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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

No Dia de Finados é importante mostrar que morte é parte natural da vida

Psicólogo afirma que família desempenha papel essencial no acolhimento dos sentimentos de crianças e adolescentes 

 

O mês de novembro conta com uma data importante: o Dia de Finados, quando boa parte das pessoas recordam e prestam homenagens aos entes queridos que não estão mais aqui. Trata-se de uma data importante também para se refletir a respeito da morte e dos sentimentos que ela gera, especialmente para crianças e adolescentes, que muitas vezes ainda não sabem definir bem o que sentem. 

Segundo Danilo Suassuna, idealizador do Instituto Suassuna, que organiza e realiza congressos, seminários, workshops e extensões voltadas aos profissionais da psicologia, abordar a questão da morte com crianças e adolescentes é um desafio importante, e uma perspectiva humanista-existencialista e fenomenológica pode oferecer uma abordagem valiosa para compreender e auxiliar esse processo. “Essa perspectiva enfatiza a importância de reconhecer a finitude da vida humana. É explicar às crianças e adolescentes que a morte é uma parte natural e que todos os seres vivos eventualmente morrem”, explica. 

O psicólogo sugere que se façam perguntas abertas aos mais jovens para que eles possam expressar seus sentimentos, pensamentos e preocupações sobre o assunto. Ouça atentamente suas experiências individuais e seja honesto ao responder às perguntas. Evite dar respostas simplistas ou enganosas, pois isso pode criar confusão ou medo”, orienta. 

De acordo com Suassuna, a família desempenha um papel crucial no acolhimento dos sentimentos das crianças e adolescentes, por isso é importante que ela os ajude a entender que a morte faz parte do ciclo da vida. “Encoraje a comunicação aberta e o apoio mútuo dentro da família durante o processo de luto. E para familiares que têm entes queridos em situações críticas, como na UTI, explique que a morte não acontece de um dia para o outro, mas é um processo. Ajude as crianças e adolescentes a entenderem que a morte pode ser vista como uma transição”, ressalta.

Um ponto importante, segundo o especialista, é entender que mais do que simples ausência e vazio, o luto é um processo individual que deve ser vivenciado por cada pessoa a seu modo. “Incentive as crianças, adolescentes e adultos a respeitar seus próprios ritmos de luto e a buscar apoio quando necessário. E reconheça que a dor dos adultos pode às vezes ser projetada nas crianças, por isso é importante separar suas próprias emoções da experiência das crianças, permitindo que estas processem a morte de acordo com seu nível de compreensão e desenvolvimento emocional”, alerta.

Uma orientação importante, de acordo com Suassuna, é que os adultos sempre lembrem de ser sinceros e não contar mentiras ou criar ideias fantasiosas ao falar sobre a morte de alguém. “A verdade liberta. Embora possa ser difícil, a honestidade é essencial para que as crianças e adolescentes compreendam e processem a morte de maneira saudável. A mentira, por sua vez, pode causar confusão e dificultar o processo de luto. Ao compartilhar a verdade com empatia e apoio, você ajuda a construir confiança e a promover um ambiente onde as emoções possam ser expressas de forma genuína”, conclui. 



Danilo Suassuna- Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), possui graduação em Psicologia pela mesma instituição. Autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”. Professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e do Curso Lato-Sensu de Especialização em Gestalt-terapia do ITGT-GO. Coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT. É membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica. Consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011). Para mais informações acesse o instagram: @danilosuassuna.

 

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