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quinta-feira, 12 de julho de 2018

Não sei vender. Será?

Muitas pessoas acreditam que para ser vendedor é preciso nascer com um dom. Frequentemente, ouvimos pessoas dizendo: “não nasci para ser vendedor, não sei fazer isso”. No entanto, essa não é uma verdade absoluta, qualquer pessoa pode se tornar um vendedor, o primeiro passo é entender que, assim como em qualquer carreira, é preciso investir em especialização profissional.

Apesar de não encontrarmos cursos voltados para essa área nas universidades, existem bons cursos livres no Brasil e é preciso investir em treinamento e formação em escolas especializadas em  fornecer conteúdo e, principalmente, ferramentas práticas, nos quais se obtém capacitação sobre os quatros pilares fundamentais para sustentar a carreira do vendedor: indicadores de resultados, processo de vendas, competências em vendas e fatores motivacionais.

Outro fator importante para quem deseja se tornar um vendedor profissional é adquirir conhecimentos e desenvolver habilidades e atitudes de um negociador. Negociar deve ser natural para essa profissão, sem forçar nenhuma situação. Embora não sejam culturais para a maior parte dos brasileiros, essas características podem ser desenvolvidas com treinamento, aperfeiçoamento, experiência e dedicação.

Para atender bem um cliente, é imprescindível entender sua exata necessidade, saber o que ele procura para resolver esse problema e, então, apresentar uma solução que vai supri-la da maneira mais eficiente. Em outras palavras, o profissional de vendas precisa desenvolver sua capacidade investigativa e de fazer perguntas que vão ajudar o comprador na sua decisão de compra. Afinal, quando é bem atendido, o cliente naturalmente passa a dar mais valor a isso e dispõe-se a pagar mais.

A partir do momento em que a pessoa estuda para se tornar um especialista em vendas, ela desenvolve técnicas capazes de fazer com que o outro lado sempre perceba que o melhor negócio está presente naquela oportunidade. Para isso, é preciso estar preparado, praticar a escuta ativa, ou seja, saber ouvir, fazer as perguntas, e falar a coisa certa na hora certa. Detalhes como ir para uma reunião já sabendo do que se trata e o que vai acontecer, conhecer tudo sobre o produto ou serviço em questão, ser mais que um folheto ambulante, fazendo assim com que o cliente enxergue valor no que está sendo oferecido.

Diante disso, sempre ressalto que qualquer pessoa pode ser um vendedor, basta estar tecnicamente preparado para isso. No mundo das vendas, a pessoa precisa de exposição e feedback para crescer. É preciso "dar a cara à tapa", fazer simulações, se expor, treinar e se transformar, o segredo é entender que a venda é uma ciência e arte ao mesmo tempo. Essas são as chaves para se transformar em um bom vendedor.





Mário Rodrigues - diretor do Instituto Brasileiro de Vendas (IBVendas) – www.ibvendas.com.br




Diálogo inter-religioso: um caminho para combater a intolerância


No dia 8 de agosto, a partir das 18h30, durante a 25ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo – que acontecerá na capital paulista entre os dias 3 e 12 de agosto no Anhembi – está programado um evento imperdível: o debate “Religião e Contemporaneidade”, que abordará o papel das diferentes religiões do mundo de hoje. A conversa – da qual terei a honra de participar falando sobre o Islam - reunirá a zen-budista Monja Coen; o rabino Nilton Bonder; o cientista religioso e sacerdote de Umbanda Alexandre Cumino; e o advogado católico Pedro Siqueira.

Por que chamei este encontro de imperdível? Por uma razão muito simples: as religiões precisam dialogar e se respeitar mutuamente. Este é um caminho eficaz – talvez o único – para evitar conflitos por motivações religiosas. 

Você deve estar pensando que, no Brasil, não há riscos de isso acontecer. É compreensível. Nossa realidade é bem mais tranquila em comparação com o que acontece na Europa e no Oriente Médio, por exemplo, locais onde têm sido comuns atos violentos e conflitos armados motivados por justificativas religiosas. Mas aqui padecemos de um problema doloroso: o preconceito contra quem professa uma determinada fé. 

