Formação de placas
gordurosas, cálcio e outras substâncias na superfície interna das paredes
arteriais podem entupir ou romper as artérias e migrar por meio dos vasos e,
como consequência, provocar infarto, AVC, trombose e até mesmo a necessidade de
amputação de membros
No Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29
de agosto, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular -
Regional São Paulo (SBACV-SP), comprometida com um estilo de vida saudável e o
bem-estar da população, reforça a necessidade de alertar sobre os riscos
inerentes ao tabagismo. A entidade se dedica em promover uma sociedade livre do
fumo e das enfermidades que essa prática acarreta e todas as consequências
negativas que o vício traz. Também enfatiza que uma colaboração
multidisciplinar sobre os danos desse vício é essencial aos pacientes.
Dentre os malefícios decorrentes do ato de fumar,
as alterações cardiovasculares ocupam lugar de destaque. Um dos efeitos é
a formação de placas gordurosas, cálcio e outras substâncias na superfície
interna das paredes arteriais. Com o passar do tempo, essas placas crescem e
podem entupir ou romper as artérias e migrar por meio dos vasos e, como
consequência, gerar complicações graves, como infarto, AVC, trombose e até
mesmo a necessidade de amputação de membros.
Conforme explica o angiologista, cirurgião vascular
e diretor da SBACV-SP, Dr. Júlio César Gomes Giusti, a camada interna dos vasos
sanguíneos é representada pelo endotélio, que é considerado um órgão
regulatório de grande importância na manutenção da integridade vascular e, além
de modular o tônus desses vasos, também estabiliza os mecanismos inflamatórios e
imunológicos dos mesmos. O tabagismo pode provocar um funcionamento inadequado
do endotélio vascular, envolvendo principalmente o óxido nítrico, e desregular
o relaxamento e a contração desses vasos.
Esse desequilíbrio desencadeia um processo inicial
de aterosclerose, caracterizado pela inflamação e formação de placas de gordura
nas paredes dos vasos sanguíneos. Essa condição é responsável por doenças
graves, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, embolia
pulmonar, obstrução das artérias das pernas e até mesmo aneurismas. O Dr.
Giusti alerta que fumantes têm uma probabilidade muito maior de desenvolver
coágulos sanguíneos, especialmente quando relacionados a outros fatores de
risco, como obesidade, diabetes, hipertensão e doenças cardíacas.
As gestantes também fazem parte do grupo de risco,
uma vez que o uso do cigarro durante a gravidez está associado a um aumento
significativo de várias complicações, tais como placenta prévia, ruptura prematura
das membranas, descolamento prematuro da placenta, hemorragia pré-parto, parto
prematuro, aborto espontâneo, restrição do crescimento intrauterino, baixo peso
ao nascer, morte súbita do recém-nascido e comprometimento do desenvolvimento
físico da criança. Além disso, o tabagismo durante a gestação pode resultar em
má-formação fetal, aborto, mortalidade materna, natimortalidade e mortalidade
neonatal (Yamaguchi, 2008).
Para pacientes fumantes que já possuem
comorbidades, é fundamental contar com uma abordagem multidisciplinar, que
envolve especialistas como angiologistas, cardiologistas, nutricionistas,
psicólogos e outras áreas relevantes. Essa equipe de profissionais pode
oferecer orientações sobre os distúrbios causados pelo tabaco, já que diversas
condições de saúde estão relacionadas a sistemas e órgãos do corpo humano de
forma interligada.
Também é importante destacar os perigos do cigarro
eletrônico. Embora inicialmente tenha sido promovido como uma alternativa mais
segura ao cigarro tradicional, estudos têm levantado preocupações sobre os
efeitos prejudiciais dos cigarros eletrônicos, especialmente entre os jovens.
Esses dispositivos contêm grande quantidade de nicotina e outras substâncias
químicas que podem prejudicar a saúde vascular e cardiovascular. A inalação
desses vapores pode levar à inflamação das vias aéreas e dos tecidos
pulmonares, aumentando o risco de doenças respiratórias.
Vale ressaltar que a exposição prolongada aos
componentes químicos presentes nos cigarros eletrônicos ainda eleva as chances
de complicações como hipertensão e aterosclerose. Portanto, é fundamental
abordar e conscientizar que todas as formas do tabagismo trazem impactos
prejudiciais à saúde.
O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia
e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio H. Rossi, reforça a
importância de alertar a população sobre esses perigos, especialmente os
indivíduos mais jovens, que estão cada vez mais aderindo a esse hábito nada
saudável. "Nos países ocidentais, o tabagismo se destaca como a principal
causa de óbitos relacionados a doenças cardiovasculares. Uma série de
mecanismos subjacentes contribui para essa realidade alarmante, já que o hábito
desencadeia a deterioração da camada interna dos vasos sanguíneos, promove o
aumento do colesterol e estimula a formação de coágulos sanguíneos”.
Dr. Fabio ainda alerta para as graves consequências
que o tabagismo pode causar ao ser humano. “Esses fatores estão intimamente
ligados ao surgimento de condições sérias como o Infarto Agudo do Miocárdio, o
Acidente Vascular Cerebral e a Doença Arterial Obstrutiva Periférica que, nos
casos mais graves, podem culminar em amputações. Os riscos de trombose venosa e
embolia pulmonar também apresentam níveis elevados entre os fumantes. Além
disso, a propensão ao desenvolvimento de aneurismas, rupturas vasculares e
eventos fatais é consideravelmente maior nesse grupo”.
A SBACV-SP tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações acesse o site e siga as redes sociais da Sociedade (Facebook e Instagram).
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
www.sbacvsp.com.br
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