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quinta-feira, 3 de março de 2022

Alimentação puxa alta do custo de vida na RMSP em janeiro

 
Apesar do arrefecimento em relação a dezembro, preços subiram 10,65% em 12 meses


 
Os alimentos foram os principais responsáveis pelo aumento do custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) em janeiro. No mês, o grupo de alimentação e bebidas apresentou crescimento de 1,32%, impactando em 0,30 ponto porcentual (p.p.) a variação geral. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A variação de janeiro da CVCS (0,66%) demonstra uma desaceleração em relação ao observado em dezembro (0,78%). No entanto, os preços dos bens e serviços consumidos pela população da RMSP, em 12 meses, acumulam alta de 10,65%.
 
No mês passado, o aumento dos custos na produção e o excesso de chuvas provocaram problemas de oferta, contribuindo para a escalada dos preços dos alimentos. A inflação não ficou concentrada em produtos específicos, mas espalhada pelo grupo: a alface obteve alta de 10,9%; o pão francês, de 2,6%; e, as carnes, como o contrafilé, de 5,2%. O aumento é especialmente percebido pelas famílias de menor renda. A variação mensal para a Classe A foi de 0,92%, enquanto para as classes D e E, de 1,61% e 1,55%, respectivamente. O grupo de alimentos e bebidas pesa quase 30% no custo de vida da classe E – o dobro da classe A, de 15,65%.
 


Outras altas no mês


Além do grupo citado, outros segmentos exerceram pressões parecidas e contribuíram para o aumento do CVCS. Os itens de artigos do lar subiram, em média, 2,27%, influenciados pelas altas dos eletrodomésticos, eletrônicos e móveis. Já a habitação cresceu 0,74%, puxada pelos serviços, como o de aluguel residencial, que subiu 2,3% em janeiro. A energia elétrica teve alta de 0,5%, porém, acumula aumento de 35,29% em 12 meses. No comércio, foram as tintas que subiram (2,6%) – no entanto, têm menor peso no grupo.
 
A comunicação, que sempre cresce nesta época do ano por ser um serviço reajustado anualmente, registrou alta de 1,37%, graças ao aumento médio de 4,1% das TVs por assinatura com internet. O preço médio do serviço de telefonia celular também subiu (0,9%). As demais elevações foram observadas em vestuário (1,41%), saúde (0,52%), despesas pessoais (0,88%) e educação (0,15%).
 
Dentre os nove grupos que compõem o indicador, apenas os transportes obtiveram decréscimo nas variações médias (0,70%). Nos serviços, a passagem aérea apontou queda de 26,8%, em razão do aumento da oferta e da comparação com os preços altos de dezembro. Já no comércio, o destaque ficou por conta do etanol, que registrou recuo mensal de 3,5% – mas acumula, nos últimos 12 meses, 54,47% de aumento.
 
O Índice de Preços no Varejo (IPV) apontou alta de 1,26%. Já o Índice de Preços dos Serviços (IPS) avançou 0,02%. Para o IPV, a alta acumulada nos últimos 12 meses é de 14,95%; enquanto o IPS registra 6,23%.


 
Sem expectativa de redução


Na avaliação da FecomercioSP, o custo de vida continuará pressionado em São Paulo em decorrência dos custos de produção, que seguem em alta. Por mais que a demanda esteja arrefecendo, em virtude da inflação e dos juros altos, os empresários não encontram espaço para reduzir o preço ao consumidor (caso dos alimentos, que foram os vilões do mês e é o grupo mais custoso no orçamento das famílias).


 
Nota metodológica
CVCS
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV, 181 produtos de consumo.



Punições da FIFA e os contratos de jogadores que atuam no futebol russo

Há meses negando ataque militar ao ex-vizinho soviético, a Rússia iniciou novos ataques ao território ucraniano, alvo de um conflito armado pelo país de Vladimir Putin desde 2014. Em resposta a essa invasão a autoridade máxima do esporte, a FIFA, em conjunto com a UEFA, determinou a exclusão da Rússia de futuras competições internacionais e os clubes russos não exercerão mais o futebol em nome do país até segunda ordem. Assim, até o momento, a seleção russa está fora da Copa do Mundo do Catar e da Liga dos Campeões da Europa.   

As sanções ao país russo não pararam o presidente Putin e, ao que se vê, em nada o afetou as restrições impostas pelo ente internacional de futebol. No entanto, o cenário de estabilidade não é o mesmo para os atletas contratados pelos russos.  

A FIFA vinha sofrendo pressão internacional, principalmente dos países europeus vizinhos à Rússia, como a Polônia que não vai mais disputar com os russos a partida pela repescagem das eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022. Exceto se os russos firmem acordo de paz com a nação ucraniana ou na hipótese de o país de Putin recorrer da decisão ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Até o momento, o recurso não fora interposto pela Federação de Futebol da Rússia, que discordou da suspensão imposta.    

A punição, ao nosso ver, trata-se mais de uma posição simbólica da FIFA em respeito as pessoas afetadas na Ucrânia e como ato de declarar o futebol como vetor de unidade e paz entre os povos que, importa mais aos outros países do que propriamente ao país russo que está mais concentrado em evitar o avanço da Ucrânia à OTAN e em anexar mais territórios ao seu poderio. Apesar da manifesta disposição em apresentar recurso diante o TAS, o Tribunal certamente seguirá a decisão tomada pelo Conselho da FIFA e Comitê Executivo da Uefa.   

