Manter a saúde bucal dos idosos é essencial para prevenir doenças e garantir um envelhecimento saudável
Com o avanço da idade, a saúde bucal ganha uma
importância ainda maior para a qualidade de vida. Os cuidados dentários na
terceira idade colaboram para a prevenção de problemas como a perda de dentes,
mas também são fundamentais para evitar doenças sistêmicas que podem
comprometer a saúde geral dos idosos.
Essa associação não é recente. Um artigo publicado
no Brazilian Journal of Cardiology em 2009, por exemplo, já apontava a doença
periodontal como um fator de risco para questões cardiovasculares. A chave para
essa relação reside na inflamação crônica. As bactérias presentes na boca,
quando não removidas adequadamente por meio da higiene bucal, podem causar uma
inflamação persistente nos tecidos gengivais, característica da periodontite.
Essa inflamação, por sua vez, pode desencadear uma resposta inflamatória, afetando
vasos sanguíneos em todo o corpo.
A inflamação generalizada contribui para o
desenvolvimento e progressão de doenças como a aterosclerose, aumentando o
risco de ocorrências cardiovasculares. Além disso, a inflamação crônica também
pode interferir na regulação do açúcar no sangue, agravando o diabetes e
aumentando o risco de complicações associadas a essa doença. Todos estes são
temas crônicos na terceira idade, e a melhor prevenção não pode deixar de fora
a porta de entrada dos alimentos no corpo: a boca.
De acordo com o Dr. José Todescan Júnior,
especialista em Prótese Dental e membro da International Federation of Esthetic
Dentistry (IFED), esse cuidado é fundamental para garantir uma vida longa e
saudável. “A saúde bucal está diretamente ligada à saúde geral de todos, mas
ainda mais a do idoso, que inspira uma atenção especial. A falta de cuidados
pode levar a complicações que rapidamente se tornam quadros graves”, explica
Todescan.
Idas ao dentista ficam mais
raras com a passagem do tempo
É comum que idosos deixem de visitar o dentista com
a mesma frequência que quando mais jovens. Questões como distância, transporte
e custos podem dificultar o acesso aos serviços odontológicos, especialmente
para aqueles com mobilidade reduzida ou renda limitada. Embora não haja um
consenso universal sobre a frequência exata de visitas ao dentista entre
idosos, estudos e pesquisas apontam para uma redução significativa em
comparação com outros grupos etários.
Diversos países têm realizado pesquisas para
avaliar a saúde bucal da população idosa. Os resultados desses estudos mostram
que muitos idosos não realizam consultas odontológicas regulares, o que
contribui para o aumento da prevalência de doenças bucais nessa faixa etária.
Além disso, análises dos registros de clínicas odontológicas demonstram uma
menor frequência de consultas de pacientes idosos em comparação com outros
grupos etários. Estudos realizados em domicílios de idosos revelam que muitos
deles não possuem acesso a serviços odontológicos ou não utilizam os serviços
disponíveis.
A passagem do tempo também possibilita avanços. É o
caso das próteses totais, chamadas de dentaduras, amplamente utilizadas por
idosos. Essa realidade mudou há alguns anos. “Hoje, com a prevenção e o
tratamento adequado desde o início, é possível manter os dentes naturais até o
final da vida. Além disso, as dentaduras só são utilizadas por quem não tem condições
financeiras para optar por implantes, que permitem a substituição por peças
fixas”, ressalta o especialista.
Prevenção e cuidados
específicos
Parece simples, mas ao prevenir as doenças bucais,
como a cárie e a periodontite, são poupadas também múltiplas idas ao médico. A
atenção deve ser redobrada com a higienização diária, utilizando escovas
adequadas e cremes dentais específicos, além do uso regular do fio dental. O
envelhecimento pode trazer dificuldades motoras que prejudicam a escovação, por
isso é importante que os idosos recebam orientação sobre técnicas adequadas
para garantir uma limpeza eficiente.
Além disso, o ajuste correto das próteses dentárias
é essencial para o conforto e a funcionalidade. “Próteses mal ajustadas podem
causar lesões na boca, dificultar a mastigação e, consequentemente, a digestão
dos alimentos. O acompanhamento regular com o dentista é fundamental para
realizar os ajustes necessários e evitar complicações, pois este quadro pode
impactar a alimentação, levando em casos extremos à desnutrição”, reforça Dr.
Todescan.
Consultas regulares ao
dentista
As consultas regulares ao dentista devem fazer
parte da rotina de cuidados com a saúde na terceira idade. Nesses encontros, o
profissional pode identificar precocemente problemas que poderiam se agravar e
orientar sobre os melhores cuidados diários. A revisão periódica das próteses e
a avaliação da saúde das gengivas são alguns dos pontos que merecem atenção
constante.
Segundo o Dr. Todescan, o cuidado com a saúde bucal é um dos pilares para garantir um envelhecimento com qualidade de vida. “A frequência das visitas ao dentista varia de acordo com a condição bucal do paciente, mas, de maneira geral, recomendo consultas a cada seis meses. Isso permite a prevenção e o tratamento de problemas antes que se tornem graves. A odontologia na terceira idade vai muito além da estética; trata-se de uma questão de bem-estar e longevidade”, conclui o dentista.
José Todescan Júnior - Atuando com excelência na área de Odontologia há mais de 33 anos, José Todescan Júnior é especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia pela USP. Membro da IFED (International Federation Esthetic Dentistry) e da Associação Brasileira de Odontologia Estética e membro da ABOD (Associação Brasileira de Odontologia Digital), ele acredita que o profissional que se aperfeiçoa em diversas áreas pode escolher sempre o melhor para os pacientes. Para mais informações, acesse o LinkedIn.
Clínica Todescan
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