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terça-feira, 11 de agosto de 2020

Pandemia exige contato direto entre médico e pacientes para controle e prevenção de complicações

 Diretor da Cochrane Brasil ressalta a necessidade um canal de atendimento a outras doenças que não a COVID-19 durante pandemia

Diretor da Cochrane Brasil ressalta a necessidade um canal de atendimento a outras doenças que não a COVID-19 durante pandemia

 

Enquanto a demanda por leitos hospitalares para COVID-19 cresce no país, outras doenças ficam em segundo plano. No Brasil, a procura por serviços na área de oncologia caiu em 70%. No caso do AVC, houve queda de mais de 60% dos atendimentos globais. Já os tratamentos para diabetes, muito frequente na população e causa de sérias complicações, foram, em grande parte, abandonados.

A pandemia resultou no isolamento e distanciamento social, com a suspensão de cirurgias eletivas para não sobrecarregar o sistema de saúde. No entanto, a assistência a doenças crônicas e àquelas que precisam de atendimento urgente mantiveram-se ativas, ainda que em modelos adaptados. O problema é que muitas pessoas se recusam a frequentar hospitais e centros de saúde com medo do novo coronavírus.

"Se você tem uma doença e não realiza ou interrompe o tratamento, ela pode progredir e causar complicações ainda maiores", alerta dr. Álvaro Atallah, nefrologista, clínico e diretor da Colaboração Cochrane do Brasil. Ele chama a atenção principalmente para pacientes com câncer, doenças cardíacas e diversas doenças crônicas. De acordo com o especialista, os exames preventivos, controles, tratamentos e atendimentos de urgência não podem ser deixados de lado por conta da COVID-19.

Por outro lado, dr. Atallah opina que não é só responsabilidade do paciente saber quando e se ele tem que ir ao hospital, ainda mais quando há certo temor em se contaminar. Para ele, é dever também dos centros médicos comunicar e manter contato com a população para garantir os atendimentos no tempo certo.

 

Canal direto entre médicos e pacientes

O médico aposta em uma relação mais integrada entre os serviços de saúde e a sociedade. "É preciso haver uma central que atenda as pessoas e distribua os casos para os ambulatórios específicos, como pré-natal, hipertensão arterial, doenças renais, oncologia, endocrinologia ou o que for mais adequado", pontua.

Uma linha de contato direta pode ajudar a tirar as dúvidas sem sobrecarregar os hospitais, mantendo a qualidade da assistência. Pacientes de câncer e doenças crônicas, por exemplo, são ainda mais vulneráveis à COVID-19 quando não recebem o tratamento necessário. No caso das urgências, correm risco de vida se não forem atendidos com rapidez. Já outras doenças, como gastrite ou hérnia simples, não precisam dessa pressa.

"Há que haver uma triagem por profissionais experientes da saúde para marcar consultas e retornos", afirma dr. Atallah. Rotas separadas também são uma opção: enquanto os pacientes suspeitos de COVID-19 são atendidos em determinada área do hospital, o restante da população circula em outra. "O medo de buscar ajuda pode resultar na perda da possibilidade de recuperação e no desenvolvimento de sequelas para o resto da vida, dependendo do caso", alerta.

 "É preciso que as pessoas não percam a prática das consultas, mesmo que a distância, por telefone, telemedicina ou redes sociais. O importante é que haja um contato fácil entre os pacientes e seus médicos ou profissionais de saúde. As consultas devem ser feitas com horário marcado em locais adequados e seguros. E é necessária pontualidade de ambas as partes, para se evitar aglomerações”, finaliza.


Cuidados com dentes podem evitar partos prematuros

 Pré-natal odontológico é pouco difundido, mas especialista do Órion Complex ressalta importância dos cuidados, que podem evitar até partos prematuros


Uma revisão de estudos das universidades Pedagógica e Tecnológica da Colômbia e Miguel Hernández de Elche, na Espanha, revelou que gestantes com periodontite (infecção que destrói a gengiva e até os ossos que dão suporte aos dentes) correm um risco duas vezes maior de passarem por um parto prematuro (com menos de 37 semanas de gravidez). Em 60% dos levantamentos, essa associação entre infecção periodontal e aumento da possibilidade de parto antes da hora foi confirmada.

O que muitas mulheres desconhecem é que, para evitar situações como esta, existe o pré-natal odontológico, no qual o profissional pode orientar a gestante sobre os cuidados com os dentes e toda a cavidade oral. Isso evita o surgimento de doenças e abre a possibilidade de tratar eventuais problemas já presentes. Além disso, durante a gravidez, há um aumento nos níveis dos hormônios progesterona e estrogênio, que provocam a dilatação dos vasos sanguíneos. Assim, ocorrem mais facilmente sangramentos na gengiva. 

