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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Piramboia, Estivação e Gestão Empresarial: existe uma relação entre tudo isso?

Sempre gostei muito de entender os animais. Quando criança - e até a adolescência - lia muito a revista Super Interessante. Tive a grande sorte e o privilégio do meu irmão mais velho, Wilson Kazuo, assinar o título desde a primeira edição. Eu fico fascinado pela quantidade de espécies diferentes e como elas enfrentam as adversidades para sobreviver. 

Nesse tempo de isolamento e de grandes desafios, especialmente para quem é dono de empresa, lembrei-me de um peixe chamado piramboia. Trata-se de um tipo de mistura de peixe e réptil. Não é um animal bonito de se ver, mas apresenta uma vantagem impressionante: ele consegue respirar dentro e fora d´água. Isso acontece, graças ao sistema respiratório que combina brânquias e pulmões. 

Essa vantagem permite à piramboia sobreviver na seca. Isso mesmo! Quando as águas do rio secam, o fundo dele fica evidente e tudo o que resta é lama, a piramboia entra em estado de dormência. É a chamada estivação, algo muito parecido com a hibernação dos ursos, que ocorre no inverno. Na estivação, o organismo entra em um modo de sobrevivência, consumindo o mínimo possível de energia, apenas o suficiente para manter os sinais vitais garantidos até a próxima chuva, que encha os rios. Mas como a piramboia sabe quando vai acontecer a nova fase de cheias nos rios? Pois é, ela não sabe e não precisa saber. Ela permanece em estivação por meses. Consegue ficar assim até quatro anos, se for necessário. 

Assim, quando cai a chuva, ela espera. Se o volume permanece constante, a piramboia sai do estado de estivação e segue para os rios. Além de tudo, esse animal mantém uma reserva de energia para se arrastar até o rio mais próximo. 

Vejo que o exemplo da piramboia pode ajudar muito algumas empresas de áreas como eventos, entretenimento, alimentação fora do lar, turismo e até de outros setores. Vi muitas empresas destes segmentos se movimentarem para criar serviços on-line, investindo em capacitação e estrutura para o home office. Vi executivos e empresários debruçando em problemas e pensamentos, imaginando como criar uma fonte alternativa de receita e, infelizmente, acabarem perdendo mais dinheiro ainda. Consequentemente, diminuíram ainda mais o caixa, que já sofria nestes últimos três meses. 

A estratégia da piramboia vale para essas empresas e empresários. Será que não é melhor ficar quietinho, sem se movimentar, sem gastar energia, mantendo o estado de estivação até que o ambiente melhore? Há quem diga que devemos fazer algo para mudar sempre. Mas, se os fatores externos inviabilizam a sobrevivência de qualquer ser, então, ficar parado talvez seja a melhor ação a ser executada naquele momento. 

Quando a tempestade passar, os indicadores começarem a favorecer a economia e o mercado der sinal de vida, essas empresas podem começar a acordar e retomar suas atividades aos poucos. A parte boa é que essa estratégia pode ajudar a armazenar o pouco de energia que sobrou (nesse caso, grana mesmo) para a retomada dos negócios. Se não houver como sobreviver lá fora agora, pense nisso!

 



Haroldo Matsumoto - especialista em gestão de negócios e sócio-diretor da Prosphera Educação Corporativa, consultoria multidisciplinar com atuação entre empresas de diversos portes e setores da economia.


Home office não afeta produtividade no setor de contact center

 

Estigmas em torno da modalidade já diminuíram desde que o trabalho remoto virou uma necessidade para diminuir as aglomerações e preservar a saúde dos colaboradores

 

Deu limonada. A pandemia da Covid-19 colocou o mundo inteiro em estado de alerta já no início de 2020 e mudou, sobretudo, as relações no mercado de trabalho. E o home office, que era uma tendência, virou realidade em tempo recorde. Há quatro meses, muitas empresas experimentaram o gosto azedo de esvaziar suas estruturas e adaptá-las para cumprir a medida de isolamento social. Foi a necessidade do isolamento que deu origem a uma nova receita.  Aprovada, já faz parte dos hábitos dos brasileiros, que não fazem mais careta para o trabalho remoto. 

Muitas corporações – de pequeno, médio e grande porte – perceberam que o home office é uma vitamina para manter a motivação dos colaboradores em dia. Para muitas famílias que não têm com quem deixar os filhos para sair trabalhar, num momento em que as escolas estão fechadas, o trabalho remoto é um alento. Além disso, muitos trabalhadores ganharam qualidade de vida e podem aproveitar melhor o tempo que gastavam com deslocamento. Eles também encaram a permanência em casa como uma forma de cuidar da sua saúde e resguardar os familiares. “A flexibilidade do horário e a segurança são fatores valorizados pelos colaboradores. E toda essa satisfação reflete na produtividade”, avalia Beatriz, Bertolin, gerente de contas da dbm contact center, empresa paranaense que atua no segmento de soluções para centrais de relacionamentos. 

Num prazo de 72 horas, várias áreas da dbm se mobilizaram e fizeram uma força tarefa para realocar 95% da equipe para o trabalho remoto. “Tentamos levar 100%, mas não foi possível devido às condições de estrutura nas residências. Em decorrência disso, tivemos que emprestar equipamentos para alocar 100% do time em home office”, conta Beatriz. 

Na visão dela, o saldo desses mais de 130 dias operando com grande parte da equipe operando em casa é positivo. Remando contra a maré da crise, a operação que ela comanda, de representação de uma indústria de cosmético, viu a demanda crescer. “Nosso trabalho aumentou e estamos dando conta do recado. Nossa operação não foi interrompida em nenhum momento. E em razão do aumento do desemprego, a procura pela marca que representamos cresceu. As pessoas viram no setor de venda de cosméticos uma forma de se reinventar, não ficar sem renda e investir numa nova profissão como autônomo”, explica Beatriz. 

