Pesquisar no Blog

domingo, 13 de setembro de 2020

Setembro Amarelo: obstetras são fundamentais no combate à depressão pós-parto e identificação de tendências suicidas

No mês em que se coloca em questão os cuidados com a saúde mental, profissionais da obstetrícia fazem alerta e explicam comportamentos psicológicos das gestantes que devem ser tratados

 

O "Setembro Amarelo” é a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, 10 de setembro. A ideia é pintar e estampar o amarelo nas mais diversas ações e garantir visibilidade à causa. O Hospital Icaraí (HI), na região metropolitana do Rio de Janeiro, adere à mobilização em seus diversos serviços, principalmente os ligados à maternidade. 

Para Flávia do Vale, coordenadora da Obstetrícia do Hospital Icaraí, o trabalho do obstetra é fundamental nos casos de prevenção do suicídio e deve se iniciar no pré-natal.  

"Existem pacientes que já possuem fatores de risco passíveis de serem identificados no pré-natal. Assim, a pessoa já tendo um histórico de problemas anterior, como depressão, uso de antidepressivos ou gestação não desejada, já possui um risco maior de desenvolver a depressão pós-parto também", destaca a médica. Segundo a especialista, outro papel fundamental da atuação do obstetra vem, justamente, logo após o parto. De acordo com ela, é muito comum no as pacientes apresentarem uma tristeza nessa fase. 

"É algo normal, porém diferente de uma depressão. Acredito que falta aos obstetras passar esse ponto de vista às pacientes. É natural a paciente se sentir insegura em relação à amamentação, à novidade em receber o bebê. Isso se associa a uma falta de sono, pois o bebê dá trabalho nos primeiros dias", salienta.  

A doutora explica, ainda, sobre o processo de alteração hormonal pelo qual a mulher passa durante a gestação, contribuindo diretamente para a tristeza comum do pós-parto, o chamado baby blues. 

"Nos primeiros dias após a chegada do bebê, é comum a mulher chorar, ficar nervosa, ansiosa, se questionar se vai dar conta. Se faz extremamente importante falarmos isso quando a paciente recebe alta e é encaminhada para sua residência. É necessário esclarecer esse aspecto para que ela não se sinta menos mãe por isso e saiba diferenciar essa situação de uma depressão pós-parto. Isso é o baby blues acontecendo, geralmente na primeira semana pós-parto, com curta duração", esclarece.

 

Protocolo de suicídio 

No Brasil, a média de suicídio a cada dia é de 32 casos, conforme a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Casos entre adolescentes têm aumentado a cada ano, e se estende às mães. Entre 2011 e 2018, houve um crescimento de 10% nas taxas entre jovens de 15 a 29 anos no país, segundo o perfil epidemiológico divulgado em setembro de 2019 pelo Ministério da Saúde. No Ceará, por exemplo, entre janeiro e julho de 2020, foram contabilizados 306 casos na plataforma Integra SUS, da Secretaria da Saúde (Sesa). A média corresponde a 43 suicídios por mês, uma das maiores do país. 

A doutora Flávia acredita que o médico assistente cria intimidade com a paciente durante o pré-natal e isso ajuda a identificar um quadro de depressão que pode, inclusive, provocar pensamentos suicidas. A médica explica que o Hospital Icaraí possui um protocolo de suicídio. O processo ocorre da seguinte maneira: a paciente que tem algum fator de risco para depressão ou que apresenta comportamento suspeito de depressão, responde a um questionário para tentar identificar melhor. Após o questionário, ela passa por uma avaliação médica que avalia o questionário e outros quesitos de depressão pós-parto que ofereça risco à sua própria vida ou ao bebê. Então o apoio psiquiátrico é acionado com celeridade.  

"Após identificarmos pacientes com depressão ou com pensamentos suicidas, são adotadas medidas de segurança, a exemplo da retirada de materiais cortantes do quarto, o uso de garfo e faca nas refeições somente descartáveis, bem como verificar se as janelas estão trancadas e até a retirada do bebê de perto dessa mãe", elucida Flávia, acrescentando que o hospital também conta com um serviço de ouvidoria no qual uma assistente social realiza intervenções para auxiliar a paciente. 

"Na depressão pós-parto, a paciente vai deixar de cuidar do bebê, perder o interesse em cuidar da cria e de si mesma, ficando sem força, não querendo tomar banho, não querendo pegar o bebê no colo. Somados a esses sintomas, também irá rejeitar amamentar e pode até ter pensamentos suicidas, tanto de terminar com a própria vida quanto de fazer mal ao bebê. Ela perde a paciência enquanto o mesmo chora e tem pensamentos perversos. Daí a relevância do obstetra em explicar para a paciente e seus familiares sobre tudo que é normal ou não, visando identificar possíveis fatores de risco e sinais de alerta, comunicando-se com a equipe especializada de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais", diz.

 



Hospital Icaraí

Rua Marquês do Paraná, 233. Icaraí. Niterói – RJ

Ouvidoria: ouvidoria@hospitalicarai.com.br

Telefone: 55 21 3176-5000


Setembro Amarelo: psicóloga dá dicas sobre autocuidado durante a quarentena

Durante o período de distanciamento social, a saúde mental tornou-se um tema ainda mais discutido, e muitos médicos alertam que o isolamento pode acarretar uma epidemia de transtornos de depressão e ansiedade. Um estudo feito pelo Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) apontou que os casos de depressão praticamente dobraram desde o início da quarentena.

Este ano, o Setembro Amarelo, que tem como objetivo a conscientização para prevenção do suicídio, apresenta um papel ainda mais relevante ao trazer informações sobre o aumento desenfreado do número de transtornos mentais. Pensando nisso, a Care Plus convidou a Melina Cury Haddad, coordenadora de psicologia da operadora, para apresentar os principais hábitos que auxiliam no bem-estar mental durante este momento, confira.

 

– O equilíbrio vem quando conseguimos dosar a quantidade de estresse que temos com momentos de lazer e que proporcionam prazer, então é necessário fazer um balanço, por exemplo, se estou trabalhando muito e até tarde por causa do home office, então tentar deixar um momento no dia para relaxar, talvez ouvir uma música que goste, tomar um banho relaxante.

 

– O sono é um fator primordial pra manter a saúde emocional. Busque ter horário pra dormir e acordar, fazer um ritual para o sono antes de dormir e se desligar com antecedência de telas de celular, TV, tablets. Pode também fazer um exercício de respiração profunda, relaxamentos ajudam muito na indução do sono.