Com 20 anos de profissão, o cirurgião-dentista André Ferreira, que possui um consultório no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, alerta que poucas mulheres sabem que esse cuidado durante a gestação é necessário. “Pela minha experiência, tanto na rede pública quanto privada, digo que não chega a 10% das mães que têm esse cuidado”, estima. Ele revela que a primeira consulta com o odontólogo deve ocorrer assim que a gravidez for descoberta. “É feita uma avaliação da saúde bucal da mulher e o resultado vai apontar quantas vezes ela precisará se consultar no período”, explica.

 

Consequência para o feto


O especialista ressalta que há questões específicas em gestantes, como a gengivite gravídica, e que, também, dependendo do problema bucal que a mãe apresenta, pode haver consequências para a saúde do feto, propagadas por meio da corrente sanguínea. “Doenças podem se tornar sistêmicas e podem causar danos ao bebê como baixo peso, infecções respiratórias e até o parto prematuro”. André conta ainda que também são passadas orientações quanto a higiene bucal do recém-nascido, que deve acontecer desde sempre e não apenas quando nascem os primeiros dentes.

“Muitas mães se surpreendem com todas as informações que passamos. Porque, por exemplo, após o nascimento a mulher deve continuar atenta com sua saúde bucal, pois ela pode passar alguma doença para o bebê através do beijo, do compartilhamento de talheres e até pela fala próxima”, destaca o cirurgião-dentista. Ele explica que odontopediatras costumam fazer o pré-natal odontológico, mas que clínicos gerais ou algum profissional que a paciente já tenha o hábito de ir também podem fazer o acompanhamento da gestante.

André Ferreira lembra que muitas grávidas evitam se consultar durante a gestação, pois existem vários mitos e medos, como de anestesias, mas nada deve impedir o acompanhamento. “Os profissionais devem ter alguns cuidados com as grávidas, pois entre o terceiro e o quarto mês não é recomendado fazer radiografias, a anestesia deve ser evitada em certos momentos, mas nada que atrapalhe o tratamento. Até porque, talvez ela esteja com uma boa saúde bucal e não precise de nada muito complexo. O importante é preservar a saúde de mãe e filho”, destaca.


Mitos e verdades sobre a candidíase de repetição

 A candidíase afeta, em média, 80% das mulheres em algum momento da fase reprodutiva


A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida albicans, que se aloja comumente na área genital, provocando coceira, secreção e inflamação na região. Essa doença afeta, em média, 80% das mulheres em algum momento da fase reprodutiva. Entre essas, 5% desenvolvem a candidíase de repetição.

Segundo a Dra. Erica Mantelli, diante de tantas informações sobre a candidíase, em nosso dia a dia de consultório, muitas das nossas pacientes chegam cheias de dúvidas sobre o problema, afirma a médica.

Conheça os mitos e verdades mais comuns que dá para perceber.

O foco do tratamento da candidíase é acabar com o fungo da candida.

MITO. Os fungos do gênero candida são encontrados na flora vaginal e intestinal regularmente. A candidíase é resultado do desequilíbrio entre esses fungos, mas também pode envolver outros tipos de fungos.

Os fungos da espécie candida podem se aproveitar da disbiose intestinal e outros desequilíbrios do organismo para se proliferar de forma desproporcional. Assim, podem originar os sintomas adversos da candidíase, como corrimento, coceira e irritação.

A espécie Candida albican é o mais comum e, nos casos da candidíase de repetição, temos os fungos da espécie Candida glabratta. Outras espécies também podem gerar o mesmo efeito, portanto, o foco não é acabar com o fungo.

 

Para caracterizar candidíase de repetição, é preciso que volte pelo menos 4 vezes ao ano.

VERDADEO diagnóstico da candidíase deve ser realizado através de exame físico realizado pelo ginecologista. A candidíase, para ser considerada recorrente, costuma ter essa característica.

De acordo com os episódios de repetição e os sintomas, o tratamento pode ser prescrito com antifúngicos e com observação nas mudanças do estilo de vida.


A candidíase é sexualmente transmissível

MITO. Como vimos, esse é um problema com raízes em desordens orgânicas. É importante continuar se protegendo contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis – ISTs, principalmente porque a candidíase aumenta os riscos de inflamações causadas por essas doenças.