Apenas 14% da equipe comandada pela gerente não se adaptou ao home office e voltou a trabalhar in loco, por opção, com todos os cuidados recomendados pelos órgãos de saúde. Para Beatriz, a virada para o trabalho remoto deu certo graças à transparência e ao respeito aos funcionários, que está no DNA da dbm contact center. “Nós, que estamos na linha de frente, contamos com a confiança da empresa e da indústria que é nossa cliente. As duas organizações nos apoiaram e conseguimos manter todos nossos resultados e bater as metas previstas inicialmente. Nesse quesito, não sofremos nenhum impacto em virtude da pandemia”, analisa a gerente. 

Com a produtividade em alta, a dbm já pensa na possibilidade de adotar o home office permanentemente, como uma forma de oferecer mais conforto para os trabalhadores. “Eles experimentaram um salto na qualidade de vida. Podem dormir até mais tarde, além de ter tempo para curtir a família logo após o encerramento do expediente, sem precisar usar o transporte público para fazer o traslado de casa para o trabalho. Desde sua fundação, a dbm sempre valorizou os funcionários e mantê-los trabalhando remotamente é uma forma de retribuir o esforço deles e reverenciá-los”, diz Beatriz. 

O principal desafio do home office é a falta do olho no olho, do contato corpo a corpo com a equipe. Para driblar essa dificuldade, a tecnologia é uma grande aliada. “Aumentamos nossos encontros online e o volume das reuniões. Essa é forma de mantermos nossa liderança e, consequentemente, nossos colaboradores engajados e motivados. Essa conexão é muito importante para que eles não percam o sentimento de pertencimento, do valor do trabalho em equipe. Tudo deu certo até aqui porque contei com o apoio e comprometimento de todo o meu time. Isso é muito gratificante como gestora”, ressalta Beatriz. 

A gerente faz uma última previsão sobre as mudanças do mercado de trabalho, pós-pandemia. “Temos certeza de uma coisa: nada será como antes. Os escritórios devem diminuir, assim como os custos operacionais das empresas. E as residências também não serão como antes. As casas vão abrigar um cantinho que vai se transformar em posto de trabalho. Com o avanço das formas de comunicação e com o teste forçado dessa metodologia, o estigma em relação ao trabalho remoto diminuiu. Hoje temos a certeza de que é possível manter a produtividade no trabalho home office”, finaliza Beatriz.

 

Turismo na Pandemia

 Resultado de pesquisa do Procon-SP revela que apenas 17,60% dos consumidores entrevistados conseguiram acordo com o fornecedor


Enquete sobre "Turismo na Pandemia" realizada pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor da Fundação Procon-SP, constatou que apenas 17,60% (145) de um total de 824 pessoas que responderam ter contratado algum serviço que envolva o setor de turismo e, que em função da pandemia da Covid-19, teve que ser cancelado ou adiado, de alguma forma conseguiram fechar um acordo junto ao fornecedor sem ter que recorrer ao Procon-SP.

Os demais, 45,75% (377) ainda está negociando e 36,65% (302) não fizeram acordo.

Realizada entre os dias 14 e 31 de julho e disponibilizada no site do Procon-SP, a enquete teve como objetivo verificar como estão ocorrendo os acordos entre consumidores e fornecedores no setor de turismo diante dos problemas decorrentes da pandemia da Covid-19.


Responderam à pesquisa 2145 consumidores, dos quais 38,41% (824) afirmaram ter contratado algum serviço que envolva o setor de turismo (passagens áreas, estadia em hotéis / pousadas, pacotes turísticos, entre outros) e precisou cancelar ou adiar em função da Covid-19.


Consumidores que conseguiram acordo 17,60% (145)


A pesquisa constatou que dos que firmaram acordo, 46,90% cancelaram o contrato com devolução integral ou parcial dos valores pagos. Os demais consumidores (53,10%) fizeram acordo sem rescindir o contrato, por meio de remarcação com ou sem pagamento de taxas, disponibilização do crédito para usufruir em outra data ou em outros serviços da empresa.

Do primeiro grupo somente 22,07% tiveram a devolução integral e imediata dos valores pagos, o que pela MP, não seria obrigatório. Outros 13,79% também obtiveram um acordo para a devolução integral dos valores pagos, mas terão que aguardar o fim da pandemia. Destaque para 8,78% que afirmaram que obtiveram a devolução imediata, mas parcial, o que indica a cobrança de alguma taxa ou multa de rescisão, o mesmo ocorrendo para 2,76% que além de ter a devolução parcial, somente ocorrerá após a pandemia.

No segundo grupo, as remarcações ocorreram dentro do previsto na Medida Provisória 948, porém, vale ressaltar que quando questionados sobre sua satisfação com o acordo obtido, 9,66% dos consumidores o consideraram injusto porque tiveram que pagar um adicional para usufruir do mesmo serviço em outra data.

Ainda sobre a satisfação dos consumidores com os acordos, 50,34% consideraram os acordos justos, seja porque não tiveram que pagar por serviços que não utilizaram, seja por entenderem que os prejuízos foram divididos entre as partes.

Um grande percentual, porém, 40,00%, consideraram injustos porque fizeram um acordo, mas queriam mesmo era a devolução do que foi pago.


Consumidores que não conseguiram acordo


Sobre os motivos do acordo não ter sido realizado, 27,15% (82) dos consumidores responderam não ter conseguido contato com a empresa; 38,74% (117) alegaram que o fornecedor não quis fazer acordo e, 34,11% (103) não concordaram com o que foi proposto pelo fornecedor.

Dos consumidores que não conseguiram um acordo, a maioria buscou uma solução junto a um órgão de defesa do consumidor. Um grande percentual de consumidores (40,40%), porém, afirmaram que não tomaram qualquer atitude, abrindo mão de seus direitos.


MP 948 de 8/4/2020

Editada em razão dos cancelamentos de serviços de reservas de eventos dos setores de turismo e cultura, dispõe sobre que os prestadores de serviço não são obrigados a reembolsar os valores pagos pelo consumidor, desde que assegurem a remarcação dos serviços, sem custo adicional, taxa ou multa ou, alternativamente, a disponibilização de crédito para uso ou abatimento na compra de outros serviços, reservas e eventos disponíveis na empresa, ou ainda e finalmente, outro acordo a ser formalizado com o consumidor.