A medida restritiva, no entanto, pode afetar os contratos realizados com atletas, técnicos, clubes, seleções e os funcionários para tanto. Os contratos dos atletas que agora se veem impedidos de competir no âmbito internacional devem ser analisados de forma isolada, em especial à cláusula rescisória que os envolve.  

Todavia, a legislação da FIFA não prevê a quebra contatual em caso de guerra, o que não exime os jogadores de seus deveres que, na hipótese de optarem por deixarem o país em razão do colapso que assola o país russo, devem informar formalmente ao clube e patrocinadores da decisão, sob pena de tacitamente ser considerado rescindido o contrato.  

Dessa forma, pura e simplesmente romper o contrato com os jogadores contratados em território russo, gerariam gravidades financeiras aos envolvidos e a guerra que é palco internacional de velhas disputas, possivelmente se tornará palco do mercado da bola, e os clubes dos anfitriões do Mundial em 2018 deverão negociar transferências ou empréstimo de jogadores.   

Apesar disso, caso os clubes venham a manter o contrato dos atletas e, no pior cenário a permanência da guerra por longo período, as rescisões poderão ser efetivas e motivadas em razão da impossibilidade dos jogadores de exercerem sua atividade profissional, dando ensejo à justa causa. O alívio, é que por ora, não há nenhuma orientação divergente do TAS, nem outro parecer da Câmara de Resolução de Litígios da Fifa, prevalecendo a vigência dos contratos das ligas e clubes russos. 

 


Daiane de Oliveira - advogada especialista em Direito Desportivo do escritório Mariano Santana Sociedade de Advogados.


Os jovens, a pandemia e o vestibular

Não tem outro jeito: lavar as mãos continuamente, álcool em gel, máscara e afastamento social. Trata-se de um imperativo que deverá ser seguido à risca para que a humanidade se proteja do flagelo em que foi acometida: a pandemia. O distanciamento social é o que mais compromete a saúde mental, pois envolve questões emocionais que originam uma realidade psíquica criando estados de ansiedade, insegurança, medo e estresse.

Diante deste mundo de incertezas, os jovens ainda precisam vencer um dos maiores obstáculos de suas vidas: o vestibular. É possível que o concurso seja o primeiro revés vivido por muitos.

Inúmeros deles concebem o vestibular como uma grande ameaça, um perigo surgido no caminho. O medo de não ser aprovado, a cobrança da família, a resposta aos amigos, a alta concorrência para o curso superior pretendido, a postergação da realização do concurso tendo em vista a pandemia, aulas remotas etc., desenvolvem neles um estado emocional alterado que lhes compromete o sono, faz surgir impaciência, provoca oscilações cardíacas e um desespero diante da possibilidade de que os conteúdos estudados não sejam suficientes. Enfim, eles estão diante de uma avalanche de incertezas.

Há de se compreender que o concurso vestibular não é uma fera que vai devorar os vestibulandos. Um bicho de “sete cabeças”, como se diz. Trata-se de um teste composto de perguntas cujas respostas estão arquivadas no cérebro ao longo de toda a vida estudantil. É como um computador que dispõe de arquivos selecionados com as informações ali registradas e que poderão ser resgatadas quando assim se desejar. Assim é o vestibular. Um resgate do conhecimento arquivado ao longo dos anos de estudos nos ensinos fundamental e médio.

Acontece que os arquivos com os conteúdos adquiridos durante os anos de estudo estão guardados nas memórias de longo prazo do cérebro, e que muitos deles solicitados por ocasião do vestibular são acessados, obrigatoriamente, pela porta do emocional.  Toda experiência humana entra e sai por essa porta. Daí o controle das emoções nos dias que precedem a realização do concurso. Se por força da ansiedade a porta estiver fechada, o concurso vestibular estará comprometido, e o candidato experimentará o famoso “branco”, ou seja, os conteúdos arquivados na memória de longo prazo não serão acessados.

Muitas são as orientações para administração do emocional nessas circunstâncias, véspera do concurso. Aqui serão indicadas apenas três delas para tirar o vestibular do foco das atividades cerebrais e, assim, reduzir a ansiedade reinante. A primeira diz respeito ao encontro com os amigos respeitando, evidentemente, os protocolos de segurança. Tal atitude estimula o cérebro a produzir a ocitocina, um hormônio que é produzido nas relações humanas de amizade, e que tanto faz falta no afastamento social em tempos pandêmicos. A segunda orientação é a que se caracteriza como “levar o cérebro a passear” em lugares ligados à natureza.  O verde das plantas faz parte da história humana e contribui significativamente para o equilíbrio emocional. Sem as plantas, a possibilidade da baixa autoestima, da depressão, da insegurança. Por último, reviver em sentimento e pensamento os lugares simbólicos que habitam as profundezas da mente e que trazem suaves e boas recordações como, a casa da vó, os brinquedos dos tempos de infância guardados com carinho, as festas de aniversário, as celebrações de final de ano etc.

