A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) estima que o Lúpus afeta entre 150 mil a 300 mil pessoas no Brasil, principalmente mulheres jovens. É também uma das principais causas de internação hospitalar entre as doenças reumáticas,
Sociedade
Brasileira de Reumatologia chama atenção para o Lúpus, uma doença que pode
afetar mulheres jovens
A Sociedade Brasileira de
Reumatologia (SBR) estima que o Lúpus afeta entre 150 mil a 300 mil pessoas no
Brasil, principalmente mulheres jovens. É também uma das principais causas de
internação hospitalar entre as doenças reumáticas, ainda que não exista nenhum
mapeamento oficial nacional que revele os números da doença no país
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) ou simplesmente Lúpus é uma doença
inflamatória, autoimune e crônica, cuja principal característica é a ampla
variedade de suas manifestações clínicas. Frequentemente, se manifesta em
mulheres jovens, com idade entre 20 e 45 anos, podendo comprometer também
adolescentes. Embora a maioria das pessoas apresentem manifestações
cutâneas e articulares, os sintomas podem surgir em diversos outros órgãos, de
forma lenta e progressiva (meses) ou mais rapidamente (em semanas) e variam com
fases de atividade e de remissão.
Por ser uma doença complexa e por vezes de difícil
diagnóstico, a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) alerta que o controle
e o tratamento começam pela conscientização do paciente sobre a doença e seus
sintomas. A precocidade do diagnóstico é extremamente importante para um
tratamento adequado, e pode determinar uma melhor resposta clínica”, de acordo
com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). No Brasil, não há números
exatos da prevalência da doença. A SBR estima que o Lúpus já afeta entre
150 mil e 300 mil pessoas no país.
São reconhecidos dois tipos principais de Lúpus: um
exclusivo de pele ou Lúpus cutâneo, que tem como sintomas manchas na pele
(geralmente avermelhadas ou eritematosas), principalmente nas áreas que ficam
expostas à luz solar (rosto, orelhas, colo e braços) e o outro Lúpus sistêmico,
no qual múltiplos órgãos podem ser acometidos, além de quadros cutâneos e
articulares. Alguns sintomas gerais do Lúpus são febre, emagrecimento, perda de
apetite, fraqueza e desânimo. Outros, são específicos de cada órgão acometido,
como dor nas juntas, manchas na pele, inflamação na pleura, hipertensão e/ou
problemas nos rins.
O tratamento do Lúpus depende muito do tipo de
manifestação apresentada pela doença e deve ser individualizado. A pessoa com
Lúpus tem, habitualmente, fases em que apresenta mais sintomas, chamados de
`períodos de atividade´ da inflamação e, outros momentos, nos quais a pessoa
fica sem nenhum tipo de manifestação da doença, chamado de `período de
remissão´.
Sintomas do LES
O Lúpus pode apresentar sintomas em vários órgãos,
sendo esses decorrentes de uma inflamação, ocasionada por um desequilíbrio no
sistema imunológico da paciente, fazendo com que ela produza uma quantidade
aumentada de anticorpos. O aparecimento da doença depende de uma herança
genética, isto é, existe uma predisposição genética, mas que pode ser
desencadeada por fatores ambientais como a irradiação ultravioleta, dentre
outros.
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), desencadeia
sintomas, que podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva
(meses) ou mais rapidamente (em semanas). Nas fases iniciais do LES, os
sintomas que mais incomodam são desânimo, cansaço e perda de apetite. A
maioria das pessoas com LES na sua fase inicial apresentam dor nas juntas, às
vezes, também com inchaço. Além disso, podem também apresentar quadros cutâneos
da doença, principalmente no rosto e em áreas expostas ao sol, que agravam
sobremaneira as lesões. Na pele do rosto, a pessoa pode ficar com marcas e por
isso, estigmatizada, o que determina diminuição da autoestima, principalmente
para as mulheres.
