Para a psicopedagoga e escritora Paula Furtado, o Brasil enfrenta diversos desafios que dificultam o acesso igualitário de ensino de qualidade
Anualmente, a data de 14 de novembro, Dia Nacional
da Alfabetização, é comemorada no Brasil sendo um ponto de reflexão para a
educação brasileira, e lembra a sociedade que a alfabetização é a mais
importante etapa para a real inclusão dos cidadãos, permitindo a
disponibilidade a direitos básicos e melhores oportunidades. Além disso, abre
possibilidades para o desenvolvimento pessoal, social e econômico,
proporcionando um sentimento de pertencimento e autonomia. “A alfabetização vai
além de decodificação de símbolos, da simples habilidade de ensinar a ler e a
escrever, é o ponto de partida para a construção de habilidades essenciais ao
crescimento pessoal e profissional. Permite também uma melhor comunicação e
compreensão do mundo ao seu redor e, consequentemente, uma participação mais
ativa na comunidade, com a finalidade de assegurar que as pessoas possam
alcançar maior segurança financeira e, assim, contribuir para a redução das
desigualdades sociais”, assegura a psicopedagoga e escritora Paula Furtado.
Um dos principais avanços da aprendizagem a ser
lembrado pela data é a de que nos últimos anos, o Brasil avançou em alguns
aspectos. Como por exemplo: houve um aumento na matrícula de crianças no ensino
básico impulsionado por programas como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) que
ajudam a manter os alunos nas escolas e iniciativas como o
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) que visaram
garantir a alfabetização de crianças até os oito anos e capacitar professores.
Sistema Educacional Brasileiro
desigual
De acordo com a psicopedagoga, o País se depara com
diversos desafios relacionados a fatores sociais, econômicos e estruturais que
dificultam a obtenção de um ensino de qualidade. As desigualdades regionais é
um exemplo. Enquanto os estados do Sul e Sudeste apresentam melhores índices de
desempenho escolar, as regiões Norte e Nordeste enfrentam maiores taxas de
evasão escolar. A elevada taxa de analfabetismo no Nordeste destaca a crise de
alfabetização, exacerbada pelas desigualdades socioeconômicas que limitam o
acesso à educação de qualidade e a valorização do corpo docente e a necessidade
de as crianças contribuírem financeiramente para ajudar suas famílias agrava o
abandono das aulas. “A insuficiência de financiamento limita também o uso de
bons materiais pedagógicos e tecnologia, criando um abismo de oportunidades
entre instituições públicas e privadas, e entre regiões mais e menos
favorecidas. Sem políticas públicas eficazes e um maior apoio social, esses
desafios continuam a dificultar o progresso na alfabetização e perpetuar o
ciclo de pobreza e exclusão social”, explica Paula Furtado.
O processo de alfabetização de adultos e crianças
tem uma grande aliada: a tecnologia. Segundo Paula, o uso de ferramentas
digitais e aplicativos educacionais passou a apoiar o processo de alfabetizar,
especialmente durante a pandemia da Covid-19. Softwares e aplicativos oferecem
aprendizado personalizado, ajustando a dificuldade conforme o progresso do
indivíduo. Jogos e atividades interativas são envolventes e motivadoras. “Essas
ferramentas desenvolvem a consciência fonológica e facilitam a prática da
escrita, além de incluir recursos de acessibilidade para alunos com
deficiências. A tecnologia inclusive, promove atividades colaborativas e
reforça a coordenação motora por meio de práticas digitais”, analisa a
psicopedagoga Paula.
A parceria entre família e escola, inclusive, deve ser lembrada no Dia Nacional da Alfabetização, pois esse elo é essencial para garantir um futuro mais promissor para as crianças. “Muitos pais não possuem tempo, recursos ou condições pedagógicas adequadas para apoiar o conhecimento dos filhos. No entanto, quando possível, os responsáveis podem colaborar ativamente, atuando como modelos de leitores, acompanhando as tarefas escolares, registrando os avanços e oferecendo atividades lúdicas que promovam o desenvolvimento das habilidades de linguagem”, aconselha Paula.
Paula Furtado - pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP. A profissional já trabalhou como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede particular de ensino, e já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e particulares.Paula Furtado atende crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado. Nesta área da educação, a pedagoga ministra cursos para formação de educadores nas instituições de ensino pública e particular e realiza palestras para pais sobre a importância de contar histórias. Como autora, Paula completa seu trabalho escrevendo diversos livros infantojuvenis (100 obras até o momento) e, dentro de suas atuações de jornada literária, também foi coordenadora e supervisora psicopedagógica em diversas publicações infantis (Contos de fadas, Lendas e Folclore) com Girassol Brasil e Mauricio de Sousa. A autora conclui suas atividades escrevendo para diferentes revistas de educação sobre temas pedagógicos, além de trabalhar na criação e patente de Jogos Pedagógicos como: Desafio, Detetive de Palavras, De Olho na Ortografia, dentre outros.
@paulafurtadopf
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