A todos os jovens que buscam aprovação nos vestibulares neste ano, os desejos que acreditem no sucesso. ACREDITAR: O primeiro passo para criar uma nova realidade na vida.

Pense nisso!

 


Ivo Carraro - professor, psicólogo e orientador educacional do Curso Positivo.

 

Inovação garante ganhos na produtividade e no faturamento de pequenos negócios

Empresas que participaram do programa Brasil Mais, em 2021, conquistaram resultados positivos em meio à pandemia

 

Não é novidade que a inovação pode ajudar pequenos negócios a se reinventarem e conquistarem novos espaços no mercado. A pandemia da covid-19 deixou claro que pensar e fazer diferente pode garantir não só a sobrevivência, mas também um aumento na produtividade. É nesse sentido que o Brasil Mais, programa do governo federal em parceria com o Sebrae, está mudando a realidade de 300 mil famílias que trabalham nas empresas acompanhadas pela iniciativa.

Um levantamento feito pelo Sebrae aponta que, em média, as empresas que participaram do programa conquistaram, entre abril e setembro de 2021, um aumento de 43% na sua produtividade e 26% a mais no seu faturamento. Desde o início das atividades do Brasil Mais, em novembro de 2020, um total de 69 mil empresas foram atendidas.

Em Macapá (AP), a hamburgueria do empreendedor Thiago Marques buscou a inovação para se diferenciar no mercado. Com um estilo único na cidade, ele apostou em um atendimento mais personalizado, com a escolha do pão e do ponto da carne, além de cervejas e chopps artesanais para conquistar a clientela. Ao participar do Brasil Mais, a empresa recebeu, gratuitamente, acompanhamento e orientação de um Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae por quatro meses. Durante esse período, o ALI fez um raio-X da situação do negócio para avaliar a realidade da hamburgueria, e ajudou o empresário na construção e implantação de um plano de inovação. Como resultado desse acompanhamento especializado, a empresa contabilizou uma alta de 30% no faturamento, a partir de mudanças simples que foram implementadas de forma rápida e com alto impacto. Thiago agora quer diversificar a atuação no mercado e, além da hamburgueria, vai produzir produtos voltados para supermercados.

Em Itaituba, no Pará, a empresária Zandria Arai também conseguiu aumentar a produtividade da sua livraria gospel. Com a ajuda de um Agente Local de Inovação (ALI), ela implementou ferramentas para melhorar a competitividade do negócio. Além do site, a empresa começou a utilizar um modelo de organização de estoque e um novo sistema operacional de lançamento de entrada e saída de mercadorias. Com as inovações na gestão, a livraria alcançou um resultado em torno de 30% maior no faturamento. “O programa operacional não supria as minhas necessidades. Quanto ao estoque, hoje tenho uma pessoa responsável por ele. Até para fechar os pedidos ficou mais fácil. Minha experiência não poderia ter sido melhor, pois através das ferramentas de inovação minha empresa conseguiu destravar e alavancar as vendas. Nosso faturamento está crescente. A nossa demanda está maior e a equipe está mais ativa, com metas diárias e cada um está fazendo o seu melhor”, contou.

Participe do 9º Congresso Brasileiro de Inovação 

Nos próximos dias 9 e 10 de março, o Sebrae, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), realiza o 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. Em formato híbrido, com transmissão on-line e espaço presencial em São Paulo, a iniciativa vai pensar e debater a inovação como a principal estratégia de desenvolvimento sustentável dos negócios. A diversidade e a inclusão serão temas discutidos nas atividades da programação e tidos como motores da inovação. As inscrições são gratuitas.

A expectativa é que sejam reunidas mais de 10 mil pessoas, tornando a iniciativa um dos maiores eventos do tipo do país. Além do palco principal, o Congresso terá espaço para networking e apresentação de experiências, mostra de tecnologia e lounges montados pelos realizadores (CNI, SESI, SENAI, IEL e Sebrae) para workshops, sessões privativas com palestrantes e atividades de mentoria com lideranças empresariais.

Para inscrições e mais informações, clique aqui


4 razões surpreendentes pelas quais você pode estar desidratado

A água é o maior componente do corpo humano e o conteúdo total de água corporal varia de aproximadamente 45 a 70% da massa corporal total, correspondendo a cerca de 33-53l para um peso de 75 kg e desempenha funções extremamente importantes, como a regulagem da temperatura do corpo, a manutenção da saúde da pele e das articulações. Também ajuda na digestão dos alimentos e na remoção de resíduos, além de manter o cérebro trabalhando em sua melhor forma. Mesmo assim, muitas vezes subestimamos a importância de cuidar da nossa hidratação. 

No calor do verão, é importante prestar atenção à ingestão de líquidos para evitar um problema muito comum nessa estação do ano, a desidratação, que é a perda da água do corpo, incluindo eletrólitos vitais como sódio, cloreto e potássio. Em estágio mais elevado, ela pode causar complicações sérias, como convulsões, insuficiência renal e queda no volume de sangue, o que consequentemente afeta a pressão arterial.

Para evitar o problema, Patrícia Ruffo, nutricionista e Gerente Científico da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil, compartilha as quatro causas mais comuns de desidratação e como agir rapidamente para evitar situações mais sérias.