Somente se não houver acordo algum, dispõe a MP que o fornecedor deverá restituir os valores recebidos, atualizados monetariamente pelo IPCA-E, no prazo de 12 meses, contado da data de encerramento do estado de calamidade Pública.

 


Procon-SP


Sustentabilidade e governança como estratégia de negócios é tendência irreversível

Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP reúne empresas e especialistas para discutir a importância das iniciativas ESG no Brasil

 


A FecomercioSP, por meio de seu Conselho de Sustentabilidade, recebeu, na última sexta-feira (7), o presidente do Conselho da Endeavor e membro do Conselho da UN Foundation, Fábio Barbosa – também ex-presidente da Natura e do Banco Real –, para reunião com associados, convidados e empresários sobre iniciativas de responsabilidade ESG, sigla em inglês para Environmental, Social and Governance (ou ASG na tradução para o português).
 
O evento, promovido de forma online pelo conselho presidido por José Goldemberg, reuniu mais de 10 empresas, incluindo grandes varejistas como Via Varejo, Magazine Luiza, GPA e Grupo Big, evidenciando a sustentabilidade no centro do debate empresarial. Os conselheiros e convidados puderam avaliar a grande mobilização mundial em torno das iniciativas ESG, em um contexto no qual a imagem ambiental do País está prejudicada no exterior.
 
Fábio Barbosa defendeu que, mesmo que estejamos em um momento de pandemia, em que a iniciativa privada luta para sobreviver, só podemos adiar a agenda sustentável, mas não evitá-la. “No mundo inteiro, os padrões ESG para os negócios estão muito mais altos. No Brasil, as coisas estão mais atrasadas, mas não há como reverter o processo. A evolução da discussão não será uma linha reta por aqui, mas ascendente, certamente”, completou o especialista.
 
Barbosa ainda explicou que há duas forças que exigem que empresas iniciem providências nesse sentido. A primeira seria a do consumidor, que tem o poder e a decisão de só comprar de marcas com as quais se identifique e estejam de acordo com a sua mentalidade. Além disso, esse consumidor tem voz cada vez mais ativa no que deve ser produzido, cobrando cada vez mais transparência e posicionamento dos players.
 
Outra força que empurra as empresas para a sustentabilidade e a austeridade são os investidores. Segundo Barbosa, o investidor tem o poder de direcionar os recursos que estão na sociedade de recusar investimentos nas empresas que não cumprem requisitos mínimos de boa governança e responsabilidades ambiental e social. Afirma, inclusive, que existiriam fundos prontos para serem investidos no Brasil, mas ações foram prorrogadas pelo atraso do País nesses requisitos.
 
Concluindo o debate, Fábio Barbosa defendeu que ESG não deve ser somente uma estratégia de negócios, mas tem que permear toda a produção, a comunicação, o produto, a venda e todas as relações. “Em uma economia interconectada, esses temas são inevitáveis.”
 
O encontro foi início do debate entre as empresas do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, que dará continuidade à atuação em conjunto com o Poder Público e demais entidades, desenhando caminhos para que iniciativas de ESG sejam cada vez mais reais no Brasil, contribuindo para a retomada econômica de forma sustentável.


Como conquistar o primeiro emprego?

Conquistar o primeiro emprego é um passo importante na vida de todo jovem. Junto às expectativas sobre a entrada no mercado de trabalho, há também uma mistura de insegurança e incerteza sobre qual o melhor caminho a seguir para conquistar a vaga tão sonhada.

Neste ano, especificamente, mais um fator de preocupação foi adicionado. A pandemia de Covid-19 vem provocando uma crise sem precedentes na história recente, resultando em altos índices de desemprego e fechamento de empresas. Porém, já é possível vislumbrar a retomada. Um estudo feito pelo CIEE (Centro de Integração Empresa Escola), referência no recrutamento de jovens e estudantes, mostrou que as contratações de estagiários e de aprendizes voltaram a crescer. Em junho, foram registradas 3,9 mil novas contratações no Estado de São Paulo. Em julho, o número chegou a mais de 5,8 mil.

Por isso, é importante não desanimar e estar preparado para as oportunidades do mercado de trabalho. As estratégias para conquistar o primeiro emprego precisam de alguma adaptação, mas o otimismo deve ser via de regra, independentemente da vaga.

O primeiro passo é criar um bom currículo. "Mesmo sem experiência?", você deve estar se perguntando. No caso de quem ainda vai ingressar no mercado de trabalho, mostrar sua formação acadêmica e extracurricular é uma ótima alternativa. Destaque aquilo que considerar relevante para a vaga. Mostrar que você fez alguns anos de curso de teatro, por exemplo, demonstra para o recrutador uma certa desenvoltura e habilidade de se comunicar com o público. Mas, lembre-se de manter o foco: antes de adicionar uma habilidade ou formação, pense em como aquilo pode contribuir para a vaga a que você está se candidatando.

É importante ter um objetivo de carreira e mencioná-lo no currículo. Cite a área em que você deseja trabalhar e o que espera aprender com ela, profissional e pessoalmente. Demonstre interesse e capacidade de atender às expectativas da empresa com a sua contratação. O recrutador deve entender que, mesmo sem experiência profissional, ele pode confiar nas suas habilidades e vontade de aprender. E vale sempre lembrar: atente-se à revisão do documento. Se precisar, peça a ajuda de um amigo ou familiar.

É chegada a hora da entrevista. Por causa da pandemia, boa parte das empresas está realizando processos seletivos à distância, de modo virtual. Portanto, é imprescindível garantir um bom acesso à internet, para que você possa conversar com os recrutadores sem correr o risco de a conexão falhar. Se, ao ter retorno sobre a vaga, perceber que não conhece aquela ferramenta que será utilizada (Zoom Meeting, Skype, Google Meet, entre outras), teste antes com um amigo e certifique-se de que você está familiarizado com o funcionamento dela.

