A
partir de maio as empresas devem implementar métodos para promover um ambiente
de trabalho psicologicamente saudável
A partir de 26 de maio, a implementação da Lei 14.311/2022 e da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) exigirá que as empresas promovam um ambiente de trabalho psicologicamente saudável. Esse movimento é motivado pelo aumento expressivo de problemas de saúde mental no trabalho. Em 2024, foram registradas 472.328 licenças médicas devido a questões psicológicas, um aumento de 68% em relação a 2014, segundo o Ministério da Previdência Social. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) reforça que o trabalho pode ser um fator positivo para a saúde mental, ao proporcionar estrutura, propósito e interação social. No entanto, também pode ser prejudicial em ambientes com pressão excessiva, metas irrealistas ou jornadas de trabalho exaustivas.
A psicóloga Rosemary Andriani, especialista no tema, destaca que a promoção da saúde mental no trabalho é um processo contínuo e adaptado às particularidades de cada empresa. Ela enfatiza que o ponto de partida é a liderança, promovendo a cultura de saúde mental e incentivando práticas de autocuidado e bem-estar. Segundo ela, a mudança deve considerar os aspectos físicos, emocionais e psicológicos dos colaboradores para alcançar resultados efetivos.
Entre as medidas mínimas recomendadas por Rosemary, destacam-se:
1. Treinamento e
conscientização: Capacitação em temas como estresse, ansiedade, equilíbrio entre
vida pessoal e profissional e Burnout.
2. Política de saúde
mental: Estabelecimento de ações preventivas, de detecção e tratamento
de problemas psicológicos.
3. Acesso a serviços
especializados: Benefícios ou parcerias que disponibilizem psicoterapia,
psiquiatria e outros recursos.
4. Ambiente físico
saudável: Condições adequadas, como boa iluminação, ventilação e espaços
para descanso.
5. Gestão do estresse: Medidas como
horários flexíveis, pausas regulares e estratégias de redução de esgotamento.
6. Suporte aos
colaboradores: Apoio emocional e assistência aos que enfrentam dificuldades
psicológicas.
7. Monitoramento
contínuo: Avaliação constante da eficácia das iniciativas e da saúde
mental geral dos trabalhadores.
Para empresas
que desejam ir além, Andriani sugere programas de bem-estar, como meditação,
ginástica laboral, suporte para dependentes, treinamento de gestores sobre
saúde mental e parcerias com profissionais da área. Essas iniciativas, segundo
a especialista, trazem benefícios significativos tanto para empregadores quanto
para funcionários.
Do ponto de
vista corporativo, os empregadores podem se beneficiar com maior produtividade,
redução de absenteísmo e turnover, e melhoria da reputação e clima
organizacional. Para os colaboradores, os ganhos incluem melhora do bem-estar,
autoestima, desenvolvimento profissional e relações interpessoais mais
saudáveis. Andriani também enfatiza a importância de os trabalhadores assumirem
um papel ativo em sua saúde mental, investindo em autoconhecimento, autocuidado
e buscando apoio quando necessário.
Em relação aos
resultados, a psicóloga destaca que já no curto prazo (de 3 a 6 meses), ações
informativas e pontuais podem reduzir o estresse e melhorar o clima
organizacional. Em médio e longo prazo, os efeitos incluem maior engajamento,
produtividade, eficiência e a consolidação de uma cultura organizacional mais
saudável e respeitosa.
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