No entanto, as causas estão mais relacionadas ao estilo de vida e alimentação. Inclusive, pode estar relacionada com disbiose intestinal.

A candidíase deve ser recebida como um alerta para refletir sobre os hábitos e mudá-los para que outros problemas não encontrem terreno para se manifestar no organismo.

Para caracterizar candidíase de repetição, é preciso que volte pelo menos 4 vezes ao ano.


A higiene é um fator decisivo para a candidíase de repetição

VERDADE. O desequilíbrio dos fungos que habitam a flora vaginal também pode se dar por causas externas. O uso abusivo de produtos cosméticos cheios de químicos, ficar muito tempo com o biquíni molhado ou até sem trocar a própria calcinha podem acarretar em problemas como a candidíase. Pois contribui para o desequilíbrio.

 



Dra. Erica Mantelli - ginecologista, obstetra e especialista em saúde sexual - CRM-SP 124.315 | RQE 36685 - Graduada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro, com Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Pós-graduada em disciplinas como Medicina Legal e Perícias Médicas pela Universidade de São Paulo (USP), e Sexologia/Sexualidade Humana. É formada também em Programação Neolinguística, por Mateusz Grzesiak (Elsever Institute).


Pandemia agrava problemas de visão

 

Lentes de contato e óculos com grau desatualizado, muitas horas online, envelhecimento e falta de acompanhamento são as causas. Entenda.

 

 

A maior causa de deficiência visual no mundo é a falta de óculos de grau. A informação é da OMS (Organização Mundial da Saúde). O levantamento demonstra que a prevalência dos problemas de visão varia entre os países. Por aqui, a falta de correção da presbiopia que dificulta enxergar de perto a partir dos 40 anos e dos erros de refração - miopia, hipermetropia e astigmatismo – respondem por 53% das deficiências visuais evitáveis. Superam, inclusive, a catarata, opacificação do cristalino, que no Brasil responde por 49% da perda reversível da visão, contra 35% nos países mais ricos.


Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier, a pandemia de coronavírus piorou ainda mais a saúde ocular do brasileiro. Isso porque, os prontuários do hospital mostram que 53% dos brasileiros acreditam ser possível perceber qualquer alteração na visão logo no início. Não é bem assim. O médico afirma que a maioria das doenças passam despercebidas no início.  Por isso, para preservar a saúde dos olhos é necessário acompanhamento médico. A quarentena e o medo da Covid-19, comenta, fizeram muitas pessoas falharem na periodicidade das consultas oftalmológicas. Resultado: Na retomada das atividades do hospital, uma das queixas mais frequentes tem sido a dor de cabeça decorrente de lentes de contato e óculos com grau desatualizado.

 

Mais horas online

O oftalmologista afirma que outra causa da dor de cabeça é o aumento de horas em frente ao computador para realizar trabalhos home office. Isso porque, em frente às telas fazemos menos movimento com o globo ocular e diminuímos de 20 para seis ou sete vezes o número de piscadas. “Por isso, quem usa computador ou celular por mais de 2 horas tem cefaleia, olho seco e visão embaçada. Para reduzir o desconforto nos olhos as dicas são: diminuir o brilho e aumentar o contraste da tela, olhar para um ponto distante com frequência, piscar voluntariamente e manter a iluminação ambiente difusa.

 

Risco das lentes de contato

 “Muitas horas online entre pessoas que usam lente de contato, principalmente do tipo gelatinosa, provocam a quebra mais rápida do filme lacrimal”, salienta.  O risco é ainda maior no inverno porque a baixa umidade aumenta o ressecamento da lágrima e facilita a formação de depósitos na lente. Estes fatores, ressalta, podem provocar alterações na textura, coloração e transparência da lente por causa de sua maior fricção na superfície do olho.

Por isso, recomenda consultar um oftalmologista e interromper imediatamente o uso da lente quando os olhos apresentarem vermelhidão, sensação de corpo estranho e visão embaçada.  Em muitos casos, ressalta é necessário trocar a lente antes do vencimento. As dicas do especialista para  o uso seguro de lente de contato são: jamais dormir com lente, limpar e enxaguar a  lente e o estojo só com solução higienizadora, nunca enxaguar com água, trocar o estojo a cada quatro meses, respeitar o prazo de validade e  interromper o uso sempre que sentir algum desconforto.