 

Altas temperaturas

O clima quente do verão pode aumentar o risco de desidratação durante a realização de esportes e exercícios ao ar livre, e, mesmo no caso das pessoas que preferem apenas tomar sol, as temperaturas altas também podem levar à desidratação ao aumentar sua taxa de suor. Só porque a pele está aparentemente seca, não significa que a pessoa não esteja transpirando, visto que o suor pode estar evaporando rapidamente. Por isso, fique de olho nos sintomas comuns de exaustão pelo calor, o que inclui dor de cabeça, pulso acelerado, cãibras, suor excessivo, fraqueza, fadiga, pele úmida, náusea e desmaios.

Pedialyte® pode ser uma opção de hidratação, pois possui um balanço ideal de água, glicose e sais minerais e promove um esvaziamento gástrico semelhante ao da água, hidratando mais rápido que outras bebidas hidroeletrolíticas. Pedialyte® é um suplemento hidroeletrolítico para atletas dispensado da obrigatoriedade de registro – Resolução RDC/ANVISA nº 240/2018.


Exercícios físicos

Durante corridas longas, partidas de futebol, atividades físicas ou brincadeiras, o corpo perde água e eletrólitos por meio de uma combinação de suor, respiração pesada e aumento da temperatura corporal. Especialistas recomendam beber cerca de 120 a 240 ml de bebida que contenha carboidratos e eletrólitos a cada 15 a 20 minutos, caso os exercícios durem mais de uma hora.

 

Viroses

Se você está lutando contra uma intoxicação alimentar ou virose, o desconforto gastrointestinal geralmente resulta em desidratação. Assim como o vômito, a diarreia também pode causar deficiência de fluidos, açúcar e eletrólitos. Além disso, ao sentir náusea, você perde a vontade de comer ou beber, o que pode agravar ainda mais os sintomas de desidratação.

 

Viagens aéreas

O ar do avião é abafado, estagnado e muito seco podendo parecer até que está sugando a umidade do corpo. Fadiga, dores de cabeça, boca seca e pele seca são apenas alguns dos sintomas de desidratação que podem surgir ao permanecer muito tempo na umidade mais baixa de um avião. A dica é hidratar-se bem antes de ir para o aeroporto e tomar água durante voos longos.


O que é adicional de viagem de trabalho?


As viagens corporativas são uma peça chave muito importante da rotina de milhares de empresas. Elas são ótimas para expandir os contatos da corporação, para a realização de reuniões importantes, para os acompanhamentos de projetos e dezenas de outras de finalidades que podem ser supridas por esses itinerários.

 

Existem diversas formas de custeio para esses eventos e um dos benefícios que vem se popularizando na categoria é o adicional de viagem de trabalho, que nada mais é do que uma espécie de auxílio que o colaborador que realiza esses trajetos recebe para lhe ajudar durante o período em que vai estar fora.


 

No que se baseia esse benefício?

 

A forma mais fácil de explicar do que se trata o adicional de viagem é colocá-lo como um incentivo financeiro oferecido pelas empresas, sendo destinado aos colaboradores que realizam as viagens corporativas e contribuem ativamente para a corporação dessa maneira.

 

É importante ressaltar que essa não se trata de uma obrigação trabalhista, ou seja, as empresas não são obrigadas a realizar o pagamento referente ao adicional de viagem. Por isso, ele se configura como um benefício, uma espécie de bonificação para retribuir os funcionários que se dispõem em realizar esses compromissos corporativos. 

 

Quando eles são pagos, são creditados de forma direta na folha de pagamento do colaborador, e geralmente seus valores são referentes a variável de 50% a 100% do montante recebido pelo funcionário durante essas ocasiões.  

É o mesmo que uma diária de viagem?

 

Para entender o adicional de viagem, é fundamental que saibamos que ele não é a mesma coisa que a diária de viagem. A diária de viagem, sim, trata-se de um valor obrigatório, abarcando gastos como transporte, hospedagem e alimentação do colaborador.

 

Dessa forma, a diária de viagem pode ser substituída pelo reembolso de despesas, já que os dois funcionam como uma forma de custeio do compromisso corporativo em si, sendo um orçamento específico e obrigatório para as companhias que querem realizar esse tipo de evento.

 

Porém, nenhum dos dois pode ser substituído pelo adicional de viagem, já que este não ocupa a mesma categoria dos custos de viagem. Como já falado, se configura como um benefício, um incentivo, direcionado aos colaboradores que realizam as viagens corporativas.


 

Qual é a diferença entre o adicional de viagem de trabalho e a ajuda de custo?

 

A ajuda de custo, por sua vez, pode ser definida como um auxílio financeiro fornecido aos funcionários para episódios eventuais. A caracterização para ser ajuda de custo é justamente que ela ocorra em caráter estritamente ocasional, ou seja, que não seja um valor que venha como cumprimento de especificações presentes no contrato de trabalho do colaborador.

 

Ela se faz presente, principalmente, em ocasiões onde se faz necessária a mudança do funcionário para outra localidade diversa daquela onde inicialmente foi firmado seu contrato, para que ele possa continuar cumprindo com sua função profissional (quando o colaborador é transferido de uma filial para outra, por exemplo).

