Alerta de
temperaturas elevadas no Paraná pede cuidados redobrados com os animais de
estimaçãoCRÉDITO DA FOTO: Arquivo Pessoal
Ana Elisa Arruda Rocha - Médica Veterinária no UniCuritiba
A Primavera chegou elevando as temperaturas no Paraná, resultado de um El Niño de intensidade moderada a forte que está em curso no Oceano Pacífico Equatorial.
O fenômeno climático provoca mudanças significativas no padrão de circulação do vento, com reflexos na temperatura média e na umidade do ar. A previsão do Simepar - Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná é de temperaturas acima da normalidade para a estação em todo o estado.
Tanto calor não interfere apenas na rotina das pessoas. Os pets também precisam de cuidados redobrados. Quem alerta é a médica veterinária Ana Elisa Arruda Rocha, professora do curso de Medicina Veterinária do UniCuritiba – instituição que integra a Ânima Educação, o maior ecossistema de ensino superior privado do país.
Segundo ela, animais de estimação, como cães e gatos, não fazem a regulação da temperatura corporal pela transpiração, como os humanos. Nos pets, esse processo se dá, principalmente, por meio da respiração. “Por isso, nos dias quentes, costumamos ver os bichinhos ofegantes e com a boca aberta. É assim que os pets tentam regular a temperatura corporal e se refrescar."
A professora explica que os tutores têm grande responsabilidade no sentido de auxiliar na qualidade de vida dos animais neste período de calor, evitando casos de desidratação, hipertermia (aumento acentuado da temperatura corpórea) e até mesmo queimaduras solares.
A alimentação é outro fator importante. "Muitos tutores têm adotado a alimentação natural ao invés da ração tradicional. Nestes casos, é importantíssimo dosar as porções adequadamente e retirar o excedente para evitar a fermentação e decomposição dos alimentos nos comedouros", ensina Ana Elisa.
A professora do UniCuritiba e proprietária da Puppies
Personal Vet dá outras dicas para o cuidado com os pets em dias de calor:
1) Evite sair com o animal
em horário de sol forte. Prefira passeios até as 10 horas ou após as 16 horas.
Em horários mais quentes, opte por locais bem arborizados e sombreados, como
trilhas.
2) Lembre-se de usar
repelente de mosquitos específico para os pets e mantenha em dia o controle de
parasitas externos, como pulgas e carrapatos.
3) Não circule em calçada ou
asfalto aquecidos pelo sol para minimizar a chance de queimadura, ressecamento
e rachadura dos coxins (patinhas). Na natureza, esses animais andariam na terra
e no mato, onde a temperatura do solo é muito mais baixa do que no asfalto.
4) Após os passeios, hidrate
os coxins com produtos veterinários desenvolvidos para esse fim.
5) Sempre ofereça água
fresca à vontade ao pet. Leve cantil durante o passeio e, em casa, coloque
pedras de gelo no potinho. Isso mantém a água fresca. No calor, é necessário
trocar a água com mais frequência.
6) Congele patês para cães e
gatos ou algumas frutas, como morango e melancia, com água de coco e ofereça
aos pets como sorvete.
7) Tapetes gelados (a base
de gel) são boas opções para os pets que sentem calor excessivo. Esses tapetes
ajudam a refrescar e a regular a temperatura nos dias mais quentes.
8) Tome cuidado na hora de
banhar os cães de focinho curto, especialmente em pet shops que usam máquinas
de secagem, pois o animal pode desenvolver hipertermia e estar sem o
profissional o acompanhando de perto.
9) Pesquise e escolha
profissionais competentes e devidamente treinados para observar todos os sinais
que o animal dá durante o banho e a secagem. A água e o secador devem ser
usados em temperatura ambiente, no máximo mornos.
10) Aproveite a primavera e o verão para fazer
brincadeiras com água - seja com mangueira ou em piscininhas infantis. Nessas
horas também é importante monitorar o animal.
11) Animais precisam de área sombreada e de
ventilação adequada, por isso, atenção aos que vivem em casas, soltos no pátio.
Os tutores dever prever espaço de proteção aos bichinhos e oferta abundante de
água fresca.
12) Jamais deixe os animais presos em correntes,
mesmo que estejam perto da casinha. Algumas casinhas se transformam em “fornos”
se forem pequenas e expostas diretamente ao sol.
13) Animais claros, despigmentados e de pelo curto
devem usar filtro solar específico para pets. Existem produtos prontos ou
manipulados. Lembre-se de passar o filtro solar nas áreas de maior exposição:
face, focinho e dorso.
14) No caso de animais que se deitam ao sol de
barriga para cima na hora de descansar, aplique protetor solar nessas regiões
também.
15) Apesar do calor, os pets não devem ser tosados.
A incidência dos raios solares diretamente na pele é prejudicial, tanto pelo
risco de câncer de pele quanto por possíveis queimaduras e hipertermia. A
pelagem auxilia na termorregulação, pois forma uma barreira de proteção
natural. Tosas higiênicas e da região abdominal podem ser realizadas
normalmente.
UniCuritiba
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