 

– Ter como base uma alimentação balanceada, com alimentos nutritivos irá auxiliar você no bem-estar. Praticar exercícios físicos regularmente, mesmo em casa, pois são responsáveis pela liberação de neuro-hormônios que auxiliam na sensação de prazer e bem-estar.

 

Conversar com pessoas, mesmo que seja a distância, faz nos sentirmos conectados, e isso é muito importante para enfrentar sentimentos de solidão e sentir que pertencemos a um lugar.


Setembro Amarelo: Escolas se reinventam no combate à ansiedade, depressão e suicídio

Considerada “o mal do século” por muitos especialistas da saúde, a depressão tem colocado em cheque algumas das principais bases da civilização ocidental. A preocupação é ainda maior quando são consideradas apenas as novas gerações, que têm apresentado  distúrbios de ansiedade, depressão e até tendências suicidas, cada vez mais cedo.


Para se ter um breve resumo do cenário, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 16% das doenças e lesões em crianças e jovens entre 10 e 19 anos são ocasionadas pelas condições de saúde mental, sendo a depressão e o suicídio as principais causas de morte. Estima-se, ainda, que entre 10% e 20% dos adolescentes passem por problemas psicológicos no mundo. 

Os estudos sobre o impacto da pandemia nestes números ainda não são conclusivos, mas, ao que tudo indica, o atual contexto deve estar contribuindo para uma piora considerável neste cenário, que já não era nada bom.

Neste contexto, as escolas e sistemas de ensino estão cada vez mais atentos às suas práticas pedagógicas, a fim de oferecer mais ferramentas para que seus estudantes lidem com suas emoções de maneira mais saudável. Entre as práticas que mais vão ganhando corpo nos colégios brasileiros, estão a meditação mindfulness (atenção plena) e a inclusão da educação socioemocional na grade curricular.

Para Ligia Cavalaro, Diretora do Sistema Piaget, sistema de ensino presente em mais de 250 escolas do país, cada vez mais escolas têm procurado essas soluções. “Temos percebido uma preocupação cada vez maior, por parte dos gestores dos colégios, em oferecer mais recursos para que seus estudantes lidem melhor com suas emoções. É importantíssimo que haja essa consciência, mas isso é só o começo”, observa Ligia.

Para ela, a implementação dessas ferramentas precisa ser acompanhada de uma mudança na mentalidade e na cultura das escolas. “Muitas escolas acabam gerando ainda mais pressão nas crianças e adolescentes, reproduzindo um discurso que faz com que a autoestima destes estudantes esteja condicionada aos seus resultados e suas notas. Por mais que a prática da meditação e a educação socioemocional se mostrem eficientes para preservação da saúde mental, é preciso que as escolas também passem por uma mudança cultural, valorizando as dimensões sociais e emocionais dos seres humanos, tanto quanto o conteúdo curricular”, analisa.

 


Sistema Piaget


Setembro Amarelo, psicóloga fala sobre a importância de identificar os sinais e procurar ajuda

Nos últimos anos as pessoas estão perdendo cada vez mais suas características, deixando a tristeza ter grande participação em suas vidas e consequentemente, abrindo portas para os traumas, fobias e principalmente, a depressão. Doenças mentais agravadas, podem se manifestar de diversas formas, incluindo uma das mais cruéis, o suicídio.

A psicóloga Célia Siqueira, utiliza técnicas diferenciadas em suas terapias para auxiliar no autoconhecimento e tratamentos complexos. Os métodos aplicados são para identificar pensamentos distorcidos e interpretar situações específicas, buscando a raiz do problema e assim criar a estratégia ideal para a solução do que possa gerar uma energia depressiva avassaladora, a ponto de tirar a própria vida.

“A cada dia me deparo com pessoas que buscam alternativas para tentar viver melhor. Superar frustrações, dificuldades e distúrbios psicológicos não é nada fácil, por isso a busca por ajuda é imprescindível para evitar problemas piores, aumentando ainda mais a dificuldade de solução. Pessoas que cometem suicídio, encontram na morte uma forma de se punir ou acabar com algum tipo de sofrimento, que na sua mente não tem solução”, diz Célia.

Segundo a psicóloga, os familiares de quem sofre de depressão, devem monitorar, acompanhar e ficar em alerta com sinais de suicídio como a tristeza excessiva, isolamento, raiva, irritabilidade, perda de interesse, ou seja, qualquer mudança brusca de comportamento.

Célia Siqueira é formada em Psicologia, atua também como grafóloga (pessoal, criminal e empresarial), quiróloga e escritora. Atende em seu espaço localizado na zona sul de São Paulo, o “Instituto Célia Siqueira”, e presta também consultoria para pessoas e organizações de outros estados e países.

 


www.institutoceliasiqueira.com


Saúde mental: é preciso prestar atenção no comportamento das crianças em casa

O estresse, a ansiedade, o medo e a angústia são sentimentos que, em maior ou menor escala, muitos estão experimentando, alguns de forma inconsciente, mas que se expressam em momentos de agitação, raiva e impaciência. As crianças são um dos grupos que mais preocupam os especialistas. "Como a família inteira está sob pressão por conta das dificuldades do cenário atual, a rede de apoio das crianças acaba ficando fragilizada", afirma Maísa Pannuti, supervisora do Serviço de Psicologia Escolar do Colégio Positivo. O abalo emocional na infância e adolescência pode ser representado por meio de irritação, inquietação, tédio, alterações do sono e do apetite e sinais de medo e insegurança, conta a psicóloga. E os pais devem ficar atentos aos sinais.

Segundo Maísa, ficar o dia inteiro trancado em casa pode afetar o desenvolvimento e o comportamento das crianças de todas as idades. A falta de atividade física, a exposição excessiva às telas e falta de contato com os colegas e professores contribuem para agravar o quadro. Mas a psicóloga alerta: "a tendência natural dos pais protegerem seus filhos, algumas vezes, pode levar à falsa interpretação de que eles estão sofrendo em demasia, dadas as limitações que a situação exige e, com isso, surge a dificuldade de alguns em relação à imposição de limites e de responsabilidades aos filhos, com medo de causar frustração às crianças". E completa: "A família é o espaço mais protegido para frustrar-se e sofrer, pois é o local mais cheio de amor. Se a criança não aprender a lidar com as inevitáveis frustrações que a vida nos impõe, é possível que tente, na adolescência e na idade adulta, outros subterfúgios para sentir-se bem".

Ou seja, é necessário impor rotinas de estudos, fazê-los ajudar nas atividades domésticas e nas responsabilidades com os pets, ao mesmo tempo em que presta atenção na sua saúde emocional. "Uma boa ideia é criar um quadro de tarefas para cada pessoa, incluindo as crianças pequenas. Atividades como molhar plantas, alimentar animais de estimação, guardar brinquedos e arrumar a cama são formas dos pequenos fazerem parte desse momento", sugere.

