Medicina diagnóstica dá suporte ao acompanhamento diferenciado a gestantes que passaram pela cirurgia
A gestação é uma experiência única para cada mulher e, para aquelas que
passaram por cirurgia bariátrica, planejamento e cuidados direcionados são
ainda mais importantes para garantir saúde e bem-estar da mãe e do bebê. Além
do prazo mínimo de um ano para engravidar após o procedimento, é preciso
acompanhamento especializado no período, tanto para evitar o ganho de peso
quanto para que o bebê se desenvolva plenamente.
Nessa
etapa, a medicina diagnóstica cumpre papel fundamental para monitorar uma
possível diabetes gestacional, que pode decorrer das alterações hormonais pelas
quais a gestante passa. Alguns hormônios produzidos pela placenta podem reduzir
a ação da insulina, prejudicando a absorção do açúcar. Por isso é importante
monitorar a glicemia durante a gravidez.
Para a endocrinologista Ana Clara d’Acampora, do Sabin Diagnóstico e Saúde, o exame de glicemia de jejum diário, somado a medições de uma ou duas horas após as refeições, por pelo menos 14 dias, é a melhor alternativa para as grávidas pós-bariátrica.
“Outra
opção pode ser lançar mão dos medidores contínuos de glicose para auxílio no
diagnóstico”, acrescenta a médica. “Eu não indico o Teste Oral de Tolerância à
Glicose (TOTG) pelos possíveis efeitos colaterais, como a síndrome de Dumping,
que pode ocasionar queda na pressão, taquicardia, náuseas, dor abdominal e
diarreia, e comprometer a acurácia do teste. Ainda que não exista consenso
médico sobre essa posição, considero que o risco supera o benefício”, descreve
ela.
Taxas normalizadas e suplementação extra
Grávida
de 16 semanas, a publicitária e gestora Ana Caroline Mascarenhas Duarte, de 29
anos, realizou a cirurgia bariátrica há dois anos. O próprio cirurgião que a
operou, sabendo de seu desejo de engravidar, antecipou as orientações
necessárias, repetidas por sua obstetra. Ela vem seguindo tudo à risca.
“Engravidei um ano e meio depois da cirurgia. O sonho de gestar foi uma das
minhas motivações para fazer a bariátrica. Antes, eu tinha síndrome dos ovários
policísticos e alterações nos hormônios. Hoje sou mais saudável e minha
gestação está sendo tranquila”.
Outro
ponto importante diz respeito à suplementação, que deve ser avaliada de maneira
individualizada, como já ocorre com pacientes pós-bariátricos de forma geral e
reforçada para as gestantes. Ana Caroline, por exemplo, suplementa em doses
ainda mais altas minerais como ferro e cálcio, além de ácido fólico e das
vitaminas D e do complexo B, para que o feto se desenvolva de acordo com a
idade gestacional e nasça com peso normal. Isso ocorre porque a absorção de
nutrientes fica reduzida após a cirurgia.
“Na gestação, a demanda nutricional aumenta, portanto, é fundamental que sejam feitos ajustes na suplementação habitual da paciente. O ideal é que essa gestante pós-bariátrica mantenha o acompanhamento multidisciplinar nesse período, inclusive com nutricionista, de modo a evitar o ganho excessivo de peso na gestação e após”, assinala a endocrinologista do Sabin Diagnóstico e Saúde.
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