Minha história ilustra exatamente o que quero abordar. Sou brasileiro, filho de libaneses que vieram para o Brasil em busca de uma vida melhor e mais próspera. Além de mim, meus pais tiveram outros três filhos também brasileiros. Quem olha para mim, não tem dúvidas sobre minha ascendência. Professo a mesma fé dos meus pais: sou muçulmano. E, por desinformação, não só eu, como muitos membros de nossa comunidade, sofrem ou já sofreram algum tipo de preconceito.
Sei que isto acontece porque muitos desconhecem o que é ser muçulmano. Com toda certeza, não são os que usam o Islam para fazer guerras ou atentar contra a vida humana. Os muçulmanos creem no mesmo Deus que o cristão e o judeu; valorizam a vida como um dom divino que deve ser preservado; procuram fazer caridade sem levar em conta a religião do beneficiado; enaltecem a família e buscam, sempre, a paz. 

Há mulheres muçulmanas que usam o hijab, o véu islâmico. No nosso mês sagrado, o Ramadan, fazemos o jejum do nascer ao pôr do sol. Todo muçulmano, se tiver condições, deve ir a Meca, na Arábia Saudita, ao menos uma vez na vida – este é um local sagrado para nós. O profeta mais importante para os muçulmanos é Muhammad, embora reconheçamos Jesus também como um grande profeta. Nada do que acabo de expor é uma afronta às demais crenças ou nos torna diferentes daqueles que professam outra fé. São apenas particularidades da religião islâmica. 

A crença em Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, não deveria incomodar nem muçulmanos nem evangélicos. As práticas das religiões de origem africanas tampouco devem ser razão para discussões acaloradas e preconceituosas por judeus ou espíritas. Nada disso, de verdade, deveria ser objeto de discordância ou julgamento por quem quer que seja. Só que a realidade nem sempre é assim. 

Estamos vivendo tempos de intolerância, inclusive religiosa. Há discussões polarizadas sobre tudo, incluindo religião. Não tenho dúvidas, porém, que o discurso inter-religioso é fundamental para que esta realidade se transforme. 

O verdadeiro discurso inter-religioso é estar disponível para ouvir e explicar, sem proselitismo ou imposições. É querer conhecer, verdadeiramente, as crenças e os costumes religiosos diferentes dos seus. E, nesta caminhada, é muito bom quando descobrimos como temos pontos em comum: a valorização da vida; a defesa da paz e da justiça social; a importância da prática da caridade e da preservação da natureza. 

Quando as religiões querem se conhecer e dialogar descobrem que não se trata, apenas, de combater a intolerância religiosa. Juntas, elas podem atuar, até, na construção de uma sociedade melhor, mais justa e humana. 

Voltando ao Islam, o caminho que a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil, a FAMBRAS - entidade criada por meu pai há quase 40 anos e da qual sou vice-presidente – escolheu para combater o preconceito contra os muçulmanos é pela disseminação de informação. Participaremos da Bienal Internacional do Livro de São Paulo pela sexta vez consecutiva distribuindo materiais informativos sobre o Islam e prestando esclarecimentos sem proselitismo. Há cinco anos, ministramos o curso ‘O Mundo Islâmico’, a pedido do Ministério das Relações Exteriores, no Instituto Rio Branco, em Brasília, para ajudar na formação dos futuros diplomatas brasileiros. Colaboramos com a imprensa nacional como fonte de informação sobre aspectos que envolvem a religião. Promovemos e participamos de eventos, cursos, ações sociais e quaisquer outras iniciativas que sejam oportunidades de mostrar quem realmente somos e o que pregamos. 

Vivemos um novo tempo que pede um novo olhar. Um tempo em que não há mais espaço para intolerância ou para julgamentos feitos com base em etnia, condição social, gênero e, principalmente, religião. É tempo de diálogo – algo que vai muito além de troca de informações. Precisamos de diálogo para derrubar muros e construir pontes.






Ali Zoghbi - jornalista, vice-presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil – FAMBRAS.



