Alguns países do
hemisfério norte, como a Espanha, consideram reimplantar a medida com chegada
do inverno por láEnvato
Quase cinco anos após o início da pandemia de
covid-19, a doença continua sendo tema de debates em todo o mundo. Agora, com a
aproximação da chegada do inverno no hemisfério norte, alguns países da Europa
discutem a volta da obrigatoriedade da máscara no transporte público e espaços
públicos, como supermercados e shoppings. De acordo com o jornal El Español, o
Ministério da Saúde da Espanha está, desde já, recomendando o uso de máscara
durante toda a temporada de vírus respiratórios, também avaliando a
possibilidade de torná-las obrigatórias em cenários de alta transmissão.
No Brasil, mesmo depois do inverno, os dados também
apontam para um aumento no número de casos da doença. Segundo dados do
Ministério da Saúde, esse número praticamente dobrou na última semana de
outubro, alcançando quase 11 mil entre 27 de outubro e 1º de novembro, contra
5,5 mil na semana anterior. Por aqui, embora a nova variante do coronavírus
esteja causando esse aumento em relação aos últimos meses, os índices ainda
estão muito abaixo das máximas dos anos anteriores para pensar numa volta
obrigatória das máscaras. "As novas variantes tendem a aumentar a incidência
pois as pessoas têm menor imunidade contra esses vírus, mas isso não
necessariamente se reflete em um risco de morte maior", aponta o
infectologista e professor do curso
de Medicina da Universidade Positivo (UP), Marcelo Ducroquet.
Caso haja uma pressão significativa nos serviços de
saúde, a ponto de impactar na qualidade desses serviços, essa medida pode
passar a ser considerada. Entretanto, o especialista acredita que não seja o
caso no momento. "O uso de máscara é uma medida que afeta diretamente o
modo de vida de todos e deve ser usada apenas em casos extremos, com o objetivo
de diminuir temporariamente a incidência de doenças respiratórias e permitir
que os serviços de saúde atendam a demanda", explica.
O especialista ainda ressalta que, antes da
covid-19, o mundo conviveu por muitos anos com outros coronavírus que também
sofriam mutações e causavam ondas. Passaram-se muitas décadas para que uma
dessas variantes evoluísse para algo capaz de causar uma doença grave,
responsável pela pandemia de 2019. "O mais provável é que tenhamos muitos
anos de casos leves pela frente antes que outra variante grave apareça."
Ao não adotar a volta obrigatória do uso de
máscara, o risco mais provável é o de um aumento no número de casos.
Entretanto, nada que cause uma alta taxa de mortalidade, como foi na pandemia.
A tendência é que aconteça algo parecido com o que ocorreu após a pandemia de
influenza de 2009, que ficou conhecida como gripe suína. "A incidência dos
vírus respiratórios na população é monitorada pelo Ministério da Saúde e
Secretarias de Saúde estaduais, então é improvável que sejamos pegos de
surpresa. Haverá tempo de implementar medidas para reduzir a circulação viral,
como o próprio uso da máscara. Se isso acontecer, será feito de forma
escalonada", finaliza o infectologista.
up.edu.br/
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