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quinta-feira, 1 de abril de 2021

Digitalização da educação e investimentos em tecnologia, como será o futuro da educação pós pandemia?

Na era da digitalização, a educação foi uma das áreas mais resistentes às facilidades e oportunidades que a tecnologia apresenta. Levou tempo para diretores e coordenadores pedagógicos, assim como professores, entenderem que as gerações atuais não se limitam apenas a sala de aula e buscam fontes complementares para aprendizagem. Vista por muito tempo como ameaça, a tecnologia provou ser uma aliada aos professores e fundamental para a continuidade do desenvolvimento educacional de cada estudante.

Por outro lado, em decorrência do avanço da pandemia mundial, causada pela Covid-19, escolas do mundo inteiro tiveram que se adaptar a uma nova realidade e acelerar o seu processo de digitalização. De acordo com relatório divulgado pela Unesco, aproximadamente 40% de um grupo de 200 países não possuem estruturas para oferecer suporte tecnológico aos alunos durante a pandemia. 

No Brasil, esta é uma realidade vivida por 30% da população que não tem acesso à internet, de acordo com levantamento realizado pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic). Além da falta de estrutura e acesso à internet e tecnologia, a falta de investimentos e preparação dos professores dificultam a digitalização no processo educacional brasileiro. Se por um lado, a rede privada utiliza há muito tempo o digital, por outro as escolas públicas estão atrasadas neste contexto e poucos alunos têm acesso a ferramentas educacionais baseadas em tecnologia.

Este cenário também abre uma gama de oportunidades e novidades para o mercado educacional. De aplicativos e games educacionais a tutoria online e em tempo real, empreendedores trabalham para ajudar neste processo de digitalização e oferecer mais qualidade de ensino e desenvolvimento educacional a cada estudante. Podemos mencionar alguns exemplos, como o ensino híbrido conhecido também como blended learning- que vem sendo aplicado nas escolas norte-americanas desde 2012 - e mistura o ensino presencial e remoto e será aliado importante na retomada das aulas em espaço físico, seja na rede pública ou privada. Este formato de aprendizagem vem sendo usado no Brasil desde a metade da última década, por instituições de ensino superior, mas agora o desafio maior será introduzi-lo adequadamente à rotina de estudantes do ensino fundamental e médio.

Outra ferramenta que movimenta o mercado e é pioneira no Brasil, é a tutoria online e em tempo real. Se ao redor do mundo, é utilizada com frequência e ganhou o mercado, por aqui aos poucos vem ganhando aptidão nas escolas. Por meio de tecnologia e aplicativos próprios, estudantes conseguem se conectar a uma grande rede de apoio e tirar dúvidas com professores e/ ou universitários sobre matérias específicas e que apresentam maior dificuldade de aprendizagem.

Há muitas novidades em tecnologia para educação que deverão surgir em um curto espaço de tempo, e assim ditar como será o futuro da sala de aula - seja no Brasil ou no mundo - mas, trazendo a discussão para a realidade brasileira, entendemos que há um grande caminho a ser percorrido e explorado. Desde investimentos em estrutura e capacitação de professores a introdução dessas ferramentas em sala de aula, o nosso país precisa aprender muito com as nações de primeiro mundo, como Estados Unidos, Inglaterra e alguns países europeus. 

Por fim, podemos entender que mesmo a passos largos essa transformação digital na educação vai acontecer no Brasil e, ao longo do tempo, conseguiremos quebrar as barreiras e ampliar o acesso ao ensino para todos. Além de transformar o mercado, a era da disrupção deve ditar como será a educação no mundo durante e pós-pandemia, que trabalhará pelo progresso de aprendizagem de cada estudante, em tempo integral.

 



Raphael Coelho - CEO e fundador do TutorMundi, plataforma de aprendizagem para escolas que conecta alunos do ensino fundamental II e ensino médio a estudantes universitários em tempo integral, e atuou por nove anos como professor de matemática e física.


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