavro - Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo. Curso de formação em Medicina do Estilo de Vida pela Universidade de Harvard Medical School. Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein . Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pelo Instituto Valéria Pascoal (VP) Pós-graduada EM Fitoterapia pela Courses4U.

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