Para neuropsicólogo Aslan Alves, mecanismos podem ser úteis no dia a dia, mas não substituem tratamentos convencionais
O uso da tecnologia como um mecanismo auxiliar no tratamento de algumas doenças e transtornos já é realidade e pode trazer benefícios e qualidade de vida ao paciente. O uso da inteligência artificial no apoio a pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), por exemplo, pode ser interessante na criação de rotinas, mas não substitui a necessidade de um tratamento convencional.
O tema foi debatido em um evento organizado pela Associação Brasileira de Psiquiatria, em parceria com a Amazon, em São Paulo. Durante o evento, foi apresentado como o dispositivo virtual Alexa vem sendo usado na criação de rotinas, gerenciamento do tempo e no combate à procrastinação por pessoas com TDAH.
O neuropsicólogo Aslan Alves esteve no encontro e pontuou que a
tecnologia não substitui estratégias comportamentais e habilidades
desenvolvidas fora de casa, onde a IA nem sempre está disponível. “É importante
que as pessoas criem métodos que sejam funcionais também em ambientes sem a
presença da Alexa. A inteligência artificial ajuda a organizar a vida em casa,
mas manter o equilíbrio é essencial para preservar a autonomia e o
desenvolvimento da memória”, afirma.
O uso da IA pode reduzir a sobrecarga cognitiva e melhorar a
qualidade de vida de quem tem TDAH. Entretanto, o neuropsicólogo acredita que o
ideal é utilizar a tecnologia sem se tornar dependente dela, para que as
habilidades de memória e organização continuem sendo praticadas. “A tecnologia
serve como um suporte, mas incentivar a independência e a habilidade de lidar
com as tarefas sem ela é importante para garantir o desenvolvimento contínuo e
a autonomia do indivíduo”, disse Aslan Alves.
Segundo dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção
(ABDA), cerca de 2 milhões de pessoas sofrem com o Transtorno de Déficit de Atenção
e Hiperatividade no Brasil. A prevalência de TDAH é estimada em 7,6% em
crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos, 5,2% nos indivíduos entre
18 e 44 anos e 6,1% nos indivíduos maiores de 44 anos.
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