 

Assim, é obrigatório que ocorra o pagamento da ajuda de custo, para que sua destinação seja o auxílio com os gastos que são ocasionados por essa mobilidade realizada pelo funcionário. Em outros casos, ela também é paga para o comparecimento do colaborador em eventos ocasionais, representando a empresa.

 

No fim das contas, as principais características da ajuda de custo é que ela vem de forma indenizatória e obrigatória, em momentos como os que foram citados acima. Dessa forma, ela não é equiparável ao adicional de viagem.


 

Em quais situações o adicional de viagem a trabalho é aplicado?

 

É importante relembrar que o adicional de viagem não é resguardado pela CLT, e dessa forma, não existe uma limitação pré-estabelecida pela lei que determina especificamente os eventos e momentos nos quais esse benefício deve se fazer presente.

 

Assim, existe apenas um padrão tácito que é adotado pelas empresas. Na maioria dos casos, as corporações utilizam-se do adicional de viagem para recompensar os colaboradores que se dispõem a realizá-las em nome da empresa, tanto como forma de gratificação quanto de incentivo para que outros funcionários venham a se interessar por esses compromissos corporativos.

 

Uma das únicas regras que é adotada na prática é que o adicional de viagem se faça presente quando a jornada de trabalho exercida durante a viagem corporativa acaba extrapolando o montante de horas estabelecido no contrato de trabalho.

 

Dessa forma, quando um funcionário que normalmente trabalha 8 horas diárias acaba realizando jornada de 11 horas em compromissos corporativos, a empresa paga o adicional de viagem para compensá-lo pelo período extra.

 

Ressalto que as regras que permeiam esse tema acabam mudando de empresa para empresa, e o mais indicado é ajustá-lo às viagens corporativas da sua realidade profissional.

 

 

Leonardo Bastos - CEO da Kennedy Viagens Corporativas

 

Descubra quais habilidades serão valorizadas para o mercado de trabalho no futuro

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Com o avanço da tecnologia, a convivência em sociedade passou por diversas transformações e foi preciso se adaptar a uma nova maneira de estudar, trabalhar e se relacionar com o próximo. A pesquisa ‘Opinion Box: Infográfico Novas Tecnologias’, de janeiro de 2022, mostra que para 81% dos entrevistados a pandemia e o isolamento social fizeram com que a tecnologia fosse mais utilizada no dia a dia e 76% acreditam que cada vez mais as pessoas precisam entender de tecnologia para viver bem. Diante deste cenário, o mercado de trabalho também passa a exigir o domínio do mundo digital. 

Para Thais Sousa, consultora pedagógica da Park Education, rede especializada em  educação bilíngue, criatividade e soft skills, habilidades como criatividade, fluência computacional e em idiomas, além da capacidade de empreender, serão requisitos essenciais aos profissionais, que dependerão do próprio potencial criativo e do conhecimento em tecnologia para inovar. “No futuro próximo, empregos formais serão limitados. A robótica substituirá a maioria dos trabalhos braçais, ao passo que a inteligência artificial substituirá trabalhos mentais. As oportunidades de serviço deverão ser criadas, então, pelo próprio profissional, que atuará em âmbito global”, analisa a consultora.

Para capacitar as pessoas para o novo mercado de trabalho, Thais acredita que é preciso oferecer uma educação transformacional. “Neste formato de ensino a condução das aulas ultrapassa o modelo convencional de ensinamento expositivo, sendo sempre pautada no protagonismo do aluno. O professor atua apenas como um mediador, guiando o estudante na construção do seu processo de aprendizagem, estimulando o pensamento crítico e reflexivo. Tudo isso aplicado à capacidade de realizar”, explica.

Nathan Schmucler, diretor geral da rede da rede de colégios Luminova, também destaca a importância de fazer com que o aluno coloque a mão na massa e saiba comunicar aos colegas o que aprendeu. Além disso, ressalta que no decorrer dos anos o aprendizado terá que ser contínuo e ativo. “Quem tiver uma aprendizagem passiva, ou seja, quem só fica esperando a informação ou que alguém o ensine como fazer algo não vai conseguir se desenvolver pessoalmente e nem profissionalmente daqui para frente. Será necessário saber procurar as informações e aprender com os dados que estão disponíveis”. 

Para atender esta nova demanda do mercado, há inúmeras instituições de ensino que já estão preparando os profissionais com estas habilidades. Entre elas está a Park Education. “Percebemos que apenas o domínio de um segundo idioma já não é destaque no mercado de trabalho, por isso, desde o início de 2021, passamos a oferecer também cursos de desenvolvimento de soft skills para adultos, dentre eles, os mais procurados são o Speech, de oratória e o Job Interview, de preparação para entrevistas, ambos em inglês.  Em breve, lançaremos 25 novos cursos bilíngues dos programas Collaborate, Communicate, Think, Solve e Lead que compõem um currículo profundo, diferenciado e que ajudam os profissionais a alcançarem o sucesso na carreira”, conta Paulo Arruda, Co-CEO e Co-Founder da rede. Já a rede de colégios Luminova trabalha com o conceito de professor influenciador, no qual o conteúdo é o meio, juntamente com a tecnologia para aquisição da aprendizagem de habilidades e competências.


