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sexta-feira, 28 de março de 2025

Insuficiência Ovariana Prematura: impactos e desafios no Brasi

Envato
Condição afeta a saúde física e emocional das mulheres e exige maior conscientização sobre diagnóstico precoce e acesso ao tratamento adequado

 

A Insuficiência Ovariana Prematura (IOP), condição caracterizada pela perda da função ovariana antes dos 40 anos, afeta significativamente a saúde física e emocional das mulheres. De acordo com o novo White Paper da International Menopause Society (IMS), a IOP está associada a consequências como comprometimento da qualidade de vida geral, psicológica e sexual, além de impactos na fertilidade e riscos aumentados para a saúde óssea, cardiovascular e cognitiva.



A realidade de quem convive com a IOP
 

A curitibana Jéssica Souza, 35 anos, descobriu a IOP há três anos, após enfrentar ciclos menstruais irregulares e uma fadiga constante que não conseguia explicar. "Eu sempre quis ser mãe, mas nunca imaginei que, aos 32, meu corpo já estaria entrando em menopausa", conta. O diagnóstico veio depois de meses de consultas e exames inconclusivos, um período marcado por insegurança e medo.

"Além da dificuldade em engravidar, tive que lidar com sintomas como insônia, ondas de calor e uma tristeza que parecia não ter explicação. O mais difícil foi perceber o quão pouco se fala sobre isso. Eu me senti sozinha, como se meu corpo estivesse falhando comigo", desabafa.

 

Panorama no Brasil 

No Brasil, aproximadamente 29 milhões de mulheres estão na fase do climatério e menopausa, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Alexandra Ongaratto, médica especializada em ginecologia endócrina e climatério e Diretora Técnica do Instituto GRIS, o primeiro Centro Clínico Ginecológico do Brasil, aponta que a idade média de início da menopausa entre as brasileiras é de 48 anos, com a transição e irregularidade menstrual começando por volta dos 46 anos. Além disso, 73,1% das mulheres relatam sintomas climatéricos, como ondas de calor, durante a pré e a pós-menopausa.


Desafios no diagnóstico e tratamento

A IOP representa um desafio adicional, pois muitas mulheres desconhecem a condição ou não têm acesso a diagnósticos precisos. A falta de conscientização e a dificuldade de acesso a serviços especializados podem atrasar o início de tratamentos adequados, aumentando os riscos associados.


Importância da conscientização e acesso ao tratamento

A ginecologista Alexandra destaca a necessidade de maior conscientização sobre a IOP: "É crucial que as mulheres estejam informadas sobre os sintomas e riscos da insuficiência ovariana prematura. Um diagnóstico precoce permite intervenções que podem melhorar significativamente a qualidade de vida e reduzir complicações a longo prazo."

Ela enfatiza ainda a importância do acesso ao tratamento adequado: "A terapia hormonal é uma opção eficaz para muitas mulheres com IOP, ajudando a mitigar sintomas e proteger contra a perda óssea e doenças cardiovasculares. No entanto, é essencial que cada caso seja avaliado individualmente para determinar o melhor curso de ação."

A Insuficiência Ovariana Prematura é uma condição que requer atenção e ação coordenada entre profissionais de saúde e políticas públicas. Aumentar a conscientização, melhorar o acesso a diagnósticos e tratamentos e fornecer suporte adequado são passos fundamentais para minimizar os impactos da IOP na vida das mulheres brasileiras.

 

Instituto GRIS



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