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sexta-feira, 28 de março de 2025

Métodos contraceptivos: receitas caseiras não previnem gravidez

Declaração da modelo Any Awuada sobre tática infalível para não ter engravidado de Neymar Jr. é mais um dos mitos relacionados à eficácia dos métodos contraceptivos

 

A prevenção de uma gravidez está em pauta nas últimas semanas. A modelo Any Awuada, que teria mantido relações sexuais com o jogador do Santos, Neymar Jr., durante uma festa em uma chácara, em Araçoiaba da Serra, descobriu estar grávida, mas negou a possibilidade do filho ser do jogador, porque, segundo ela, teria utilizado uma tática infalível após a relação. A modelo descarta a possibilidade de Neymar Jr. ser o pai da criança, porque alega ter urinado após o ato sexual. O vídeo com a declaração de Any Awuada viralizou e reforça a importância de alertar sobre os métodos contraceptivos eficazes.

A prevenção de uma gravidez conta com pelo menos 6 métodos seguros, mas nenhum deles envolve urinar após a relação sexual. Ana Carolina Massarotto, ginecologista e obstetra, explica que esse é um dos mitos mais absorvidos pelas pessoas, mas garante que não tem eficácia na prevenção. “Estamos falando de duas coisas diferentes. A urina sai pelo canal da uretra e o sêmen entra pelo canal vaginal. Não tem relação, não tem como prevenir gravidez”, alerta a médica.

Urinar após a relação sexual, fazer ducha vaginal, lavar a região íntima com vinagre, limão ou refrigerante, pular e fazer agachamentos após a relação sexual são alguns dos mitos que envolvem a contracepção e, segundo a médica, nenhum deles é eficaz. “Todo dia alguém inventa uma receita nova, uma técnica infalível que não tem resultado, enquanto estão disponíveis pelo menos 6 métodos contraceptivos seguros e eficazes”, pontua a ginecologista e obstetra.

Entre os métodos testados, aprovados e amplamente divulgados estão a pílula e a injeção anticoncepcional, que têm até 99% de eficácia. Além deles, o DIU de cobre ou hormonal e o implante subcutâneo, que apresentam mais 99% de eficácia. Isabela Simionatto, ginecologista e obstetra, reforça o uso do preservativo, disponível tanto para homens quanto para mulheres. “Todos os métodos citados acima previnem apenas a gravidez. Já a camisinha, seja ela feminina ou masculina, além de apresentar 98% de eficácia quando usada corretamente, também previne contra as doenças sexualmente transmissíveis (DST). Aliás, é o único método que protege contra DST e isso não pode ser ignorado”, alerta a médica.

Ainda sobre os métodos contraceptivos, vale destacar a vasectomia para os homens e a laqueadura para mulheres, procedimentos amplamente utilizados por casais que já têm filhos e optam por não ter mais. A laqueadura é um método permanente, que apresenta mais 99% de eficácia. “Como a laqueadura é irreversível, a indicação é para mulheres que já tenham filhos”, orienta a Isabela.

Quando a relação sexual é feita sem o uso de preservativos ou qualquer outro método contraceptivo, a mulher ainda tem a possibilidade de evitar a ovulação e a consequente fecundação por meio da pílula do dia seguinte. “Lembrando que esse é um método contraceptivo que deve ser utilizado apenas em casos de emergência e não com frequência”, alerta Ana Carolina Massarotto. Além disso, é importante ressaltar que não se trata de um método abortivo. “A pílula não provoca aborto, ela evita a fecundação”, explica Isabela.  



Ana Carolina Massarotto - CRM 140.915 - RQE 85.445 - Ginecologista e Obstetra, graduada pela Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, CRM Ginecologista e Obstetra pelo Hospital e Maternidade Celso Pierro da PUC-Campinas, especializada em endoscopia ginecológica pelo Hospital das Clínicas – USP, em Ribeirão Preto. Mestre em Ciências e Saúde pela PUC-Campinas, com a dissertação “Radioterapia parcial e acelerada de mama utilizando braquiterapia de alta taxa de dose para pacientes com estádio inicial de câncer de mama: análise uni-institucional.
@ana.massarotto_go



Isabela Simionatto - CRM 162.975 - RQE 76.990 - Ginecologista e Obstetra, graduada pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos, CRM 162.975. Ginecologista e Obstetra pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, especializada em Medicina Fetal. É titulada pela Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.
@dra.isabelasimionatto


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