Nova "experiência completa em aplicativos" é chave para fidelização e retenção de clientes

Ao longo da pandemia, os consumidores confiaram nos serviços digitais para navegar pelo período mais difícil de suas vidas. Desde o uso de ferramentas de colaboração e plataformas de videoconferência para se conectar com amigos e familiares, até streaming de vídeo para se divertir e fazer aulas de ginástica online, as pessoas recorreram aos aplicativos para se apegarem a algum tipo de normalidade.

O relatório da AppDynamics, The App Attention Index 2021: Who takes the rap for the app? mostra que o número de aplicativos que as pessoas estão usando regularmente subiu 30% em comparação a dois anos atrás. As pessoas estão usando mais aplicativos, mais regularmente, para ajudar com mais coisas.

Dentre os entrevistados, em geral, pessoas de todas as idades e demografia têm experimentado benefícios reais com o aumento do uso de aplicativos. 84% relatam que os serviços digitais tiveram um impacto positivo em suas vidas durante a pandemia, permitindo-lhes passar por este período desafiador e enfrentar e funcionar melhor em diferentes áreas de suas vidas. Os aplicativos têm facilitado o acesso das pessoas a serviços e à inserção em atividades em torno de seus outros compromissos de trabalho e vida e, para muitos, têm permitido experimentar coisas novas que não teriam feito antes.

Como as marcas inovaram em uma velocidade vertiginosa para lançar novos serviços digitais e apoiar os clientes durante a pandemia, os consumidores foram expostos a um nível totalmente novo de experiência digital. Desde a entrega de alimentos e compras de supermercados até educação e serviços financeiros, em 2021 as pessoas experimentaram em primeira mão o que as plataformas digitais podem e devem oferecer. Pela primeira vez, milhões de pessoas em todo o mundo compreendem como é a verdadeira experiência digital de primeira classe.


Os consumidores exigem uma "experiência impecável de aplicativos"

Nossa pesquisa identificou que em todos os setores e regiões geográficas, os consumidores estão se tornando muito mais criteriosos quanto aos serviços digitais que utilizam. Eles estão constantemente buscando a "experiência impecável do aplicativo" - um serviço digital de alto desempenho e confiável que seja simples, seguro, útil e divertido de usar. E querem que estes serviços sejam personalizados para suas próprias necessidades individuais, além de agregar valor real às suas vidas.

Atualmente, os consumidores não veem mais nenhuma razão para não terem essa experiência em todos os serviços digitais. As expectativas aumentaram nos últimos 18 meses e as pessoas estão exigindo mais confiabilidade, segurança e personalização, bem como uma ampla variedade de serviços, funcionalidade e desempenho.

Para marcas que não são capazes de proporcionar o nível de experiência digital desejado, as consequências são severas. Como resultado da pandemia, 61% das pessoas dizem que suas expectativas sobre os serviços digitais mudaram para sempre e não vão mais tolerar um mau desempenho. 

Os consumidores perceberam que há sempre um serviço digital alternativo que pode proporcionar imediatamente o tipo de experiência que eles desejam. Assim, quando encontram um problema com um aplicativo, não pensam duas vezes em mudar para outro serviço.


O aplicativo leva a culpa pela experiência digital ruim e não há segunda chance.

Quando as coisas dão errado, os consumidores imediatamente culpam a marca, qualquer que seja o problema. Não importa se os obstáculos encontrados são causados por fatores que estão fora da aplicação em si, como baixa conectividade à internet, problemas de rede móvel ou gateways de pagamento lentos. Os consumidores culpam a marca. 

Os donos de aplicativos podem considerar isto injusto, mas precisam aceitar que este é o ambiente no qual estão operando agora. Em um mundo em que os consumidores estão confiando em serviços digitais como nunca, a pergunta "quem leva a culpa pelo aplicativo?" coloca a culpa firmemente no proprietário do aplicativo. 

O que torna estas descobertas ainda mais alarmantes para as marcas é que os consumidores agora são totalmente impiedosos quando se deparam com uma má experiência digital. 57% dos consumidores só darão às marcas uma chance de impressioná-los e se a experiência não corresponder às suas expectativas, eles não voltarão a usá-la. 

Portanto, os níveis estão mais altos. A menos que as marcas estejam consistentemente fornecendo a "experiência completa de aplicativo", elas correm o risco de ver mais da metade de seus clientes se afastarem para sempre.


A necessidade de preparar as mulheres para a liderança

Em reuniões ou encontros informais no trabalho, é usual ouvir frases do tipo: “as mulheres estão no poder!” ou “as mulheres venceram!”, muitas vezes proferidas por colegas homens por se basearem em percepções do senso comum; por terem uma chefe mulher ou, ainda, por identificarem algumas mulheres em cargos de poder. De fato, nos últimos anos, líderes femininas mundiais têm se destacado bastante, seja na tomada de decisões para conter a pandemia da covid-19, seja no campo geral da política, seja no âmbito da ciência, dos esportes ou no ativismo ambiental, entre tantos outros.

No entanto, se olharmos o panorama geral, ainda são poucas essas mulheres que ocupam cargos de liderança, principalmente nos níveis hierárquicos mais elevados.