Qualquer outro órgão ou tecido pode ser envolvido
pela inflamação que ocorre no Lúpus, mas alguns são particularmente
preocupantes. Um grande problema da doença, que afeta aproximadamente 50% dos
pacientes, é a inflamação nos rins, que não determina dor, mas leva a uma perda
da sua função, com perda de proteínas na urina, inchaço nas pernas e no rosto,
hipertensão arterial e, nos casos mais graves levar a insuficiência renal com
necessidade de hemodiálise.
Manifestações podem aparecer no coração, pulmões,
sistema nervos e no sangue. As manifestações renais incidem em 70%, com
gravidade em alguns casos.
Coração – Inflamação da membrana que envolve o coração (pericárdio) pode
acontecer (pericardite) e pode se a primeira manifestação do Lúpus em 5% dos
pacientes. A miocardite, inflamação do musculo do coração, pode apresentar
maior frequência dos batimentos cardíacos com sinais clínicos de insuficiência
cardíaca aguda.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico do LES é feito pelo reconhecimento
dos sintomas e sinais da doença pelo médico, em associação com alguns exames
laboratoriais. É importante a avaliação de alguns exames gerais como hemograma
e os que medem a função renal além de alguns exames mais específicos que
confirmam a possibilidade de lúpus como a identificação dos distúrbios
imunológicos próprios da doença, como a presença de autoanticorpos no sangue.
Neste sentido, é extremamente importante a avaliação do reumatologista para
ajudar e confirmar a possibilidade da doença.
O tratamento medicamentoso do Lúpus depende do tipo
de manifestação apresentada e deve ser individualizado. O objetivo é
reequilibrar o sistema imunológico, além de controlar dor e inflamação. E o
tratamento começa pela conscientização da doença pelo paciente e manter a
aderência aos medicamentos prescritos – “etapas fundamentais” para o sucesso na
avaliação do especialista.
São fundamentais para o reequilíbrio imunológico da
pessoa com Lúpus medidas de proteção da irradiação solar (com o uso de
fotoprotetores) ou calor, suspensão do tabagismo quando presente, afastamento
de condições de estresse, alimentação balanceada, repouso adequado e atividade
física regular.
Na atualidade, ainda não é possível falar em cura
do Lúpus, mas em controle da doença. A maioria dos portadores irá precisar de
um acompanhamento regular, a cada três ou seis meses com um reumatologista,
pois, em caso de uma reativação dos sintomas da doença, esses devem ser
controlados logo no início, permitindo que a pessoa rapidamente reequilibre o
seu sistema imunológico e recupere sua saúde.
É consenso entre os especialistas da SBR que quanto
mais se conhece sobre os mecanismos envolvidos no desenvolvimento do Lúpus
Eritematoso Sistêmico (LES), maior a chance de controle da doença e maior a
chance de se ter medicamentos com maior eficácia e menos efeitos adversos.
A Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR)
disponibiliza gratuitamente uma cartilha com foco no esclarecimento e orientação
sobre a doença Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), com linguagem simples e
informativa para leigos. O material para download está disponível no site: www.reumatologia.org.br
Cenário da doença:
- Estima-se
que entre 150 mil a 300 mil pessoas no Brasil têm Lúpus Eritematoso
Sistêmico (LES).
- A
prevalência da doença é mais alta em mulheres, principalmente, na faixa
etária entre 20 e 45 anos. Porém pode ocorrer em pessoas de qualquer idade
e raça.
- São
reconhecidos dois tipos principais de Lúpus: exclusivo de pele ou Lúpus
cutâneo, que tem como sintomas o de manchas na pele (geralmente
avermelhadas ou eritematosas) e Lúpus sistêmico, no qual múltiplos órgãos
podem ser acometidos.
- O
diagnóstico do LES é feito pelo médico reumatologista, que reconhece os
sintomas característicos da doença, com associação a exames específicos,
principalmente os distúrbios imunológicos próprios da doença.
- O
melhor controle da doença depende da conscientização do paciente e sua
aderência ao tratamento proposto.
- O
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) não é contagioso.
Sociedade Brasileira de Reumatologia – SBR
www.reumatologia.org.br
@sociedadereumatologia | @reumatologinsta
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