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quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Novos dados do Instituto Cactus indicam que 45% dos brasileiros percebem efeitos negativos das redes sociais na saúde mental

A 3ª Coleta do ‘Panorama da Saúde Mental’ apresenta, pela primeira vez, uma análise sobre hábitos de consumo nas redes sociais e revela que 15% dos jovens de 16 a 24 anos sentem um impacto muito negativo em sua saúde mental devido às plataformas digitais 


Novos dados do ‘Panorama da Saúde Mental’, monitoramento dinâmico sobre a saúde mental dos brasileiros, foram disponibilizados nesta quarta-feira (06/11) pelo Instituto Cactus - entidade independente referência em prevenção e promoção de saúde mental no Brasil, em parceria com a AtlasIntel - empresa de tecnologia especializada em inteligência de dados.

Os dados coletados no 1º Semestre de 2024, com base em um questionário online respondido por 4.381 pessoas de diferentes regiões do país e com idade acima de 16 anos, são traduzidos pelo Índice Contínuo de Avaliação da Saúde Mental (ICASM), análise subdividida em três dimensões: confiança, foco e vitalidade, que

reflete em uma escala de zero a 1.000 pontos o estado geral da saúde mental da população brasileira.

A 3ª coleta do Panorama apresentou, pela primeira vez, dados que analisam como os hábitos de consumo de conteúdo nas redes sociais podem influenciar a saúde mental dos usuários. Ao serem questionados sobre o impacto das redes sociais em sua saúde mental nos últimos 15 dias, 45% relataram uma percepção de impacto negativo, sendo que 10% desses indicaram um impacto muito negativo. Essa percepção é ainda mais acentuada entre os jovens de 16 a 24 anos, com 15% deles expressando essa sensação. Além disso, os usuários que utilizam o Twitter/X apresentaram o menor ICASM (458) em comparação com outras redes sociais usadas com a mesma frequência. Outros ICASM baixos foram observados no LinkedIn (495) e no Instagram (542). Quem utiliza o Facebook com a mesma frequência, apresenta o maior ICASM de 758.

Na análise do tipo de conteúdo consumido, 46% dos entrevistados afirmam preferir vídeos curtos, como reels e TikToks, enquanto apenas 14% optam por textos. Os consumidores de vídeos curtos apresentam um ICASM médio de 602, inferior à média de 636 registrada por aqueles que consomem textos. Além disso, 87% dos participantes assistem a notícias e 64% buscam entretenimento e humor. Aqueles que consomem notícias sobre celebridades e fofocas têm o menor ICASM médio (565), seguidos pelos consumidores de conteúdo adulto (577). Em contrapartida, os fãs de esportes apresentam o maior ICASM, alcançando 645.

O estudo também examinou os períodos de maior atividade nas redes sociais, revelando que aproximadamente 58% dos participantes usam essas plataformas principalmente à noite. Entre os 4% que se destacam como mais ativos durante a madrugada, 53% relataram ter dormido menos de seis horas em três ou mais dias nas últimas duas semanas.

“As redes sociais desempenham um papel importante em nosso cotidiano, especialmente na rotina dos jovens, influenciando as preferências de conteúdo e impactando a saúde mental. Os dados enfatizam a necessidade de promover uma reflexão sobre o uso consciente e equilibrado dessas plataformas, com o objetivo de reduzir impactos negativos e criar um ambiente digital mais saudável", comenta Maria Fernanda Resende Quartiero, fundadora e diretora-presidente do Instituto Cactus.

Em relação ao recorte de gênero, o novo relatório indica, mais uma vez, que os jovens de 16 a 24 anos apresentam ICASM menor entre todas as faixas etárias analisadas, 575 pontos, ressaltando a necessidade urgente de atenção à saúde mental desse grupo. As mulheres têm um ICASM médio de 669 pontos, inferior ao dos homens, que alcançaram 695 pontos, indicando níveis de bem-estar e saúde mental geral mais baixos entre as respondentes do sexo feminino. Enquanto isso, a faixa etária de 60 a 100 anos obteve o ICASM mais alto, com 772 pontos, refletindo um bem-estar elevado entre a população mais madura. 

"Os dados reforçam a necessidade urgente de direcionar esforços para a prevenção e promoção da saúde mental dos jovens. Metade das condições de saúde mental se manifesta pela primeira vez em indivíduos com até 14 anos, e esse percentual sobe para 75% entre aqueles com até 24 anos. Atualmente, crianças e jovens de até 24 anos representam 35% da população brasileira, o que destaca ainda mais a importância de investir em ações voltadas para essa faixa etária”, explica Maria Fernanda. 

Quanto aos aspectos sociais e questões econômicas, alinhando-se a coletas anteriores, a situação financeira permanece como a principal preocupação dos brasileiros, com 81% dos entrevistados expressando inquietação em relação às suas finanças nas duas últimas semanas.


Acesso ao relatório na íntegra:
Panorama da Saúde Mental

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