Para ajudar a reduzir os problemas emocionais, a psicóloga indica que o contato com os colegas seja mantido, pelo menos via internet. "Incentivamos bastante nas escolas o trabalho em grupo, mesmo que de forma digital, para que o contato com os colegas, que é uma ferramenta poderosa de combate à depressão, não seja perdido", conta. Além disso, momentos de jogos, filmes e debates em família também ajudam bastante no desenvolvimento da inteligência emocional dos pequenos. "O diálogo é o melhor remédio de todos", finaliza Maísa.


Aprendendo a aprender

 

Mas e as crianças? Como está sendo para elas essa nova realidade? E para os pais que agora se veem cada vez mais inseridos nos estudos dos filhos? Simplesmente largar a criança ou adolescente em frente ao computador e esperar que eles aprendam é producente?; E quanto às crianças e adolescentes com problemas de aprendizagem? Alunos com TDAH já apresentam dificuldades em se concentrar em uma aula presencial, o que dizer de uma aula virtual onde há muito mais distrações e formas de se perder o foco?


De uns tempos para cá, um novo conceito, aliado à tecnologia, foi inserido na vida dos que desejavam cursar o ensino superior: o EAD, ou ensino a distância. A maioria das faculdades, hoje em dia, apresentam a opção de se estudar em casa, online, ou de ter aulas presenciais. No entanto, mesmo cursos presencias inserem um ou dois dias de EAD durante a semana. É bom? É ruim? Cada um tem uma opinião diferente. O fato é que a tecnologia veio para ficar e precisamos nos adaptar a ela.

Hoje, com a ameaça do Covid-19 e a quarentena, a tecnologia provou que o futuro talvez esteja mais próximo do que se imagina. Trabalhar em home office, estudar em casa, fazer compras pela internet, enfim, a tendência é que as pessoas se isolem cada vez mais no conforto e segurança do seu lar.

Mas e as crianças? Como está sendo para elas essa nova realidade? E para os pais que agora se veem cada vez mais inseridos nos estudos dos filhos? Simplesmente largar a criança ou adolescente em frente ao computador e esperar que eles aprendam é producente?

Desde março deste ano, as escolas fecharam e não há previsão para que abram. Essa nova rotina impõe dificuldades e desafios maiores do que o imaginado. O isolamento social criou um conceito de ensino como solução temporária para dar continuidade às atividades pedagógicas e minimizar os impactos da aprendizagem: o ensino remoto. A estrutura do ensino remoto não é a mesma do EAD como tecnologia, recursos utilizados, interação com o professor, videoconferência, material de ensino e outros, uma vez que seu objetivo é contingente. Será?  

Para os professores, essa nova experiência requer muita criatividade, muito mais empenho e maior dedicação. São verdadeiros heróis e, embora sempre tenham sido, agora, mais do que nunca, demonstram o seu talento e comprometimento.  Alguns precisam utilizar laboratórios virtuais, simulações, videoaulas. Precisam criar interesses e estratégias de forma que as aulas sejam mais eficientes e o aluno se sinta motivado a estudar e aprender, mesmo a distância. A carga horária desses profissionais aumentou muito e seus esforços dobraram. Alguns professores chegam a ficar tensos, sabendo que os pais estão acompanhando as aulas e se preocupam não só em ensinar os alunos como em satisfazer aos pais que poderão julgá-los.

Para os pais, a tarefa não é menos árdua. As mães que antes já tinham uma carga de trabalho triplo, revezando entre o cuidado com filhos, casas e emprego, agora ainda enfrentam uma nova missão: estudar com os filhos. As crianças, principalmente, precisam que os pais desempenhem diversas funções que eram exclusivas dos professores. Quanto mais nova a criança, maior a participação dos pais, que passam a ser os braços e pernas dos docentes.

E quanto aos jovens alunos?  Como está sendo esta experiência para eles? Certamente o aprendizado é muito diferente. As crianças e os adolescentes ficam mais livres, desligam a câmera, assistem às aulas, mas, ao mesmo tempo, conversam com os colegas, assistem ao Netflix, dispersam-se facilmente e precisam de mais disciplina para aprender.

As opiniões variam entre os pais. Alguns afirmam que o ensino piorou, que não há aulas suficientes e que o aprendizado está bem inferior. Outros dizem que as escolas estão passando mais atividades, estão sobrecarregando os alunos para compensar a possível deficiência de uma aula virtual. Existe, também, uma preocupação com o tempo excessivo que os filhos passam em frente ao computador.

Alguns alunos, segundo pais e professores, se deram muito bem com essa nova forma de estudar. Outros, no entanto, não conseguiram se adaptar. Não fazem o que é necessário, não conseguem se organizar, deixam as tarefas se acumularem e acabam ficando sobrecarregados e perdidos.    

E quanto às crianças e adolescentes com problemas de aprendizagem? Alunos com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) já apresentam dificuldades em se concentrar em uma aula presencial, o que dizer de uma aula virtual onde há muito mais distrações e formas de se perder o foco? Em um ambiente presencial o professor tem mais condições de acompanhar seus alunos, o que não ocorre no ensino remoto. Assim, cabe aos pais suprir a dificuldade que seu filho apresenta na hora de aprender.

Hoje diversos neurocientistas defendem mais aulas com menos duração e intervalos entre elas, para que o cérebro consiga aprender mais efetivamente. No caso de crianças e adolescentes com TDAH, principalmente, a curva de aprendizagem poderia melhorar. Como essa não é uma realidade em nossas escolas, uma vez que vários outros fatores precisam ser considerados, a solução temporária, especialmente no isolamento, seria incentivar o filho a focar sua atenção em pelo menos 15 minutos de uma vez e recompensá-lo pelo esforço nos intervalos, que podem ser de cinco minutos.

Enfim, estamos todos vivendo uma nova experiência e quanto antes nos adaptarmos a ela, melhores resultados teremos.

No entanto, nem tudo é negativo.

Os adolescentes aumentaram o grau de independência e aprendizado dentro de casa, inclusive nas tarefas domésticas. A autonomia aumentou. Precisaram ficar mais familiarizados com o mundo digital. Até mesmo com o contato digital entre os amigos. Aprenderam sobre flexibilidade e adaptação. Sobre disciplina e autonomia.

Pais que passavam muito pouco tempo com as crianças, agora precisam interagir mais com os pequenos, entrar em seu mundo infantil como era antigamente, participar mais das brincadeiras e auxiliar na criatividade e curiosidade da criança, não apenas nos fins de semana, mas todos os dias.

