Nova remédio para
orbitopatia de Graves deve ser usado com cautela
Teprotumumabe
chega como opção para casos difíceis
Recentemente aprovado
pela Anvisa, o teprotumumabe é um anticorpo monoclonal com potencial de
minimizar a ativação da cascata de inflamação que acontece dentro da órbita dos
pacientes com oftalmopatia de Graves. “A doença ocular da tireoide está mais
relacionada ao hipertireoidismo, mas nem toda pessoa com hipertireoidismo terá
essa doença. Isso porque, classicamente, a orbitopatia de Graves está associada
a um tipo de doença autoimune da tireoide, que é a doença de Graves. O que é
importante ressaltar é que, na presença de doença autoimune da tireoide,
pode-se ter a associação com doença autoimune direcionada contra a órbita”
alerta Dr. Helton Ramos, endocrinologista da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP).
A doença ocular da
tireoide, também conhecida como orbitopatia de Graves, é uma doença autoimune,
cujos sinais e sintomas podem ser muito discretos: lacrimejamento, fotofobia,
sensação de cisco no olho, borramento da visão, inflamação do olho,
vermelhidão, coceira.
Conforme a doença
avança os sintomas vão piorando: pode surgir edema, aumento do volume das
pálpebras com acúmulo de líquido, bolsas de líquido, dificuldade de
movimentação de olho, dor na parte profunda dos olhos. Nos casos graves, pode
haver perda da acuidade visual, estrabismo com dificuldade de movimentação do
globo ocular e visão dupla.
Com relação às
opções terapêuticas, o tratamento da orbitopatia de Graves deve ser individualizado,
pois os quadros clínicos podem se apresentar de várias formas.
“Comemoramos a
aprovação do teprotumumabe, pois ele traz novos horizontes para o
tratamento de doenças de difícil controle, como é o caso da doença ocular da
tireoide, com alguns casos clínicos realmente complicados. Mas ressalto que o
tratamento com esse medicamento precisa de uma avaliação criteriosa, levando em
conta toda história clínica e disponibilidade do paciente ao tratamento, pois
dura cerca de seis meses, com infusões a cada três semanas. Embora precise
cautela para utilizar esse novo medicamento, é muito bom ver o aumento do leque
de opções terapêuticas para essa doença”, finaliza Dr. Helton.
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