 

Miopia em crianças

O especialista afirma que a dupla jornada online de crianças navegando um período para estudar e outro para brincar aumenta o risco de miopia. Isso porque até os 8 anos de idade o olho está em desenvolvimento e o excesso de esforço visual para enxergar as telas próximas contrai a musculatura ciliar dos olhos que perdem a capacidade de focalizar à distância. Isso ficou demostrado em um levantamento feito por Queiroz Neto com 360 crianças de 6 a 9 anos. É a miopia acomodativa, uma dificuldade temporária de enxergar à distância. O médico afirma que este tipo de miopia pode ser eliminado com mudança de hábitos, atividades ao ar livre que aumentam a produção de dopamina e controle do consumo de açúcar que interfere no crescimento do eixo óptico de crianças. O problema, comenta, é que a pandemia dificulta a prática de exercícios por crianças que vivem em apartamentos sem opção de espaços abertos. Ainda assim, um banho de sol na varanda do apartamento é melhor que permanecer o tempo todo em ambientes fechados olhando para uma tela.


Envelhecimento e doenças crônicas

Queiroz Neto afirma que o rápido envelhecimento da população brasileira vem acompanhado do aumento de casos de catarata que acumula pessoas na fila de espera do SUS por causa da diminuição das cirurgias eletivas durante a pandemia. O único tratamento para catarata, ressalta, é a cirurgia que consiste no implante de uma lente intraocular que substitui o cristalino opaco. Ele conta que recentemente recuperou a visão de uma paciente que tinha grande chance de ficar definitivamente cega por ter comorbidades. Na pandemia, ressalta, muitos portadores de doenças oculares crônicas que podem levar à perda irreversível da visão como o glaucoma, retinopatia diabética e degeneração macular falharam no acompanhamento dessas doenças.  Por isso após a pandemia os casos de cegueira definitiva podem aumentar no País, conclui.



Relatos de fraqueza e dor muscular em pacientes cardíacos podem ser sinal de intolerância a medicamento

Em caso de sensibilidade, pacientes devem buscar por orientação médica de imediato para possível diagnóstico e, se necessário, ajuste de medicação

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), quatro em cada dez brasileiros adultos tem níveis de colesterol elevado - representando aproximadamente 40% da população do país¹. Entretanto, por se tratar de uma doença silenciosa detectada por meio de exames laboratoriais, boa parte dos casos não são diagnosticados, portanto o tratamento necessário para o controle do colesterol "ruim" (LDL) não é realizado como deveria. Uma das opções mais comuns para o controle do LDL são os remédios à base de estatinas, principal classe farmacológica disponível para cuidado da dislipidemia. Entretanto, um efeito conhecido como intolerância às estatinas (IA) afeta cerca de 5% das pessoas que iniciam a medicação² e pode apresentar riscos ao quadro clínico do paciente.

Sensação de fraqueza, dores e câimbras nas extremidades do corpo são as principais queixas registradas pelos médicos que tratam pessoas com a condição³. "A IA, ou sensibilidade às estatinas, se manifesta como dor ou desconforto muscular frequentes de intensidade variável, podendo haver lesões como inflamação ou alteração estrutural e funcional das células musculares", explica Dr. Jairo Lins Borges, professor da disciplina de Cardiologia da UNIFESP. "A medicina ainda não sabe ao certo o que gera a intolerância às estatinas, mas quando o paciente apresenta esses sintomas diante do uso de pelo menos duas estatinas diferentes, podemos considerar o diagnóstico de IA".

Uma vez constatada a intolerância às estatinas, o médico responsável pelo caso deve tentar outra abordagem de tratamento. A ciência sugere que esses pacientes que apresentam sensibilidade a uma estatina mais antiga podem se adaptar melhor à algumas estatinas mais modernas. Contudo, no período de isolamento social, essa troca de medicação pode ser dificultada pelo receio de sair de casa e se contaminar com o novo coronavírus. Nessa situação, existe o perigo de o paciente interromper o tratamento por conta própria, de forma inadequada e sem supervisão médica, correndo o risco de só perceber as consequências com a ocorrência de um evento cardiovascular grave, como o infarto do miocárdio ou AVC.

Portanto, é de extrema importância que o tratamento de doenças crônicas não transmissíveis, como a dislipidemia (colesterol alto), seja mantido e orientado pelo médico, principalmente em um momento de isolamento social. "Como médico, entendo que é nosso papel conscientizar o paciente sobre os riscos das doenças cardiovasculares e explicar os cuidados com possíveis reações adversas do tratamento. Devemos estar disponíveis para o diálogo e incentivar a troca de informações cada vez mais", finaliza Dr. Jairo Borges.