Pode ser sua primeira vez ou não, mas é certo que o nervosismo pode surgir nesse momento. Procure se manter centrado, tenha sempre seus objetivos em mente, e fale com segurança – afinal, você merece essa vaga! Destaque suas qualificações pessoais e profissionais, como sua resiliência, organização e capacidade de mediar conflitos.  Em perguntas como “como você vê o trabalho em equipe?” Mesmo sem ter essa experiência, você pode relacioná-la com o seu comportamento nos trabalhos em grupo da escola e trazer isso para o ambiente profissional. Tudo isso ajudará o recrutador a imaginar seu perfil no trabalho, transmitindo confiança. Por fim, lembre-se de agradecer. Sempre. Isso deixará uma boa impressão e manterá as portas abertas.

Tenha sempre em mente que o cenário pode não ser ideal como você imaginava. Planos pessoais e profissionais de todos foram afetados pela pandemia, mas é preciso encontrar recursos internos e externos para pensar em um plano B – talvez até num plano C, D, E... Essa maneira de encarar a vida com certeza dirá muito sobre você ao se candidatar para uma vaga. O momento pede otimismo, garra e muita dedicação, para que possamos, juntos, vencer a crise.




Andressa Santos - psicóloga, especialista em recrutamento e aconselhamento profissional e coordenadora do Bolsa de Empregos do Sinthoresp.

 

Trabalhou Tem Direito

 www.trabalhoutemdireito.com.br


Qual será o futuro do TikTok?

Os dias parecem estar contados para o TikTok nos Estados Unidos. Caso o aplicativo não seja comprado por uma empresa estadunidense, como a Microsoft, que já negocia a aquisição, poderá ser banido do país no próximo mês, como determinou o presidente Donald Trump. Em comunicado, o TikTok disse que a decisão foi emitida "sem o devido processo legal".

O conflito velado entre Estados Unidos e China pela hegemonia mundial já dura décadas. Parte dos bastidores da chamada Cyberwar foi desnudada pelo analista de sistemas e ex-agente da CIA Edward Snowden e o fundador do WikiLeaks Julian Assenge. Certamente, o conflito envolvendo o TIkTok é mais um desdobramento dessa guerra virtual envolvendo os dois países.

A recente decisão de Trump envolvendo o aplicativo, que já soma mais de 800 milhões de usuários ativos mensais, foi vista por muitos como uma medida autoritária. É um tema delicado porque envolve uma alegação de ameaça à Segurança Nacional, na visão do governo estadunidense. Autoridades defendem que cidadãos americanos estão sendo monitorados e tendo dados coletados pela ByteDance, startup chinesa detentora do aplicativo. Porém, é preciso lembrar que Facebook, Google, Amazon, entre outras empresas americanas, também têm acesso a dados de usuários em todo o mundo e jamais houve por parte de autoridades estrangeiras a atitude de banimento ora cogitada.

Há de se pontuar, também, o recente revés sofrido por Trump a partir de um movimento organizado pelo TikTok. Usuários do país teriam feito um ato contra o presidente ao se inscreverem para um comício em Tulsa, Oklahoma, e não comparecerem. As imagens do evento praticamente vazio repercutiram no mundo todo, para o constrangimento do líder americano.

Do ponto de vista da liberdade dos cidadãos americanos, o banimento do TikTok representa, no mínimo, um contrassenso – afinal, os Estados Unidos são ou não são a terra dos livres (ou “the land of the free”), como bradam em seu hino nacional?

Como o aplicativo é utilizado por jovens, pode haver inclusive uma reação contrária e a rede social ganhar até mais usuários, a exemplo da mobilização que resultou no esvaziamento de um comício. Caso haja ordem judicial determinando a paralização do serviço, provavelmente haverá uma batalha judicial, e, eventualmente, pode ocorrer uma derrota do presidente Trump. A situação é complexa porque Segurança Nacional e liberdade são temas que mobilizam a opinião pública, dois valores basilares para a Democracia Americana.

Outro ponto importante é que, como os Estados Unidos desempenham um papel importante na economia global, certamente poderão influenciar outras nações a tomar a mesma decisão de banir, ou, como contrapartida, incentivar retaliações a empresas americanas em outras partes do mundo, especialmente na Europa, onde o Facebook é frequentemente demandado nas cortes da União Europeia por questões de violação de privacidade, por exemplo. No Brasil, entretanto, acredito que dificilmente poderá haver consequências para os usuários.

Tecnicamente, é possível eliminar o acesso ao aplicativo de todo o território americano, ao obrigar serviços e provedores locais a bloqueá-lo. Isso exigiria uma força-tarefa muito bem estruturada e operando full-time. Portanto, as chances de o banimento dar certo são pequenas.

Governos de todo o mundo vão a reboque da tecnologia. Há tempos, todos os Estados enquanto instituições no mundo vivem em crise por não conseguirem, salvo exceções, garantir o bem-estar social à maioria dos cidadãos. Em razão disso, posturas e visões assíncronas com a realidade dos fatos serão inócuas, especialmente quando tomadas à guisa de atos voluntariosos e à revelia de debate e consenso com as forças e poderes políticos. Por conectar as pessoas de modo direto e democrático nas redes sociais, a tecnologia esvaziou o poder antes exercido por grupos específicos, sendo o poder político, talvez, o que mais precisa se adaptar a essa nova realidade, no que tange à construção de ideias e projetos com a população.

Sendo banido ou não, uma consequência é certa: o presidente Trump sairá desgastado do episódio. Em verdade, hoje, qualquer Estado do mundo possui limitado controle sobre a internet, a tecnologia. Se conseguir banir o aplicativo, a democracia americana sairá arranhada do episódio. Lembrando uma célebre frase da Dama De Ferro, Margaret Thatcher, “estar no poder é como ser uma dama: se você tiver que lembrar as pessoas que você é, você não é.” Reconhecer essa vulnerabilidade é essencial para saber as guerras que podem ser lutadas - e vencidas - e como se posicionar no jogo.

 



Dane Avanzi - empresário, advogado e Diretor do Grupo Avanzi.

https://grupoavanzi.com/

 

Bares pós-quarentena: apenas 24% das pessoas se sentem confiantes para frequentar bares e restaurantes (Intertek)

Bares e restaurantes precisam respeitar 10 itens básicos para garantirem maior proteção aos clientes


Dados do instituto de pesquisa Hibou, mostram que 58% só irão a restaurantes se não houver aglomeração

 

O retorno às atividades durante e pós-quarentena é uma movimentação global que depende de novas medidas de segurança. Em São Paulo, os bares e restaurantes foram liberados para abertura gradativa a partir de 6 de julho. Após um mês, esse tipo de estabelecimento ganhou flexibilização noturna.