Bom ou ruim, melhor ou pior, o fato é que a realidade de hoje é essa. É preciso se adaptar e tirar o melhor da situação. É preciso reaprender a aprender. Afinal, quem garante que esse não será o nosso futuro? Só o tempo dirá.

 




Lucia Moyses - psicóloga, neuropsicóloga e escritora. Em 2013, a autora lançou seu primeiro livro “Você Me Conhece?” e dois anos depois o livro “E Viveram Felizes Para Sempre”, ambos com um enfoque em relacionamentos humanos e psicologia. Três anos após a especialização em Neuropsicologia, Lucia lançou os três primeiros livros: “Por Todo Infinito”, “Só por Cima do Meu Cadáver” e “Uma Dose Fatal”, da coleção DeZequilíbrios. Composta por dez livros independentes entre si, a coleção explora a mente humana e os relacionamentos pessoais. Cada volume conta um drama diferente, envolvendo um distúrbio psiquiátrico, tendo como elo o entrelaçamento da vida da personagem principal.  Em 2018, a psicóloga lançou mais três livros: “A Mulher do Vestido Azul”, “Não Me Toque” e “Um Copo de Veneno”, totalizando seis livros da coleção. Em 2020, Lucia, lança o livro "A Outra". 

www.luciamoyses.com.br

Linkedin: linkedin.com/in/lucia-moyses-b8449849
Instagram:
@Lucia.moyses 


Setembro Amarelo: atividade física pode combater quadros de depressão na infância

Um estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro apontou que casos de depressão aumentaram em 50% durante a quarentena, e quadros de ansiedade e estresse, em 80%. Pesquisadores da Universidade de Bath, no Reino Unido, dizem que há uma tendência de alta nas taxas de depressão e ansiedade em jovens, nos próximos anos, em decorrência do isolamento social provocado pela pandemia. A análise concluiu que os que experimentaram a solidão durante o isolamento podem ter até três vezes mais chances de desenvolver depressão no futuro. 

Para a psicóloga Adriana Cabana, do grupo Prontobaby, é importante que os pais fiquem atentos ao comportamento dos filhos e, se observarem algo diferente, procurem a ajuda de um especialista.

"Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a manifestação clínica mais comum é representada pelos sintomas físicos, como dores de cabeça e abdominais, fadiga e tontura. Essas queixas físicas são seguidas por ansiedade. Já na adolescência, os sintomas são mais próximos aos dos adultos, como tristeza, esgotamento afetivo e social e transtornos alimentares, como anorexia e bulimia", explica.

No mês que traz um alerta de prevenção ao suicídio, um dos grandes desafios é conscientizar a sociedade que problemas como depressão estão diretamente ligados a essa causa. A psicóloga Adriana atenta para as dificuldades da população enxergar a depressão como uma doença e como a atividade física pode salvar as crianças de desenvolverem esse quadro.

Confira a entrevista: 



Que efeitos a atividade física produz no cérebro da criança?

A atividade física traz inúmeros benefícios. Além da sensação de bem-estar, estimula o convívio em grupos, a internalização da disciplina e do controle de ansiedade, como o fechamento de ciclos e paciência para aguardar a fiscalização das atividades. 



Por que a atividade física na infância promove maior sociabilidade e confiança nas crianças?

Porque estimula a disciplina, a confiança no outro, o trabalho em equipe. Ensina as crianças o que é ganhar e o que é perder. 



A depressão atinge cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, e, nos últimos anos, vem atingindo populações cada vez mais jovens. Por que isso acontece?

Vivemos em um mundo em que o excesso de tecnologia torna as relações solitárias. O advento do cyberbullying, do acesso a conteúdos não confiáveis na rede e a superexposição em redes sociais fazem com que o jovem se intimide frente ao mundo e se isole cada vez mais, trazendo o risco da depressão e até do suicídio. 



A depressão na infância está relacionada ao fato de as crianças estarem cada vez mais sedentárias, dando preferência aos jogos de computadores e videogames ao invés de brincarem ao ar livre? Explique.

Sim, o excesso de energia que as crianças têm precisa ser liberada, e o sedentarismo aliado ao isolamento social faz com que outros problemas aconteçam, como obesidade infantil, irritabilidade e intolerância a frequentar outras atividades sociais. 



Um dos grandes desafios do Setembro Amarelo é conscientizar a sociedade que problemas como a depressão, que estão diretamente associados ao suicídio, são doenças e devem ser tratados como tal. Como identificar que uma criança sofre de depressão e o que fazer nessa situação?

Avaliar sempre se há mudança de comportamento, entretenimento, isolamento social, falta de sono, de apetite. Atenção ao discurso de menos valia, de depreciação de si mesmo e de atividades que antes eram prazerosas. Isolamento, choro sem motivo e irritabilidade também podem estar entre os sintomas principais. Procure ajuda profissional caso evidencie esses sintomas e, no caso de verbalização explícita de vontade de morrer, não deixe a criança sozinha em hipótese alguma e procure ajuda imediatamente.

 

sábado, 12 de setembro de 2020

27 de setembro - Dia do idoso: Neurologista explica causas de confusão mental além do Alzheimer

No Dia do Idoso, especialista do Hospital 9 de Julho fala sobre a importância de conhecer outros fatores que podem prejudicar as capacidades cognitivas

 

Dia 27 de setembro é comemorado no Brasil o Dia do Idoso, data criada para valorizar a vida depois dos 60 anos. Hoje em dia, é cada vez mais comum manter uma rotina ativa, com atividades físicas e intelectuais, de diversão e até profissionais na terceira idade, mas nessa fase uma das principais preocupações das pessoas e seus familiares é com a capacidade de raciocínio, a memória e a clareza mental. 

Atualmente, aos primeiros sinais de lapso de memória ou de falha nas capacidades cognitivas, muitas pessoas passam a temer o diagnóstico do Mal de Alzheimer. No entanto, a confusão mental e os déficits cognitivos em idosos pode ter outras causas, muitas delas fáceis de serem tratadas e totalmente reversíveis.

O Dr. Diogo Haddad, neurologista do Hospital 9 de Julho, explica que o Alzheimer é uma doença que não surge do dia para a noite e que uma mudança repentina no comportamento ou na capacidade de raciocínio de uma pessoa idosa deve ser investigada rapidamente, e com mais cuidado. “Em todas as idades, mas em especial após os 60 anos, é importante estar atento a qualquer alteração neurológica e procurar um especialista diante de um sinal de alteração mental. O Alzheimer é uma doença que assusta e que tem afetado um número cada vez maior de pessoas, mas antes de chegar a esse diagnóstico é fundamental descartar outras possíveis causas.”