 

 

Libbs Farmacêutica

 

 

Referências Bibliográficas:

1. Martinez TLR, et al. Campanha Nacional de alerta sobre o colesterol elevado. Determinação do nível de colesterol de 81.262 brasileiros. Arq Bras Cardiol. 2003; 80 (6): 631-4
2. Toth PP, Patti AM, Giglio RV, Nikolic D, Castellino G, Rizzo M, Banach M. Management of Statin Intolerance in 2018: Still More Questions Than Answers. Am J Cardiovasc Drugs. 2018; 18(3): 157-173.
3. Di Stasi SL, MacLeod TD, Winters JD, Binder-Macleod SA. Effects of statins on skeletal muscle: a perspective for physical therapists. Phys Ther. 2010;90:1530-42.


Diabetes e covid19: endócrinos lembram os cuidados na hora de aplicar a insulina

O controle adequado do diabetes é essencial para evitar a gravidade da covid-19

 

Pacientes, seus familiares e cuidadores precisam estar em alerta na hora de aplicar insulina e manusear os insumos, conforme alertam os especialistas da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).

Entre os cuidados principais, estão:

- Usar a máscara ao sair de casa;

- Higienização das mãos: a lavagem das mãos é essencial no manuseio dos insumos para controle do diabetes;

- Carregue sempre o álcool gel na bolsa ao sair de casa;

- Higienize muito bem com álcool 70% (em gel ou líquido) o medidor da glicemia (glicosímetro). Ao medir a glicemia fora de casa, sempre há contato com alguma superfície não higienizada, portanto, redobre os cuidados;

- Após fazer o teste da glicemia, higienize novamente o glicosímetro;

- Seringas, canetas, frascos e bombas de insulina devem ser sempre higienizados com álcool 70% antes e depois do manuseio;

- Mantenha seu controle glicêmico em dia, isso é essencial;

- Nunca abandone o tratamento!

- Não deixe de sair de casa para buscar os insumos: peça para alguém ir no seu lugar ou, caso não seja possível, redobre os cuidados ao sair da rua;

O controle adequado do diabetes nesse momento é essencial para que, em caso de contaminação pelo novo coronavírus, os riscos de gravidade sejam minimizados.

 



SBEM-SP - Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo

 

Quando se trata de saúde imunológica, o que comemos é muito importante

  


O sistema imunológico trabalha continuamente para nos proteger dos patógenos nocivos, como bactérias e vírus. As células imunológicas compõem um dos sistemas mais sofisticados e coordenados do corpo, essencial para a sobrevivência humana.

Com o recente surto do novo corona vírus, tem sido muito comentado a importância de manter uma boa imunidade. Como resultado, muitas informações estão sendo compartilhadas sobre o efeito de alguns alimentos para suporte a imunidade.

Para a nutricionista Adriana Stavro "O que sabemos é que uma alimentação variada, equilibrada, com foco em frutas, verduras, vegetais, carboidratos integrais, proteínas magras, pode fornecer muitas vitaminas e minerais que desempenham papel essencial no apoio ao sistema imune. E não vamos esquecer da importância de manter peso saudável, praticar exercícios físicos regularmente, não fumar, consumir quantidades moderadas de álcool, reduzir o estresse e manter sono adequado."

Ao mesmo tempo, pesquisas mostram que durante o isolamento, aumentou o consumo de bebida alcóolica e de alimentos ricos em calorias e pobres em nutrientes, além da piora da qualidade do sono. Portanto, se a dieta é deficiente em nutrientes essenciais, melhorar a qualidade da alimentação é fundamental além de diminuir consumo de álcool e dormir adequadamente.

Aqui está uma lista de alimentos ricos em nutrientes conhecidos por serem benéficos no apoio à imunidade.


Segundo a nutricionista, vale lembrar que o sistema imunológico é complexo e incorpora muitos órgãos e funções, e é influenciado não por um alimento ou um nutriente específico, e sim por uma variedade de vitaminas e minerais, combinada com fatores de estilo de vida saudáveis, como sono, exercícios físicos e baixos níveis de estresse. 



FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES DA ESTAÇÃO

Agosto 


Frutas: caju, carambola, kiwi, laranja-pera, lima, mexerica, morango e tangerina.

Hortaliças/verduras: agrião, alho-poró, brócolis, chicória, coentro, couve, couve-flor, erva-doce, escarola, espinafre, mostarda e rúcula.

Legumes: Abóbora, abobrinha, cará, cenoura, ervilha, fava, inhame, mandioca, mandioquinha, nabo, pimentão e rabanete.

