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sábado, 12 de setembro de 2020

27 de setembro - Dia do idoso: Neurologista explica causas de confusão mental além do Alzheimer

No Dia do Idoso, especialista do Hospital 9 de Julho fala sobre a importância de conhecer outros fatores que podem prejudicar as capacidades cognitivas

 

Dia 27 de setembro é comemorado no Brasil o Dia do Idoso, data criada para valorizar a vida depois dos 60 anos. Hoje em dia, é cada vez mais comum manter uma rotina ativa, com atividades físicas e intelectuais, de diversão e até profissionais na terceira idade, mas nessa fase uma das principais preocupações das pessoas e seus familiares é com a capacidade de raciocínio, a memória e a clareza mental. 

Atualmente, aos primeiros sinais de lapso de memória ou de falha nas capacidades cognitivas, muitas pessoas passam a temer o diagnóstico do Mal de Alzheimer. No entanto, a confusão mental e os déficits cognitivos em idosos pode ter outras causas, muitas delas fáceis de serem tratadas e totalmente reversíveis.

O Dr. Diogo Haddad, neurologista do Hospital 9 de Julho, explica que o Alzheimer é uma doença que não surge do dia para a noite e que uma mudança repentina no comportamento ou na capacidade de raciocínio de uma pessoa idosa deve ser investigada rapidamente, e com mais cuidado. “Em todas as idades, mas em especial após os 60 anos, é importante estar atento a qualquer alteração neurológica e procurar um especialista diante de um sinal de alteração mental. O Alzheimer é uma doença que assusta e que tem afetado um número cada vez maior de pessoas, mas antes de chegar a esse diagnóstico é fundamental descartar outras possíveis causas.”

 

Infecções

Na terceira idade, quadros de infecção em diferentes partes do corpo podem ter como consequência um episódio de confusão mental e mudanças de comportamento. O quadro pode ser desencadeado por uma simples infecção urinária ou de pele que não apresentou outros sintomas e está silenciosamente afetando o organismo. Importante também notar que infecções tardias como sífilis podem afetar a cognição e serem confundidas com doenças neurodegenerativas. 

 

Desidratação

A desidratação é também um problema comum entre idososos mais velhos. Isso acontece por diminuição na sensação de sede, maior dificuldade do organismo para absorver água, além de possíveis efeitos de diferentes medicações. E quando a pessoa chega a um quadro grave de desidratação, pode repentinamente passar a manifestar sinais neurológicos.de desorientação mental.

O neurologista explica que o cérebro é um dos órgãos mais afetados pela falta de água no organismo, levando ao mau funcionamento de funções como raciocínio e memória. Quando o idoso encontra-se nesse estado, deve-se procurar ajuda profissional para repor não apenas líquidos, mas todos os nutrientes necessários para sua recuperação.

 

Hipoglicemia

A falta de açúcar está entre as causas reversíveis de confusão mental. “O cérebro consome alta carga de energia (e de glicose) pra seu funcionamento correto” conta Haddad. Isso pode levar a perdas cognitivas temporárias. Esse problema pode ser agravado pela falta de controle da diabetes, doença crônica que atinge milhões de pessoas no país, em especial aqueles com mais de 65 anos.

 

AVC

Apesar de mais rara, uma confusão mental repentina também pode ser sinal de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame. Haddad explica que o AVC pode acontecer de duas formas: pelo bloqueio de um vaso, que impede ou reduz a irrigação de sangue em áreas do cérebro (AVC Isquêmico), ou pelo o rompimento de vasos e consequente hemorragia local (AVC Hemorrágico).

“Em ambos os casos o atendimento precoce é fundamental, pois quanto menor o tempo para o atendimento menor a chance de danos irreversíveis ou risco de morte deste paciente”, diz o neurologista. Por isso, é fundamental procurar um Pronto-Socorro imediatamente.

Entre outros sintomas do AVC estão sensação de formigamento ou perda de força em um dos lados do corpo, dificuldade para caminhar e fala enrolada.

 

Hipovitaminoses

Dentro do rastreio de causas reversíveis demenciais também é importante se descartar o déficit de Vitamina B12 e ácido fólico. Tais condições podem acontecer tanto pela carência no consumo quanto por dificuldades em absorção.



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