 

Infecções

Na terceira idade, quadros de infecção em diferentes partes do corpo podem ter como consequência um episódio de confusão mental e mudanças de comportamento. O quadro pode ser desencadeado por uma simples infecção urinária ou de pele que não apresentou outros sintomas e está silenciosamente afetando o organismo. Importante também notar que infecções tardias como sífilis podem afetar a cognição e serem confundidas com doenças neurodegenerativas. 

 

Desidratação

A desidratação é também um problema comum entre idososos mais velhos. Isso acontece por diminuição na sensação de sede, maior dificuldade do organismo para absorver água, além de possíveis efeitos de diferentes medicações. E quando a pessoa chega a um quadro grave de desidratação, pode repentinamente passar a manifestar sinais neurológicos.de desorientação mental.

O neurologista explica que o cérebro é um dos órgãos mais afetados pela falta de água no organismo, levando ao mau funcionamento de funções como raciocínio e memória. Quando o idoso encontra-se nesse estado, deve-se procurar ajuda profissional para repor não apenas líquidos, mas todos os nutrientes necessários para sua recuperação.

 

Hipoglicemia

A falta de açúcar está entre as causas reversíveis de confusão mental. “O cérebro consome alta carga de energia (e de glicose) pra seu funcionamento correto” conta Haddad. Isso pode levar a perdas cognitivas temporárias. Esse problema pode ser agravado pela falta de controle da diabetes, doença crônica que atinge milhões de pessoas no país, em especial aqueles com mais de 65 anos.

 

AVC

Apesar de mais rara, uma confusão mental repentina também pode ser sinal de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame. Haddad explica que o AVC pode acontecer de duas formas: pelo bloqueio de um vaso, que impede ou reduz a irrigação de sangue em áreas do cérebro (AVC Isquêmico), ou pelo o rompimento de vasos e consequente hemorragia local (AVC Hemorrágico).

“Em ambos os casos o atendimento precoce é fundamental, pois quanto menor o tempo para o atendimento menor a chance de danos irreversíveis ou risco de morte deste paciente”, diz o neurologista. Por isso, é fundamental procurar um Pronto-Socorro imediatamente.

Entre outros sintomas do AVC estão sensação de formigamento ou perda de força em um dos lados do corpo, dificuldade para caminhar e fala enrolada.

 

Hipovitaminoses

Dentro do rastreio de causas reversíveis demenciais também é importante se descartar o déficit de Vitamina B12 e ácido fólico. Tais condições podem acontecer tanto pela carência no consumo quanto por dificuldades em absorção.



As multifacetas da Camomila

 Os compostos ativos da planta são repletos de benefícios a saúde, bem-estar e estética


A camomila é uma pequena flor branca, que apesar de parecer frágil, é grandiosa quando o assunto são os benefícios que ela pode proporcionar, seja para saúde, bem-estar e até mesmo para a estética. A farmacêutica responsável e CEO da Naiak, Romy Tokarski Gaya, explica que as formas de uso da camomila não se limitam a apenas a uma xícara de chá, mas também podem ser utilizados seu extrato, óleo essencial e tintura. As formas de apresentação também são diversas: desde as flores secas até como parte da formulação de dermocosméticos naturais.
 
Esta planta milenar possui uma alta concentração de compostos bioativos, que agem em sinergia promovendo múltiplos benefícios à saúde e à estética. Romy explica que estes ativos são responsáveis pelas ações bactericida, anti-inflamatória, ansiolítica, antioxidante, cicatrizante e entre outras, que são atribuídos à camomila. Diversos estudos reforçam o poder e a diversidade da camomila. Confira o que ela pode proporcionar na sua rotina:
 


Contribui na redução dos sintomas da TPM - a mastalgia, conhecida por dor nas mamas, é um dos sintomas mais prevalentes na TPM, e impacta a qualidade de vida de muitas mulheres. Um estudo conduzido por Saghafi e colaboradores em 2018, avaliou os efeitos positivos da suplementação do extrato de camomila no alívio da dor leve a moderada. Além disso, o uso do extrato também foi associado à melhora da cólica menstrual, conforme foi apresentado por Pattanittum em 2016.
 


Colabora com a melhora da mucosite oral – este sintoma é muito comum nos pacientes em tratamento oncológico e pode prejudicar a qualidade de vida e até mesmo o estado nutricional. Devido aos seus compostos que proporcionam efeitos antiséptico, sedativo e protetor da mucosa, a camomila tem sido utilizada para amenizar as feridas comuns na região bucal por conta da quimioterapia. Uma revisão conduzida por Gomes em 2018, reúne achados que comprovam os benefícios do seu uso para ajudar a reduzir os sintomas desta condição.
 
Ajuda na modulação de marcadores do diabetes – Uma revisão recente (2020) feita por Hajizadeh-Sharafabad abordou os benefícios da camomila em relação à modulação do diabetes e as complicações que estão relacionadas com esta patologia, principalmente devido aos seus compostos. A camomila ajudou na redução do colesterol, estresse oxidativo e do perfil glicêmico.


 
Auxilia na amenização de sintomas de doenças dermatológicas - segundo uma revisão conduzida por Santos em 2019, o uso do extrato de camomila, em diversas formas farmacêuticas (cremes,  loções, óleos e entre outros) é benéfica para auxiliar no tratamento de eczema e irritação após exposição solar em excesso, rosácea e dermatites, contribuindo com a melhora da cicatrização, ação imunomoduladora, melhora da microcirculação, irritação, coceira e hidratação. Além disso, alguns estudos apontam a camomila como benéfica para auxiliar na redução da acne, por reduzir a inflamação.


 
Favorece a melhora de sintomas gastrointestinais – Um estudo realizado por Valussi em 2011 destacou o efeito benéfico dos flavonoides da camomila, como a apigenina, na redução de distúrbios digestivos, cólica, dispepsia e flatulência.
 


Auxilia na redução da ansiedade e melhora do sono - o controle da ansiedade, associado à camomila, tem relação com os flavonoides presentes nesta planta, que demonstraram capacidade de modular várias vias de neurotransmissores, como noradrenalina, dopamina, serotonina e ácido gama-aminobutírico, conforme foi destacado por Srivastava em 2010. Uma meta-análise (2019) de estudos randomizados, ou seja, com alto valor científico, demonstrou que o uso de camomila melhorou significantemente a qualidade do sono, além de reduzir a ansiedade, após 2 a 4 semanas de uso.