 



Adriana Stavro - Nutricionista Funcional e Fitoterapeuta
Especialista em Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) pelo Hospital Israelita Albert Einstein - Mestranda do Nascimento a Adolescência pelo Centro Universitário São Camilo.


Pacientes com epilepsia têm acesso a novo medicamento gratuito no SUS

Após diagnosticados por um especialista, pacientes podem ser tratados com fármaco que já foi adquirido pelo Ministério da Saúde e tem a distribuição realizada pelas secretarias estaduais e municipais de saúde


A epilepsia é uma enfermidade neurológica que afeta mais de 60 milhões de pessoas ao redor do mundo, sendo 3 milhões apenas no Brasil. Seu diagnóstico é complexo, o tratamento pode envolver múltiplos medicamentos e nem sempre o controle ou remissão das crises é possível de ser alcançado. Por isso, o acesso a medicamentos com mecanismos de ação variados e possivelmente complementares auxilia pacientes em buscar o controle da doença e uma melhor qualidade de vida.

O medicamento Levetiracetam, indicado para o tratamento de diversos tipos de crises epilépticas por seu amplo espectro de ação, foi incorporado no SUS (Sistema Único de Saúde) em 2017 para tratamento de pacientes que necessitam associar mais de um medicamento ao tratamento da Epilepsia.

Estima-se que 75% da população brasileira dependa exclusivamente do SUS para o acesso à saúde envolvendo consultas médicas, diagnósticos, tratamentos, cirurgias e medicamentos. A inclusão do Levetiracetam no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para o tratamento da epilepsia, trouxe uma opção importante para aumentar as chances de controle das crises epilépticas.

Desde maio desse ano, pacientes diagnosticados com Epilepsia, elegíveis pelo neurologista e que se enquadram nos critérios definidos pelo PCDT ao tratamento com Levetiracetam, podem acessar a medicação através das farmácias de medicamentos especiais do Sistema Único de Saúde, seguindo o processo de solicitação de medicamentos previsto e orientado pela Secretaria de Saúde de seu estado. Apesar da incorporação ser Federal (o ministério da saúde é o responsável pela aquisição e distribuição desse medicamento aos Estados), o processo de solicitação pode sofrer algumas adequações de secretaria a secretaria de saúde estadual. O processo padrão requer o preenchimento do Formulário de Requerimento de Medicamentos Especiais (LME), anexando documentos e laudos do paciente e informações de seu neurologista.

A incorporação do Levetiracetam é um marco importante no tratamento dos pacientes com Epilepsia. Essa medicação possui um mecanismo de ação exclusivo no SUS que possibilita seu uso em associação às medicações mais comumente utilizadas pelos pacientes do SUS. Cerca de 70% dos casos de epilepsia são satisfatoriamente controlados com a escolha correta e uso adequado de fármacos antiepilépticos.


Indicações do Levetiracetam

O uso de levetiracetam no SUS está aprovado nas seguintes indicações:

Pacientes com epilepsia focal (crises simples ou complexas) e epilepsia primariamente generalizada em adultos e crianças com mais de 6 anos (12 anos para crises tônico-clônico generalizadas) como terapia adjuvante em casos refratários à monoterapia com antiepiléptico de primeira linha;

Crises mioclônicas em pacientes com EMJ, como terapia adjuvante em casos refratários;

Tratamento de crises epilépticas em pacientes com microcefalia causada pelo vírus Zika, como terapia adjuvante, no caso de falha terapêutica de outros antiepilépticos preconizados neste protocolo.

Importante lembrar que as indicações de levetiracetam para uso no SUS não refletem em sua totalidade as indicações aprovadas em bula. Para saber as indicações de bula, consulte o site da ANVISA http://portal.anvisa.gov.br/ .


A doença³

A epilepsia é uma doença caracterizada por uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro que leva a ocorrência de crises epilépticas espontâneas, ou seja, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos. Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que tanto podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se pelas outras regiões. Se ficarem restritos, a crise será chamada focal; se envolverem os dois hemisférios cerebrais, generalizada. Por isso, algumas pessoas podem ter sintomas mais ou menos evidentes de epilepsia, não significando que o problema tenha menos importância se a crise for menos aparente. No entanto esta diferença é importante na escolha do tratamento pois alguns medicamentos são mais efetivos para crises focais, outros para as generalizadas existindo ainda os de amplo espectro, que agem em todos os tipos de crises epilépticas.

