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quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Urticária: Tipos, sintomas, tratamento e os impactos emocionais que podem afetar a saúde mental

 No Brasil, cerca de 1 em cada 250 pessoas sofre com urticária crônica espontânea


01/10 – Dia Mundial da Urticária

 

Estima-se que uma em cada quatro pessoas apresenta pelo menos um episódio de urticária ao longo da vida. Os sinais da doença são lesões na pele chamadas urticas, que têm aspecto avermelhado e elevado, coçam muito e se apresentam de forma isolada ou agrupada formando placas. Essas manchas podem aparecer em qualquer parte do corpo, não deixam cicatrizes e podem durar até 24 horas. Em alguns casos, as urticas podem vir acompanhadas de angioedema (inchaço deformante) em olhos, lábios, genitália, palma das mãos e dorso dos pés.

 

A urticária é classificada em dois grupos:

 

Urticária Aguda: Os sintomas desaparecem em até seis semanas e as causas podem estar relacionadas a infecções, alimentos, medicamentos, ferroadas de insetos e contrastes usados em exames de imagem.

 

Urticária Crônica: Os sintomas surgem diariamente ou quase diariamente e duram mais do que seis semanas, podendo persistir por meses ou anos. A urticária crônica ainda é subdividida em dois tipos – Urticária Crônica Espontânea (UCE) e Urticária Crônica Induzida (UCIND).

 

UCE: As urticas surgem sem motivo aparente e sem relação com nenhum estímulo externo. A urticária crônica espontânea não é emocional, não é alergia e não é causada por fatores externos.

 

UCInd: As lesões são desencadeadas por fatores específicos, que podem ser provocadas pelo atrito e fricção na pele (dermografismo), contato com frio (urticária ao frio), pressão sobre a pele (urticária de pressão tardia), calor (urticária ao calor), água (urticária aquagênica), estímulos vibratórios (angioedema vibratório) e por aumento da temperatura corporal (urticária colinérgica).

 

O Coordenador do Departamento Científico de Urticária da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), Dr. Régis de Albuquerque Campos, conta que a urticária crônica pode afetar até 5% dos adultos e 1,4% das crianças. No Brasil, cerca de 1 em cada 250 pessoas sofre com urticária crônica espontânea.

 

O diagnóstico da urticária é baseado na história clínica do paciente, sem a necessidade de exames. Na suspeita das urticárias induzidas, são realizados teste específicos com o possível agente causador.

 

Impacto Emocional: A urticária não é emocional, não é psicológica e nem ocorre por estresse. Porém, o constrangimento causado pelas lesões, o desconforto da coceira e a insegurança de não saber quando vai ter uma crise afetam o emocional e a vida social e profissional com repercussões no trabalho, na escola, no sono e no lazer. Algumas pessoas podem apresentar instabilidade emocional, ansiedade e até depressão, necessitando acompanhamento especializado.

 

Tratamento: “A primeira etapa do tratamento da UCE é o uso de antialérgicos (anti-histamínicos) de 2ª geração, pois bloqueiam a ação da histamina, melhorando os sintomas em até 40% dos casos. Os anti-histamínicos de 2ª geração são os preferidos por sua segurança e menor ocorrência de efeitos colaterais indesejáveis, como a sonolência, por exemplo”, explica o especialista.

 

Caso não ocorra melhora em 2 a 4 semanas, o médico poderá orientar o uso de doses mais altas, de duas até quatro vezes a dose habitual, até que ocorra melhora dos sintomas. Já os corticoides são utilizados para tratamento das crises por curtos períodos e sempre com orientação médica.

 

“Os pacientes que não controlam os sintomas com os anti-histamínicos em doses altas têm indicação para uso do imunobiológico chamado omalizumabe, que atua diminuindo a ativação do mastócito, principal célula envolvida na urticária, reduzindo assim a liberação da histamina”, detalha o Coordenador da ASBAI.

 


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