 
Efeito antiaging na pele - segundo Jadoon (2015), a presença de compostos ativos como a apigenina, tem relação com os benefícios antiaging do uso camomila, na pele. Conforme os achados apresentados neste mesmo estudo, o uso tópico da camomila auxilia no aumento da hidratação da pele.
 
A camomila é uma planta que faz parte da essência da marca, já que a empresa nasceu dentro do Projeto
 
 
Chá de Camomila – Linha Chás Preservar - o chá de camomila é formulado com as flores da Matricaria chamomilla L., de forma que promova seus efeitos terapêuticos. Em todo o processo de fabricação há o controle na produção e responsabilidade socioambiental.


 
Chamomile Blond – Formulado para realçar a beleza natural, é um spray iluminador 100% natural e vegano, formulado à base do extrato natural de camomila e enriquecido com D-pantenol, proporcionando brilho, hidratação e clareamento gradual dos fios. É livre de agentes clareadores artificiais, não danificando os fios.


 
Chamomile & Aloe – Uma espuma de limpeza 100% natural, vegana e livre de parabenos, com extratos de camomila e aloe vera, que remove as impurezas da pele de forma suave e auxilia na hidratação cutânea.


 
Flor de Chamomile – é um óleo 100% natural, vegano, livre de parabenos, corantes, aromatizantes e não é testado em animais! Rico em ativos concentrados do extrato de camomila e dos óleos de argan e jojoba, propiciando leveza, hidratação e efeito calmante. Pode ser usado para o cuidado na pele e nos cabelos!
 


Naiak

www.naiak.com.br


Primavera pode ser um pesadelo para quem tem alergias como rinite, sinusite e asma

Conhecido como estação das flores, período pode gerar aumento na ocorrência de crises alérgicas

 

Setembro marca a chegada da Primavera, estação que é conhecida pela beleza das flores e também por gerar um maior número de casos alérgicos, especialmente na população adulta. A liberação do pólen das flores e a mudança climática são as principais responsáveis por tornar a estação uma dor de cabeça a quem costuma apresentar problemas alérgicos como rinite, bronquite, sinusite e asma.

De acordo com Cristiane Passos Dias Levy, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, é frequente na Primavera uma doença chamada polinose. Trata-se de uma alergia ao pólen, também conhecida como febre do feno.

“Os tipos de pólen que mais dão alergia são as gramíneas, ciprestes e pinheiros. Dentre eles, a gramínea azevém é o principal agente causador da polinose no Brasil”, explica a especialista. Ainda que esses pólens possam aparecer em qualquer lugar do Brasil, a frequência é muito maior nos estados da região Sul, bem como em cidades serranas, como Campos do Jordão (SP) e Monte Verde (MG).

“Em Curitiba, por exemplo, a prevalência da rinite alérgica persistente é de 12% entre a população em geral. Entre os adultos, chega a 25%. Já a polinose para gramíneas é de 10% para adultos e 2% em crianças”, explica Cristiane.


Diferenças entre alergias e Covid-19

Após o isolamento restrito gerado pela pandemia de Covid-19 em todo o Brasil, diversas cidades passaram a reabrir parques, permitindo que os cidadãos voltassem a conviver com espaços arborizados.  Para quem tem histórico de alergias, é preciso aumentar os cuidados, e não apenas em relação ao novo coronavírus.

A médica do Hospital Paulista explica que os sintomas desse tipo de alergia podem ser confundidos com os de uma gripe ou de um resfriado. Os pacientes podem apresentar congestão nasal, sucessão de espirros e coriza.

“O que diferencia, inclusive da Covid-19, nesse caso, é que as alergias não apresentam febre. Além disso, a coceira nasal, ocular e na garganta é intensa. Outra característica importante desse tipo de alergia é a periodicidade anual”, completa.

Cristiane ressalta ainda que os pacientes com esse tipo de alergia apresentam olhos vermelhos e lacrimejantes. De 15% a 20% podem registrar acometimento pulmonar, com chiado, falta de ar e tosse. Por isso, é muito importante recorrer ao auxílio médico especializado quando os sintomas forem notados. O acompanhamento médico também é essencial.

“Se a pessoa desconfia que em todas as Primaveras os sintomas pioram, ou entra em crise quando vai para o campo, ela deve procurar um especialista. Há exames para descobrir a causa da alergia”, afirma.

“Após descobrir a causa, o ideal é evitar o contato com o desencadeante. Além disso, existe tratamento medicamentoso e a possibilidade de uma dessensibilização ao pólen específico. Ou seja, através de uma vacina, é possível aumentar a resistência do paciente”, completa a otorrinolaringologista.


Dicas importantes

Além do tratamento e do acompanhamento médico, quem tem quadros de alergia deve evitar determinadas situações, principalmente durante a Primavera. “É preciso diminuir a exposição aos pólens, evitando ida a parques, cortar grama e trabalhos com jardinagem. Sempre lavar bem os olhos e o nariz, e se andar de bicicleta ou moto é preciso usar óculos e máscara”.

Ao seguir essas recomendações, a expectativa é que os episódios alérgicos durante a Primavera diminuam sensivelmente. No entanto, conforme ressaltou a médica, se o quadro ocorre com frequência, o auxílio médico poderá indicar tratamentos para diminuir as crises e aumentar a qualidade de vida do paciente.




Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

 

Gravidez depois dos 40: um risco ou segurança?

Entenda os motivos, vantagens e riscos da gravidez tardia

 

Cada vez mais mulheres estão redefinindo suas prioridades. Com a mudança cultural e econômica ainda crescente na sociedade, muitas mulheres preferem alcançar estabilidade financeira e profissional antes de começarem uma família e terem filhos. Por um lado, isso é visto com excelente expectativa, já que mais crianças poderão presenciar uma base familiar saudável. Em contrapartida, alguns medos acerca do assunto geram muitas dúvidas nas mulheres. Afinal, a gravidez tardia pode oferecer riscos à saúde feminina e dificultar a gestação? 

Segundo a Dra. Rebecca Sotelo, médica ginecologista obstetra, existem prós e contras que devem ser ponderados antes da decisão de engravidar após os 40 anos. “Geralmente, engravidar nessa idade permite que a mãe se sinta mais madura e preparada para a gestação e criação dos filhos. Isso auxilia na saúde mental que é um fator importante que reflete também a saúde física da gestante e do bebê”, diz.