Por essa razão, a fortalecimento da liderança feminina é, ainda, uma pauta muito importante e necessária quando se trata de equidade de gênero. Somos um dos países mais desiguais do mundo. Esse fato está consignado no relatório elaborado pelo Fórum Econômico Mundial de 2021. O documento traz também a informação de que a previsão de igualdade entre homens e mulheres no mundo retrocedeu no período da pandemia, passando de 99,5 para 136 anos, ou seja, mais de um século ainda será necessário até que a igualdade de direitos em geral seja uma realidade para as mulheres.

Fica patente, destarte, que ainda há clara necessidade de envidarmos esforços no sentido de transformar essa realidade.

Uma das formas de se fomentar a ocupação de cargos de liderança por mulheres é por meio de programas de mentoria. Uma mentoria é um processo de orientação profissional recomendado como uma forma de ganhar velocidade de crescimento e acelerar resultados, desenvolvendo as competências necessárias para o objetivo desejado.

Mentorias são excelentes. Talvez até a melhor forma de se aprender. Contudo, programas de mentoria ainda são pouco aplicados no Brasil. Menos ainda para as mulheres – o que desfavorece o atingimento da equidade de gênero que se busca atualmente tanto nas empresas, quanto nas organizações públicas como um todo.

Segundo um relatório interno da Hewllet Packard, “as mulheres só se candidatam a novas funções se acharem que atendem integralmente a todos os critérios arrolados. Já os homens se candidatam se acharem que atendem a 60% dos requisitos. Essa diferença tem um enorme efeito cascata.

As mulheres precisam parar de pensar “Não estou preparada para fazer isso” e passar a pensar “Quero fazer isso – e vou aprender fazendo!”.

De acordo com a pesquisa Bain/LinkedIn Liderança feminina: sem atalhos 2019, em comparação aos homens em meio de carreira, mulheres no mesmo ciclo têm:

  • 41% mais chance de acreditar que elas não têm as mesmas oportunidades de ascender na carreira como seus pares;
  • 16% mais chance de ter questionado, pelo menos uma vez, a habilidade para ser bem-sucedida;
  • 20% mais chance de não se sentir motivada e inspirada para o trabalho do dia a dia;
  • 40% mais chance de ser incapaz de lidar com o stress diário do trabalho, sem gerar grandes impactos sobre outras atividades;
  • 38% mais chance de acreditar que o volume e o ritmo de trabalho não são suficientes para receber uma promoção;

Mesmo com toda a sua competência, mulheres muitas vezes duvidam da sua capacidade e hesitam diante de um convite para assumir alguma função de liderança. Há razões socioculturais para isso, sabemos. E elas se manifestam nas estatísticas mostradas acima. Que podem ser traduzidas, entre outras formas, nas várias dificuldades típicas de mulheres na liderança, começando por comentários jocosos no meio de reuniões, passando pelo descrédito cínico de alguns colegas, chegando até o desrespeito e o assédio. O apoio, o incentivo e a orientação podem impulsionar mulheres para a liderança.  Da mesma forma, falta de preparo para lidar com as questões que surgem na liderança pode retrai-las ou paralisá-las.

O Programa de Mentoria Liderança Corajosa e Gentil, criado no Senado Federal, tem o objetivo de aumentar a capacitação e a segurança das servidoras para ocuparem cargos e assim conseguir aumentar a equidade de gênero na Casa, fazendo com que mais e mais servidoras compreendam que já são capazes de transformar essa realidade.

A proposta é contribuir para essa mudança de paradigma e empoderar as mulheres, possibilitando que se sintam ainda mais preparadas e fortalecidas para exercer a liderança, seguras em sua atuação, com satisfação pelos resultados que alcançam e com orgulho da importância do que fazem.

Com coragem e gentileza.

 


Claudia Nogueira - Treinadora e mentora de liderança e servidora pública há 29 anos. Exerceu funções de gestão até 2012, quando deu uma guinada na vida profissional.  Atualmente conduz o Programa de Mentoria de Liderança para servidoras. Pós-graduada em Coaching, possui certificação internacional em Mentoring e sua experiência inclui treinamentos de líderes e equipes em diversas organizações públicas e privadas. Coautora do livro “Elas na liderança”, pela Literare Books International.


Mundo está despreparado para os próximos impactos das mudanças climáticas, alerta IPCC

Conscientização sobre os riscos e as ações para reduzi-los aumentaram globalmente, mas medidas de adaptação têm sido insuficientes diante da magnitude do problema, avaliam autores do novo relatório divulgado pelo órgão (cena do desastre causado pelo excesso de chuvas em Petrópolis, no Rio de Janeiro; crédito: Tânia Rego/Agência Brasil)

 

A conscientização sobre os riscos climáticos e as ações para reduzi-los aumentaram globalmente. A implementação de medidas de adaptação, contudo, ainda é insuficiente diante da magnitude dos impactos das mudanças climáticas que já têm sido observados em todas as regiões habitáveis do planeta e que podem se agravar em um cenário de aquecimento global acima de 1,5 ºC dos níveis pré-industriais.

A avaliação é de um grupo internacional de cientistas autores do novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), sobre impactos, adaptação e vulnerabilidade – WGII/AR6 –, lançado nesta segunda-feira (28/02).

