Pesquisar no Blog

terça-feira, 3 de março de 2020

A prática de "passar pontos" da carteira nacional de habilitação e suas consequências criminais


Como se sabe, a prática de “passar pontos” da Carteira Nacional de Habilitação decorrentes de infrações de trânsito para outrem, tornou-se, para muitos cidadãos, algo corriqueiro e habitual. Contudo, essa conduta configura crime com todas as suas consequências.

E, quais são as consequências? Ser alvo de um Inquérito Policial, tornar-se réu em uma Ação Penal e até mesmo ser condenado por um delito e ter que cumprir pena, em regime fechado, a depender da quantidade de vezes que o delito foi praticado. 

Isso porque, segundo estabelece o artigo 299 do Código Penal Brasileiro, configura o crime de falsidade ideológica quando o agente “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”.

No que se refere a pena prevista para tal delito, o Código Penal estabelece pena que varia de um ano até cinco anos de reclusão, além de multa.

Com efeito, o comportamento de “passar pontos da CNH para outrem” adequa-se, perfeitamente, ao referido artigo do Código Penal. E, tantas vezes quantas forem feitas as falsas “passagens de pontos” para outrem, serão considerados para a contagem da quantidade de crimes perpetrados.

Ou seja, se o cidadão passou dez vezes os pontos de forma “irregular”, pode-se ter dez  crimes de falsidade ideológica que, como se viu, estabelece pena de um até cinco anos para cada delito cometido, cada “passagem de ponto” falseada.

Assim, o proprietário do automóvel, ao indicar um condutor que não estava dirigindo o seu veículo, acaba por falsear a verdade ao DETRAN. Ou seja, insere declaração falsa para alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, isto é, livrar-se de pontuação que poderia fazer a sua licença de dirigir ser suspensa.  

Neste ponto, é importante mencionar que, tecnicamente, por mais que este “outrem” aceite receber os “pontos”, o mero fato de falsear a verdade, ainda que com aceitação da outra parte, para se livrar dos pontos na CNH, configura o delito de falsidade ideológica (artigo 299, do Código Penal).

Não importa, pois, para a nossa legislação criminal, o consentimento daquele que foi indicado como condutor e recebeu os pontos em sua CNH.

Aliás, o sujeito que recebeu os pontos da CNH e concordou com isso, também poderá responder pelo delito de “falsidade ideológica” nos moldes do artigo 29, do Código Penal, pois, é certo, de acordo com a nossa legislação penal, quem, de qualquer modo concorre para a prática do crime, responde pelo crime na medida de sua culpabilidade.

É bem verdade que, normalmente, as vítimas são pessoas que sequer sabiam que estavam sendo indicadas como “condutor” e só acabam percebendo a “fraude”, quando tentam renovar a CNH e não conseguem pois, evidentemente, estão suspensos por terem ultrapassado o limite de pontos.

Contudo, há, também, casos em que pessoas “compram” e outras “vendem” os pontos. É dizer, o agente que não pode mais receber pontos em sua CNH acaba transmitindo os seus pontos para outrem, mediante um preço ajustado com o sujeito que aceitou receber os tais pontos.

Mesmo nestes casos e, por mais que não haja qualquer contraprestação pecuniária, o crime de falsidade ideológica está consumado, pois, evidentemente, a falsidade foi inserida em documento público para que o cidadão pudesse se ver livre dos pontos da CNH.

Enfim, seja lá quantas infrações de trânsito o cidadão tenha cometido, o ideal é cumprir a suspensão administrativa e não “passar os pontos” pois, tal conduta tem o condão de criar um enorme problema criminal.

Recomenda-se, pois, apesar da prática corriqueira de “passar pontos”, ainda que com o consentimento da outra parte, a imediata extinção deste hábito, evidentemente, previsto como crime pela nossa legislação criminal. 





Gabriel Huberman Tyles - professor universitário e advogado criminalista, sócio do escritório de advocacia Euro Filho & Tyles Advogados Associados. Mestre e Especialista em Direito Processual Penal pela PUC-SP. Graduado em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Membro do Conselho Editorial do Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCrim), membro do corpo de Pareceristas da Revista Brasileira de Ciências Criminais (RBCcrim), membro da Comissão de Prerrogativas da OAB/SP e membro do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Também é autor de diversos artigos jurídicos e advoga de forma voluntária para a União Brasileiro-Israelita do Bem-Estar Social (UNIBES).
redes sociais - @eurofilhoetyles; https://www.facebook.com/EuroFilhoeTyles/

Saiba como a tecnologia está ajudando em negociações internacionais durante o surto de coronavírus


Nas últimas semanas, foram registradas aproximadamente 900 mortes na China provocadas pelo coronavírus. Não há confirmação do fator desencadeante que causou a mutação do vírus, porém há algumas especulações de cientistas e pesquisadores, já foi citado alguns possíveis hospedeiros, como morcego, pangolim (mamífero em extinção), e outros animais. O estudo tenta fazer uma ligação do consumo da população do ponto principal de contaminação (Wuhan) com os animais.