 


UCB Biopharma

 

 

Referências:

1. Ministério da Saúde, Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2046-epilepsia. Acesso em: 28/06/2020.

2. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Epilepsia. Consultado em 08/07/2020. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Consultas/Relatorios/2019/Relatorio_PCDT_Epilepsia_CP13_2019.pdf

3. Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) e adaptação UCB. Consultado em 08/07/2020. Disponível em: http://epilepsia.org.br/o-que-e-epilepsia/

 

Sociedade Bras. Diabetes lança manual para cuidados do pé diabético, durante a pandemia

Ciente da necessidade adaptação de rotinas, neste período de pandemia, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) lança o manual Cuidados com os pés em pessoas com diabetes, em tempos de Covid-19. Com linguagem simples e acessível, o documento apresenta uma compilação das principais recomendações para a prevenção de feridas, infecções e outras complicações. Estima-se que cerca de 20% da população com diabetes desenvolvem algum problema nos pés, no decorrer da vida. Atualmente, cerca de 16 milhões de brasileiros convivem com a doença.

 

O manual divide-se em seis capítulos que se debruçam sobre avaliação doméstica dos pés, autoexame, cuidados com calçados, como lidar com feridas e curativos, e como agir em caso de infecções. A construção foi realizada por equipe interdisciplinar, composta por profissionais que atuam, diretamente, na atenção dos pés da pessoa com diabetes. “Esses cuidados estão descritos na literatura. Nesse projeto, nosso trabalho foi adequá-los à realidade de quem está em casa. Neste cenário de Covid-19, os pacientes com diabetes têm um risco agregado a esta doença e as medidas de precaução e isolamento físico/social são preconizadas”, comenta a endocrinologista Dra. Maria Cândida Parisi, coordenadora do Departamento de Doenças nos Pés e Neuropatias da SBD.

 

Pessoas com diabetes desenvolvem maior risco para os pés surge, predominantemente, em decorrência da neuropatia periférica. Essa complicação do diabetes gera diminuição da sensibilidade protetora. Como consequência, a pessoa fica mais suscetível a ferir-se sem perceber. Em muitos casos, o diabetes também impacta a circulação sanguínea, ocasionando maior dificuldade de cicatrização. “Nossa prioridade é evitar que a pessoa se machuque. Lembrando que, após a ocorrência de uma ferida, cujo risco de infecção é grande, a situação vai ficando cada vez mais complexa, onde muitas vezes evolui para necessidade de cirurgia e amputação”. 

O diabetes é a primeira causa de amputações não traumáticas em membros inferiores no mundo. Estima-se uma amputação a cada 20 segundos, em decorrência do diabetes.

 

O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Dr. Domingos Malerbi, destaca ainda que esses pequenos ferimentos e infecções podem iniciar-se muito facilmente, nas atividades cotidianas. “É muito comum as pessoas se machucarem ao andarem descalças, elas podem pisar em objetos pontiagudos. Ou mesmo, durante dias frios, quando utilizam aquecedores e bolsas de água quente para esquentar os pés. Esse manual foi desenvolvido orientar sobre os riscos que esse tipo situação cotidiana pode apresentar para pessoas que têm sensibilidade diminuída em decorrência do diabetes”, descreve ele.

 

Para acessar o manual Cuidados com os pés em pessoas com diabetes, em tempos de Covid-19 basta acessar o link https://www.diabetes.org.br/diabetes/sociedade-brasileira-de-diabetes-lanca-manual-para-cuidados-com-o-pe-diabetico-durante-a-pandemia/.


Anvisa aprova o registro da primeira terapia gênica no Brasil

 A chegada do tratamento para a Distrofia Hereditária da Retina (DHR) relacionada ao gene RPE65, marca uma nova era para a medicina no País, representando a possibilidade de novas alternativas terapêuticas para pessoas com doenças raras


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou hoje o registro da primeira terapia gênica de dose única no Brasil para pacientes com perda de visão decorrente da Distrofia Hereditária da Retina (DHR) causada pela presença de uma mutação em ambas as cópias do gene RPE65, que tenham ainda suficiente quantidade de células de retina viáveis. Este é um marco para a medicina nacional, já que representa a entrada da terapia gênica como um tratamento disponível no País.

Terapia gênica é uma modalidade inovadora[1], que poderá apoiar principalmente pacientes de doenças genéticas raras[2] que, anteriormente, não possuíam opções terapêuticas disponíveis; como os pacientes com DHR com mutação em ambas as cópias do gene RPE65 .