 


Porém, essa fase também pode apresentar riscos e eles devem ser levados em consideração antes da decisão de se tornar mãe nesse período. “Infelizmente, existem riscos. Como, por exemplo, as chances de engravidar a partir dos próprios óvulos diminuem. Enquanto na faixa dos 20 há 29 anos a chance de engravidar é de 25% em cada ciclo menstrual, após os 40, esse índice cai para 8%. Porém, a modernidade também nos ajuda a melhorar essa perspectiva com a possibilidade de congelar os óvulos e utilizar a opção de fertilização in vitro”, esclarece.

 

Além disso, com as mudanças no organismo ocasionadas ao longo dos anos, os riscos também devem ser considerados nesse sentido. “Existe maior chance de complicações por doenças adquiridas ao longo da vida como obesidade, hipertensão, diabetes, dentre outras. Então, nesse quesito, sempre destacamos a importância de sempre cuidar da saúde do corpo para evitar esse tipo de situação - seja pelo desejo de engravidar ou não”, ressalta.

A gravidez após os 40 também pode trazer algumas complicações para o bebê. “Nessa idade, também existe maiores chances de ocorrerem alterações cromossômicas, responsáveis por condições como a Síndrome de Down, por exemplo. Além disso, existe a possibilidade do parto prematuro, gestações múltiplas e anomalias placentárias”, alerta.


Mas a boa notícia é que, de acordo com a especialista, a tecnologia oferece meios cada vez mais seguros para a saúde na gravidez. “Caso opte por ser mãe em um momento mais favorável e maduro, busque um especialista para conversar. Assim, será possível passar por todas as avaliações necessárias e identificar qualquer alteração que possa apresentar algum risco. Além disso, o médico poderá orientar quanto aos cuidados essenciais ao longo da vida e opções mais eficazes para realizar esse sonho. E não se esqueça: em qualquer fase da vida, a gestação deve ser acompanhada de perto por um especialista para garantir a saúde da mãe e do bebê”, indica.

 


 


 Fonte: Dra. Rebecca Sotelo, Médica ginecologista obstetra, com pós-graduação em uroginecologia. Especialista em tratamento de incontinência urinária, prolapso genital e outros distúrbios do assoalho pélvico feminino.


Homens sofrem de depressão pós-parto?

Estima-se que de 2% a 25% dos pais sejam afetados com a doença

 

A relação entre depressão e suicídio é preocupante. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), os transtornos mentais são responsáveis por 96,8% dos casos de suicídio. A depressão lidera esse ranking. Assim, podemos colocar o suicídio como a pior consequência da depressão.   Em 2020, a doença deve alcançar o título de doença mais incapacitante do mundo de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A recomendação feita pelo American Academy of Pediatrics é que os médicos fiquem atentos a sinais de depressão nas consultas pós-natais tanto na mulher quanto no homem. Segundo estudo publicado pela Universidade Wisconsin-Madison, a depressão entre “novos" pais é um problema que às vezes passa desapercebido, mas estima-se que de 2% a 25% dos pais sejam afetados com a depressão pós parto.

Apesar ser mais frequente nas mães, os pais   também podem sofrer com esse problema. A tristeza paterna, que dá as caras logo depois que o bebê nasce, tem nome e sigla. “Trata-se da depressão pós-parto, ou DPP, como preferem chamar os especialistas, sendo mais comum entre os pais de primeira viagem ou naqueles que não estavam preparados a chegada de um bebê”, alerta o Dr. Domingos Mantelli. 

Diferentemente das mulheres, cuja oscilação de humor é causada, na maioria das vezes, por alterações fisiológicas e hormonais na gravidez, a ocorrência desse tipo de depressão nos pais está ligada a questões e situações psicológicas.

De acordo com o ginecologista e obstetra, o homem pode sentir certo isolamento após o nascimento do bebê, pois toda a atenção é direcionada para o recém-nascido, o que faz com que alguns se sintam esquecidos. “O afastamento sexual do casal também pode ser uma das causas dessa depressão,” finaliza Mantelli.

 

 

Dr. Domingos Mantelli - ginecologista e obstetra - autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra”. Formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro (UNISA) e residência médica na área de Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição. Dr. Domingos Mantelli tem pós-graduação em Ultrassonografia Ginecológica e Obstétrica, e em Medicina Legal e Perícias Médicas.


Suicídio: uma solução definitiva para um problema transitório

 Em meio a campanha Setembro Amarelo, é importante falar em suicídio, de vida e da qualidade e importância da vida. A morte por suicídio é um tema instigante que traz à tona diversas reflexões a respeito da vida e da morte. A neuropsicóloga Leninha Wagner propõe a reflexão nas motivações e a tentativa de compreender psicologicamente as razões pelas quais o indivíduo realiza esse ato contra a sua própria vida.

 

 A palavra suicídio deriva do latim, sui (si mesmo) e caederes (ação de matar). Iniciada em 2015, a campanha Setembro Amarelo escolheu este mês porque, desde 2003, o dia 10 de setembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. A neuropsicóloga Leninha Wagner explica o sentimento de uma pessoa que comete este ato contra a própria vida. “O suicídio é uma manifestação humana, como uma “bala de prata” que a pessoa pensa em utilizar quando as dores da vida tornam essa existência insuportavelmente amarga e dolorida. O ser humano é a única espécie que atenta contra a própria vida, que elege a morte como uma escolha, para cessar a dor da alma. Por possuir racionalidade e fazer uso do intelecto; e de escolhas para si, pensa estar escolhendo o melhor”.

No entanto, a pessoa acaba fazendo a pior escolha. “O sujeito que escolhe morrer, como saída para um momento ruim, por via de regra está afundando numa corrente emocional negativa, submerso em uma angústia avassaladora. Há de fato momentos empobrecidos na vida, onde nem temos o recurso do amor que ampara, da condição financeira favorável, da situação profissional confortável, etc”, conta Leninha.

No entanto, ela lembra que a vida é sempre feita de momentos, de fases e de dias, e por isso é importante pensar que: “A vida é sempre maior que esse momento adverso. É um equívoco enorme, escolher morrer na tentativa de dar sentido a uma vida que aparentemente está sem significado. A saída correta deste emaranhado psicológico é buscar apoio, desabafo, amparo, combater a depressão, não sucumbir à tentação de anestesiar tantas emoções negativas, com uso de substâncias entorpecentes, e sim buscar por ações positivas na busca dar valor e sentido à vida. A sua própria vida. Toda vida importa, e a sua deve ser a mais preciosa para você”, aconselha.

