Diagnóstico pode atingir homens e mulheres, em várias fases da vida Créditos: Envato |
Opções de tratamento vão desde fisioterapia até cirurgia com auxílio de robô
Homens e mulheres, jovens e adultos. Não existe um
padrão para que as pessoas apresentem alterações nos joelhos, como curvaturas
no eixo, que causam dores e afetam a rotina. Em uma situação normal, os joelhos
seriam retos - normo eixo - com uma variação de até três graus para
dentro - chamado de valgo. Quando os joelhos são projetados para fora, são
chamados de varo. Essas condições atípicas podem comprometer a qualidade de
vida, mas o tratamento é eficaz e pode variar conforme a avaliação médica,
podendo ser desde fisioterapia até intervenção cirúrgica.
Em casos em que o paciente é idoso e a deformidade
se acentua devido a lesões degenerativas, a cirurgia pode ser necessária. Tadeu
Celso Macanhão, de 73 anos, por exemplo, passou por cirurgias nos dois joelhos
em 2022, com um mês de diferença entre elas. “Sentia muitas dores nos joelhos e
mal conseguia andar. Após a cirurgia com o auxílio do robô, não sinto mais
nenhuma dor. Já cheguei a andar 10 quilômetros em um dia sem dor e agora ando
quatro quilômetros todos os dias. Nem lembro que tenho joelhos”, diz Tadeu.
Correção precisa
O robô mencionado pelo paciente é o chamado Robô
Rosa, usado pelas equipes do Hospital São Marcelino Champagnat para auxiliar em
cirurgias ortopédicas. De acordo com o médico do Tadeu, o ortopedista Antônio
Tomazini, em casos como o dele, não é possível corrigir os joelhos com
cirurgias menores, como artroscopia. “Nesses casos, precisamos de prótese e,
para isso, usamos o Robô Rosa, que permite uma correção precisa do eixo em cada
milímetro, resultando em um joelho simétrico. Essa ferramenta tem se tornado
fundamental nas cirurgias”, relata.
Segundo o cirurgião ortopedista, não há uma razão
específica para as alterações nos eixos dos joelhos, mas já se sabe que o
joelho valgo é mais comum em mulheres, enquanto o joelho varo é mais
frequente em homens. Pacientes asiáticos tendem a ter joelhos mais projetados
para fora por questões fisiológicas, mantendo a simetria em ambos os joelhos.
Porém, nem todos os casos precisam de intervenção cirúrgica.
“Só indicaremos uma intervenção em pacientes jovens
com essa deformidade se for causada por lesões, como no ligamento, por exemplo.
Essa região é responsável por suportar a maior parte do peso do corpo. Ou seja,
se uma cirurgia de ligamento for realizada nesse paciente, corrigindo também o
menisco, que já tem uma grande lesão, existe o risco de o joelho se deformar
ainda mais a curto e médio prazo, comprometendo o ligamento recém operado”,
explica.
Nessas situações, a opção mais indicada é a correção
do eixo por meio de uma cirurgia chamada osteotomia, que consiste em cortar o
osso, colocar o enxerto, alinhar a perna e reconstruir o ligamento. “Por meio
de exames, podemos identificar lesões na região da cartilagem e, portanto,
precisamos intervir por meio de cirurgia, porque o eixo não está corretamente
alinhado, o que pode levar ao aumento da deformidade e ao desgaste mais rápido
do joelho. Dessa forma, é possível tratar tanto o alinhamento quanto o
ligamento, aumentando as chances de que este último tenha uma durabilidade
maior, uma vez que não vai sofrer tração ao longo do tempo”, finaliza Antonio.
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