Oncologista aponta que envelhecimento cutâneo, histórico familiar e exposição frequente a raios UV são principais fatores de risco
O
câncer de pele é o tipo de tumor mais comum no Brasil, correspondendo a cerca
de 30% dos diagnósticos de neoplasia no país e estão previstos mais de 220 mil
novos casos da doença para 2025, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer
(INCA). O aumento do número de casos é impulsionado por fatores como exposição
excessiva ao sol e falta de adesão às medidas preventivas.
A
doença é classificada em dois tipos principais: melanoma e não melanoma.
Enquanto o melanoma, menos frequente, apresenta maior gravidade devido ao risco
de metástase, o câncer de pele não melanoma é mais comum e possui menor taxa de
mortalidade.
Pedro
Moraes, oncologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim,
ressalta que a conscientização sobre a prevenção e a realização de consultas
dermatológicas regulares são fundamentais para combater a doença. “Embora
iniciativas como Dezembro Laranja reforcem a importância dos cuidados com a
pele, ainda enfrentamos barreiras culturais, como a busca por bronzeados
intensos, que dificultam uma prevenção mais eficaz”, comenta o especialista.
Entre
as principais formas de prevenção estão evitar a exposição ao sol entre 10h e
16h, usar de chapéus, roupas leves e óculos escuros, e utilizar protetor solar
com FPS adequado - pele clara, FPS 50+; pele morena clara, FPS 30+; pele negra,
FPS 15-30. É importante reaplicar o protetor a cada duas horas e após contato
com água ou suor.
Além
disso, a observação de sinais como feridas que não cicatrizam, lesões de bordas
irregulares ou crescimento rápido, e sinais que apresentam características como
assimetria e evolução devem motivar a procura imediata por um especialista.
No
caso do melanoma, tecnologias como a dermatoscopia têm sido cruciais para
identificar lesões suspeitas em fases iniciais, enquanto avanços em
imunoterapia têm melhorado significativamente a sobrevida de pacientes com
quadros mais avançados. “O diagnóstico precoce é essencial para salvar vidas,
especialmente porque o atraso no início do tratamento ainda é um desafio entre
pessoas com menor acesso a serviços de saúde”, destaca Pedro Moraes.
O
tratamento adequado também é fundamental para conter o avanço da doença. Um
levantamento da epharma, empresa pioneira no programa de benefícios em
medicamentos (PBM), demonstrou crescimento nas vendas de medicamentos para
câncer de pele entre os meses de janeiro e setembro dos últimos dois anos. No
período pós-pandemia, o aumento foi de 90,2% de 2022 para 2023 e de 90,7% de
2023 para 2024, considerando os primeiros nove meses dos respectivos anos. Já a
economia gerada nas vendas de medicamentos via PBM teve incremento de 96,5%
entre janeiro e setembro de 2024, em comparação com o mesmo período do ano
passado.
“Campanhas
de conscientização sobre câncer de pele têm estimulado a população a buscar,
cada vez mais, avaliação médica para diagnóstico precoce e, consequentemente,
tratamentos mais eficazes. No período de janeiro a setembro deste ano, tivemos
crescimento de 95% no número de beneficiários para tratamento de câncer de pele
em nossos programas corporativos. Isso reflete como as pessoas estão dando mais
atenção à saúde e como nossos programas têm contribuído para ampliar o acesso
aos tratamentos”, explica Wilson Oliveira Junior, vice-presidente de
Desenvolvimento de Negócios da epharma.
O
tratamento varia conforme o tipo e o estágio do câncer, incluindo ressecção
cirúrgica para lesões localizadas; terapia fotodinâmica para lesões
superficiais; radioterapia para casos não operáveis ou complementares à
cirurgia; imunoterapia e terapia-alvo, principalmente para melanoma avançado;
quimioterapia em situações específicas; e medicamentos.
O
câncer de pele é mais prevalente em pessoas acima de 50 anos, embora casos em
jovens estejam crescendo. O envelhecimento cutâneo, acúmulo de danos solares ao
longo dos anos e fatores como pele clara, histórico familiar e exposição
frequente a raios UV são determinantes. Em idosos, a menor regeneração celular
também pode contribuir para maior vulnerabilidade.
epharma
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