Com base em pesquisa realizada no Reino Unido, que mostrou enorme insegurança e preocupação da população em voltar ao trabalho, viajar, frequentar restaurantes e hotéis, a Intertek lançou o Selo Protek - primeiro programa mundial de saúde, segurança e bem-estar para pessoas, locais de trabalho e espaços públicos.

Especificamente para setor de bares e restaurantes os protocolos são mais do que sanitização. Não adianta somente garantir a desinfecção do espaço físico se as pessoas não obedecerem normas rígidas.

O selo Protek abrange 10 procedimentos operacionais novos: Distanciamento social - mesas com 2m de distância uma da outra, higienização de parques infantis e controlar a ocupação - proibido piscina de bolinha, incentivar a higiene das mãos na entrada, incentivar a etiqueta respiratória, fazer uma avaliação de risco, uso correto de EPI, limpeza do sistema de ventilação, higiene e segurança alimentar, gestão dos fornecedores, gestão do retorno ao trabalho.

O setor de bares e restaurantes foi seriamente atingido pelo isolamento social. Para sua retomada, são necessárias diversas medidas. Em recente levantamento do instituto brasileiro de pesquisa Hibou, 58% dos brasileiros só irão a restaurantes sem aglomeração e 79,5% consideram condicional o uso de máscaras por toda a equipe de atendimento dos locais e serviços. "Kit higiene obrigatório e aglomeração são apenas alguns pontos de atenção. Podemos verificar muitos outros itens e certificar os estabelecimentos para que os clientes se sintam ainda mais confiantes", diz Hélio


Pesquisa Intertek no Reino Unido (abril/2020)

• 70% não gostaria de retornar ao trabalho, a menos que práticas de saúde e segurança autenticadas estejam em vigor.

• 91% dos entrevistados concordam que seu empregador deve tomar medidas extras para proteger os funcionários.

• No cenário das indústrias de consumo, apenas 24% dos entrevistados se sentem confiantes para visitar um bar ou restaurante

• Apenas 27% se sentem confiantes em visitar hotéis.


A força da energia solar em tempos de pandemia

OPINIÃO


Pandemias, guerras, crises e revoluções, embora tragam impactos desafiadores para a humanidade no curto e médio prazos, também funcionaram historicamente como catalisadores do desenvolvimento econômico e social de sociedades. Em tempos difíceis, como nestes momentos históricos e transformadores, a inovação e a evolução tecnológica ganham protagonismo e aceleram a superação dos desafios. Historiadores nos lembram que “germes, armas e aço” possuem papeis determinantes nos modelos de sociedade que vivemos atualmente.
 
Neste cenário global de crise sanitária, causada pelo novo coronavírus, alguns setores da economia já começam a mostrar a sua força e o seu potencial de desenvolvimento acelerado, de transformação. É o caso da energia solar fotovoltaica. No Brasil e no mundo, esta fonte limpa, renovável e competitiva tem sido elencada dentre as principais apostas de governantes, entidades e empresas para a retomada do crescimento econômico no pós-pandemia.
 
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o Brasil acaba de ultrapassar a marca histórica de 6 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em usinas de grande porte e pequenos e médios sistemas instalados em telhados, fachadas e terrenos. Desde 2012, a fonte já trouxe R$ 31 bilhões em novos investimentos privados ao País, tendo gerado mais de 180 mil empregos acumulados.
 
Somente nos primeiros seis meses de 2020, a solar fotovoltaica foi responsável pela geração aos brasileiros de mais de 41 mil empregos, mesmo com a queda da atividade econômica decorrente da pandemia da Covid-19.
 
De janeiro a junho deste ano, o setor adicionou 1381 megawatts (MW) em capacidade instalada, o que representa um crescimento de 30,6% frente ao histórico consolidado até o final de 2019. Nestes seis meses, foram atraídos novos investimentos privados ao Brasil de R$ 6,5 bilhões. Com isso, os empreendimentos fotovoltaicos já operacionais proporcionaram uma arrecadação agregada de  R$ 2,5 bilhões em tributos aos cofres públicos em 2020.
 
Nosso País possui um dos melhores recursos solares do planeta e, com isso, tem assumido uma posição cada vez mais destacada no desenvolvimento e uso da tecnologia fotovoltaica. Segundo apuração da ABSOLAR, com base em dados da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), o Brasil assumiu a 16ª posição no ranking mundial da fonte solar fotovoltaica. Com isso, ingressamos nos TOP 20 países com mais capacidade instalada da fonte em operação, somando as grandes usinas centralizadas e os pequenos sistemas distribuídos em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e no setor público.
 
Dados da ABSOLAR apontam que o Brasil avançou 5 posições do final de 2018 até o final de 2019, atingindo um total acumulado de 4.533 MW no período. Apenas em 2019, foram adicionados 2.120 megawatts (MW), impulsionados pelo avanço da geração distribuída, que instalou 1.470 MW, e seguidos de 650 MW de geração centralizada. Com isso, o Brasil fechou o ano de 2019 com R$ 24,1 bilhões em investimentos privados acumulados na fonte solar fotovoltaica, tendo gerado mais de 134 mil empregos acumulados desde 2012. Apenas no ano de 2019, o setor trouxe ao Brasil R$ 10,7 bilhões em novos investimentos e mais de 63 mil empregos.
 
O ranking mundial é liderado pela China, seguida do Japão, Estados Unidos e Alemanha, com destaque para o crescimento significativo da Índia no período. No caso brasileiro, em 2017, o País ocupava a 27° posição. Já em 2018, saltou para 21° e, no último exercício, subimos para o 16° lugar.
 
Apesar da positiva subida do Brasil no ranking, o País permanece aquém de seu potencial solar, quando comparado às demais fontes renováveis. Há muitos anos, estamos entre as dez principais nações nas fontes hídrica (2º lugar), biomassa (2º lugar) e eólica (8º lugar). Porém, na fonte solar ainda não atingimos sequer o TOP 10 no mundo. Temos totais condições de chegar lá e mudar este quadro: o avanço recente do mercado mostra que ainda há um oceano de oportunidades para quem quer trabalhar e empreender neste mercado no Brasil.
 
