Conhecido pela
alta incidência em homens, o câncer de próstata deve ser também uma preocupação
entre os tutores de pets
O câncer de próstata, assim como todos os tipos de
câncer, é caracterizado por um crescimento exagerado das células cancerígenas
em um determinado tecido do corpo. Nesse caso, são as células da glândula
prostática que, atingidas, causam um aumento no tamanho dessa estrutura.
Apesar das doenças na próstata poderem se
manifestar em todos os machos da classe dos mamíferos, dentre os animais de
estimação são os cães de pequeno porte os mais atingidos. No entanto, não
existem raças mais propensas a desenvolverem esse quadro e o aparecimento do
câncer, geralmente, acontece quando os pets estão mais velhos, na faixa etária
entre 9 e 10 anos.
Sintomas
Os sintomas que acusam alguma alteração na glândula
prostática são bem específicos. Um deles é a dificuldade para defecar e urinar,
pois devido à proximidade da próstata ao ânus, seu aumento interfere no canal
do reto e dificulta a saída das fezes. Movimentos de locomoção limitados, como
subir em móveis ou degraus, também podem indicar uma possível alteração no
tecido da próstata. Emagrecimento por diminuição de apetite também é um sinal
que merece atenção.
Segundo Renata Setti, médica veterinária especializada em
Oncologia e parceira do COMAC (Comissão de Animais de Companhia),
o primeiro passo para um diagnóstico preciso é consultar um médico veterinário
para exames de prevenção. A palpação retal é um deles. O exame é indolor e
dispensa a necessidade de anestesia permite que o veterinário detecte algum
aumento significativo da glândula. O ultrassom de abdômen e a radiografia da
região lombar (onde está localizado o órgão) podem dar indícios do tamanho da
próstata e se está afetando a bexiga ou coluna. Todos esses diagnósticos
avaliam a possibilidade de metástases, multiplicação das células cancerígenas
que se espalham para outros tecidos do organismo, como o pulmão. Exames mais
invasivos como a citologia ou a biópsia da próstata também são aplicados e
necessitam de anestesia para serem realizados.
Prevenção
Exames de rotina sempre são recomendados para
prevenir a doença. Tumores benignos possuem sintomas parecidos ao tumor da
próstata e cães não castrados são mais propensos a desenvolvê-los. Por isso, a
castração é importante inclusive para prevenir infecções e tumores benignos.
“Estima-se que 75% dos cães adultos não castrados vão desenvolver tumores
benignos chamados de Hiperplasia Prostática Benigna que tem sintomas
semelhantes ao tumor da próstata”, alerta a Dra. Renata Setti.
Tratamento
Assim como em homens, o tratamento é baseado em
quimioterapia e cuidados que atenuam as dores e desconfortos. Para isso, o uso
de medicação e cuidados com a alimentação é de grande relevância. Devido à
dificuldade em defecar, às vezes o uso de laxantes é recomendável. Os efeitos
colaterais da quimioterapia não são intensos como nos humanos, os animais
tendem a aceitar melhor a mediação. Não é comum suspender um tratamento por
efeitos colaterais severos.
Em casos de suspeita de câncer, independente de sua
origem, não se deve esperar e o veterinário precisa ser acionado rapidamente,
pois o tempo e o diagnóstico precoce são essenciais para um tratamento
eficiente para garantir boa qualidade de vida aos pets.
COMAC
Comissão de Animais de Companhia do SINDAN -
Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal