Entidades
Fechadas de Previdência Complementar têm aproveitado o ciclo para aumentar a liquidez
com ativos indexados ao CDI, diz Ricardo Serone, Diretor da instituição
O aumento da
taxa Selic, para 11,25% ao ano, reflete a preocupação com a inflação corrente e
as expectativas inflacionárias, afirma Ricardo Serone, Diretor Financeiro e de
Investimentos da BB Previdência. “Essa elevação está
diretamente ligada à deterioração da situação fiscal do governo federal,
influenciada por uma arrecadação abaixo do esperado e por incertezas sobre o
cumprimento do arcabouço fiscal estabelecido”, explica o executivo.
Na avaliação de
Serone, é esperado que o Banco Central do Brasil sustente uma elevação da taxa
de juros suficientemente grande para reforçar o compromisso com a meta de
inflação. Por isso, a BB Previdência estima que a Selic
seja elevada novamente em mais 0,50 ponto percentual na próxima reunião do
Comitê de Política Monetária (Copom), em dezembro, acompanhando, assim, o
Boletim Focus, que projeta a taxa em 11,75% ao final de 2024.
“Para 2025, o
cenário é mais incerto. Contudo, se o horizonte não mudar, é provável que a
taxa atinja o intervalo de 12,25% a 12,50% até o meio do ano que vem. O ritmo
de desaceleração de preços vai determinar, juntamente com as expectativas de
inflação, o efetivo progresso da Selic. A BB Previdência
também acompanha a visão do mercado, com um intervalo de confiança para a
máxima de 2025 mais largo, de 12% a 13,25%”, observa Serone.
O Boletim Focus
tem projetado seguidas altas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), que poderá atingir 4,59% ao final de 2024, acima do teto da meta,
de 4,5%, e bastante distante do centro, de 3%. A inflação tem sido bastante
impactada por eventos climáticos, como a seca, e seus efeitos nos preços dos
alimentos e da energia elétrica.
O Focus também
elevou as expectativas para o PIB, de 3,08% para 3,10% em 2024, mais próximo da
previsão do Banco Central e do Ministério da Fazenda, de 3,20%; e para o dólar,
que avançou de R$ 5,45 para R$ 5,50, em 2024, influenciado especialmente,
segundo os analistas, por questões fiscais. Essas projeções, se vingarem,
pressionam os índices inflacionários, diz o executivo.
Como a Selic pode impactar os planos de previdência
Conforme Serone, o novo ciclo de aumento na Selic prolongou oportunidades importantes de investimentos em Renda Fixa. “As Entidades Fechadas de Previdência Complementar em geral têm aproveitado o ciclo para aumentar a liquidez com ativos indexados ao CDI. O momento também oferece ótimas oportunidades para aplicações de longo prazo em títulos do governo que oferecem proteção contra a inflação e têm taxas historicamente elevadas, porém com volatilidade de curto prazo igualmente alta.”
Já o momento
preciso para a alocação de recursos em ativos de risco, analisa Serone, segue
incerto e condicionado a quedas consistentes na taxa de juros de curto prazo
(Selic) e, mais importante, de longo prazo do título do governo.
BB Previdência
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