Em menos de 10 anos, a fonte solar fotovoltaica se tornou a renovável mais competitiva do País, um feito histórico no setor elétrico brasileiro. Com isso, passou a representar uma forte locomotiva para o desenvolvimento sustentável, com geração de emprego e renda, atração de investimentos, diversificação da matriz elétrica e benefícios sistêmicos para todos os consumidores.
 
O Brasil tem muito a ganhar com o crescimento da energia solar fotovoltaica e deve avançar cada vez mais, para se tornar uma liderança mundial no setor. Para enfrentarmos as múltiplas crises sanitária, econômica, social e ambiental que as sociedades do século XXI têm pela frente, a solar fotovoltaica será parte estratégica da solução.

 


Rodolfo Meyer, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk


E-commerce cresce 25% em julho e já é o 3º melhor mês da história do segmento no Brasil

Enquanto as lojas e shopping centers estão reabrindo gradativa e parcialmente no Brasil, o e-commerce não para de crescer e mudou para sempre o hábito de compras do consumidor. Prova disso é que, mesmo com a reabertura do varejo físico, o comércio eletrônico registrou mais um recorde e julho se consolidou como o terceiro melhor mês da história.

 
Os dados constam do Relatório Setores do E-commerce no Brasil, um estudo de 126 páginas da consultoria Conversion, especializada em marketing e comércio eletrônico, que traz uma análise dos 200 maiores sites de vendas virtuais (no total, 216 lojas) e 15 setores que compõem o cenário do comércio eletrônico no país.
 
Segundo o relatório, o e-commerce no Brasil alcançou, no último mês, a marca de 1,29 bilhões de acessos, ficando atrás apenas de maio deste ano (auge da pandemia e Dia das Mães) e de novembro de 2019, conhecido como o “natal do comércio eletrônico”, por conta da Black Friday.
 
O estudo da Conversion mostra que o turismo foi o setor que mais cresceu em julho, com aumento de 29,6% em relação ao mês anterior. No acumulado dos demais setores, o crescimento do comércio eletrônico foi no geral bastante tímido, cerca de 1% nos últimos 60 dias.  




Crescimento dos setores no comércio eletrônico (junho x julho)
 
Turismo: 29,60%
Esportes: 11,15%
Importados: 5,95%
Moda & Acessórios: 5,84%
Calçados: 4,51%
 

86% dos brasileiros realizaram compras durante a pandemia
 
Como suporte aos dados de audiência, a Conversion realizou uma pesquisa de opinião com 395 brasileiros a partir de 18 anos, no final de julho. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 4,9 p.p.
 
Segundo o levantamento, 86% dos brasileiros conectados à Internet realizaram compras durante a pandemia. Sendo que Roupas & Acessórios foi a categoria preferida de presentes.







Canais que mais influenciaram a decisão de compra
 
No estudo da Conversion, o Google foi o canal que mais influenciou o consumidor a decidir por qual produto comprar. Foi o que afirmaram 63% dos consumidores.
 
Em segundo e terceiro lugar estão Instagram e Facebook, com, respectivamente, 46,45% e 46,15% de respondentes. O TikTok, rede social que é um fenômeno, influenciou muito pouco (4,44%) as compras pela Internet, mesmo índice do Rádio.



Sobre o estudo
 
O relatório, que pretende ter frequência mensal, com o objetivo de trazer informações relevantes e grandes insights para profissionais que movimentam o PIB brasileiro por meio do e-commerce.
 
Enquanto há outros estudos que trazem uma visão geral e econômica, a Conversion entende que faltavam dados táticos e confiáveis para melhor tomada de decisão por gestores e especialistas de marketing e e-commerce.
 
Por esse motivo, foi criado este estudo com uma abordagem diferente de tudo o que há no mercado, utilizando dados de tráfego (audiência de site) e canais (Google, direto, redes sociais, etc.), a fim de trazer uma base comparativa para os profissionais de vendas.
 
O relatório está sendo lançado em sua versão beta e, enquanto isso, será gratuito; o objetivo é inspirar empresas no Brasil a crescerem e impactar positivamente a vida dos consumidores.
 



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Reforma Tributária

Apresentado no último dia 21 de julho como a primeira de uma série de etapas na reforma tributária desejada pelo Governo Federal, o PL 3887/2020, sob a justificativa – amplamente propagandeada – de diminuir a “elevada complexidade da legislação” tributária nacional, unifica o PIS e a COFINS, instituindo a chamada “Contribuição sobre Bens e Serviços”, uma “contribuição sobre o valor adicionado”. Segundo as justificativas que acompanham o PL, a CBS não visaria a aumentar a carga tributária do empresariado, mas sim criar uma “tributação homogênea” e que supere “a controversa tributação incidente sobre a receita total” dos regimes de PIS e COFINS cumulativos.

De modo geral, o novo tributo será exigível à alíquota – supostamente única – de 12% sobre a receita decorrente de faturamento empresarial, descontados créditos vinculados à atividade empresarial de venda de bens e de prestação de serviços e de eventuais outros tributos já pagos, desde que destacados em nota fiscal. De pronto já é verificado que as justificativas apresentadas, a nosso ver, não correspondem aos dispositivos da CBS.

Primeiro, porque há um evidente aumento da alíquota. Regra geral, a tributação pelo PIS/COFINS atual corresponde a alíquotas de 3,65% no regime cumulativo e 9,25% no regime não cumulativo. Evidente que a instituição de alíquota de 12%, causa sim um aumento na carga tributária que não é ilidida pelas supostas premissas de tributação homogênea e creditamento amplo que deram base ao cálculo da alíquota, especialmente no setor de serviços.

A título de exemplo, pode-se mencionar o setor da advocacia, que geralmente é tributado pela alíquota do regime cumulativo do PIS/COFINS (3,65%); ora, elevar a contribuição para 12% da receita é mais do que triplicar a alíquota, sem nenhuma contrapartida efetiva, afinal, os serviços prestados por sociedades de advogado não têm créditos relevantes para dedução. Ou seja, o que se verá é, na realidade, uma alíquota aumentada em 8,35 pontos percentuais, que continuará a ser calculada pela base de cálculo praticamente equivalente.