A neuropsicóloga recomenda também que a acolhida é tão fundamental que pode salvar a vida da pessoa: “Se você conhece alguém que está em situação de vulnerabilidade, que esteja dentro de um dos grupos de risco, que possui comportamentos autodestrutivos, incentive-o a buscar ajuda. Caso seja você a perceber esse comportamento em si, não hesite em passar por uma avaliação psicológica/psiquiátrica”. Assim, dar vez e voz àqueles que precisam de amparo pode ser uma atitude simples, mas certamente fará a diferença para a pessoa que esteja em um momento de crise, detalha Leninha: “Dê sentimento de pertença. Pode ser o suficiente para prevenir e impedir esse ato de desespero. ”

E, carinhosamente, ela deixa alguns conselhos: “A vida é grande! A vida é sempre maior que um momento (ruim). O momento passa, mas vida continua! Enquanto há vida, há o que fazer, a quem recorrer, pedir socorro. Busque tratamento! ”, finaliza.

 

Saiba como reconhecer uma pessoa que decide morrer:

Quem é esse sujeito que decide morrer?

Os fatores de maior risco de suicídio são transtorno psiquiátricos, entre eles:

Depressão, transtorno bipolar, abuso/dependência de substâncias, transtornos de personalidade e esquizofrenia.

Outros fatores de vulnerabilidade:

Idade: jovens entre 15 e 30 anos e idosos;

Gênero: homens suicidam três vezes mais que mulheres, mas elas tentam três vezes mais do que eles.

Também há a presença de conflitos em torno da identidade sexual;

Doenças clínicas crônicas debilitantes;

Populações especiais: Imigrantes, indígenas, alguns grupos étnicos;

Perdas recentes.

História familiar e genética: Risco de suicídio aumenta entre aqueles com história familiar de suicídio ou de tentativa de suicídio;

 

Componentes genéticos e ambientais envolvidos:

Risco de suicídio aumenta entre aqueles que foram casados com alguém que se suicidou.

Eventos adversos na infância e na adolescência:

Maus tratos, abuso físico e sexual, pais divorciados, transtorno psiquiátrico familiar, etc;

Entre adolescentes, o suicídio de figuras proeminentes ou de indivíduo que o adolescente conheça pessoalmente.

Conflitos familiares, incerteza quanto à orientação sexual e falta de apoio social;

Sentimentos de desesperança, desespero, desamparo e impulsividade:

Impulsividade, principalmente entre jovens e adolescentes, figura como importante fator de risco. A combinação de impulsividade, desesperança e abuso de substâncias pode ser particularmente letal;

Viver sozinho: divorciados, viúvos ou que nunca se casaram; não ter filhos.

Desempregados com problemas financeiros ou trabalhadores não qualificados:


Maior risco nos três primeiros meses da mudança de situação financeira ou de desemprego;

Aposentados;

Moradores de rua;

Indivíduos com fácil acesso a meios letais.

Algumas expressões que denotam ideação suicida:

“Nada mais parece fazer sentido, há apenas uma dor tão pesada que carrego e que não consigo mais suportar...”

“Não aguento mais viver assim, eu gostaria de viver, mas não assim...”

“Não há mais nada que eu possa fazer, seria melhor morrer...”

“Parece simplesmente não existir nenhuma luz no fim do túnel...”

 

A vida ainda o bem mais precioso que recebemos, viva de maneira saudável e busque pelo seu bem-estar.

A vida sempre vale a pequena!

 

Novos caminhos da oncologia

Os avanços da ciência têm proporcionado respostas para diversos males que afligem a população. Nessa pandemia, por exemplo, a agilidade dos cientistas na produção de uma vacina para combater o novo coronavírus superou as expectativas. Os resultados podem trazer alento às pessoas que enfrentam a Covid-19. 


Nos próximos anos, a ciência deve continuar oferecendo importantes respostas para as doenças que devemos enfrentar num futuro bem próximo. O envelhecimento da população trará profundos impactos na saúde. Para o triênio 2020-2022, as estimativas brasileiras apontam o registro de 625 mil novos casos de câncer no período, excluindo os casos de câncer de pele não melanoma.

Para superar esse novo panorama, pesquisadores de todo o mundo têm se lançado na busca de medicamentos e procedimentos capazes de mudar a abordagem de tratamento das pessoas acometidas por diversos tumores. Na área de oncologia, as terapias genéticas vêm se mostrando o melhor caminho pelos cientistas. Elas atuam nas mutações dos genes das células defeituosas para eliminá-las, uma técnica complementar aos métodos tradicionais - quimioterapia, radioterapia ou cirurgia.

Para quem considera que esses procedimentos ainda estão distantes da nossa realidade, vale ressaltar que o Brasil segue a tendência mundial na busca do tratamento contra o câncer e estudos pioneiros, como os iniciados na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), vão sequenciar o código genético de pessoas não fumantes acometidas por câncer de pulmão. A proposta da pesquisa é identificar os fatores de risco dessa população e apontar os tratamentos mais adequados para muitos casos da doença, com medicamentos que ofereçam maior poder de precisão e menores efeitos colaterais. Denominados de terapias-alvo, esses tratamentos atuam diretamente nas moléculas indispensáveis para as atividades das células cancerígenas, freando a sua expansão.

A ciência e os pacientes também comemoram os bons resultados da imunoterapia, uma técnica que estimula as próprias células de defesa contra o câncer. A escolha do melhor procedimento depende de uma avaliação minuciosa da saúde de cada paciente, realizada por meio de exames clínicos, entre outros processos. Esse método estimula o sistema imunológico no combate às células cancerígenas, bloqueando as engrenagens que elas usam para enganar as defesas com a liberação de proteínas, que se encaixam em receptores dos linfócitos T. Com a técnica, eles identificam e ordenam que outras células destruam os patógenos, que são agentes infecciosos.

Os cientistas já conseguem inclusive fazer a mutação em laboratório dos linfócitos T. Essa alteração ajuda a estimular no reconhecimento das células tumorais quando eles são reintroduzidos no paciente. A dificuldade do tratamento é identificar as alterações precisas que permitam ser aplicadas como alvos, pois o câncer é uma doença multifatorial e de mecanismos moleculares complexos, que se relacionam entre si para manter a célula maligna atuante.

As descobertas trazem vantagens como a redução significativa dos efeitos colaterais dos métodos tradicionais, como a quimioterapia. O sucesso dessas novas técnicas já permite vislumbrar, num horizonte de curto e médio prazos, a abordagem do câncer como uma doença crônica, mas ao mesmo tempo controlável quando bem acompanhada, assim como hoje ocorre com a hipertensão ou a diabetes. Os novos passos da ciência na área de oncologia reforçam nosso otimismo de que a cura para muitas doenças não é apenas um sonho.

 Ramon Andrade de Mello - médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), da Uninove (Universidade Nove de Julho) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).

Posts mais acessados