O gigante asiático parou com o objetivo de tentar conter a proliferação da doença. O ocidente já esperava uma semana de feriado de comemorações devido ao ano novo lunar comemorado por alguns países no oriente, porém o feriado foi estendido, tudo permaneceu fechado e chineses foram impedidos de realizar suas tradições de viajar para visitar seus familiares.

Não demorou muito para o terrível vírus se espalhar, afetando quatro continentes. Diversos países fecharam suas fronteiras e as nações iniciaram suas operações de repatriação de pessoas estrangeiras que estavam em outros países. Brasileiros que passaram pelo processo de repatriação chegaram no dia 9 de fevereiro e devem passar por uma quarentena.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil e movimenta consideravelmente o mercado internacional, tanto em importações quanto exportações, na plataforma de Big Data Analysis da LogComex, a China também sempre está no topo das relações com o Brasil. Por esse motivo, esse vírus está gerando um grande impacto na China e em nações parceiras, já gerou queda na bolsa de valores chinesa assim como de diversos países, instabilidade do dólar comercial e ainda pode gerar uma desaceleração econômica a nível mundial.

Marcos Troyjo é o secretário de Comércio Exterior e Relações Internacionais, o mesmo afirma que o Brasil possui uma grande carteira de consumidores no mundo e possui diversidade suficiente, não dependendo apenas do país asiático para manter a balança comercial positiva.

No entanto, podem existir consequências. A curto prazo alguns estados brasileiros que possuem como atividade principal a produção de automóveis e máquinas, podem ficar com suas fábricas paradas, por falta de peças para reposição. Companhias de transporte aéreo e marítimo já aumentaram as tarifas de frete para cargas com destino ao continente asiático. Também a redução das exportações brasileiras e queda nos valores das mercadorias. A ANVISA adotou procedimento para todas as embarcações com suspeita da doença, podendo impedir ou paralisar suas operações. Até o momento, o governo não constatou queda nas exportações brasileiras, mas afirma que haverá em médio prazo. Mesmo assim, é um fator de preocupação, pois alguns contêineres refrigerados estão parados em terminais, impedindo a entrada de novos, que estão sendo redestinados a países próximos, como Cingapura e Hong Kong.

Enquanto muitas fábricas foram prejudicadas, o setor farmacêutico e de materiais hospitalares se beneficiou. Chegou a faltar máscaras e luvas, pela utilização sem necessidade de algumas cidades no mundo. A Organização Mundial de Saúde declarou estado crítico internacional, o que impulsionou a  China nas últimas semanas a construir um hospital em dez dias com mil leitos em Wuhan, que abrigará pacientes contaminados pelo coronavírus.

Em momentos como esse a tecnologia se faz ainda mais necessária. As autoridades chinesas estão operando drones para garantir que a população só saia de casa utilizando máscaras, os drones também estão sendo utilizados para pulverizar desinfetante. A frota de drones tem capacidade de cobrir até 300mil m² em menos de quatro horas e a população também está colaborando, utilizando drones próprios.

Grande parte dos complexos portuários da China, são autônomos, ou seja, não precisam de pessoas para operar dentro do porto, permitindo o embarque e desembarque das cargas sem o risco de contaminação da tripulação e de estivadores. O porto de Qingdao por exemplo, eliminou 85% da mão de obra, e pode ser controlado apenas por 9 operadores portuários em escritório.





Helmuth Hoffstatter - Empreendedor apaixonado por tecnologia e inovação, possui mais de 12 anos de experiência no segmento de logística internacional, fundador da LogComex, startup de big data, inteligência e automação para logística internacional. É especialista em gestão de produtos e nas mais diversas soluções voltadas ao universo do comércio exterior.

http://www.logcomex.com/

Prefeitura ensina jovens da periferia da capital a empreender por meio de oficina gratuita


Durante roda de conversa, os empreendedores receberão orientações e dicas para alavancar os seus negócios


A Ade SampaAgência São Paulo de Desenvolvimento, entidade vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, oferece em seu espaço colaborativo de trabalho, Teia Cidade Tiradentes, uma roda de conversa voltada aos empreendedores residentes nas periferias da cidade. A atividade acontece no próximo sábado, 7, das 14h às 16h, na zona leste da cidade.

A roda de conversa será comandada pela integrante do APreta Produções, Ana Paula, coletivo que atua em diversos setores culturais e na área de empreendedorismo.

“A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho busca alavancar e incentivar os empreendimentos da periferia reduzindo as desigualdades entre as regiões e aumentando o desenvolvimento econômico e social capital”, explica a secretária de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Aline Cardoso. “Uma das iniciativas da Prefeitura é o programa Vai Tec que oferece aos empreendedores das quebradas a oportunidade de alavancar seu negócio e alcançar o sucesso”, complementa.

O Vai Tec oferece a aceleração dos negócios por meio de oficinas, mentorias e acompanhamento, acesso a rede de contatos. Com o intuito de fortalecer o empreendedorismo nas periferias, auxilia o jovem a criar e desenvolver ideias inovadoras que usam a tecnologia como modelo de negócio.



Serviço

Empreender na periferia
Data: 07 de março (sábado)
Horários: das 14h às 16h
Local: Teia Cidade Tiradentes
Endereço: R. Inácio Monteiro, 6900 


Posts mais acessados