Com base em
estudos, médico desmistifica a relação entre o riso e as rugas
Ainda é comum associar o riso com o surgimento de rugas, principalmente
na área dos olhos e ao redor da boca, onde os músculos faciais são mais
ativados. Mas, será que as expressões faciais realmente prejudicam a saúde da
pele?
Segundo Luís Maatz, cirurgião plástico, especialista em
Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP (HC/FMUSP), e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP); tanto a flacidez como as rugas estão relacionadas ao
envelhecimento, associado à genética e a fatores intrínsecos, como alterações
hormonais.
“Com o tempo, há um processo natural de oxidação, quando há perda
das fibras de colágeno e elastina, que sustentam os tecidos corporais. Também
há os fatores externos, que acabam abreviando o envelhecimento da pele, como
sedentarismo; alimentação inadequada; tabagismo; exposição solar excessiva sem
uso de filtro solar; poluição; variações de peso; entre outros”.
Sendo assim, para que ninguém economize nas risadas, especialmente
no Dia Nacional do Riso, em 06 de novembro,
o cirurgião Luís Maatz pontuou alguns dos principais mitos sobre a relação
entre o riso e as rugas. Confira:
Sorrir frequentemente causa rugas ao redor dos olhos
Mito:
segundo Maatz, embora sorrisos possam formar linhas ao redor dos olhos (os
chamados “pés de galinha”), as marcas são, em grande parte, temporárias.
“Rugas mais profundas resultam principalmente de fatores como a
exposição ao sol e a diminuição de colágeno com a idade”. Um artigo da Penn Medicine
reforça que até 90% dos sinais de envelhecimento cutâneo são causados pela
exposição aos raios UVA.
Evitar expressões faciais reduz o surgimento de rugas
Mito:
reprimir expressões faciais não impede o envelhecimento da pele. Pesquisadores
da Mayo Clinic afirmam que a genética e o estilo de
vida têm um impacto muito maior na formação de rugas do que expressões
temporárias.
“Além disso, o estímulo dos músculos faciais ajuda a preservar a
tonicidade e a sustentação da pele ao longo do tempo, retardando a flacidez e o
envelhecimento do rosto”, afirma Luís Maatz.
O hábito de franzir a testa aumenta a propensão às rugas
Mito:
qualquer expressão repetida pode criar linhas temporárias, mas as linhas
duradouras resultam de fatores mais complexos, como a genética e a degradação
estrutural da pele. Estudos mostram que sorrisos e expressões
neutras, quando acompanhados de exposição ao sol, têm o mesmo potencial de
formar ruga.
Rugas de expressão são irreversíveis
Mito:
“Muitas rugas de expressão são dinâmicas, ou seja, aparecem apenas quando
fazemos certas expressões, e não são permanentes. Procedimentos como a
aplicação de toxina botulínica ajudam a suavizar essas linhas já existentes,
indicando que elas não estão fixadas na estrutura da pele”, explica Maatz.
Segundo a American
Academy of Dermatology,
esse tipo de linha é menos resistente ao tratamento comparado às rugas causadas
por danos solares.
Botox previne o surgimento de rugas
Mito:
De acordo com uma revisão de estudos publicada no Brazilian Journal of Health Review, o uso da toxina botulínica na
prevenção do surgimento de rugas faciais demonstrou ser eficaz, mas sua
aplicação para essa finalidade ainda é objeto de debate na comunidade
científica. “Os efeitos a longo prazo são alguns dos aspectos que demandam mais
estudos para avaliar a utilização preventiva do Botox”, pontua o cirurgião.
“Evite usar produtos ou recorrer a procedimentos sem orientação
médica. Procure um especialista que te acompanhe na prevenção e no tratamento
das suas linhas, levando em conta sua idade e seu tipo de pele”, alerta Luís
Maatz.
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