Sustentabilidade: que chato?!

Vamos falar de uma maneira descontraída sobre mitos, realidades e surpresas para uma vida mais saudável?


Chato: Desde a década de 70, esse é um termo muito discutido, e eu diria que, para muitos, já está batido. Virou assunto chato, estagnado, mal entendido e mal interpretado. Muitas vezes, relacionado a um produto feio, uma falsa estratégia de marketing ou a uma sucata. Mas, calma, vamos reconstruir essa imagem juntos.
O que, afinal, é a sustentabilidade e por que ela importa? Vai mudar a minha vida?

Depende. Você gosta de conforto? Gosta da sua empresa, de boa comida, de viajar, de fazer compras? Gosta de estar em um lugar limpo, seguro e planejado com inteligência para que você aproveite todas as comodidades? Hum, então você se importa e esse é o primeiro passo.

Para começar a entender, a base da sustentabilidade pode ser empregada em qualquer situação: cidades, produtos, modelos de gestão, políticas sociais e por aí vai. Ela significa uma medida que, aplicada em qualquer situação, visa seu desenvolvimento ao mesmo tempo em que conserva recursos. Ou seja, é uma medida para que uma cidade, um empreendimento ou uma empresa, por exemplo, sustente-se.

E para ser sustentável? Tem que ser correto, viável, inteligente e unir harmonicamente desenvolvimento humano e meio ambiente. Desenvolvimento? Pode isso na sustentabilidade, produção? Pode e deve.

Como já dizia a agenda 21 desde 1992, preservação e desenvolvimento devem andar juntos. Apenas evoluindo é que conseguiremos achar alternativas mais eficientes pra produzir e preservar. A segunda opção seria voltar ao tempo das cavernas, o que não é viável e, logo, não é sustentável. Afinal, haja cavernas para todos nós.

Bom, e o que muda? A partir do momento que você utiliza a inteligência para suprir seus confortos sem estragar recursos, automaticamente começa a aplicar isso em todos os campos da sua vida. Imagine uma cidade sem poluição, muito arborizada, segura, sem lixo, sem enchentes, sem apagões, sem trânsito e por aí vai.

Sonho? Não. Sustentabilidade. E a saúde agradece. Olá, pulmão limpo. Tchau, pele ressecada, tchau ansiolíticos e uma bela lista de itens para se recompor.
Poxa, mas isso não está longe? Não é apenas para longo prazo? Também não. Claro que o mundo inteiro não muda em um segundo, mas todas as alternativas já estão aí, basta pesquisar, aderir e, claro, exigir. Apenas exigindo é que o mercado muda.

As políticas terão que adotar medidas verdes e saudáveis, as empresas terão de usar sua inteligência para gerar produtos sem destruição e as pessoas só poderão fornecer o que for bem pensado para a outra usufruir. Tchau, produtos ruins. Tchau, serviços sem qualidade. É uma questão de querer e colocar em prática, a-p-e-n-a-s.

Se isso tudo parece difícil, aquela 'coisa de cidade europeia longe de nossa realidade'….Surpresa: lá vem o Ceará lançando uma das cidades mais sustentáveis e saudáveis para ser viver no mundo. Coleta inteligente, produção de energia limpa, hortas espalhadas, aplicativo em tempo real monitorando a área da cidade e praças com equipamentos esportivos que geram energia conforme você se exercita.

Vamos começar todos?





Mariana Crego - Formada pela FAAP em arquitetura e Urbanismo e pós-graduada na Escola da Cidade, Mariana trabalhou no escritório Adrian Smith + Gordon Gill, em Chicago. Participou do projeto 'Astana Expo City 2017' e cursou arte e arquitetura na FUA - Florence University of the Arts, em Florença. Já contabiliza em seu portfólio projetos residenciais e corporativos. Em 2015 a profissional, nascida em Santos, abriu seu escritório em São Paulo. Mariana é a terceira no mundo, e a primeira profissional no Brasil, a receber os atestados piloto do processo AQUA-HQE Projetos de Interiores, que promove práticas sustentáveis na construção.

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