Cenário positivo
deve afetar quem deseja começar a investir, além de mercados prejudicados pela
pandemia
As recentes notícias sobre a vacinação para a
covid-19 têm impacto direto na economia. Para Bernardo Pascowitch, fundador do
Yubb (https://yubb.com.br/), maior buscador
de investimentos do país, o tratamento efetivo contra o coronavírus tira o
Brasil e o mundo de um cenário de instabilidade nos investimentos e deve trazer
recuperação aos mercados mais prejudicados pela pandemia.
“Começamos o ano bem melhor do que saímos em 2020,
com uma vacina mais próxima da população brasileira. E isso gera impacto nos
investimentos, já que o último ano foi pautado pela instabilidade econômica”,
explica Bernardo Pascowitch. “Além disso, o início do ano é o melhor período
para quem deseja começar a investir: é um ótimo momento para organizar as
finanças”.
Para quem deseja começar a investir, o primeiro
passo é ter um controle de suas despesas essenciais. “É importante anotar os
gastos com alimentação, moradia, água, luz, telefone, gasolina e outras
despesas fixas. E a soma desses valores indicará o seu custo de vida mensal. A
definição dos gastos é essencial para saber o quanto a pessoa pode destinar aos
investimentos”, detalha Pascowitch.
O especialista aponta que o segredo de um bom
investidor é desenvolver hábitos, e ressalta que a pessoa deve ficar sempre
atenta à sua condição financeira atual. “O importante é a pessoa entender que,
assim que receber o salário, ela deve separar uma quantia para os
investimentos. Mas ela não deve se comprometer com o que não consegue arcar.
Vale começar com pouco, R$ 30,00, R$ 50,00 ou R$ 100,00, e ir aumentando o
valor”, complementa.
Após juntar o dinheiro, o desafio seguinte é
escolher onde investi-lo. “Para começar, eu recomendo investimentos de renda
fixa com baixo risco e liquidez diária, que apesar de não serem os
investimentos mais rentáveis do mercado, são os mais seguros”, pontua
Bernardo.
No Brasil, a forma mais popular de investimento é a
poupança, mas ela não é a mais recomendada. “O problema da poupança é seu baixo
rendimento. É importante buscar outras opções em renda fixa que tenham um melhor
rendimento, mas com a mesma segurança, como CDB, LCI, LCA e fundos de renda
fixa”.
Setores em recuperação também se beneficiam
O cenário tende a ser positivo tanto para
investidores, quanto para empresas de diversos setores. “As companhias que
sofreram muito por conta da pandemia tendem a se destacar neste novo ano. Seis
setores devem apresentar sinais de recuperação: educação, bancos, companhias
aéreas, shoppings centers, turismo e shows e eventos”, pontua Pascowitch. “Os
bancos, por exemplo, ainda estão bastante pressionados por conta do crédito.
Com a vacinação, a qualidade do crédito tende a melhorar e o setor deve
emprestar mais, reduzir o provisionamento e ter suas ações valorizadas”.
Outro setor que deve ser beneficiado é o de fundos
imobiliários (FIIs). “Em um cenário de vacinação, os fundos imobiliários devem
se valorizar, principalmente aqueles que mais sofreram com a pandemia, como os
de shopping centers. Entretanto, com a possibilidade de novas ondas do
coronavírus e, respectivamente, de novas quarentenas, os FIIs ainda estão muito
pressionados e instáveis para os próximos meses. Vale uma ressalva também para
os fundos de lajes corporativas, já que não sabemos se as empresas vão voltar
plenamente a atuar em escritórios ou se manterão o home office”, pontua o
especialista.
Bernardo destaca que há mercados que já subiram
consideravelmente ainda em 2020, revertendo a queda inicial do início da
pandemia. É o caso das empresas varejistas e de tecnologia, que não devem ter
novas grandes valorizações com a vacinação. Entretanto, é importante que o
mercado se atente não só às projeções, mas principalmente às medidas concretas.
“Há um otimismo exacerbado com as vacinas, mas os
calendários de vacinação seguem em aberto, com indefinições políticas.
Portanto, precisamos ficar atentos às concretizações dos fatos. Os anúncios de
vacinação contra à covid-19 são importantes, mas suas consequências somente
chegarão quando a população for efetivamente vacinada”, conclui.