Especialista dá 8
dicas práticas para que mulheres possam ultrapassar a fase da dor e possam se
sentir independentes emocionalmente
O Brasil é o país mais infiel da América Latina,
segundo levantamento realizado pelo aplicativo Gleeden, em 2022. Para a
psicóloga e mentora de mulheres Najma Alencar essa liderança não
é motivo de celebração. “Embora normalizada por parcela da população, a traição
é traumática e causa danos psicológicos sérios em quem passa pela situação de
ser traído. A auto-estima e confiança da pessoa fica gravemente prejudicada e
ela pode passar a temer confiar em outros tipos de relações,
provocando crises de raiva, ansiedade e agonia constantes que podem levar
à depressão”, afirma a especialista.
Episódios recentes de traição divulgados amplamente
na mídia, como o pronunciamento da cantora Luisa Sonza em relação ao namorado
Chico Moeda, e do breve comunicado da influenciadora Bruna Biancardi, sobre as
atitudes do noivo, o jogador de futebol Neymar Jr, refletem a dor provocada
nesses casos. “A repercussão de casos como esses é tão grande não apenas
por serem pessoas famosas, mas principalmente porque muitas mulheres se identificam
e se compadecem pela conexão por já terem vivido algo semelhante, seja com elas
ou com a mãe, a tia, a amiga”, diz Najma.
A experiente psicóloga e mentora de
mulheres, Najma Alencar (@
- Aceite
o seu luto
“A descoberta de uma traição mata a visão que
aquela pessoa tinha da sua relação e de seu parceiro, por isso esse é
considerado um processo de luto do que havia até então ali. Entender isso faz
com que a pessoa consiga se permitir mais sentir as emoções e vivenciar o
momento da perda da confiança e, em muitos casos, também da relação”,
afirma Najma.
- Coloque
um limite
“Permita-se sentir e sofrer o que você achar
necessário para extravasar essas sensações, mas coloque um limite: ‘por alguns
dias foi, mas mais pra lá não’. Não quer dizer que a partir daquele momento não
vai mais doer, mas é preciso tomar um posicionamento para retomar o controle da
própria vida e tomar as atitudes necessárias a fim de sair daquele lugar tão
difícil, seja encerrando a relação, procurando ajuda de um profissional,
fazendo uma viagem, focando no trabalho, entre outras atitudes importantes do
cotidiano”, exemplifica Najma.
- Chega
de comparação
“É muito comum a pessoa traída se sentir minúscula
porque a autoestima foi profundamente abalada pela desvalorização da relação,
por isso, até se recuperar, é muito importante evitar visitar as redes sociais
ou procurar saber como é a pessoa com quem o parceiro a traiu, uma vez que
nessa fase de vulnerabilidade a autoestima está baixíssima”, explica a
mentora.
- Nada
de culpa
“A culpa é uma das sensações mais perigosas, pois
faz com que você traga a responsabilidade das ações do outro para si mesma, é
comum o questionamento em relação ao ‘o que eu fiz para ele agir assim?’ e
então aumentar ainda mais a angústia e tristeza pelo ocorrido. Mas
lembre-se sempre que cada pessoa é responsável por suas próprias ações, a
escolha é uma questão de quem trai, não de quem é traído”, enfatiza.
- Entendendo
a situação (ou não?)
“Buscar os motivos pelos quais uma pessoa traiu sua
parceira ou parceiro é uma abordagem delicada, mas que, em alguns casos
pontuais, pode funcionar e ainda ajudar a pessoa traída a entender porque
aquilo aconteceu e, então, colaborar para o processo de luto, até porque, na
maioria dos casos, não haveria mesmo nada que a pessoa traída fizesse que
pudesse evitar a traição”, diz a psicóloga.
- Avalie
o relacionamento
“Vale olhar com atenção para a relação e buscar
identificar se vale a pena tentar perdoar e seguir ou se aquele relacionamento
já estava minado. É uma questão muito particular sobre o que é pilar de
relacionamento ou não para cada pessoa: respeito? confiança? sexo? amizade?”,
afirma.
- Fortaleça-se
emocionalmente
“O fortalecimento emocional é o caminho para a
superação. Primeiro, elimine as perguntas sobre como aconteceu a traição,
procure um profissional e cuide da sua saúde mental; depois busque o que a
conecta com o seu íntimo, reaproxime da sua espiritualidade, seja ela ligada à
Deus, à natureza ou outro elemento; reencontre amigos e familiares e abasteça seu
âmbito social com pessoas livres de julgamentos e que a deixem confortável; por
fim, olhe para fora e encontre uma atividade, seja caminhada, dança ou um
esporte, por exemplo, além de usar uma maquiagem ou acessório que te faça
sentir bem”, lista a mentora.
- Prepare-se
para o próximo
“Quando a pessoa que foi traída decide romper a
relação, é comum, infelizmente, ela agir de forma negativa com o próximo
parceiro, como se estivesse em uma montanha-russa de sentimentos. Sempre em
alerta e ansiosa, ela pode se tornar uma pessoa possessiva, desconfiada e
ciumenta, afetando o novo relacionamento, por isso minha sugestão é que essa
pessoa faça uma reflexão, diferenciando as situações e, se possível, que
procure apoio profissional para superar o trauma vivido”, conclui.
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