Confrontados por representantes do setor, os assessores do Ministério da Economia vêm se saindo com evasivas, dizendo-se que a CBS será benéfica por trazer a possibilidade de creditamento amplo, mas fingindo não ver que o maior custo desse tipo de serviço é a mão de obra, que simplesmente não é passível de creditamento no regime da CBS proposto pelo Governo.

Ademais, as alegações de que a majoração da alíquota não traria grandes problemas porque a maioria das empresas de serviços estão no Simples Nacional, além de deixarem ao desamparo uma enorme massa de entidades que não se encontram nessa situação, parecem decididas a fomentar um movimento similar ao da “pejotização”, em que as empresas ver-se-ão obrigadas a dividir-se em várias outras, menores, com vistas a atender os requisitos do Simples Nacional, mesmo que à custa de perda de competitividade

Isso sem levar em consideração que este aumento da carga tributária será evidentemente repassado ao tomador do serviço. Afirmar que hoje o preço do serviço é mais alto “porque está embutido um tributo invisível”, como fez a assessora especial do Ministro da Economia, Vanessa Rahal Canado, no webinar “IVA em países federativos: a experiência canadense”[1], é faltar com a verdade. Tanto prestadores como tomadores de serviços sairão perdendo – e muito – se aprovada a reforma nesses moldes

Também é curioso observar que, no mesmo passo que as justificativas apresentadas aludem a uma suposta defesa da homogeneidade de tributação, elencam diversos regimes diferenciados para tributação do CBS, como, por exemplo, (i) a alíquota especial de 5,8% para instituições financeiras e outras empresas afins, com manutenção no regime cumulativo, (ii) a incidência monofásica da CBS nos produtos relacionados a combustíveis e cigarros, e (iii) a isenção concedida à venda de equipamentos e prestação de serviços à Itaipu Binacional.

Não se questiona, aqui, especificamente, a necessidade ou não desses regimes diferenciados, embora não se possa deixar de notar que foram concedidos apenas a setores com forte atuação de lobistas. O que se questiona, aqui, é a própria existência de regimes diferenciados, quando os objetivos basilares da reforma eram justamente a simplificação e homogeneização do sistema tributário. Alegar que o regime cumulativo é “controverso” e deve ser extinto, e mantê-lo para as instituições financeiras, parece-nos de todo contraditório.

Finalmente, não se pode visar a uma melhora no sistema tributário de bens e serviços apenas no viés Federal. A Constituição, ao dividir a competência dos tributos, acabou por conceder a tributação da circulação de mercadorias aos Estados, e da prestação de serviços aos Municípios. Pretender a reforma do sistema sem abranger o ICMS e o ISS é realizar o trabalho pela metade, mantendo os problemas que a exposição de motivos se esforça para fundamentar como norteadores da nova legislação.

Não se trata aqui de crítica da intenção da lei. Não há uma única pessoa que vá preferir a atual complexidade do sistema tributário nacional. A exposição de motivos cita a extensão do regramento do PIS e COFINS como uma das justificativas – o que é certamente irônico, ver o Poder Público criticar a legislação por ele mesmo redigida –, e evidentemente a supressão de duas mil páginas de legislação esparsa contribuirá para a redução do Custo Brasil e aumento na segurança jurídica.

É importante ressaltar que o relatório “Contencioso Tributário no Brasil – Relatório 2019 – Ano de referência 2018”, realizado pelo INSPER, aponta que as discussões questionando aspectos do PIS e COFINS representam 21% do contencioso tributário judicial e 18% do contencioso administrativo. Contencioso tributário esse que, se analisado na sua totalidade, atinge valores equivalentes a 73% do PIB nacional. A necessidade de reformar o sistema é evidente, e a extinção do PIS e COFINS certamente reduzirá tais números, mas se feita nos moldes propostos pela PL 3887/2020, será a passos muito lentos, e sem perspectiva de resolver o problema.

Por óbvio, as considerações acima servem apenas para apontar problemas no Projeto de Lei, ainda que existam situações interessantes e que devem ser mantidas, como a expressa exclusão de demais tributos pagos da base de cálculo da CBS. O PL ainda deverá passar por ampla discussão no Congresso, e com absoluta certeza será analisado em conjunto com as demais propostas de reforma tributária em trâmite, PEC 45/2019 e PEC 110/2019, que são mais abrangentes e, em uma análise preliminar, nos parecem mais adequadas.

 



Henrique da Silveira Andreazza - advogado e sócio do escritório Assis Gonçalves, Kloss Neto e Advogados Associados


[1] Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Pg3iAdZXwMA, acessado em 30/07/2020



Como acompanhar a restituição do seu Imposto de Renda

Eduardo Canova, CEO da Leoa, ensina contribuintes a utilizar o site da Receita Federal e entender todos os status da declaração do IR


Depois de prestar contas à Receita Federal é chegada a hora de ficar atento ao acompanhamento da situação da restituição do Imposto de Renda. O órgão federal possui um portal virtual para consulta da restituição, onde é possível acompanhar o processo. Eduardo Canova, CEO da Leoa, plataforma gratuita que auxilia na declaração do IR, explica o passo a passo para que o contribuinte entenda os status da declaração e saiba onde acompanhar a restituição do Imposto de Renda.

  • Para acompanhar a situação da restituição do Imposto de Renda, o contribuinte deverá primeiramente acessar o portal da Receita Federal e preencher seus dados pessoais para entrar no site.
  • Dentro do portal de consulta, o usuário irá se deparar, logo na primeira página, com o status da sua declaração, indicando em que fase está o processo da restituição do Imposto de Renda e se existe alguma pendência na declaração entregue ao Leão.
  • Quem deseja agilizar a restituição e garantir que a declaração está nos conformes, deve ficar atento e procurar saber qual o significado dos oito status do processo de declaração do Imposto de Renda. “A Receita Federal organizou as entregas por meio de um sistema de classificação que utiliza expressões. Algumas delas podem confundir os contribuintes e é importante entender o que cada uma significa”, explica Eduardo Canova.

