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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

APENDICITE: QUANDO A DOR ABDOMINAL PODE INDICAR UM PROBLEMA GRAVE

Você já sentiu uma dor abdominal intensa e persistente e se perguntou se poderia ser algo sério? Se a dor é localizada no lado direito inferior do abdômen, pode ser um sinal de apendicite.

 

Uma dor abdominal forte e persistente nem sempre é apenas um desconforto passageiro. Quando surge no lado inferior direito do abdômen, pode ser um alerta de algo mais grave: a apendicite. “A apendicite é uma inflamação que, se não tratada, pode levar a complicações sérias, como a ruptura do apêndice”, explica o Dr. Lucas Nacif, cirurgião gastrointestinal e membro do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). 

Embora o apêndice seja muitas vezes visto como dispensável, ele desempenha um papel mais importante do que se imagina. Com cerca de 10 cm, essa pequena estrutura entre o intestino delgado e o grosso contribui para o equilíbrio do organismo. “O apêndice abriga tecidos linfáticos que produzem anticorpos e servem como um reservatório de bactérias benéficas para o intestino”, afirma o especialista. 

O Dr. Nacif também destaca que, em casos de infecções intestinais, o apêndice ajuda a restaurar a flora bacteriana, permitindo que as bactérias "boas" repovoem o intestino com mais rapidez após uma infecção
 

Como a apendicite acontece?

A apendicite ocorre quando o apêndice fica inflamado, geralmente devido a uma obstrução que impede a drenagem do muco produzido pelo próprio órgão. Esse acúmulo de muco leva à dilatação do apêndice, comprime os vasos sanguíneos e causa a morte das células locais. Se não tratado, o quadro pode evoluir para uma apendicite supurada, em que o apêndice se rompe e libera seu conteúdo na cavidade abdominal, aumentando o risco de infecção grave, o que pode levar ao óbito. 

Segundo o especialista, nos jovens, essa inflamação pode estar relacionada a respostas do tecido linfático a infecções virais ou bacterianas. Em pacientes mais velhos, as causas comuns incluem fezes endurecidas, tumores e até vermes intestinais. “Em todos os casos, a apendicite costuma se manifestar inicialmente com uma dor ao redor do umbigo, que depois se desloca para o lado inferior direito do abdômen, ficando mais intensa ao caminhar ou tossir. Além da dor abdominal, é comum que surjam febre, perda de apetite, náuseas, endurecimento do abdômen e até alterações intestinais, como constipação ou diarreia frequente”, explica Nacif. 

Ele acrescenta que é importante que o paciente observe a evolução da dor, que tende a aumentar progressivamente. “Se uma dor abdominal intensa persistir por mais de quatro horas, é essencial procurar um serviço de emergência o mais rápido possível”, alerta
 

A cirurgia é a única opção de tratamento? e quais os cuidados na recuperação?

A cirurgia é o tratamento padrão para apendicite e costuma ser a única opção viável para remover o apêndice inflamado, evitando que a infecção se espalhe. Existem duas abordagens principais: a apendicectomia aberta, que envolve uma incisão maior, e a laparoscópica, que utiliza três pequenas incisões de aproximadamente um centímetro cada. “A laparoscopia tem se mostrado eficaz e oferece menos desconforto no pós-operatório”, explica o cirurgião gastrointestinal. Esse método tende a proporcionar uma recuperação mais rápida e com menor risco de infecção e dor. 

Após a cirurgia, a recuperação exige repouso, uma dieta leve e uso de antibióticos para prevenir infecções. “O tempo de recuperação varia de quatro a seis semanas, e é essencial seguir todas as orientações médicas, como manter a área da incisão limpa e evitar atividades físicas intensas”, reforça. 

O Dr. Nacif lembra ainda que, embora seja um órgão pequeno e frequentemente removido sem maiores complicações, o apêndice possui uma função no organismo, contribuindo para a saúde intestinal. “Isso nos lembra que cada estrutura em nosso corpo desempenha um papel importante, mesmo que nem sempre seja evidente” conclui.

 

Lucas Nacif - Especialista em cirurgia geral, e do aparelho digestivo, o Dr. Lucas Nacif é reconhecido por sua expertise em cirurgias hepato bilio pancreática e transplante de fígado, utilizando técnicas avançadas minimamente invasivas por laparoscopia e robótica. Além de suas contribuições no campo da cirurgia, o Dr. Nacif é membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD) e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Internacionalmente, ele é membro da ILTS (International Liver Transplantation Society), TTS (The Transplantation Society) e AHPBA (Americas Hepato-Pancreato-Biliary Association). O Dr. Nacif dedica-se integralmente à promoção da saúde digestiva, buscando não apenas a cura, mas também uma melhoria substancial na qualidade de vida de seus pacientes. Para saber mais, visite: www.lucasnacif.com eLink


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