Essa técnica age fornecendo o gene saudável no paciente, visando à correção da mutação causadora de doença presentes no DNA do paciente, com a introdução do material genético em tecidos e em células com fins terapêuticos. Ela pode atuar simplesmente na adição de genes ativos (porções do DNA responsáveis pela síntese de proteínas para o bom funcionamento do organismo), ou na modificação ou supressão de genes defeituosos no código genético, visando à produção de proteínas funcionais[1, 2]. Para que a técnica seja possível, são utilizados vetores virais recombinantes (tornando o vírus completamente inofensivo e sem potencial patogênico) que permitem o transporte do gene terapêutico saudável para o interior das células e dos tecidos alvo[1-4].

"A terapia gênica representa uma nova era na medicina. Talvez a melhor oportunidade que a ciência pode oferecer para as doenças raras, fundamentada em mais de quatro décadas de pesquisas científicas, durante as quais o processo foi desenvolvido, testado e aperfeiçoado por especialistas", afirma o médico geneticista Roberto Giugliani, Professor Titular do Departamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e da Sociedade Brasileira de Genética Médica.

"Traçando um paralelo com grandes marcos da inventividade humana, podemos dizer que, com a terapia gênica, está se iniciando um novo capítulo na história da medicina. Hoje, de fato, o Brasil entra no século das terapias avançadas, inaugurando uma nova fronteira da medicina, da biologia e da genética", complementa.


Uma nova alternativa para o tratamento de doença rara da retina

No Brasil, as DHRs são a segunda causa de baixa visão em crianças até 15 anos de idade[5]. A perda de visão decorrente da mutação em ambas as cópias do gene RPE65 é uma doença genética hereditária que afeta a retina causando cegueira noturna e perda de sensibilidade à várias condições de luminosidade[6]. Pessoas nascidas com essa condição podem experimentar significativa perda de visão desde muito cedo, com a maioria dos pacientes diagnosticados com cegueira lega até os 18 de idade, progredindo para a cegueira total[6]. A cópia correta do gene RPE65 fornecida por meio da terapia gênica, permite ganho de visão funcional e dá mais autonomia a crianças e adultos que tenham quantidade suficiente de células de retina viáveis[7].

"Trabalho há muitos anos estudando as doenças da retina e os genes envolvidos em seu funcionamento. No processo de desenvolvimento dessa terapia gênica, passamos por uma etapa de identificação das mutações nos genes relacionados a essas doenças e chegamos à estratégia de inserir na célula da retina uma cópia correta do gene que está mutado", diz a Dra. Juliana Sallum, oftalmologista e geneticista, professora afiliada da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) - Universidade Federal de São Paulo. "Vários genes estão sendo pesquisados, mas o RPE65 é o primeiro a ter uma medicação aprovada para aplicação através de uma cirurgia. Certamente a forma mais adequada de tratar uma doença genética é corrigir o defeito genético e restabelecer a função, neste caso, a visão", define.

Com a aprovação do registro pela Anvisa, um dos próximos desafios é a conscientização quanto à importância do diagnóstico assertivo das DHRs. No início da doença, os pacientes podem sofrer de cegueira noturna (nictalopia) e perda da visão periférica[6, 8]. O bebê acometido tem dificuldade de fixação do olhar e apresenta movimentos repetitivos e involuntários dos olhos, chamado nistagmo[7,9]. Estes pacientes podem ser diagnosticados, por exemplo, com subtipos de amaurose congênita de Leber ou retinose pigmentar, sendo necessário um teste genético para confirmar que a perda de visão é causada por mutações no gene RPE65 [6, 8].

Para os pacientes, a chegada da tecnologia traz nova esperança no tratamento da doença. "Esse é um momento especial. É quase inacreditável que estejamos falando da chegada dessa terapia tão esperada, devido à complexidade dessa doença rara. Aguardamos há décadas por isso", salienta Maria Júlia Araújo, presidente da Retina Brasil, ONG destinada a apoiar e informar pessoas com doenças da retina e seus familiares.

 



Bruno Nogueira - Senior Associate, Client Experience

 


Referências:

• High KA, et al. N Engl J Med. 2019 Aug 1;381(5):455-464.

• Goswami R, et al. Front Oncol. 2019; 9: 297.

• Hudry E, et al. Neuron. 2019 Mar 6;101(5):839-862

• Naso MF, et al. BioDrugs. 2017; 31(4): 317-334.

• Haddad MA, J Pediatr Ophthalmol Strabismus. 2007;44:232-40.

• Chung DC, et al. Am J Ophthalmol. 2019 Mar;199:58-70.

• Maguire AM, et al. Ophthalmology. 2019;126(9):1273-1285.

• Chao DL, et al. 2019 Nov 14. GeneReviews® [Internet]. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK549574/

 

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