Para entender quais são estes status e o que eles significam, confira abaixo a explicação de todos os oito:

 

- Em processamento

Este status significa que a Receita Federal já está com a declaração, ou seja, ela já a recebeu, mas ainda não deu prosseguimento e não analisou seus dados.


- Em fila de restituição

Aqui, a declaração já foi processada e está na fila para restituição, ou seja, o contribuinte irá, de acordo com o calendário de pagamento do governo, receber algum valor de volta. “Lembre-se que não é possível saber a data precisa que cada contribuinte receberá o valor”, lembra Canova.


- Processada

Estar neste status significa que a declaração já foi tanto admitida quanto processada pelo Leão. Contudo, é preciso ficar atento: isso não significa que a declaração de Imposto de Renda já foi homologada. O prazo legal para o governo homologá-la é de até cinco anos.


- Com pendências

Essa é uma das frases que mais assustam os contribuintes, já que, se há pendências, ele pode cair na malha fina. Este status requer muita atenção pois o Leão identificou algum erro na declaração, como, por exemplo, documentos faltando. “O contribuinte que se encontra neste status deve correr para resolver tudo o quanto antes, já que estar barrado nele irá influenciar a data da restituição do Imposto de Renda, uma vez que este contribuinte pode ir para o fim da fila”, alerta Canova. 


- Em análise

Outro status que requer atenção, já que pode indicar duas situações diversas. A primeira situação - e a que o contribuinte deve torcer para que tenha acontecido - é que a Receita Federal já recebeu e processou a sua declaração, mas ainda não teve tempo para avaliar toda a documentação e demais detalhes da sua prestação de contas. A outra situação, que pode ser um alerta para a temida malha fina, é que você pode ter que enviar para a Receita Federal novos documentos, por exemplo.


- Retificada

Significa que o contribuinte retificou sua declaração em algum momento do processo, sendo que os primeiros envios foram substituídos por uma nova declaração, agora retificada.


- Cancelada

Essa frase significa que o contribuinte ou o Governo cancelaram a declaração.


- Tratamento manual

Em alguns casos, pode ser que a declaração de Imposto de Renda não seja processada e nem analisada automaticamente, de modo que o tratamento que será dado a ela será manual. O contribuinte que se deparar com essa frase, receberá alguma correspondência no endereço indicado no momento da declaração. “Fique de olho na caixa de correspondências”, finaliza Canova.

 

No e-commerce, empresas com mais imagens de produtos e avaliações de consumidores são campeãs em faturamento, aponta estudo

 Dados apurados pela Neotrust/Compre&Confie e pela Lett no setor de saúde e beleza mostram que as empresas "Top 20" em experiência de compra concentram 47% do faturamento do setor


Comprar online deixou de ser um luxo esporádico para se tornar algo corriqueiro entre os brasileiros. Só no segundo trimestre deste ano, 5,7 milhões de pessoas que nunca haviam feito uma única compra online se tornaram clientes das lojas virtuais, o que representa 23% em relação ao total de consumidores que adquiriram produtos neste mesmo período, de acordo com a Neotrust/Compre&Confie.

Com novos consumidores e crescimento contínuo, o varejo digital se tornou sinônimo de oportunidade para quase todos os setores, principalmente para o de Higiene, Saúde e Beleza. Alguns fatores como a corrida pelo álcool gel, máscaras e por outros tantos itens movimentaram o setor de forma significativa – só que, enquanto algumas empresas lucraram muito com este momento de transformação, outras não conseguiram apresentar o mesmo desempenho. Em um mundo de tantas oportunidades, o que separa os líderes dos demais?

De acordo com um estudo elaborado pela Lett, empresa especialista em Trade Marketing Digital, e disponibilizado no relatório trimestral da Neotrust (https://www.neotrust.com.br/) a resposta está relacionada à experiência dos consumidores no momento de busca e decisão de compra. Número de imagens nas páginas dos produtos, avaliações e comentários de usuários ocupam lugar de destaque.

“Em um setor de alta concorrência como o comércio eletrônico, notamos que os varejistas líderes se preocupam com toda a jornada de compra e experiência do consumidor, não se limitando apenas a oferecer o produto com melhor preço. Durante o 3º trimestre do ano, o varejo online cresceu 104,2%, porém, empresas que apresentaram maior qualidade de experiência de compra registraram crescimento muito acima deste patamar”, destaca Andre Dias, CEO da Neotrust/Compre&Confie.

A conclusão foi obtida em uma análise de páginas online sob uma metodologia rigorosa, chamada EQI (E-commerce Quality Index), a única pesquisa no Brasil que analisa a experiência de compra online por meio do conteúdo das páginas de produtos. Ela é baseada no uso de inteligência artificial para “escanear” páginas que vendem online a partir de cinco indicadores e, com isso, gera uma nota de 0 a 100 para cada página auditada. A partir daí, é possível comparar a performance de marcas e e-commerces em relação à experiência de compra dos consumidores.

Para ter uma ideia da relação entre EQI e faturamento, uma análise conjunta da Neotrust/Compre&Confie com a Lett mostra que, entre um total de 114 principais marcas do segmento de Higiene, Saúde e Beleza, as líderes (Top 20) em vendas do segmento registraram um EQI 7,8% maior do que o das demais analisadas.

“Contribui para isso o fato de que elas [as empresas líderes] têm, em média, 2,57 imagens por produto (enquanto a média de mercado é de 1,94) e, em paralelo, elas têm 5,24 comentários por página de produto, enquanto a média geral é de 3,84”, aponta Davi Song, CEO da Lett.

E como as companhias com EQI menor podem atingir esse patamar? Para a Lett, isso está relacionado a criar mais pontos de contato com o consumidor. “Identificar quem são os consumidores mais engajados na sua página e oferecer a eles descontos, possibilidade de receber ofertas em primeira mão são alguns exemplos que podem ajudá-los a se tornarem promotores da marca e a passar confiança e credibilidade. Além disso, criar mecanismos para que deixem uma avaliação ao fim de cada compra é essencial”, finaliza o executivo.


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