Qualquer semelhança... Era uma vez, um homem chamado Cyberpeto, que criava bonecos em seu computador. Solitário, sonhava em ter um filho.
Certo dia, criou uma criança virtual. Ao terminar, pensou: “Será que a
inteligência artificial transformará este rapazinho virtual em uma criança real
…”.
De repente, um pequeno de carne e osso surge em meio às imagens editadas.
Cyberpeto não acredita, grita de alegria: “Seja bem-vindo, Fakenóquio”.
Então ajuda-o a vestir-se, e dá-lhe o primeiro presente: um celular. Para
aprender a ler e escrever, Fakenóquio entra na escola, para onde segue sempre
feliz. Cyberpeto avisava constantemente: “Assim que a aula terminar, venha para
casa”.
Ao longo do
tempo, Fakenóquio descobre novas ferramentas no celular, ficando muito tempo
on-line. Os estudos e a frequência às aulas foram perdendo valor; para ele o
aparelho é a principal fonte de informação.
Estava
maravilhado com o mundo que tinha em suas mãos. Imaginava como Cyberpeto
ficaria exultante quando soubesse de seu conhecimento adquirido.
Fakenóquio também foi fazendo diversas amizades. Não demorou para ele conhecer
as mídias sociais e os contatos com várias pessoas.
Ingênuo,
dava crédito a tudo o que caia em seu celular. Logo, começou a divulgar as
informações recebidas para outros. Estava convicto de que poderia ajudar.
Certa
tarde, retornando para casa, encontra uma horta com verduras e legumes
plantados. Naquele momento, o agricultor Java estava usando fertilizante para
produzir alimento a sua família e para comercializar com a vizinhança.
Fakenóquio
o contesta com as informações de celular. Diz a Java que adubo é tóxico e que
os alimentos farão mal às pessoas, aos animais e degradarão o solo.
A cada fake
news que transmitia para Java, sua língua crescia. Na rua todos caçoavam dele.
Triste, correu para casa aterrorizado: a língua não mais cabia em sua boca.
As
consequências das informações distorcidas de Fakenoquio foram drásticas. Java
parou de fertilizar a horta. As plantas colhidas vinham menores, doentes e
produziam pouco. Ele não tinha alimento para sua família e tampouco para
vender. Assim, a população teve que procurar em outras cidades.
Cyberpeto
buscava entender a raiz do problema. Nos dados da programação do filho
encontrou um que relacionava fake news ao crescimento da língua. E o
reprogramou.
Embora
soubesse das consequências das informações falsas, Fakenóquio continuou a dar
crédito ao que chegava a seu celular e a repassar. Sustentava que a agricultura
era responsável pelo desmatamento de florestas e causava poluição, por exemplo.
Sua língua cresceu ao ponto de nem mais conseguir andar.
Cyberpeto,
a essa altura, descobre que ele não está frequentando a escola, limita o uso do
celular e exige que comece a ler livros. Pouco a pouco, Fakenoquio encontra o
conhecimento. Confirma que fertilizantes não são tóxicos e o uso é importante
para produzir mais e alimentos de ótima qualidade nutricional, além de ter
papel relevante para evitar a devastação.
Ele procura
Java e explica corretamente a importância dos adubos para a produção de
verduras e legumes. Com o passar dos dias, sua língua volta ao normal.
Fica aqui
uma reflexão da Nutrientes para a Vida, iniciativa que tem a missão de
informar, com dados científicos, a verdadeira função dos fertilizantes na vida
da planta e das pessoas.
Desta
forma, os Fakenóquios que encontramos distribuindo fake news irão desaparecer
para dar lugar à verdade.
Valter Casarin - engenheiro agrônomo,
coordenador científico da iniciativa Nutrientes para a Vida (NPV)