Entre os autores estão cinco cientistas brasileiros, dos quais quatro participaram da elaboração do Sumário para os Tomadores de Decisão (SPM) publicado conjuntamente com o relatório.

“Há uma série de medidas que foram adotadas nos últimos anos em diferentes regiões do mundo com o objetivo de reduzir os riscos climáticos, mas que estão mais associadas à mitigação, como a redução das emissões de gases de efeito estufa”, diz à Agência FAPESP Jean Ometto, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e autor-líder do capítulo 12 e do capítulo especial sobre florestas tropicais do relatório.

“As medidas de adaptação, porém, têm sido muito pontuais e localizadas”, afirma Ometto, que também é membro da coordenação do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.

Na avaliação dos autores da publicação, os governos nacionais e locais, bem como as empresas e a sociedade civil, têm reconhecido a crescente necessidade de adaptação às mudanças climáticas. Pelo menos 170 países – entre eles o Brasil – e muitas cidades, como São Paulo, incluíram a adaptação em suas políticas e processos de planejamento relacionados ao clima.

O progresso nesse tema, no entanto, tem sido desigual e há grandes lacunas entre as medidas de adaptação tomadas e as que são necessárias em muitas regiões do mundo, especialmente em países com menor renda. Essas lacunas são causadas pela falta de financiamento, compromisso político, informações confiáveis e senso de urgência. Isso tem tornado as pessoas e ecossistemas mais vulneráveis a serem atingidos pelos impactos das mudanças do clima, sublinham os cientistas.

“A adaptação tem de ser uma ação objetiva e efetiva. E para que aconteça é preciso primeiro reconhecer que os impactos das mudanças climáticas já estão ocorrendo”, diz Ometto.

Também há grandes lacunas na compreensão da adaptação às mudanças climáticas, como quais ações têm o potencial de reduzir o risco climático e se podem ter consequências não intencionais ou efeitos colaterais, causando mais malefícios do que benefícios – chamadas de má adaptação. Entre essas ações está a construção de muros marítimos, que podem proteger em curto prazo áreas costeiras do avanço do mar, mas podem destruir durante as obras ecossistemas inteiros, como recifes de coral.

“A má adaptação pode ser evitada com planejamento e implementação de ações de adaptação flexíveis, multissetoriais, inclusivas e de longo prazo, com benefícios para muitos setores e sistemas”, ressaltam os cientistas.

Limites à adaptação

O autores do relatório também apontam que a adaptação é essencial para reduzir danos, mas, para ser eficaz, deve ser acompanhada de reduções ambiciosas das emissões de gases de efeito estufa uma vez que, com o aumento do aquecimento, a eficácia de muitas opções de adaptação diminui ou pode tornar-se inviável.

“Há algumas regiões no mundo que já estão vivendo uma situação de não retorno, apresentando uma margem de manobra para adaptação muito baixa”, diz Ometto.

A pobreza e a desigualdade, que são questões sensíveis a países como o Brasil, também impõem limites de adaptação significativos, resultando em impactos inevitáveis para mulheres, jovens, idosos, minorias étnicas e religiosas, além de povos indígenas e refugiados, destacam os cientistas.

“A desigualdade, não só socioeconômica, mas também de acesso a serviços básicos como água e saneamento, aumenta a vulnerabilidade de núcleos sociais. Sociedades com altos níveis de desigualdade são menos resilientes às mudanças climáticas”, diz Ometto.

De acordo com números apresentados no relatório, quase metade da população global – entre 3,3 e 3,6 bilhões de pessoas – vive hoje em países com alta vulnerabilidade humana a mudanças climáticas.

Concentrações globais de alta vulnerabilidade estão surgindo em áreas transfronteiriças que abrangem mais de um país como resultado de questões interligadas relativas a saúde, pobreza, migração, conflito e desigualdade.

Desde 2008, mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo foram deslocadas anualmente por condições extremas relacionadas a eventos de clima, sendo as tempestades e inundações as causas mais comuns.

“A diminuição da disponibilidade de água e da capacidade de cultivo agrícola em algumas regiões já tem induzido movimentos migratórios em algumas regiões do mundo”, afirma Ometto.

Globalmente, a exposição a impactos causados pelo clima, como ondas de calor, precipitação extrema e tempestades, em combinação com a rápida urbanização e falta de planejamento estão aumentando a vulnerabilidade de populações urbanas marginalizadas.

A pandemia de COVID-19 deverá aumentar as consequências adversas das mudanças climáticas, uma vez que os impactos financeiros levaram a uma inversão nas prioridades e restringiram a redução da vulnerabilidade, indica o relatório.

Webinário sobre o relatório

Nesta quinta-feira (03/03) a FAPESP realiza um webinário que reuni os autores brasileiros do relatório para analisar os principais resultados e as perspectivas que o novo documento abre para o debate sobre as mudanças completo e o sumário para decisores políticos podem ser acessados em: www.ipcc.ch/report/ar6/wg2/.climáticas no planeta e no Brasil.

O relatório completo e o sumário para decisores políticos podem ser acessados em: www.ipcc.ch/report/ar6/wg2/.

 

 

Elton Alisson

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/mundo-esta-despreparado-para-os-proximos-impactos-das-mudancas-climaticas-alerta-ipcc/38040/

 

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